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O arcadismo é uma
escola literária surgida
na Europa no século XVIII, também
denominada
de setecentismo ou neoclassicismo
. O nome "arcadismo" é uma
referência à Arcádia, região
campestre
do Peloponeso, na Grécia
antiga, tida como ideal de
inspiração poética.
A principal característica desta
escola é a exaltação da natureza e
de tudo o que lhe diz respeito. Por
essa razão muitos poetas do
arcadismo
adotaram pseudônimos de
pastores gregos ou latinos.
Caracteriza-se ainda pelo recurso
a esquemas rítmicos mais
graciosos.
O século XVIII, também referido como “Século das Luzes”, representa
uma fase de importantes transformações no campo da cultura
europeia. Na Inglaterra e na França forma-se uma burguesia que passa
a dominar economicamente o Estado, através de um intenso comércio
ultramarino e da multiplicação de estabelecimentos
bancários, assenhoreando-se mesmo de uma parte da atividade
agrícola. Paralelamente, a antiga Nobreza arruína-se, e o Clero, com as
suas intermináveis polêmicas, traz o descrédito às questões
teológicas. Em toda a Europa a influência do
pensamento Iluminista burguês se alastra.
Esse período de renovação cultural que se caracteriza, em linhas
gerais, pela valorização da Ciência e do espírito racionalista. O método
experimental desenvolve-se; a análise crítica dos valores sociais e
religiosos aguça-se, provocando polêmicas; há uma grande confiança
na capacidade do homem em promover o progresso social (crença em
que o bem-estar coletivo só pode advir da razão), e a tendência de
libertar o universo cultural da influência da religião acentua-se cada
vez mais.
Contexto histórico-social
Características do Arcadismo
O arcadismo constitui-se numa forma de literatura mais simples, opondo-se
aos exageros e rebuscamentos do Barroco, expresso pela expressão latina
"inutilia truncat" ("cortar o inútil"). Os temas também são simples e
comuns aos seres humanos, como o amor, a morte, o casamento, a solidão.
As situações mais freqüentes apresentam um pastor abandonado pela
amada, triste e queixoso. É a "aurea mediocritas" ("mediocridade
áurea"), que simboliza a valorização das coisas cotidianas, focalizadas
pela razão.
Os autores retornam aos modelos clássicos da Antiguidade greco-latina e
aos renascentistas, razão pela qual o movimento é também conhecido
como neoclássico. Os seus autores acreditavam que a Arte era uma cópia
da natureza, refletida através da tradição clássica. Por isso a presença
da mitologia pagã, além do recurso a frases latinas.
Inspirados na frase do escritor latino Horácio "fugere urbem" ("fugir da
cidade"), e imbuídos da teoria do "bom selvagem" de Jean-Jacques
Rousseau, os autores árcades voltam-se para a natureza em busca de uma
vida simples, bucólica, pastoril, do "locus amoenus", do refúgio ameno em
oposição aos centros urbanos dominados pelo Antigo Regime, pelo
absolutismo monárquico.
Cumpre salientar que essa busca
configurava apenas um estado
de espírito, uma posição política
e ideológica, uma vez que esses
autores viviam nos centros
urbanos e, burgueses que
eram, ali mantinham os seus
interesses econômicos. Por isso
justifica falar-se em "fingimento
poético" no arcadismo fato que
transparece no uso dos
pseudônimos pastoris.
Além disso, diante da efemeridade da
vida, defendem o "carpe diem", pelo
qual o pastor, ciente da brevidade do
tempo, convida a sua pastora a gozar
o momento presente.
Quanto à forma, usavam muitas vezes
sonetos com versos
decassílabos, rima optativa e a
tradição da poesia épica.
O arcadismo em Portugal
Em Portugal, o arcadismo iniciou-se
oficialmente em 1756,com a fundação da
“Arcádia Lusitana”, entidade em que se
reuniam intelectuais e artistas para
discutirem Arte.
A “Arcádia Lusitana” tinha por lema a
frase latina "Inutilia truncat" ("acabe-se
com as inutilidades"), que vai caracterizar
todo o movimento no país. Visavam com
isto erradicar os exageros, o
rebuscamento, e a extravagância
preconizados pelo Barroco, retornando a
uma literatura simples.
Manuel Maria Barbosa du
Bocage
António Dinis da Cruz e
Silva
Correia GarçãoMarquesa de Alorna
O arcadismo no Brasil
No Brasil, vive-se o momento histórico da decadência do ciclo da
mineração e da transferência do centro político do Nordeste
(Salvador, na Bahia) para o Rio de Janeiro.
Aqui o marco inaugural do arcadismo deu-se em 1768 com a fundação
da “Arcádia Ultramarina”, em Vila Rica, e a publicação de “Obras
Poéticas”, de Cláudio Manuel da Costa. Embora não chegue a constituir
um grupo nos moldes das arcádias europeias, constituem a primeira
geração literária brasileira.
Entre as características do movimento no Brasil, destacam-se a
introdução de paisagens tropicais, como em Caramuru, valorização da
história colonial, o início do nacionalismo e da luta pela independência e
a colocação da colônia como centro das atenções.
Cláudio Manuel da Costa Freire Santa Rita Durão
Basílio da Gama
O Arcadismo foi um movimento
literário que ocorreu em diversos
países da Europa. Porém, o
modelo Neoclassicista de
Arcadismo que o Brasil possuiu foi
importado de Portugal. O
Arcadismo aqui começa em
1768, com a publicação de Obras
Poéticas, de Cláudio Manuel da
Costa. O movimento dura
até1836, quando do início do
Romantismo.
As principais características
árcades são a presença e a
descrição da natureza, o amor
não-idealizado pela mulher, a vida
campestre e bucólica, uso de
pseudônimos... Os poemas
possuem métrica, já que
obedecem ao modelo Clássico.

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Arcadismo

  • 1.
  • 2. O arcadismo é uma escola literária surgida na Europa no século XVIII, também denominada de setecentismo ou neoclassicismo . O nome "arcadismo" é uma referência à Arcádia, região campestre do Peloponeso, na Grécia antiga, tida como ideal de inspiração poética. A principal característica desta escola é a exaltação da natureza e de tudo o que lhe diz respeito. Por essa razão muitos poetas do arcadismo adotaram pseudônimos de pastores gregos ou latinos. Caracteriza-se ainda pelo recurso a esquemas rítmicos mais graciosos.
  • 3. O século XVIII, também referido como “Século das Luzes”, representa uma fase de importantes transformações no campo da cultura europeia. Na Inglaterra e na França forma-se uma burguesia que passa a dominar economicamente o Estado, através de um intenso comércio ultramarino e da multiplicação de estabelecimentos bancários, assenhoreando-se mesmo de uma parte da atividade agrícola. Paralelamente, a antiga Nobreza arruína-se, e o Clero, com as suas intermináveis polêmicas, traz o descrédito às questões teológicas. Em toda a Europa a influência do pensamento Iluminista burguês se alastra. Esse período de renovação cultural que se caracteriza, em linhas gerais, pela valorização da Ciência e do espírito racionalista. O método experimental desenvolve-se; a análise crítica dos valores sociais e religiosos aguça-se, provocando polêmicas; há uma grande confiança na capacidade do homem em promover o progresso social (crença em que o bem-estar coletivo só pode advir da razão), e a tendência de libertar o universo cultural da influência da religião acentua-se cada vez mais. Contexto histórico-social
  • 4. Características do Arcadismo O arcadismo constitui-se numa forma de literatura mais simples, opondo-se aos exageros e rebuscamentos do Barroco, expresso pela expressão latina "inutilia truncat" ("cortar o inútil"). Os temas também são simples e comuns aos seres humanos, como o amor, a morte, o casamento, a solidão. As situações mais freqüentes apresentam um pastor abandonado pela amada, triste e queixoso. É a "aurea mediocritas" ("mediocridade áurea"), que simboliza a valorização das coisas cotidianas, focalizadas pela razão. Os autores retornam aos modelos clássicos da Antiguidade greco-latina e aos renascentistas, razão pela qual o movimento é também conhecido como neoclássico. Os seus autores acreditavam que a Arte era uma cópia da natureza, refletida através da tradição clássica. Por isso a presença da mitologia pagã, além do recurso a frases latinas. Inspirados na frase do escritor latino Horácio "fugere urbem" ("fugir da cidade"), e imbuídos da teoria do "bom selvagem" de Jean-Jacques Rousseau, os autores árcades voltam-se para a natureza em busca de uma vida simples, bucólica, pastoril, do "locus amoenus", do refúgio ameno em oposição aos centros urbanos dominados pelo Antigo Regime, pelo absolutismo monárquico.
  • 5. Cumpre salientar que essa busca configurava apenas um estado de espírito, uma posição política e ideológica, uma vez que esses autores viviam nos centros urbanos e, burgueses que eram, ali mantinham os seus interesses econômicos. Por isso justifica falar-se em "fingimento poético" no arcadismo fato que transparece no uso dos pseudônimos pastoris. Além disso, diante da efemeridade da vida, defendem o "carpe diem", pelo qual o pastor, ciente da brevidade do tempo, convida a sua pastora a gozar o momento presente. Quanto à forma, usavam muitas vezes sonetos com versos decassílabos, rima optativa e a tradição da poesia épica.
  • 6. O arcadismo em Portugal Em Portugal, o arcadismo iniciou-se oficialmente em 1756,com a fundação da “Arcádia Lusitana”, entidade em que se reuniam intelectuais e artistas para discutirem Arte. A “Arcádia Lusitana” tinha por lema a frase latina "Inutilia truncat" ("acabe-se com as inutilidades"), que vai caracterizar todo o movimento no país. Visavam com isto erradicar os exageros, o rebuscamento, e a extravagância preconizados pelo Barroco, retornando a uma literatura simples.
  • 7. Manuel Maria Barbosa du Bocage António Dinis da Cruz e Silva Correia GarçãoMarquesa de Alorna
  • 8. O arcadismo no Brasil No Brasil, vive-se o momento histórico da decadência do ciclo da mineração e da transferência do centro político do Nordeste (Salvador, na Bahia) para o Rio de Janeiro. Aqui o marco inaugural do arcadismo deu-se em 1768 com a fundação da “Arcádia Ultramarina”, em Vila Rica, e a publicação de “Obras Poéticas”, de Cláudio Manuel da Costa. Embora não chegue a constituir um grupo nos moldes das arcádias europeias, constituem a primeira geração literária brasileira. Entre as características do movimento no Brasil, destacam-se a introdução de paisagens tropicais, como em Caramuru, valorização da história colonial, o início do nacionalismo e da luta pela independência e a colocação da colônia como centro das atenções.
  • 9. Cláudio Manuel da Costa Freire Santa Rita Durão Basílio da Gama
  • 10. O Arcadismo foi um movimento literário que ocorreu em diversos países da Europa. Porém, o modelo Neoclassicista de Arcadismo que o Brasil possuiu foi importado de Portugal. O Arcadismo aqui começa em 1768, com a publicação de Obras Poéticas, de Cláudio Manuel da Costa. O movimento dura até1836, quando do início do Romantismo. As principais características árcades são a presença e a descrição da natureza, o amor não-idealizado pela mulher, a vida campestre e bucólica, uso de pseudônimos... Os poemas possuem métrica, já que obedecem ao modelo Clássico.