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• Corrigir hipovolemia
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• Corrigir hipoperfusão
tecidual
• Melhorar o índice cardíaco
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Aspectos do paciente
• Hemodinâmica
• Função cardíaca
• Status respiratório
• Doença atual e
comorbidades
33 estudos originais
17 descreveram as alterações fisiológicas associadas
Extrema heterogeneidade
• Tipo de fluido: SF0,9%, HES, gelatina, albumina, salina
hipertônica, sangue
• Tempo: 10 min, 15 min, 20 min, 30 min
• Volume: 7 ml/kg, 250 ml, 500 ml, 1000 ml
Não há RCT comparando com outra abordagem
Nenhum estudo relaciona alterações fisiológicas com desfechos
Crescentes evidências da associação entre
balanço positivo e dano
• Payen, de Pont, Sakr, Vincent (SOAP) 2008
• Guidet, Soni, Dellar Rocca, Annane 2010
• Silva Jr., de Oliveira, Nogueira 2013
• Shawn, Raghunathan, Peyeri 2014
• Yunos, Bellomo, Glassford 2015
Etc...
Revisão sistemática com 78 estudos randomizados controlados, incluindo comparações
entre albumina ou fração proteica do plasma (24), hidroxetilamido (25), gelatina (11),
dextrans (9) e dextrans em solução cristalóide hipertônica (9) versus salina, com um total
de 22.392 pacientes
CONCLUSÃO DOS AUTORES: “There is no evidence from randomised controlled trials that
resuscitation with colloids reduces the risk of death, compared to resuscitation with
crystalloids, in patients with trauma, burns or following surgery. Furthermore, the use of
hydroxyethyl starch might increase mortality. As colloids are not associated with an
improvement in survival and are considerably more expensive than crystalloids, it is hard
to see how their continued use in clinical practice can be justified.”
The Cochrane Library 2009, Issue 3
Pontos chaves
A terapia com fluidos é pedra fundamental no tratamento da sepse
A recomendação da SSC segue sendo de uso generoso de fluidos no manejo inicial
As últimas recomendações enfatizam o uso de PVC, SVcO2, lactato e Eco beira leito
na monitorização da resposta à volume, e o uso do desafio hídrico guiado por
parâmetros dinâmicos – Eco, PLR
No entanto há poucas evidências da eficácia desta terapia e crescentes evidências do
efeito deletério de um balanço hídrico muito positivo
O uso de hidroxietilamido em pacientes com sepse deve ser evitado
O uso de soluções cristalóides balanceadas poderá trazer benefícios em pacientes
com SIRS
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precocemente
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RESPOSTA A FLUIDOTERAPIA NA SEPSE

  • 1. Resposta à infusão de fluidos no paciente séptico Yuri Moreira Assis, Especialista em Medicina Intensiva AMIB Intensivista diarista Hospital São Domingos e Hospital do Câncer, São Luís - MA
  • 2. Conflito de interesses Não tenho conflitos de interesse
  • 6.
  • 7.
  • 8. Parâmetros hemodinâmicos mais comuns Pressão arterial média (PAM) – acima de 65 mmHg Pressão venosa central (PVC) – entre 8 e 12 mmHg Débito cardíaco (DC) – níveis fisiológicos Lactato – clareamento precoce Saturação venosa central (SvcO2) – acima de 70% Déficit de base – normalização (embora não hajam trabalhos validando para sepse grave ou choque séptico) Variação da pressão de pulso (ΔPP) – cutoff de 13%, respondedores X não respondedores Doppler transtorácico e distensibilidade da VCI – cutoff de 18% para fluido responsividade
  • 10. ProMISe Trial 1260 pacientes, 630 no grupo EGDT, todos com choque séptico Volumes médios na ressuscitação – 6 horas iniciais= 2000 ml no grupo EGDT, 1784 ml no grupo usual care Mortalidade em 90 dias 29,5% EGDT, 29,2% no grupo usual care Em 90 dias não foi possível detectar melhora de desfechos com uso de protocolo EGDT
  • 11.
  • 12.
  • 13. ProCESS Investigators 1341 pacientes, 439 no grupo EGDT Volumes médios na ressuscitação = 2,8 l no grupo EGDT, 3,3 l no grupo protocolo padrão e 2,3 l no grupo controle Mortalidade em 60 dias semelhante nos 3 grupos, 21% EGDT, 18,2% protocolo padrão e 18,9% no grupo controle Em 90 dias e um ano não houve diferenças na mortalidade Não foi possível detectar melhora de desfechos com uso de protocolos
  • 14. ARISE Investigators 51 centros, 1600 pacientes O grupo EGDT recebeu mais fluidos que o grupo “usual care” – 1964 ± 1415 ml x 1713 ± 1401 ml O grupo EGDT teve maior uso de vasopressores – 66,6% x 57,9% Não foi possível detectar melhora de desfechos em 90 dias
  • 15. 13 trials, 2.525 adultos Melhora significativa de sobrevida no grupo EGDT Melhora mais importante quando iniciado mais cedo Sem melhora no grupo com atraso ou sem definição clara do timming.
  • 16. Fluidoterapia rápida ideal Fluido específico • Cristalóide balanceado • SF0,9% • Colóide sintético • Albumina Pouco volume Tempo definido Efeito desejado • Corrigir hipovolemia • Corrigir taquicardia • Corrigir hipoperfusão tecidual • Melhorar o índice cardíaco • Melhorar o débito urinário • Melhorar as pressões de enchimento Aspectos do paciente • Hemodinâmica • Função cardíaca • Status respiratório • Doença atual e comorbidades
  • 17. 33 estudos originais 17 descreveram as alterações fisiológicas associadas Extrema heterogeneidade • Tipo de fluido: SF0,9%, HES, gelatina, albumina, salina hipertônica, sangue • Tempo: 10 min, 15 min, 20 min, 30 min • Volume: 7 ml/kg, 250 ml, 500 ml, 1000 ml Não há RCT comparando com outra abordagem Nenhum estudo relaciona alterações fisiológicas com desfechos
  • 18.
  • 19. Crescentes evidências da associação entre balanço positivo e dano • Payen, de Pont, Sakr, Vincent (SOAP) 2008 • Guidet, Soni, Dellar Rocca, Annane 2010 • Silva Jr., de Oliveira, Nogueira 2013 • Shawn, Raghunathan, Peyeri 2014 • Yunos, Bellomo, Glassford 2015 Etc...
  • 20.
  • 21. Revisão sistemática com 78 estudos randomizados controlados, incluindo comparações entre albumina ou fração proteica do plasma (24), hidroxetilamido (25), gelatina (11), dextrans (9) e dextrans em solução cristalóide hipertônica (9) versus salina, com um total de 22.392 pacientes CONCLUSÃO DOS AUTORES: “There is no evidence from randomised controlled trials that resuscitation with colloids reduces the risk of death, compared to resuscitation with crystalloids, in patients with trauma, burns or following surgery. Furthermore, the use of hydroxyethyl starch might increase mortality. As colloids are not associated with an improvement in survival and are considerably more expensive than crystalloids, it is hard to see how their continued use in clinical practice can be justified.” The Cochrane Library 2009, Issue 3
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  • 24. Pontos chaves A terapia com fluidos é pedra fundamental no tratamento da sepse A recomendação da SSC segue sendo de uso generoso de fluidos no manejo inicial As últimas recomendações enfatizam o uso de PVC, SVcO2, lactato e Eco beira leito na monitorização da resposta à volume, e o uso do desafio hídrico guiado por parâmetros dinâmicos – Eco, PLR No entanto há poucas evidências da eficácia desta terapia e crescentes evidências do efeito deletério de um balanço hídrico muito positivo O uso de hidroxietilamido em pacientes com sepse deve ser evitado O uso de soluções cristalóides balanceadas poderá trazer benefícios em pacientes com SIRS O uso de albumina é considerado seguro e pode trazer benefícios neste grupo de pacientes É fundamental desenvolver e institucionalizar um protocolo bem definido e utilizá-lo precocemente
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