(1) O documento discute orientações didáticas para a formação continuada de professores de ciências, enfatizando a importância de levar em conta as concepções prévias dos docentes. (2) Ele também descreve como o conhecimento científico compartilhado envolve quatro dimensões: teórico e conceitual, experiência prática, reflexão e transformação. (3) Por fim, propõe a criação de Salas Ambiente de Ciências para redirecionar as aulas de ciências.
2. Orientações Didáticas para a Formação Continuada de Professores de Ciências . Por: Albano T. Novaes Filho.
3. “ Há um princípio que serve de barreira contra toda e qualquer informação, de prova contra qualquer argumento e que jamais pode falhar, a fim de manter o homem em permanente estado de ignorância: esse princípio condena antes de pesquisar.”
4. Atualmente, percebe-se uma tendência para renovações curriculares voltadas para o ensino de Ciências. As propostas recentes, apóiam-se, geralmente, no contemporanismo da Didática das Ciências.
5. A reorientação e a renovação curricular que se difunde, apresenta uma sólida fundamentação e responde ao consenso crescente em torno das propostas de mudanças na prática de Ciências.
6. A averiguação educacional evidencia a existência de diferenças marcantes entre o que os planejadores de currículos anseiam e a prática real dos professores.
7. Não é suficiente apenas planejar cuidadosa e fundamentadamente um currículo, se o professorado não recebe a preparação adequada para pôr em prática.
8. E, também não se trata simplesmente de proporcionar aos professores (as) instruções e informações detalhadas por meio de manuais ou de cursinhos.
9. Compreende-se, que um modelo de ensino é algo mais que um conjunto de elementos dispersos e intercambiáveis, pois deve existir uma certa coerência, principalmente, no que se diz respeito as “preconcepções docentes”, que podem na atividade do professor, ser tão ou mais indispensáveis que as concepções prévias dos estudantes na aprendizagem de Ciências.
10. Assim, do mesmo modo que uma orientação correta da aprendizagem de Ciências exige uma conexão com as concepções prévias dos alunos e estabelece essa aprendizagem como um mudança, do ponto de vista conceitual, epistemológico e de atitudes, percebe-se que a formação dos professores exige levar em conta as concepções prévias dos docentes.
11. A formação do professor pode ser pensada, assim, como a dos estudantes, como uma construção de conhecimentos a partir, necessariamente, dos conhecimentos prévios que possuam.
12. O conhecimento científico compartilhado corresponde a um sistema de idéias com distintos níveis de concretude e de articulação, possuindo dimensões dinâmicas de caráter processual.
13. O processo de formação do conhecimento científico (ensino de Ciências) compartilhado implica a reorganização contínua dos:
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15. Cada passo de um momento a outro não se baseia somente em acúmulo de conhecimentos, mas na reorganização dos conhecimentos pré-existentes, de maneira a reconstruir a sua configuração original.
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18. (2) A experiência prática caracteriza-se pelas formas de intervenção do professor, durante a ação pedagógica, bem como pela explicitação de suas idéias sobre o que propôs como situação didática, deixando revelar as idéias sobre quais pressupostos teóricos embasam sua prática.
19. (3) A reflexão é caracterizada pelo pensar sobre as situações de ensino propostas, interpretando as respostas de seus alunos, como aconteceu a aprendizagem, revendo as experiências passadas e presentes, apontando para as possíveis transformações necessárias para o avanço do fazer pedagógico no ensino de Ciências.
20. (4) e a transformação que se caracteriza pelo processo de apropriação.
21. Desta forma, a educação necessita ser entendida como um processo, em que a intervenção mediadora ou a aprendizagem mediada, através dos instrumentos e signos, é essencial para a construção de conhecimento de forma compartilhada, uma vez que sua dinâmica compreende a mobilização de aprendentes/ensinantes, simultaneamente, a fim de que se apropriem ativamente dessas novidades.