SlideShare uma empresa Scribd logo
Do outro lado, o pondo de vista
realista estava baseado na ideia
de poder. O ideal utópico, que
ignorava a política de balanço
do poder entre Estados, não
corresponderia a uma percepção
correta da realidade
internacional. A partir de uma
visão pessimista da natureza
humana, o realismo analisa a
política como confronto de interesses em função do poder. O
conceito-chave é o de Estado-nação, que representa o
elemento básico das relações internacionais e, na luta pelo
poder, a moralidade deve estar subordinada aos interesses
políticos.
Os céticos olham com desconfiança para a globalização enfatizando o
predomínio do Estado nacional e do poder: “frequentemente associado a essa
postura cética está um sólido apego a uma ontologia essencialmente marxista
ou realista”. (Held e McGrew, 2002, p. 16). A ordem internacional - sob a
égide cética -, ao estar associada à atuação das nações econômica e
militarmente mais poderosa, dependeria das políticas e preferências das
grandes potências.
Os globalistas, por sua vez, salientam que, no novo cenário internacional, o
conceito de soberania, autonomia e legitimidade do Estado está perdendo
força. O Estado-nação está declinando em áreas do multilateralismo entre
países: “três aspectos tendem a ser identificados na literatura globalista: a
transformação dos padrões dominantes da organização socioeconômica, a do
principio territorial e a do poder. Ao fazer desaparecer as limitações do espaço
e do tempo nos padrões de interação social, a globalização cria a possibilidade
de novas formas de organização social transnacional” (Held e McGrew, 2002,
p. 21).
O debate deverá continuar nas
próximas décadas. A realidade
mundial, entretanto, seguirá o
seu curso, obrigando a repensar
os conceitos teóricos e a
reformular as teorias das
relações internacionais, como de
fato está ocorrendo desde o
tristemente famoso 11 de
setembro de 2001.
O cenário atual, independentemente do que venha a ocorrer em um futuro mais ou
menos próximo, é de um mundo construído com base em Estados-nações. Tal como
comentava Fernando Henrique Cardoso, por ocasião da sua visita à Rússia em
janeiro de 2002, “a economia está globalizada, mas a política não” (O Estado de
S.Paulo, 16/1/2002, p.A3).
A mesma opinião manifestou George Kennan, experiente diplomata americano ao ser
indagado pela revista Veja (10/12/97) sobre o que significava globalização: “Para mim
nada. No sentido comercial e financeiro hoje há comunicações mais eficientes entre
países do que em outros tempos. No campo político, ainda estamos longe disso. Graças
a Deus! É uma boa política temer qualquer tipo de arranjo que se pretenda global. Sou
a favor dos arranjos regionais, porque são os que realmente funcionam. Portanto, não
vejo nada de novo que justifique o uso e abuso de palavras pomposas para descrever a
presente situação internacional”.
Um último comentário de Joseph Nye, diretor da Kennedy School of Government, de
Harvard, escrevendo a respeito do poderio americano no novo século, confirma os
pontos de vista citados anteriormente: “A revolução na informação, a mudança
tecnológica e a globalização não deverão substituir o Estado-nação, porém deverão
contribuir para complicar os atores e questões no mundo político” (The Economist,
23/3/2002, p. 25).
Globalização Política

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

ONU - Organização das Nações Unidas
ONU - Organização das Nações UnidasONU - Organização das Nações Unidas
ONU - Organização das Nações Unidas
André Luiz Marques
 
A divisão norte sul
A divisão norte sulA divisão norte sul
A divisão norte sul
Professor
 
Migrações: Causas e Consequências
Migrações: Causas e ConsequênciasMigrações: Causas e Consequências
Migrações: Causas e Consequências
lidia76
 
Os Regimes Fascista e Nazi
Os Regimes Fascista e NaziOs Regimes Fascista e Nazi
Os Regimes Fascista e Nazi
Rui Neto
 
A desintegração da URSS
A desintegração da URSSA desintegração da URSS
A desintegração da URSS
Mateus Silva
 

Mais procurados (20)

Mundo comunista
Mundo comunistaMundo comunista
Mundo comunista
 
Trabalho feito globalizacao
Trabalho feito globalizacaoTrabalho feito globalizacao
Trabalho feito globalizacao
 
ONU - Organização das Nações Unidas
ONU - Organização das Nações UnidasONU - Organização das Nações Unidas
ONU - Organização das Nações Unidas
 
Globalização t2
Globalização t2Globalização t2
Globalização t2
 
Globalização
GlobalizaçãoGlobalização
Globalização
 
Crise 1929
Crise 1929Crise 1929
Crise 1929
 
12º o reforço da globalização
12º o reforço da globalização12º o reforço da globalização
12º o reforço da globalização
 
8 02 portugal do autoritarismo à democracia alunos
8 02 portugal do autoritarismo à democracia alunos8 02 portugal do autoritarismo à democracia alunos
8 02 portugal do autoritarismo à democracia alunos
 
O domínio de Triade
O domínio de TriadeO domínio de Triade
O domínio de Triade
 
A divisão norte sul
A divisão norte sulA divisão norte sul
A divisão norte sul
 
II Guerra Mundial
II Guerra MundialII Guerra Mundial
II Guerra Mundial
 
Guerra fria completa - YouTube Link: https://youtu.be/XhS9vFASWjU
Guerra fria completa - YouTube Link: https://youtu.be/XhS9vFASWjUGuerra fria completa - YouTube Link: https://youtu.be/XhS9vFASWjU
Guerra fria completa - YouTube Link: https://youtu.be/XhS9vFASWjU
 
Migrações: Causas e Consequências
Migrações: Causas e ConsequênciasMigrações: Causas e Consequências
Migrações: Causas e Consequências
 
8 01 nascimento e afirmação de um novo quadro geopolítico
8 01 nascimento e afirmação de um novo quadro geopolítico8 01 nascimento e afirmação de um novo quadro geopolítico
8 01 nascimento e afirmação de um novo quadro geopolítico
 
Os Regimes Fascista e Nazi
Os Regimes Fascista e NaziOs Regimes Fascista e Nazi
Os Regimes Fascista e Nazi
 
Globalização
GlobalizaçãoGlobalização
Globalização
 
IDH - Índice de Desenvolvimento Humano
IDH - Índice de Desenvolvimento HumanoIDH - Índice de Desenvolvimento Humano
IDH - Índice de Desenvolvimento Humano
 
Fim do modelo sovietico
Fim do modelo sovieticoFim do modelo sovietico
Fim do modelo sovietico
 
Mundialização e globalização
Mundialização e globalizaçãoMundialização e globalização
Mundialização e globalização
 
A desintegração da URSS
A desintegração da URSSA desintegração da URSS
A desintegração da URSS
 

Destaque

Sociologia - Globalização
Sociologia   - Globalização Sociologia   - Globalização
Sociologia - Globalização
Carmem Rocha
 
Vantagens e desvantagens da globalização
Vantagens e desvantagens da globalizaçãoVantagens e desvantagens da globalização
Vantagens e desvantagens da globalização
Zé Stinson
 
Globalização modulo4
Globalização modulo4Globalização modulo4
Globalização modulo4
PTAI
 
Cultura Global ou Globalização das Culturas
Cultura Global ou Globalização das CulturasCultura Global ou Globalização das Culturas
Cultura Global ou Globalização das Culturas
Jorge Barbosa
 
Globalização - Ricardo
Globalização - RicardoGlobalização - Ricardo
Globalização - Ricardo
TurmaD
 
Globalização sociologia
Globalização   sociologiaGlobalização   sociologia
Globalização sociologia
vozativaasd
 
Globalização historia
Globalização   historiaGlobalização   historia
Globalização historia
Rute Teles
 
Brasil, Globalização e a Nova Ordem Mundial
Brasil, Globalização e a Nova Ordem MundialBrasil, Globalização e a Nova Ordem Mundial
Brasil, Globalização e a Nova Ordem Mundial
Cristiane Freitas
 
O Papel das Organizações Internacionais
O Papel das Organizações InternacionaisO Papel das Organizações Internacionais
O Papel das Organizações Internacionais
Jorge Barbosa
 
Slide GlobalizaçãO
Slide GlobalizaçãOSlide GlobalizaçãO
Slide GlobalizaçãO
rsaloes
 

Destaque (20)

Globalização e política internacional
Globalização e política internacionalGlobalização e política internacional
Globalização e política internacional
 
Globalização
GlobalizaçãoGlobalização
Globalização
 
Globalização Aspetos Económicos, Financeiros, Culturais
Globalização Aspetos Económicos, Financeiros, CulturaisGlobalização Aspetos Económicos, Financeiros, Culturais
Globalização Aspetos Económicos, Financeiros, Culturais
 
GLOBALIZAÇÃO CULTURAL
GLOBALIZAÇÃO CULTURALGLOBALIZAÇÃO CULTURAL
GLOBALIZAÇÃO CULTURAL
 
Sociologia - Globalização
Sociologia   - Globalização Sociologia   - Globalização
Sociologia - Globalização
 
Vantagens e desvantagens da globalização
Vantagens e desvantagens da globalizaçãoVantagens e desvantagens da globalização
Vantagens e desvantagens da globalização
 
Globalização modulo4
Globalização modulo4Globalização modulo4
Globalização modulo4
 
Globalização
GlobalizaçãoGlobalização
Globalização
 
Cultura Global ou Globalização das Culturas
Cultura Global ou Globalização das CulturasCultura Global ou Globalização das Culturas
Cultura Global ou Globalização das Culturas
 
GLOBALIZAÇÃO
GLOBALIZAÇÃOGLOBALIZAÇÃO
GLOBALIZAÇÃO
 
Globalização - Ricardo
Globalização - RicardoGlobalização - Ricardo
Globalização - Ricardo
 
Globalização
GlobalizaçãoGlobalização
Globalização
 
Globalização sociologia
Globalização   sociologiaGlobalização   sociologia
Globalização sociologia
 
Globalização econômica
Globalização  econômicaGlobalização  econômica
Globalização econômica
 
Globalização historia
Globalização   historiaGlobalização   historia
Globalização historia
 
Brasil, Globalização e a Nova Ordem Mundial
Brasil, Globalização e a Nova Ordem MundialBrasil, Globalização e a Nova Ordem Mundial
Brasil, Globalização e a Nova Ordem Mundial
 
O Papel das Organizações Internacionais
O Papel das Organizações InternacionaisO Papel das Organizações Internacionais
O Papel das Organizações Internacionais
 
Organizações Internacionais
Organizações InternacionaisOrganizações Internacionais
Organizações Internacionais
 
Slide GlobalizaçãO
Slide GlobalizaçãOSlide GlobalizaçãO
Slide GlobalizaçãO
 
Globalização
GlobalizaçãoGlobalização
Globalização
 

Semelhante a Globalização Política

Crise Mundial e Interdependência nas Relações Internacionais, por Robson Coel...
Crise Mundial e Interdependência nas Relações Internacionais, por Robson Coel...Crise Mundial e Interdependência nas Relações Internacionais, por Robson Coel...
Crise Mundial e Interdependência nas Relações Internacionais, por Robson Coel...
Robson Valdez
 
O EXERCÍCIO DO PODER E DA LIDERANÇA INTERNACIONAL NO SÉCULO XXI
O EXERCÍCIO DO PODER E DA LIDERANÇA INTERNACIONAL NO SÉCULO XXI O EXERCÍCIO DO PODER E DA LIDERANÇA INTERNACIONAL NO SÉCULO XXI
O EXERCÍCIO DO PODER E DA LIDERANÇA INTERNACIONAL NO SÉCULO XXI
Johnny Kallay
 
Duas perspectivas de mundo: relações exteriores do Brasil entre1995 e 2006
Duas perspectivas de mundo: relações exteriores do Brasil entre1995 e 2006Duas perspectivas de mundo: relações exteriores do Brasil entre1995 e 2006
Duas perspectivas de mundo: relações exteriores do Brasil entre1995 e 2006
Nina Santos
 
Geopolítica e o poder(3)
Geopolítica e o poder(3)Geopolítica e o poder(3)
Geopolítica e o poder(3)
CIRINEU COSTA
 
10 hans morgenthau
10  hans morgenthau10  hans morgenthau
10 hans morgenthau
Rafael Pons
 

Semelhante a Globalização Política (13)

Crise Mundial e Interdependência nas Relações Internacionais, por Robson Coel...
Crise Mundial e Interdependência nas Relações Internacionais, por Robson Coel...Crise Mundial e Interdependência nas Relações Internacionais, por Robson Coel...
Crise Mundial e Interdependência nas Relações Internacionais, por Robson Coel...
 
1963 3442-1-pb
1963 3442-1-pb1963 3442-1-pb
1963 3442-1-pb
 
O EXERCÍCIO DO PODER E DA LIDERANÇA INTERNACIONAL NO SÉCULO XXI
O EXERCÍCIO DO PODER E DA LIDERANÇA INTERNACIONAL NO SÉCULO XXI O EXERCÍCIO DO PODER E DA LIDERANÇA INTERNACIONAL NO SÉCULO XXI
O EXERCÍCIO DO PODER E DA LIDERANÇA INTERNACIONAL NO SÉCULO XXI
 
Cadernos Opção Socialista - Edição 2
Cadernos Opção Socialista - Edição 2Cadernos Opção Socialista - Edição 2
Cadernos Opção Socialista - Edição 2
 
Duas perspectivas de mundo: relações exteriores do Brasil entre1995 e 2006
Duas perspectivas de mundo: relações exteriores do Brasil entre1995 e 2006Duas perspectivas de mundo: relações exteriores do Brasil entre1995 e 2006
Duas perspectivas de mundo: relações exteriores do Brasil entre1995 e 2006
 
Geopolítica e o poder(3)
Geopolítica e o poder(3)Geopolítica e o poder(3)
Geopolítica e o poder(3)
 
10 hans morgenthau
10  hans morgenthau10  hans morgenthau
10 hans morgenthau
 
Artigo Pucminas Gustavo Servilha
Artigo Pucminas Gustavo ServilhaArtigo Pucminas Gustavo Servilha
Artigo Pucminas Gustavo Servilha
 
Diplomacia e Rel. Internacionais, por Alex Terra e Wagner Muniz, UERJ.pptx
Diplomacia e Rel. Internacionais, por Alex Terra e Wagner Muniz, UERJ.pptxDiplomacia e Rel. Internacionais, por Alex Terra e Wagner Muniz, UERJ.pptx
Diplomacia e Rel. Internacionais, por Alex Terra e Wagner Muniz, UERJ.pptx
 
Realismo nas Relações Internacionais e sua cronologia
Realismo nas Relações Internacionais e sua cronologia Realismo nas Relações Internacionais e sua cronologia
Realismo nas Relações Internacionais e sua cronologia
 
Instituições e desenvolvimento econômico na abordagem do excedente
Instituições e desenvolvimento econômico na abordagem do excedenteInstituições e desenvolvimento econômico na abordagem do excedente
Instituições e desenvolvimento econômico na abordagem do excedente
 
Caos nas relações internacionais contemporâneas
Caos nas relações internacionais contemporâneasCaos nas relações internacionais contemporâneas
Caos nas relações internacionais contemporâneas
 
omp,+Gerenciar+editora,+Livro_Gepolítica___19_05_2021___versão_1 (1).pdf
omp,+Gerenciar+editora,+Livro_Gepolítica___19_05_2021___versão_1 (1).pdfomp,+Gerenciar+editora,+Livro_Gepolítica___19_05_2021___versão_1 (1).pdf
omp,+Gerenciar+editora,+Livro_Gepolítica___19_05_2021___versão_1 (1).pdf
 

Mais de Rodolfo Ferreira de Oliveira

Mais de Rodolfo Ferreira de Oliveira (20)

Preconceito Linguístico
Preconceito LinguísticoPreconceito Linguístico
Preconceito Linguístico
 
Um Tubarão Gigantesco do Cretáceo Inferior na Formação do Duck Creek do Texas.
Um Tubarão Gigantesco do Cretáceo Inferior na Formação do Duck Creek do Texas.Um Tubarão Gigantesco do Cretáceo Inferior na Formação do Duck Creek do Texas.
Um Tubarão Gigantesco do Cretáceo Inferior na Formação do Duck Creek do Texas.
 
O olhar imperial e a invenção da África
O olhar imperial e a invenção da ÁfricaO olhar imperial e a invenção da África
O olhar imperial e a invenção da África
 
Marie Curie
Marie CurieMarie Curie
Marie Curie
 
Estrelas
EstrelasEstrelas
Estrelas
 
Fungos
FungosFungos
Fungos
 
Café
CaféCafé
Café
 
Origem e evolução do ser humano
Origem e evolução do ser humanoOrigem e evolução do ser humano
Origem e evolução do ser humano
 
Cabo Verde
Cabo VerdeCabo Verde
Cabo Verde
 
Conhecimento Empírico
Conhecimento EmpíricoConhecimento Empírico
Conhecimento Empírico
 
Feitorias
FeitoriasFeitorias
Feitorias
 
O trabalho escravo no brasil
O trabalho escravo no brasilO trabalho escravo no brasil
O trabalho escravo no brasil
 
As Leis de Newton
As Leis de NewtonAs Leis de Newton
As Leis de Newton
 
A linguagem visual
A linguagem visualA linguagem visual
A linguagem visual
 
Gametogênese
GametogêneseGametogênese
Gametogênese
 
Células tronco embrionárias
Células tronco embrionáriasCélulas tronco embrionárias
Células tronco embrionárias
 
Raça e etnia
Raça e etniaRaça e etnia
Raça e etnia
 
Tecido Conjuntivo
Tecido ConjuntivoTecido Conjuntivo
Tecido Conjuntivo
 
Unidade
UnidadeUnidade
Unidade
 
Movimento uniforme
Movimento uniformeMovimento uniforme
Movimento uniforme
 

Último

Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdfHans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
rarakey779
 
OFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdf
OFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdfOFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdf
OFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdf
AndriaNascimento27
 
curso-de-direito-administrativo-celso-antonio-bandeira-de-mello_compress.pdf
curso-de-direito-administrativo-celso-antonio-bandeira-de-mello_compress.pdfcurso-de-direito-administrativo-celso-antonio-bandeira-de-mello_compress.pdf
curso-de-direito-administrativo-celso-antonio-bandeira-de-mello_compress.pdf
LeandroTelesRocha2
 
manual-de-introduc3a7c3a3o-ao-direito-25-10-2011.pdf
manual-de-introduc3a7c3a3o-ao-direito-25-10-2011.pdfmanual-de-introduc3a7c3a3o-ao-direito-25-10-2011.pdf
manual-de-introduc3a7c3a3o-ao-direito-25-10-2011.pdf
rarakey779
 

Último (20)

Os Padres de Assaré - CE. Prof. Francisco Leite
Os Padres de Assaré - CE. Prof. Francisco LeiteOs Padres de Assaré - CE. Prof. Francisco Leite
Os Padres de Assaré - CE. Prof. Francisco Leite
 
A NEUROPEDAGOGIA NO PROCESSO DE ENCINAGEM.pdf
A NEUROPEDAGOGIA NO PROCESSO DE ENCINAGEM.pdfA NEUROPEDAGOGIA NO PROCESSO DE ENCINAGEM.pdf
A NEUROPEDAGOGIA NO PROCESSO DE ENCINAGEM.pdf
 
Atividade com a música Xote da Alegria - Falamansa
Atividade com a música Xote  da  Alegria    -   FalamansaAtividade com a música Xote  da  Alegria    -   Falamansa
Atividade com a música Xote da Alegria - Falamansa
 
Caderno de Estudo Orientado para Ensino Médio
Caderno de Estudo Orientado para Ensino MédioCaderno de Estudo Orientado para Ensino Médio
Caderno de Estudo Orientado para Ensino Médio
 
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdfHans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
 
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdfHans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
 
Slide Novo UNID 1 2023.pptx de crescimento e desenvolvimento humano
Slide Novo UNID 1 2023.pptx de crescimento e desenvolvimento humanoSlide Novo UNID 1 2023.pptx de crescimento e desenvolvimento humano
Slide Novo UNID 1 2023.pptx de crescimento e desenvolvimento humano
 
Desastres ambientais e vulnerabilidadess
Desastres ambientais e vulnerabilidadessDesastres ambientais e vulnerabilidadess
Desastres ambientais e vulnerabilidadess
 
OFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdf
OFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdfOFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdf
OFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdf
 
curso-de-direito-administrativo-celso-antonio-bandeira-de-mello_compress.pdf
curso-de-direito-administrativo-celso-antonio-bandeira-de-mello_compress.pdfcurso-de-direito-administrativo-celso-antonio-bandeira-de-mello_compress.pdf
curso-de-direito-administrativo-celso-antonio-bandeira-de-mello_compress.pdf
 
Recurso da Casa das Ciências: Bateria/Acumulador
Recurso da Casa das Ciências: Bateria/AcumuladorRecurso da Casa das Ciências: Bateria/Acumulador
Recurso da Casa das Ciências: Bateria/Acumulador
 
manual-de-introduc3a7c3a3o-ao-direito-25-10-2011.pdf
manual-de-introduc3a7c3a3o-ao-direito-25-10-2011.pdfmanual-de-introduc3a7c3a3o-ao-direito-25-10-2011.pdf
manual-de-introduc3a7c3a3o-ao-direito-25-10-2011.pdf
 
Junho Violeta - Sugestão de Ações na Igreja
Junho Violeta - Sugestão de Ações na IgrejaJunho Violeta - Sugestão de Ações na Igreja
Junho Violeta - Sugestão de Ações na Igreja
 
Slides Lição 9, CPAD, Resistindo à Tentação no Caminho, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, CPAD, Resistindo à Tentação no Caminho, 2Tr24.pptxSlides Lição 9, CPAD, Resistindo à Tentação no Caminho, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, CPAD, Resistindo à Tentação no Caminho, 2Tr24.pptx
 
Manual de Direito Comercial - Fabio Ulhoa Coelho.pdf
Manual de Direito Comercial - Fabio Ulhoa Coelho.pdfManual de Direito Comercial - Fabio Ulhoa Coelho.pdf
Manual de Direito Comercial - Fabio Ulhoa Coelho.pdf
 
Atividade português 7 ano página 38 a 40
Atividade português 7 ano página 38 a 40Atividade português 7 ano página 38 a 40
Atividade português 7 ano página 38 a 40
 
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental ISequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
 
PowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básico
PowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básicoPowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básico
PowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básico
 
Atividades-Sobre-o-Conto-Venha-Ver-o-Por-Do-Sol.docx
Atividades-Sobre-o-Conto-Venha-Ver-o-Por-Do-Sol.docxAtividades-Sobre-o-Conto-Venha-Ver-o-Por-Do-Sol.docx
Atividades-Sobre-o-Conto-Venha-Ver-o-Por-Do-Sol.docx
 
História do Brasil e Geral - Cláudio Vicentino
História do Brasil e Geral - Cláudio VicentinoHistória do Brasil e Geral - Cláudio Vicentino
História do Brasil e Geral - Cláudio Vicentino
 

Globalização Política

  • 1.
  • 2.
  • 3.
  • 4.
  • 5. Do outro lado, o pondo de vista realista estava baseado na ideia de poder. O ideal utópico, que ignorava a política de balanço do poder entre Estados, não corresponderia a uma percepção correta da realidade internacional. A partir de uma visão pessimista da natureza humana, o realismo analisa a política como confronto de interesses em função do poder. O conceito-chave é o de Estado-nação, que representa o elemento básico das relações internacionais e, na luta pelo poder, a moralidade deve estar subordinada aos interesses políticos.
  • 6.
  • 7. Os céticos olham com desconfiança para a globalização enfatizando o predomínio do Estado nacional e do poder: “frequentemente associado a essa postura cética está um sólido apego a uma ontologia essencialmente marxista ou realista”. (Held e McGrew, 2002, p. 16). A ordem internacional - sob a égide cética -, ao estar associada à atuação das nações econômica e militarmente mais poderosa, dependeria das políticas e preferências das grandes potências. Os globalistas, por sua vez, salientam que, no novo cenário internacional, o conceito de soberania, autonomia e legitimidade do Estado está perdendo força. O Estado-nação está declinando em áreas do multilateralismo entre países: “três aspectos tendem a ser identificados na literatura globalista: a transformação dos padrões dominantes da organização socioeconômica, a do principio territorial e a do poder. Ao fazer desaparecer as limitações do espaço e do tempo nos padrões de interação social, a globalização cria a possibilidade de novas formas de organização social transnacional” (Held e McGrew, 2002, p. 21).
  • 8. O debate deverá continuar nas próximas décadas. A realidade mundial, entretanto, seguirá o seu curso, obrigando a repensar os conceitos teóricos e a reformular as teorias das relações internacionais, como de fato está ocorrendo desde o tristemente famoso 11 de setembro de 2001. O cenário atual, independentemente do que venha a ocorrer em um futuro mais ou menos próximo, é de um mundo construído com base em Estados-nações. Tal como comentava Fernando Henrique Cardoso, por ocasião da sua visita à Rússia em janeiro de 2002, “a economia está globalizada, mas a política não” (O Estado de S.Paulo, 16/1/2002, p.A3).
  • 9. A mesma opinião manifestou George Kennan, experiente diplomata americano ao ser indagado pela revista Veja (10/12/97) sobre o que significava globalização: “Para mim nada. No sentido comercial e financeiro hoje há comunicações mais eficientes entre países do que em outros tempos. No campo político, ainda estamos longe disso. Graças a Deus! É uma boa política temer qualquer tipo de arranjo que se pretenda global. Sou a favor dos arranjos regionais, porque são os que realmente funcionam. Portanto, não vejo nada de novo que justifique o uso e abuso de palavras pomposas para descrever a presente situação internacional”. Um último comentário de Joseph Nye, diretor da Kennedy School of Government, de Harvard, escrevendo a respeito do poderio americano no novo século, confirma os pontos de vista citados anteriormente: “A revolução na informação, a mudança tecnológica e a globalização não deverão substituir o Estado-nação, porém deverão contribuir para complicar os atores e questões no mundo político” (The Economist, 23/3/2002, p. 25).