1) O documento discute as contribuições da Análise do Comportamento para a educação.
2) Ele divide essas contribuições em três categorias: filosofia behaviorista radical, aplicação de princípios comportamentais no contexto educacional e propostas sistematizadas de ensino baseadas no comportamento.
3) O autor argumenta que um diálogo entre a Análise do Comportamento e outras perspectivas pode ajudar a melhorar as práticas educacionais.
O documento discute os princípios e aplicações da análise do comportamento na educação. Aprendizagem ocorre por meio de processos comportamentais como condicionamento operante e modelagem. Cabe ao professor estabelecer contingências de reforço para facilitar a aquisição de comportamentos educacionais. O analista do comportamento pode atuar em escolas promovendo intervenções baseadas em evidência.
1) O documento discute as tendências atuais da pesquisa educacional que valorizam o pensamento do professor.
2) Essas tendências consideram o professor como um profissional reflexivo que pensa criticamente sobre sua prática e constrói teorias pessoais.
3) O documento analisa como essas tendências influenciam as concepções de formação inicial e continuada de professores.
AS ESCOLHAS TEÓRICO-METODOLÓGICAS QUE ORIENTAM PROFESSORES/AS DE EDUCAÇÃO FÍS...gepef
1) O documento discute as escolhas teórico-metodológicas de professores de Educação Física no início de carreira e como elas são influenciadas pela formação inicial.
2) O estudo analisará como e por quais critérios esses professores fazem suas escolhas em relação aos conhecimentos adquiridos na graduação.
3) A pesquisa visa contribuir para a formação continuada de professores e possíveis melhorias na formação inicial em Educação Física.
Pesquisa + AçãO = Desenvolvimento ProfissionalEliane Oliveira
O documento discute a pesquisa-ação como uma abordagem para o desenvolvimento profissional de educadores. A pesquisa-ação envolve identificar um problema na prática, planejar e implementar uma intervenção, avaliar os resultados e refletir sobre como melhorar. O documento fornece exemplos de como a pesquisa-ação foi aplicada em um projeto com professores de inglês e destaca os benefícios dessa abordagem colaborativa.
A pesquisa ação permite aos professores investigarem problemas da realidade escolar e intervirem para resolvê-los, aproximando-se da sala de aula. Ela favorece a compreensão dos processos de ensino-aprendizagem e a autonomia dos professores para transformar o contexto educacional. A pesquisa ação contribui para a formação continuada de educadores ao estimular a investigação de desafios como evasão, repetência e dificuldades de aprendizagem.
05 formando psicólogos escolares no brasil, dificuldades e perspectivasGLEYDSON ROCHA
O documento discute as dificuldades e perspectivas da formação de psicólogos escolares no Brasil. Apresenta os desafios de formar profissionais qualificados tanto em psicologia quanto em contextos educacionais. Também destaca a ausência de modelos adequados de atuação para psicólogos escolares brasileiros e a falta de padrões éticos difundidos na comunidade.
O documento discute a história e conceitos-chave da didática, incluindo: 1) A didática surgiu no século XVII como um campo de estudos autônomo; 2) Existem diferentes paradigmas em conflito na didática, como abordagens sociológicas, psicológicas e filosóficas; 3) Planejamento educacional envolve conhecimento da realidade, elaboração de planos, execução e avaliação.
AVALIAÇÃO DOCENTE NO BRASIL: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO Rosatrícia da Silva Mour...christianceapcursos
1. O documento discute a avaliação docente no Brasil, que é um tema complexo com muitos debates.
2. No Brasil, apesar de prevista legalmente, ainda não existem parâmetros nacionais específicos para conduzir a avaliação docente.
3. O objetivo do estudo é apresentar dados sobre a avaliação docente no cenário brasileiro e investigar se existem parâmetros nacionais para sua realização.
O documento discute os princípios e aplicações da análise do comportamento na educação. Aprendizagem ocorre por meio de processos comportamentais como condicionamento operante e modelagem. Cabe ao professor estabelecer contingências de reforço para facilitar a aquisição de comportamentos educacionais. O analista do comportamento pode atuar em escolas promovendo intervenções baseadas em evidência.
1) O documento discute as tendências atuais da pesquisa educacional que valorizam o pensamento do professor.
2) Essas tendências consideram o professor como um profissional reflexivo que pensa criticamente sobre sua prática e constrói teorias pessoais.
3) O documento analisa como essas tendências influenciam as concepções de formação inicial e continuada de professores.
AS ESCOLHAS TEÓRICO-METODOLÓGICAS QUE ORIENTAM PROFESSORES/AS DE EDUCAÇÃO FÍS...gepef
1) O documento discute as escolhas teórico-metodológicas de professores de Educação Física no início de carreira e como elas são influenciadas pela formação inicial.
2) O estudo analisará como e por quais critérios esses professores fazem suas escolhas em relação aos conhecimentos adquiridos na graduação.
3) A pesquisa visa contribuir para a formação continuada de professores e possíveis melhorias na formação inicial em Educação Física.
Pesquisa + AçãO = Desenvolvimento ProfissionalEliane Oliveira
O documento discute a pesquisa-ação como uma abordagem para o desenvolvimento profissional de educadores. A pesquisa-ação envolve identificar um problema na prática, planejar e implementar uma intervenção, avaliar os resultados e refletir sobre como melhorar. O documento fornece exemplos de como a pesquisa-ação foi aplicada em um projeto com professores de inglês e destaca os benefícios dessa abordagem colaborativa.
A pesquisa ação permite aos professores investigarem problemas da realidade escolar e intervirem para resolvê-los, aproximando-se da sala de aula. Ela favorece a compreensão dos processos de ensino-aprendizagem e a autonomia dos professores para transformar o contexto educacional. A pesquisa ação contribui para a formação continuada de educadores ao estimular a investigação de desafios como evasão, repetência e dificuldades de aprendizagem.
05 formando psicólogos escolares no brasil, dificuldades e perspectivasGLEYDSON ROCHA
O documento discute as dificuldades e perspectivas da formação de psicólogos escolares no Brasil. Apresenta os desafios de formar profissionais qualificados tanto em psicologia quanto em contextos educacionais. Também destaca a ausência de modelos adequados de atuação para psicólogos escolares brasileiros e a falta de padrões éticos difundidos na comunidade.
O documento discute a história e conceitos-chave da didática, incluindo: 1) A didática surgiu no século XVII como um campo de estudos autônomo; 2) Existem diferentes paradigmas em conflito na didática, como abordagens sociológicas, psicológicas e filosóficas; 3) Planejamento educacional envolve conhecimento da realidade, elaboração de planos, execução e avaliação.
AVALIAÇÃO DOCENTE NO BRASIL: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO Rosatrícia da Silva Mour...christianceapcursos
1. O documento discute a avaliação docente no Brasil, que é um tema complexo com muitos debates.
2. No Brasil, apesar de prevista legalmente, ainda não existem parâmetros nacionais específicos para conduzir a avaliação docente.
3. O objetivo do estudo é apresentar dados sobre a avaliação docente no cenário brasileiro e investigar se existem parâmetros nacionais para sua realização.
1) O documento analisa diferentes abordagens do processo de ensino e aprendizagem, comparando-as nos aspectos da escola, aluno, professor e processo de ensino e aprendizagem.
2) As abordagens analisadas são: tradicional, comportamentalista, humanista, cognitivista e sociocultural.
3) A abordagem tradicional enfatiza a transmissão de conhecimentos do professor para o aluno, vendo o aluno como depositário do conhecimento.
O documento descreve a organização e gestão das escolas brasileiras. Apresenta as principais concepções de organização escolar, a estrutura organizacional típica de uma escola e os elementos constitutivos do processo organizacional, como o conselho escolar, a direção e os setores técnico-administrativo e pedagógico.
Analise do artigo: “Para uma visão transformadora da supervisão pedagógica”Alan Ciriaco
O documento analisa um artigo sobre uma visão transformadora da supervisão pedagógica. Ele discute os objetivos, metodologia e resultados de um projeto de supervisão na Universidade do Minho em Portugal, que buscava promover a autonomia dos professores estagiários. Também analisa os desafios de implementar tal abordagem no contexto educacional brasileiro devido às limitações do papel do supervisor de ensino.
Para uma visão transformadora da supervisão pedagógicaprofarosangela
O artigo discute uma proposta de supervisão pedagógica transformadora que promova a emancipação e reflexão dos professores e alunos. Ele apresenta os resultados de um projeto de supervisão no qual professores estagiários desenvolveram autonomia e atitude investigativa por meio da investigação-ação. No entanto, o projeto também revelou desafios como a dificuldade de conciliar teoria e prática e a necessidade de questionar as teorias produzidas sobre supervisão.
O documento discute a teoria e desenvolvimento curricular em três níveis: macro (administração central), meso (escola) e micro (sala de aula). Explica que o currículo é decidido no contexto escolar levando em conta as necessidades locais. Também descreve os componentes-chave do projeto educativo da escola, incluindo o projeto didático realizado no nível da turma.
O documento discute três tipos de conteúdos pedagógicos: conceituais, procedimentais e atitudinais. Conteúdos conceituais envolvem fatos e princípios que demandam compreensão e reflexão. Conteúdos procedimentais são ações e habilidades como ler e escrever. Conteúdos atitudinais incluem valores, atitudes e normas de comportamento. O documento também descreve como esses diferentes tipos de conteúdos devem ser ensinados para promover aprendizagem significativa.
Conteúdos Conceituais na Educação InfantilAna Pierangeli
O documento discute três categorias de conteúdos importantes na educação infantil: conteúdos conceituais, que dizem respeito ao desenvolvimento de conceitos; conteúdos procedimentais, relacionados ao saber fazer; e conteúdos atitudinais, associados a valores, atitudes e normas. A aprendizagem de cada categoria é explicada, com foco no processo de construção ativa do conhecimento por parte das crianças.
O documento discute os problemas com o foco excessivo em testes e avaliações formais na educação. Argumenta que as provas são usadas mais para ameaçar os alunos do que motivar a aprendizagem, e que o sistema educacional se concentra nos resultados dos testes em vez do processo de aprendizagem. Defende uma abordagem de avaliação mais focada no diagnóstico para melhorar o aprendizado do que classificar os alunos.
1. A Pedagogia Histórico-Crítica é uma abordagem educacional baseada no materialismo histórico-dialético e na teoria histórico-cultural de Vigotski.
2. Ela objetiva resgatar a importância da escola e do processo educativo, utilizando um método de ensino que estimula a atividade dos alunos e o diálogo entre eles.
3. O documento discute os fundamentos teóricos da Pedagogia Histórico-Crítica, incluindo sua filosofia, psic
O documento discute a pesquisa participativa e seus benefícios para a educação superior. A pesquisa participativa pode ajudar a identificar determinantes do desempenho educacional de estudantes e melhorar a qualidade da educação ao envolver a comunidade universitária.
1) A pesquisa visa promover o desenvolvimento profissional de professores e construir conhecimento sobre como articulam saberes da prática pedagógica.
2) A pesquisa-ação pressupõe a construção colaborativa de conhecimento entre pesquisador e docente sobre aspectos da prática docente.
3) Critérios como validade democrática, catalítica e dialógica são usados para julgar a qualidade da pesquisa-ação.
A atuação do psicólogo escolar multirreferencialidade, implicação e escuta ...Thiago Cardoso
Este documento discute a atuação do psicólogo escolar. Sugere que o psicólogo atue como agente de mudança na instituição escolar ao invés de focar nos problemas dos alunos. Defende uma abordagem multirreferencial e escuta clínica para compreender os fenômenos da escola.
Este documento discute modelos de organização curricular. Apresenta o modelo baseado em disciplinas, no qual as disciplinas estruturam os objetivos, conteúdos, estratégias e avaliação. Discutem-se vantagens como conveniência operacional, e limitações como fragmentação do conhecimento e afastamento de problemas reais. Outros modelos procuram aproximar o currículo de funções sociais e interesses dos alunos.
Metodologias ativas na promoção da formação crítica do estudanteFaculdade Multivix
O documento discute o uso de metodologias ativas como recurso didático para promover a formação crítica de estudantes universitários. Ele argumenta que as práticas docentes atuais precisam ser questionadas e que metodologias ativas como a problematização podem estimular os estudantes a examinarem e refletirem criticamente. Além disso, defende que os professores devem participar do processo de repensar a construção do conhecimento de forma interativa para que ocorra aprendizagem significativa.
O documento discute o conceito de currículo escolar. Em sentido amplo, currículo escolar inclui todas as experiências de aprendizagem na escola. Em sentido restrito, refere-se às matérias ministradas em cada nível de ensino. O currículo escolar inclui o plano de estudos e o programa de ensino.
Este documento apresenta a investigação-ação como um estilo de investigação educacional. Define investigação-ação como um processo contínuo de identificação de problemas, formulação de hipóteses de ação, experimentação e reflexão com o objetivo de melhorar a prática educacional. Discute definições de investigação-ação de acordo com diferentes autores e destaca sua importância para superar discrepâncias entre teoria e prática e melhorar a qualidade da educação.
O Papel do Analista do Comportamento em Equipes Multidisciplinares de Educaçã...Ana Arantes
Apresentação feita na 4ª Semana da Educação Especial da UFSCar, sobre a atuação do analista do comportamento em equipes multidisciplinares em Educação Especial.
O documento apresenta a nova psicóloga da Equipe Especializada de Apoio à Aprendizagem (EEAA). A psicóloga tem 23 anos de experiência na área educacional e irá atuar para apoiar o sucesso escolar, acesso, permanência e progressão dos estudantes de forma preventiva, interventiva e institucional.
(1) O documento discute orientações didáticas para a formação continuada de professores de ciências, enfatizando a importância de levar em conta as concepções prévias dos docentes. (2) Ele também descreve como o conhecimento científico compartilhado envolve quatro dimensões: teórico e conceitual, experiência prática, reflexão e transformação. (3) Por fim, propõe a criação de Salas Ambiente de Ciências para redirecionar as aulas de ciências.
Artigo: Pedagogia do movimento humano:
pesquisa do ensino e da preparação profissional.
Autores: Osvaldo Luiz FERRAZ*; Myrian NUNOMURA*; Elisabeth de MATTOS*; Luzimar Raimundo TEIXEIRA*.
* EEFEUSP
Fonte: Rev. paul. Educ. Fís., São Paulo, v.18, p.111-22, ago. 2004. N.esp
1) O documento discute as abordagens pedagógicas comumente usadas na formação de professores, como experiências de laboratório, estudos de caso, vídeo e portfólios.
2) A pesquisa sobre esses temas foca nos resultados cognitivos dos professores, mas raramente liga essas abordagens à prática em sala de aula.
3) Futuras pesquisas precisam adotar quadros teóricos mais abrangentes e ferramentas comuns para permitir uma compreensão mais sólida dos impactos das abord
Este documento resume um livro sobre prática educativa de Antoni Zabala. Ele discute vários tópicos como planejamento de aulas, tipos de conteúdo, interações na sala de aula e organização dos alunos. O documento argumenta que o livro fornece uma estrutura útil para analisar a prática educativa e como ela pode ser melhorada, especialmente na educação física.
1) O documento analisa diferentes abordagens do processo de ensino e aprendizagem, comparando-as nos aspectos da escola, aluno, professor e processo de ensino e aprendizagem.
2) As abordagens analisadas são: tradicional, comportamentalista, humanista, cognitivista e sociocultural.
3) A abordagem tradicional enfatiza a transmissão de conhecimentos do professor para o aluno, vendo o aluno como depositário do conhecimento.
O documento descreve a organização e gestão das escolas brasileiras. Apresenta as principais concepções de organização escolar, a estrutura organizacional típica de uma escola e os elementos constitutivos do processo organizacional, como o conselho escolar, a direção e os setores técnico-administrativo e pedagógico.
Analise do artigo: “Para uma visão transformadora da supervisão pedagógica”Alan Ciriaco
O documento analisa um artigo sobre uma visão transformadora da supervisão pedagógica. Ele discute os objetivos, metodologia e resultados de um projeto de supervisão na Universidade do Minho em Portugal, que buscava promover a autonomia dos professores estagiários. Também analisa os desafios de implementar tal abordagem no contexto educacional brasileiro devido às limitações do papel do supervisor de ensino.
Para uma visão transformadora da supervisão pedagógicaprofarosangela
O artigo discute uma proposta de supervisão pedagógica transformadora que promova a emancipação e reflexão dos professores e alunos. Ele apresenta os resultados de um projeto de supervisão no qual professores estagiários desenvolveram autonomia e atitude investigativa por meio da investigação-ação. No entanto, o projeto também revelou desafios como a dificuldade de conciliar teoria e prática e a necessidade de questionar as teorias produzidas sobre supervisão.
O documento discute a teoria e desenvolvimento curricular em três níveis: macro (administração central), meso (escola) e micro (sala de aula). Explica que o currículo é decidido no contexto escolar levando em conta as necessidades locais. Também descreve os componentes-chave do projeto educativo da escola, incluindo o projeto didático realizado no nível da turma.
O documento discute três tipos de conteúdos pedagógicos: conceituais, procedimentais e atitudinais. Conteúdos conceituais envolvem fatos e princípios que demandam compreensão e reflexão. Conteúdos procedimentais são ações e habilidades como ler e escrever. Conteúdos atitudinais incluem valores, atitudes e normas de comportamento. O documento também descreve como esses diferentes tipos de conteúdos devem ser ensinados para promover aprendizagem significativa.
Conteúdos Conceituais na Educação InfantilAna Pierangeli
O documento discute três categorias de conteúdos importantes na educação infantil: conteúdos conceituais, que dizem respeito ao desenvolvimento de conceitos; conteúdos procedimentais, relacionados ao saber fazer; e conteúdos atitudinais, associados a valores, atitudes e normas. A aprendizagem de cada categoria é explicada, com foco no processo de construção ativa do conhecimento por parte das crianças.
O documento discute os problemas com o foco excessivo em testes e avaliações formais na educação. Argumenta que as provas são usadas mais para ameaçar os alunos do que motivar a aprendizagem, e que o sistema educacional se concentra nos resultados dos testes em vez do processo de aprendizagem. Defende uma abordagem de avaliação mais focada no diagnóstico para melhorar o aprendizado do que classificar os alunos.
1. A Pedagogia Histórico-Crítica é uma abordagem educacional baseada no materialismo histórico-dialético e na teoria histórico-cultural de Vigotski.
2. Ela objetiva resgatar a importância da escola e do processo educativo, utilizando um método de ensino que estimula a atividade dos alunos e o diálogo entre eles.
3. O documento discute os fundamentos teóricos da Pedagogia Histórico-Crítica, incluindo sua filosofia, psic
O documento discute a pesquisa participativa e seus benefícios para a educação superior. A pesquisa participativa pode ajudar a identificar determinantes do desempenho educacional de estudantes e melhorar a qualidade da educação ao envolver a comunidade universitária.
1) A pesquisa visa promover o desenvolvimento profissional de professores e construir conhecimento sobre como articulam saberes da prática pedagógica.
2) A pesquisa-ação pressupõe a construção colaborativa de conhecimento entre pesquisador e docente sobre aspectos da prática docente.
3) Critérios como validade democrática, catalítica e dialógica são usados para julgar a qualidade da pesquisa-ação.
A atuação do psicólogo escolar multirreferencialidade, implicação e escuta ...Thiago Cardoso
Este documento discute a atuação do psicólogo escolar. Sugere que o psicólogo atue como agente de mudança na instituição escolar ao invés de focar nos problemas dos alunos. Defende uma abordagem multirreferencial e escuta clínica para compreender os fenômenos da escola.
Este documento discute modelos de organização curricular. Apresenta o modelo baseado em disciplinas, no qual as disciplinas estruturam os objetivos, conteúdos, estratégias e avaliação. Discutem-se vantagens como conveniência operacional, e limitações como fragmentação do conhecimento e afastamento de problemas reais. Outros modelos procuram aproximar o currículo de funções sociais e interesses dos alunos.
Metodologias ativas na promoção da formação crítica do estudanteFaculdade Multivix
O documento discute o uso de metodologias ativas como recurso didático para promover a formação crítica de estudantes universitários. Ele argumenta que as práticas docentes atuais precisam ser questionadas e que metodologias ativas como a problematização podem estimular os estudantes a examinarem e refletirem criticamente. Além disso, defende que os professores devem participar do processo de repensar a construção do conhecimento de forma interativa para que ocorra aprendizagem significativa.
O documento discute o conceito de currículo escolar. Em sentido amplo, currículo escolar inclui todas as experiências de aprendizagem na escola. Em sentido restrito, refere-se às matérias ministradas em cada nível de ensino. O currículo escolar inclui o plano de estudos e o programa de ensino.
Este documento apresenta a investigação-ação como um estilo de investigação educacional. Define investigação-ação como um processo contínuo de identificação de problemas, formulação de hipóteses de ação, experimentação e reflexão com o objetivo de melhorar a prática educacional. Discute definições de investigação-ação de acordo com diferentes autores e destaca sua importância para superar discrepâncias entre teoria e prática e melhorar a qualidade da educação.
O Papel do Analista do Comportamento em Equipes Multidisciplinares de Educaçã...Ana Arantes
Apresentação feita na 4ª Semana da Educação Especial da UFSCar, sobre a atuação do analista do comportamento em equipes multidisciplinares em Educação Especial.
O documento apresenta a nova psicóloga da Equipe Especializada de Apoio à Aprendizagem (EEAA). A psicóloga tem 23 anos de experiência na área educacional e irá atuar para apoiar o sucesso escolar, acesso, permanência e progressão dos estudantes de forma preventiva, interventiva e institucional.
(1) O documento discute orientações didáticas para a formação continuada de professores de ciências, enfatizando a importância de levar em conta as concepções prévias dos docentes. (2) Ele também descreve como o conhecimento científico compartilhado envolve quatro dimensões: teórico e conceitual, experiência prática, reflexão e transformação. (3) Por fim, propõe a criação de Salas Ambiente de Ciências para redirecionar as aulas de ciências.
Artigo: Pedagogia do movimento humano:
pesquisa do ensino e da preparação profissional.
Autores: Osvaldo Luiz FERRAZ*; Myrian NUNOMURA*; Elisabeth de MATTOS*; Luzimar Raimundo TEIXEIRA*.
* EEFEUSP
Fonte: Rev. paul. Educ. Fís., São Paulo, v.18, p.111-22, ago. 2004. N.esp
1) O documento discute as abordagens pedagógicas comumente usadas na formação de professores, como experiências de laboratório, estudos de caso, vídeo e portfólios.
2) A pesquisa sobre esses temas foca nos resultados cognitivos dos professores, mas raramente liga essas abordagens à prática em sala de aula.
3) Futuras pesquisas precisam adotar quadros teóricos mais abrangentes e ferramentas comuns para permitir uma compreensão mais sólida dos impactos das abord
Este documento resume um livro sobre prática educativa de Antoni Zabala. Ele discute vários tópicos como planejamento de aulas, tipos de conteúdo, interações na sala de aula e organização dos alunos. O documento argumenta que o livro fornece uma estrutura útil para analisar a prática educativa e como ela pode ser melhorada, especialmente na educação física.
PERCURSOS FORMATIVOS DE ESTUDANTES PARTICIPANTES DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE...ProfessorPrincipiante
Esse artigo apresenta e discute resultados parciais de uma investigação que tem como objeto de estudo os percursos formativos vivenciados pelos licenciandos participantes de uma das recentes políticas públicas de formação inicial de professores implementadas no Brasil: o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – Pibid. A investigação foi desenvolvida em cinco Instituições de ensino superior (IES), sendo uma privada confessional (PUC Minas), uma pública estadual (UEMG) e três públicas federais (UFMG, UFSJ, UNIFAL). Buscou-se traçar o perfil sociocultural e de formação dos bolsistas participantes do Pibid e mapear saberes e práticas construídos em seu processo formativo.
Teoria pesquisa-e-pratica-em-educacao-debora-r.p.-nunesPROIDDBahiana
O artigo discute a dissociação entre teoria e prática na educação e formas de reunificá-las. Apontou que a pesquisa frequentemente é ignorada nas salas de aula e práticas ineficazes são mantidas. Sugere que a formação de professores-pesquisadores, participação de pesquisadores na escola e trabalho colaborativo podem reunir teoria e prática.
“NINGUÉM ENSINA NINGUÉM” E “AINDA SOU MUITO O CENTRO DA AULA”: NOTAS SOBRE CO...ProfessorPrincipiante
Este ensaio objetiva refletir sobre as concepções pedagógicas de ensinar
presentes na prática docente da Universidade Católica de Brasília - UCB, Distrito Federal
do Brasil, a partir de seu Programa de Reconstrução da Prática Pedagógica - PRPD. Em
termos empíricos, destacaram-se dois grupos para análise, o dos professores iniciantes
e outro de professores com mais de 05 anos de docência no Ensino Superior. A
abordagem teórica de análise foi a de Libâneo (2006) que agrupa as concepções
pedagógicas em tradicional e progressista. Para o autor a pedagogia tradicional, na
prática educacional brasileira, se materializa em quatro tendências pedagógicas. São
elas: a) tradicional liberal; b) liberal renovada; c) renovada não-diretiva; d) liberal
tecnicista. A pedagogia progressista, de acordo com Libâneo, se traduz em três
tendências pedagógicas, a saber: a) progressista libertadora; b) progressista libertária; c)
progressista crítico histórico-crítica. Foram realizadas análises de conteúdo dos fóruns de
discussão de 14 turmas do programa de formação de professores, os quais refletiram
sobre o ensinar na universidade. A análise de conteúdo produziu duas categorias
sínteses: a) “Ninguém ensina ninguém”; e, b) “Ainda sou muito o centro da aula”. As análises revelam os lemas e dilemas dos dois grupos em relação à prática docente, sendo possível identificar duas concepções predominantes: a tradicional e a progressista. Tais resultados não são estranhos na educação superior, visto que, o seu contexto político se situa em uma perspectiva de universidade funcional que visa atender as atuais demandas do mercado de trabalho e reprodução do sistema capitalista.
O documento discute a formação inicial e continuada de professores no Brasil. Ao longo das décadas, houve diversas mudanças nas orientações para a formação de professores, com ênfase crescente na formação pedagógica e nos aspectos práticos da docência. No entanto, permanecem desafios como a definição de uma identidade profissional sólida para a carreira docente. O texto também apresenta uma pesquisa realizada com professores de uma escola municipal sobre como eles compreendem a profissão docente.
1) O documento discute como os professores podem melhorar sua prática educativa através do conhecimento e da experiência.
2) Argumenta-se que os professores precisam de referenciais teóricos que ajudem a interpretar o que acontece na sala de aula e a avaliar diferentes práticas educativas.
3) A unidade básica de análise da prática educativa é definida como a atividade ou tarefa realizada na sala de aula, considerando as variáveis envolvidas.
TRABALHO LABORATORIAL E PRÁTICAS DE AVALIAÇÃO DE PROFESSORES DE CIÊNCIAS FÍSI...Marisa Correia
Este documento discute as perspectivas de ensino e aprendizagem de professores de ciências físico-químicas em relação ao trabalho laboratorial e práticas de avaliação. Analisa como três professores implementam trabalho laboratorial em suas aulas e avaliam os alunos, sugerindo que o trabalho laboratorial tem caráter verificativo e demonstrativo em vez de investigativo, e que os professores têm dificuldades em avaliar as aprendizagens dos alunos.
O documento descreve a pesquisa-ação realizada para identificar as demandas de qualificação contínua dos trabalhadores de enfermagem de um hospital universitário. A pesquisa utilizou a metodologia da pesquisa-ação para levantar as necessidades de capacitação por meio da participação dos trabalhadores e desenvolver uma proposta de educação permanente para diferentes categorias da equipe de enfermagem.
Este artigo apresenta um estudo realizado no âmbito de uma dissertação do mestrado em ensino das ciências, procurando identificar e analisar conceções e práticas de avaliação das aprendizagens de dois professores de matemática do ensino superior. Para isso, elegeram-se as questões norteadoras da investigação: Que conceções revelam os professores de matemática sobre a avaliação? Que práticas de avaliação esses professores seguem (estratégias, técnicas e instrumentos de avaliação utilizados)? Que fatores condicionam essas práticas? O estudo discute o conceito de avaliação e destaca a evolução das conceções e práticas avaliativas (Abrantes, 1995; Fernandes, 2006; Hoffmann, 2008; Perrenoud, 1999), passando-se de uma avaliação predominantemente classificatória para práticas avaliativas integradas no processo de ensino e aprendizagem, assumindo uma natureza formativa e reguladora, tanto para o professor, como para o aluno. Segue-se uma abordagem metodológica de natureza qualitativa através de dois estudos de casos. A triangulação dos dados recolhidos através de questionários, entrevistas e análise de instrumentos de avaliação, revela que os professores refletem, nos seus discursos, conceções quase idênticas e associadas a uma avaliação para a aprendizagem, reguladora do processo de ensino e aprendizagem. Já as suas práticas estão mais próximas de uma avaliação da aprendizagem reforçando a função classificativa. Os alunos, as condições de trabalho e o próprio professor surgem como os principais fatores condicionantes das práticas avaliativas.
1. O documento discute um processo de investigação-ação realizado com um grupo de professoras de ciências durante um programa de formação continuada.
2. O grupo assumiu sua própria prática como referência para desenvolver diferentes níveis de investigação educativa.
3. Foi concluído que as concepções de ensino das professoras influenciam os níveis de investigação desenvolvidos, com aquelas que enxergam o ensino como transmissão tendendo a compreender a investigação de forma técnica, e aquelas que enxergam o ensino
Este documento discute a pesquisa sobre a formação de professores nos Estados Unidos. Ele fornece o contexto e objetivos para o painel da AERA analisar a evidência empírica sobre práticas e políticas de formação de professores. O relatório descreve as hipóteses de trabalho do painel e analisa as evidências sobre características demográficas de professores e onde eles são preparados.
PERSPECTIVAS DE PROFESSORES DE CIÊNCIAS FÍSICO-QUÍMICAS DO ENSINO BÁSICO SOB...Marisa Correia
Este estudo caracteriza as perspectivas de três professores de ciências físico-químicas sobre a avaliação de competências. Dois professores promovem uma avaliação formativa orientada para a melhoria das aprendizagens, enquanto o terceiro tem uma abordagem mais tradicional e focada nos resultados. Embora mencionem avaliar competências, os professores enfrentam dificuldades e se concentram principalmente no conhecimento factual.
Este documento discute a formação de professores no Brasil, abordando três pontos principais:
1) Situa o problema da formação de professores no país e analisa como a Didática vem sendo concebida ao longo do tempo, passando de um enfoque em métodos e técnicas para uma abordagem mais ampla e crítica.
2) Discute a docência no Ensino Superior e na Educação Básica, ressaltando as especificidades de cada nível e a importância da formação inicial e continuada dos professores.
3) Reflete sobre conceitos
1) O documento discute a Psicologia Escolar no Brasil e suas possibilidades de atuação.
2) Historicamente, a Psicologia Escolar focava em testes psicológicos individuais e "consertar" alunos, ignorando fatores sociais.
3) Hoje há uma mistura de práticas tradicionais e inovadoras, mas é necessário que o psicólogo atue de forma mais ampla e contextualizada com todos os envolvidos no processo educacional.
O documento discute modelos e práticas de formação de professores. Apresenta quatro paradigmas de formação proposta por Zeichner em 1993: comportamentalista, personalista, tradicional-artesanal e o professor reflexivo. Também descreve modelos de formação como integrado, sequencial, dual e em serviço, enfatizando a importância da formação do professor reflexivo inspirada nos trabalhos de Schön sobre reflexão na e sobre a ação.
REFLEXÕES DA FORMAÇÃO DOCENTE ATRAVÉS DE OBSERVAÇÃO NA DISCIPLINA EXPERIMENTA...ProfessorPrincipiante
Este artigo tem por objetivo observar uma metodologia de ensino subsidiando
conhecimentos sobre investigação no ensino de química e aprimoração para construção
de instrumento piloto de pesquisa. As observações aconteceram através da disciplina
Experimentação e Ensino de Química (EEQ), que faz parte da matriz curricular do Curso
de licenciatura em Química da Universidade Federal do ABC/UFABC. O desenvolvimento
destas observações faz parte do cronograma de uma pesquisa de mestrado do Programa
de pós-graduação em ensino, história e filosofia das ciências e matemáticas da UFABC,
dentro de uma abordagem qualitativa. A metodologia consiste na observação participante
com registro e anotações sobre 72 horas de aulas durante o terceiro quadrimestre de
2013 em duas turmas, envolvendo um professor em sala/laboratório, uma pesquisadora,
sete alunos e um monitor de laboratório. As observações realizadas levaram a várias
percepções para o trabalho de pesquisa a ser desenvolvida como a importância do
registro áudio visual, prevendo situações problemas, necessidade de aprofundamento na
verificação de formação, concepções prévias dos professores sobre experimentação
tradicional e novas tendências no ensino da química, bem como, uma reflexão crítica a
respeito das documentações oficiais e o ensino de química. Apesar dos alunos
reconhecerem o potencial pedagógico das atividades investigativas, os estudantes na
formação inicial a desconhecem demonstrando que uma modificação substancial do que
se entende por laboratório e a finalidade de atividades investigativas no ensino da
química é um passo importante para as mudanças na formação inicial em Educação
química.
Novosrumosparaolaboratorioescoladecienciasatarcisoborgespp .arquivoMarcos Elias
O documento discute novas direções para o laboratório escolar de ciências. Ele argumenta que as atividades no laboratório devem se afastar da mera manipulação de equipamentos e se aproximar mais do processo real de fazer ciência, envolvendo interpretação de ideias e observações. Também defende uma ampla gama de atividades práticas não direcionadas e uma mudança de foco para análise de resultados e avaliação de evidências.
O documento discute conceitos e métodos para medir indicadores de saúde de uma população. A OMS propôs 12 componentes para avaliar o nível de vida de uma população, incluindo saúde. Indicadores de saúde devem revelar a situação de saúde de indivíduos ou populações. Existem vários tipos de indicadores como mortalidade, morbidade e aspectos demográficos.
O documento discute o controle social sobre as políticas de saúde no Brasil. Ele descreve a experiência pioneira dos conselhos de saúde na cidade de São Paulo nos anos 1980 e analisa como a legislação atual apoia a participação popular, embora haja ainda desafios na implementação na prática. O texto também reflete sobre como entender o direito à saúde em relação aos serviços de saúde.
O documento descreve o Período Sensório-Motor de Piaget, que ocorre dos 0 aos 2 anos. Este período é dividido em 6 subestágios onde a criança desenvolve a capacidade de coordenar sensações e ações para explorar e compreender o mundo. A criança passa de reflexos inatos para ações intencionais com o objetivo de manipular objetos e representá-los mentalmente.
Este documento discute a dislexia no ensino superior, incluindo suas características, consequências e estratégias de intervenção. Ele analisa relatórios de alunos disléxicos que mostram dificuldades com leitura, escrita e processamento fonológico. Também discute como a dislexia afeta os alunos comportamental, emocional, social e academicamente e a necessidade de apoio especializado e adaptações nas avaliações.
O documento discute a importância da articulação de redes sociais para proteger crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, como abandono ou afastamento familiar. Aborda como a família e escola são redes tradicionais de socialização essenciais e como o desenvolvimento da autonomia na adolescência requer renegociação de papéis na família. Também destaca a importância dos limites e autoridade parental para a construção da autonomia com segurança.
O documento discute a promoção da saúde no contexto da obesidade, enfatizando:
1) A importância de se adotar uma abordagem ampla de saúde que considere fatores sociais, e de se promover a participação comunitária;
2) A necessidade de ações intersetoriais e de parcerias entre setores para a promoção da saúde;
3) A relevância de se promover hábitos alimentares saudáveis e a prática de atividades físicas como estratégias de prevenção da ob
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1. CONTRIBUIÇÕESDAANÁLISEDOCOMPORTAMENTOÀEDUCAÇÃO:UMCONVITEAODIÁLOGO704CadernosdePesquisav.43n.149p.704-723maio/ago.2013
RESUMO
Adespeitodedadosbastantesólidos,ascontribuiçõesdaAnálisedoComportamento
ao planejamento de condições de ensino têm sido subutilizadas. Este artigo objetiva
compartilhar algumas dessas contribuições com o campo da educação. Com base
em trabalhos acerca das aplicações da Análise do Comportamento para a educação,
ofereceremosalgumasorientaçõessobreaspectosrelevantesenvolvidosnosprocessos
de ensino-aprendizagem aos quais os professores devem estar atentos. Dividimos
as contribuições em três categorias: contribuições da filosofia behaviorista radical;
descrição e aplicação de princípios do comportamento ao contexto educacional;
algumas propostas sistematizadas de ensino de base comportamental. Novos
estudos poderiam aprofundar a descrição das contribuições comportamentais à
educação e destacar essas contribuições por áreas.
ANÁLISE DO COMPORTAMENTO • PROCESSO DE ENSINO-
-APRENDIZAGEM • PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
CONTRIBUIÇÕES
DA ANÁLISE DO
COMPORTAMENTO
À EDUCAÇÃO: UM
CONVITE AO DIÁLOGO
MARCELO HENRIQUE OLIVEIRA HENKLAIN
JOÃO DOS SANTOS CARMO
outros temas
Agradecemos às
professoras Aline Reali e
Olívia Kato pelas críticas
e sugestões feitas.
Marcelo Henrique Oliveira
Henklain é apoiado pela
Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de
São Paulo – Fapesp –
mediante concessão de
bolsa de mestrado, e esta
pesquisa foi realizada
durante a vigência de
bolsa da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior – Capes.
João dos Santos Carmo
é apoiado pelo Ministério
da Ciência e Tecnologia –
MCT –, no âmbito do Edital
n. 15/2008, com auxílio
do Conselho Nacional
de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico –
CNPq – e da Fapesp.
CP 149.indb 704 01/11/2013 15:27:25
2. MarceloHenriqueOliveiraHenklaineJoãodosSantosCarmoCadernosdePesquisav.43n.149p.704-723maio/ago.2013705
CONTRIBUCIONES DEL ANÁLISIS DE
LA CONDUCTA A LA EDUCACIÓN:
UNA INVITACIÓN AL DIÁLOGO
RESUMEN
A pesar de datos bastante sólidos, las contribuciones del Análisis de la Conducta
a la planificación de condiciones de enseñanza han sido subutilizadas. El presente
artículo tiene el propósito de compartir algunas de esas contribuciones al campo
de la educación. En base a trabajos acerca de las aplicaciones del Análisis de la
Conducta para la educación, ofreceremos algunas orientaciones sobre aspectos
relevantes involucrados en los procesos de enseñanza-aprendizaje a los que
los docentes siempre deben estar atentos. Dividimos las contribuciones en tres
categorías: aportes de la filosofía behaviorista radical; descripción y aplicación
de principios del comportamiento al contexto educacional; algunas propuestas
sistematizadas de enseñanza de base conductivista. Nuevos estudios podrían
profundizar la descripción de las contribuciones comportamentales a la educación
y destacarlas por áreas.
ANÁLISIS DE LA CONDUCTA • PROCESO DE ENSEÑANZA Y
APRENDIZAJE • PSICOLOGÍA DE LA EDUCACIÓN
CONTRIBUTIONS OF BEHAVIOR ANALYSIS
TO EDUCATION: AN INVITATION FOR DIALOGUE
ABSTRACT
Despite solid evidence, the contributions of Behavioral Analysis for planning of
teaching conditions have been underutilized. This article aims to share some
of these contributions to the field of education. Based on work concerning the
applications of Behavioral Analysis to education, the article offers some guidance
on relevant aspects that teachers should be aware of in teaching-learning
processes. The contributions are separated into three categories: radical
behaviorist contributions; description and application of behavioral principles
to the educational context; systematized teaching proposals with a behavioral
basis. New studies could deepen the behavioral contributions to education and
highlight them by areas.
BEHAVIOR ANALYSIS • LEARNING AND TEACHING PROCESSES •
EDUCATIONAL PSYCHOLOGY
CP 149.indb 705 01/11/2013 15:27:26
3. CONTRIBUIÇÕESDAANÁLISEDOCOMPORTAMENTOÀEDUCAÇÃO:UMCONVITEAODIÁLOGO706CadernosdePesquisav.43n.149p.704-723maio/ago.2013
P
odemos caracterizar a psicologia como uma das ciências da educação
(PLAISANCE; VERGNAUD, 2003). Essa ciência é marcada pela diversidade
de abordagens teórico-metodológicas (FIGUEIREDO, 1991), sendo impor-
tante o psicólogo destacar qual ponto de vista utilizou para analisar fe-
nômenos e processos psicológicos ou propor intervenções. Adotaremos
neste artigo o ponto de vista da Análise do Comportamento.
Consideramos que essa abordagem tem contribuições importan-
tes para oferecer aos educadores. Contudo, a insistência em classificar a
abordagem comportamental à educação como tecnicista e redutora do
homem, a despeito de diversos trabalhos que demonstraram o contrá-
rio (Carmo; Baptista, 2003; Carrara, 2005; Luna, 2000; Teixeira,
2006; Todorov; Moreira, 2008; RODRIGUES, 2011; Skinner, 1969,
1972 [1968], 1991 [1989]), cria barreiras a um diálogo proveitoso e ao de-
senvolvimento e implementação de propostas viáveis que podem cola-
borar com os diferentes esforços empreendidos para ajudar a educação
brasileira a melhorar.
Enquanto o trabalho de muitos profissionais é, por vezes, veta-
do ou diminuído em função de divergências entre abordagens teórico-
-metodológicas, nota-se que, sem a atenção e orientação necessárias, os pro-
fessores persistem com dúvidas sobre as melhores práticas de ensino e po-
dem acabar empregando metodologias ineficazes (Skinner, 1972 [1968]).
Essas dúvidas dos professores sinalizam uma importante de-
manda social: a necessidade de identificação de práticas de ensino que
ajudem os alunos a aprender. Do ponto de vista da psicologia comporta-
mental, segundo Skinner (1972 [1968]), para que seja possível contribuir
CP 149.indb 706 01/11/2013 15:27:26
4. MarceloHenriqueOliveiraHenklaineJoãodosSantosCarmoCadernosdePesquisav.43n.149p.704-723maio/ago.2013707
com as práticas de ensino, faz-se necessário estudar o comportamento
humano por meio de uma análise experimental para que sejam iden-
tificados princípios do comportamento que permitam a proposição e
aplicação de práticas de ensino eficientes e eficazes.
Neste artigo não buscamos dar respostas definitivas; sabemos
da complexidade envolvida na resolução dos problemas educacionais.
A despeito da opção teórica que adotamos, reconhecemos que nossas
respostas não são as únicas possibilidades de abordar essas questões.
Existe uma rica e importante diversidade de perspectivas teóricas, com
fundamentação científica e boa disposição ao diálogo, devendo, portan-
to, participar do debate. Educadores e cientistas com diferentes formas
de pensar têm realizado em suas universidades e escolas trabalho árduo
no sentido de pensar e propor reformas para a educação porque estão
todos motivados a produzir mudanças socialmente significativas.
Pretendemos compartilhar algumas contribuições da Análise do
Comportamento com o campo da educação. Enfatizamos que um diálo-
go proveitoso pode ser estabelecido entre diferentes perspectivas teóri-
cas que atuam nesse campo e a Análise do Comportamento (Carmo;
Baptista, 2003).
Para alcançar os objetivos apresentados, ofereceremos um
breve resumo dos princípios teórico-metodológicos da Análise do
Comportamento, seguido por uma descrição de algumas contribuições
comportamentais à educação. Pretendemos com este texto sinalizar as-
pectos fundamentais dos processos de ensino e aprendizagem segundo
a Análise do Comportamento. Se o professor for sensível a esses aspec-
tos, provavelmente terá melhores chances de criar condições facilita-
doras da aprendizagem de seus alunos. Evidentemente, temos clareza
de que um bom desempenho docente em sala de aula está atrelado a
outros fatores relevantes que fogem à proposta do artigo; porém, os
apontamentos aqui apresentados podem contribuir sobremaneira com
a prática docente.
Ressaltamos que este artigo deve ser lido não como uma crítica
ao trabalho dos professores, mas como uma contribuição que busca si-
nalizar o que esses podem fazer ou a que aspectos do comportamento
dos seus alunos devem estar atentos para produzir aprendizagem de
forma eficiente e gratificante. Evitaremos ao máximo o uso de termos
técnicos. Referências com maiores aprofundamentos nos temas discuti-
dos serão fornecidas ao longo do texto.
A ANÁLISE DO COMPORTAMENTO
Análise do Comportamento é uma abordagem em psicologia, produto
do intercruzamento do Behaviorismo Radical1
(pressupostos teóricos,
filosóficos e históricos), da Análise Experimental do Comportamento
1
O termo radical significa
raiz ou aquilo que é
básico e essencial. Ao
qualificar a expressão
“behaviorismo”, esse termo
traz o significado de que o
comportamento é o objeto
de estudo por excelência do
psicólogo comportamental.
Significa também que
todos os fenômenos e
processos psicológicos
são interpretados como
comportamentos.
CP 149.indb 707 01/11/2013 15:27:26
5. CONTRIBUIÇÕESDAANÁLISEDOCOMPORTAMENTOÀEDUCAÇÃO:UMCONVITEAODIÁLOGO708CadernosdePesquisav.43n.149p.704-723maio/ago.2013
(método de investigação científica do comportamento – dados empíri-
cos) e da Análise Aplicada do Comportamento (criação e administração
de recursos de intervenção social) (Tourinho, 1999).
Essa abordagem estuda o comportamento, entendido como re-
lação entre classes de estímulos (público e privado, histórico e imedia-
to, social e não social) e classes de respostas de um organismo biolo-
gicamente constituído, ambas definidas por suas funções (Carvalho
Neto; Alves; Baptista, 2007). O comportamento é um processo (muda
ao longo do tempo). Comportamentos apresentados em diferentes mo-
mentos podem ser similares em termos de forma e função. Contudo,
não são iguais. O termo classe enfatiza justamente essa característica do
comportamento. O que pode ser dito é que uma variedade de estímulos
(uma classe) possui determinada função em relação a um conjunto de
respostas (outra classe). O termo resposta é utilizado para destacar um
dos componentes da relação comportamental; diz respeito a uma de-
terminada ação do organismo num determinado momento. Portanto, é
menos abrangente que o termo comportamento.
Os analistas do comportamento estudam basicamente dois tipos
de relações comportamentais: respondentes e operantes. Embora o estu-
do do comportamento respondente seja importante em muitos aspectos
teóricos e práticos, existe uma ênfase no estudo dos operantes por sua
relação direta com grande parte dos comportamentos complexos que
exibimos cotidianamente. O comportamento operante pode ser expli-
cado funcionalmente e estudado em termos de eventos antecedentes,
respostas do indivíduo e eventos consequentes (Todorov, 2007). Uma
relação reflexa, por seu turno, é estudada em termos de eventos antece-
dentes e respostas eliciadas por esses eventos antecedentes. Em poucas
palavras, os analistas estudam relações organismo-ambiente, denomina-
das comportamento.
O comportamento é entendido como evento natural e multide-
terminado em três níveis de variação e seleção: (a) filogenético, (b) on-
togenético e (c) cultural. Desse ponto de vista, o comportamento não é
tomado como produto de um agente iniciador e/ou de uma mente não
física (Skinner, 1998 [1953]; 1999 [1974]).
Os analistas do comportamento identificaram diversas regulari-
dades no comportamento. A descrição dessas regularidades deu origem
a um conjunto de princípios básicos de aprendizagem bastante útil no
estudo e compreensão dos comportamentos humanos. Um desses prin-
cípios descreve que a consequência produzida por uma resposta pode
ter, basicamente, dois efeitos sobre essa resposta: (a) fortalecimento ou
(b) enfraquecimento. O efeito de fortalecimento implica que uma dada
resposta tem a sua probabilidade futura de ocorrência aumentada. Já o
efeito de enfraquecimento implica que a resposta terá menor probabili-
dade de ocorrer novamente no futuro. As consequências que fortalecem
CP 149.indb 708 01/11/2013 15:27:26
6. MarceloHenriqueOliveiraHenklaineJoãodosSantosCarmoCadernosdePesquisav.43n.149p.704-723maio/ago.2013709
uma resposta são chamadas de reforçadoras. Aquelas que a enfraque-
cem podem ser denominadas de punitivas.
No que diz respeito à produção de conhecimento novo, nota-se
o emprego frequente em Análise do Comportamento de pesquisas ex-
perimentais ou quase experimentais, com sujeitos humanos e não hu-
manos e, geralmente, o uso da taxa e da frequência de respostas como
medidas dos efeitos da manipulação de variáveis independentes, que
podem ser eventos antecedentes ou consequentes. A descrição das re-
lações organismo-ambiente constitui o objetivo fundamental da análise
comportamental, possibilitando a compreensão de por que “fazemos o
que fazemos” nas circunstâncias em que o fazemos.
Segundo Skinner (1998 [1953]), a Análise do Comportamento
tem o papel de gerar conhecimento que nos capacite a lidar com o com-
portamento (seja ele de humanos ou não humanos) de modo mais efi-
ciente. No jargão técnico dos analistas do comportamento, isso pode
ser descrito como o compromisso da ciência comportamental com a
previsão e o controle do comportamento. Falar em previsão e controle
do comportamento parece ser algo que coloca em risco ou nega a liber-
dade e criatividade humana; e sugere que o homem é uma máquina,
que o comportamento humano é simples e não complexo, linear e não
mutável.
Pensar assim é um equívoco. Ao contrário do que se acredita,
previsão e controle podem gerar liberdade. Quando se diz que é possí-
vel prever um comportamento, não significa propriamente dizer qual
será o futuro da pessoa, mas da probabilidade de se produzir um tipo
de interação. Quanto mais soubermos quais e como as variáveis afetam
nosso comportamento, maior será a nossa “liberdade” de mudar nossos
caminhos e alterar o nosso futuro (Skinner, 1998 [1953], 1999 [1974]).
Ao se analisar a história da Psicologia, nota-se que a Análise do
Comportamento foi inovadora em termos de sua proposta naturalista,
contextualista e pragmática de estudo do comportamento, e de sua defi-
nição de psicologia como ciência do comportamento. A abordagem ino-
vou também ao propor o modelo de seleção do comportamento pelas
consequências, no emprego dos delineamentos experimentais de sujei-
to único e foi uma das responsáveis por denunciar a frequente ocorrên-
cia de explicações tautológicas em psicologia (Luna, 2000).
CONTRIBUIÇÕES DA ANÁLISE DO
COMPORTAMENTO PARA A EDUCAÇÃO
Skinner (1969, 1972 [1968]) destaca que a Análise do Comportamento
produz conhecimento sólido acerca do comportamento huma-
no, o que possibilita sua aplicação ao contexto educacional. Saville,
Lambert e Robertson (2011) relatam que, ao longo das últimas décadas,
CP 149.indb 709 01/11/2013 15:27:26
7. CONTRIBUIÇÕESDAANÁLISEDOCOMPORTAMENTOÀEDUCAÇÃO:UMCONVITEAODIÁLOGO710CadernosdePesquisav.43n.149p.704-723maio/ago.2013
pesquisadores comportamentais têm desenvolvido e testado diversos
métodos de ensino. Todos eles estão ligados à psicologia operante inau-
gurada por B. F. Skinner.
Embora esses métodos demonstrem ser mais efetivos2
que os
tradicionais (Skinner, 1991 [1989]; Keller, 1972 [1968]; Teixeira,
2006; Saville; LAMBERT; ROBERTSON, 2011), não se tem notícia de seu
emprego em larga escala no ensino regular.
Os apontamentos a seguir objetivam dar subsídios à compreen-
são dos princípios e das contribuições da Análise do Comportamento à
educação. Esses princípios podem fundamentar a identificação de práti-
cas de ensino que aumentem as chances do aluno aprender.
Podemos identificar diversas contribuições e aplicações da
Análise do Comportamento à educação que estão descritas em diver-
sos textos: Skinner (1998 [1953]; 1969, 1972 [1968], 1999 [1974], 1991
[1989]), Bijou (2006 [1970]), Keller (1972 [1968]), Neri (1980), Matos (1993),
Hübner (1987), Luna (2000), Zanotto (2000), Nico (2001), Kubo e Botomé
(2001), Pereira, Marinotti e Luna (2004), Teixeira (2006), Zanotto, Moroz
e Gioia (2008) e Saville, Lambert e Robertson (2011). Com base nesses
autores, ofereceremos algumas orientações fundamentadas na Análise
do Comportamento e na filosofia Behaviorista Radical. Entendemos que
existam, pelo menos, três categorias de contribuições da Análise do
Comportamento para a Educação: (1) a primeira categoria diz respeito
às contribuições da filosofia Behaviorista Radical; (2) a segunda, à for-
ma com que a Análise do Comportamento interpreta certos problemas
educacionais ou responde a questões como “qual o papel do professor?”,
e a descrição e aplicação de princípios do comportamento ao contex-
to educacional; (3) a terceira está diretamente relacionada a algumas
propostas sistematizadas de ensino de base comportamental, que neste
texto serão apenas descritas brevemente.
Essas contribuições serão apresentadas sob a forma de breves
apontamentos ou orientações ao trabalho do professor. Três ressalvas são
essenciais: (a) a simplicidade do que será descrito é apenas aparente; (b)
não basta conhecer o que será discutido; é preciso agir em conformidade
com essas indicações e, principalmente, avaliar criticamente seus resul-
tados sobre o aprendizado dos alunos; e (c) as contribuições que serão
citadas estão interligadas, de modo que as divisões que realizamos servem
apenas para enfatizar a importância de cada elemento dessa rede.
Contribuições do Behaviorismo Radical
Concepção de homem
De acordo Skinner (1998 [1953] e 1999 [1974]), Micheletto e
Sério (1993), Sério (2001 [1997]) e Carrara (2005), o Behaviorismo Radical
propõe uma concepção de homem que se contrapõe a posições filosó-
ficas amplamente aceitas pela cultura ocidental. O behaviorista radical
2
Por efetividade,
pretendemos dizer que
esses métodos garantem
que mais alunos aprendam,
em menor tempo e com
menos dificuldade.
CP 149.indb 710 01/11/2013 15:27:26
8. MarceloHenriqueOliveiraHenklaineJoãodosSantosCarmoCadernosdePesquisav.43n.149p.704-723maio/ago.2013711
defende que: (a) o homem não existe por si mesmo, uma vez que faz
parte do mundo e sua existência está intrinsecamente relacionada ao
mundo social e físico que o cerca; (b) não é a causa ou origem de seu pró-
prio comportamento, tendo em vista que seu comportamento não ocor-
re no vazio e é gerado por condições externas concretas; (c) não é livre,
no sentido de que o mundo exerce diferentes formas de controle sobre
seu agir no mundo, e não no sentido de que não possa fazer escolhas ou
tomar decisões; (d) não é de natureza diferente dos demais fenômenos
existentes no mundo, e por isso seu comportamento pode ser explicado
cientificamente; (e) não contém em si duas naturezas: uma corpórea e
uma mental. O Behaviorismo Radical, portanto, não defende uma vi-
são dualista de homem (mente-corpo) e sim uma visão monista, uma
vez que aquilo que, em nossa cultura ocidental, é chamado de “mente”
refere-se a aspectos de seu comportamento (pensamento, cognição etc.)
que compartilham a mesma natureza física e, portanto, não são separa-
dos do corpo.
O Behaviorismo Radical adota os seguintes pressupostos: (a) o
comportamento humano está submetido a leis universais, mas cada pes-
soa é singular na exata medida em que possui uma dotação genética
específica e uma história idiossincrática de aprendizagem no contexto
de uma determinada cultura; (b) o comportamento humano pode ser
conhecido e explicado; não se trata de um fenômeno espontâneo ou
desordenado; (c) o comportamento humano é uma relação: ele constrói
o mundo à sua volta e, nesse processo, também está se construindo, pois
as consequências (mudanças produzidas no mundo) de seu comporta-
mento o alteram como um todo.
Dessa perspectiva, nem o homem nem o mundo são absolutos,
mas são interdependentes no que diz respeito a como se modificam ao
longo do tempo. A cada nova relação, teremos, portanto, um homem e
um mundo diferentes. Assim, o homem é visto como sujeito ativo e não
como receptáculo que sofre passivamente as influências do ambiente.
Papel da educação
O valor ético por excelência é a sobrevivência do grupo (isto é,
da cultura), associada à produção de liberdade, dignidade e qualidade
de vida para todos os seus integrantes. Uma forma de garantir isso está
numa educação cujo papel primordial é o de estabelecer nos membros
da cultura comportamentos que serão vantajosos, no futuro, tanto para
ele (membro) como para o seu grupo. Decorre, portanto, que a esco-
la tem o papel fundamental de ensinar comportamentos significativos
para os alunos e para o seu grupo.
Em resumo, o objetivo último da educação é o desenvolvimento
de comportamentos que serão vantajosos no futuro. Isso envolve en-
sinar comportamentos como autocontrole, resolução de problemas e
CP 149.indb 711 01/11/2013 15:27:26
9. CONTRIBUIÇÕESDAANÁLISEDOCOMPORTAMENTOÀEDUCAÇÃO:UMCONVITEAODIÁLOGO712CadernosdePesquisav.43n.149p.704-723maio/ago.2013
tomada de decisão, os quais devem dar chances ao indivíduo de contri-
buir com a sobrevivência de sua cultura.
Explicação do comportamento e análise das dificuldades de aprender
Explicações do comportamento que apelem para construtos hi-
potéticos e/ou metáforas e que não avancem na identificação das variá-
veis das quais o comportamento é função podem encobrir as reais causas
do fracasso de um aluno e de seu professor. Portanto, devemos tomar
cuidado ao colocar no aluno a causa de seu fracasso. A rigor, dizer que
o aluno não está motivado significa apenas dar uma falsa explicação. A
motivação não é intrínseca ao aluno; depende de variáveis ambientais,
como o tipo da tarefa que o professor requisita, as consequências que
o aluno produz com a realização da tarefa, a clareza da tarefa ou das
instruções para a sua realização etc.
Uma decorrência dessa forma de explicar o comportamento en-
volve o fato de que conhecer o aluno nas suas facilidades e dificuldades
de aprendizagem exige a análise de seus comportamentos, ao longo de
uma história de aprendizagem, em termos das condições sob as quais
a pessoa se comporta e as consequências que produz. De nada adianta
analisar o desempenho médio dos alunos em sala de aula. Cada aluno
deve ser avaliado individualmente, e o planejamento de ensino deve ser,
tanto quanto possível, flexível para atender às necessidades individuais.
Contribuições das interpretações e aplicações
da Análise do Comportamento
Caracterização da função do professor e do aluno
e definição dos termos ensinar e aprender
Um dos papéis cruciais do professor envolve criar condições
que facilitem e garantam aprendizagem. A sua função primordial é en-
sinar. Ensinar é um processo comportamental complexo. Isso significa
que o verbo “ensinar” não se refere a um único comportamento, como
é o caso de verbos como sentar, levantar, empurrar etc. Ao contrário,
ensinar é um termo amplo que designa uma categoria de comporta-
mentos que caracterizam o que um professor faz sob determinadas
circunstâncias e os efeitos que produz. O aspecto mais crítico no pro-
cesso comportamental chamado ensinar, e que o caracteriza, é o efeito
do que o professor faz. Esse efeito deve ser a aprendizagem do aluno.
Em resumo:
...ensinar define-se por obter aprendizagem do aluno e não pela
intenção (ou objetivo) do professor ou por uma descrição do que
ele faz em salade aula [...] ensinar é o nome da relação entre o que
um professor faz e a aprendizagem de um aluno. (Kubo; Botomé,
2001, p. 5)
CP 149.indb 712 01/11/2013 15:27:26
10. MarceloHenriqueOliveiraHenklaineJoãodosSantosCarmoCadernosdePesquisav.43n.149p.704-723maio/ago.2013713
Aprender refere-se ao que acontece com o aluno em decorrência
da ação do professor de ensinar. A mudança de comportamento do alu-
no (alteração de suas relações com o meio) é o que, fundamentalmente,
evidencia aprendizagem. Aprendizagem diz respeito à aquisição ou o
processo pelo qual se adquire certo comportamento; trata-se de uma
mudança relativamente permanente naquilo que a pessoa é capaz de
fazer ou como é capaz de fazer (CATANIA, 1999). Assim, quando o aluno
enfrenta uma situação-problema que não é capaz de resolver e o pro-
cedimento de ensino do professor faz com que ele passe a ser capaz de
solucioná-la, isso é o que evidencia a ocorrência de aprendizagem. Se o
aluno persiste não conseguindo solucionar um problema é porque o en-
sino não ocorreu, já que ensinar envolve a ação do professor e a apren-
dizagem do aluno. Dessa definição deduz-se que ensinar e aprender são
dois processos interdependentes.
Dessa perspectiva, o aluno não é passivo. É esperado que ele se
disponha a realizar as atividades propostas pelo professor e que, ao es-
tabelecer contato com materiais e procedimentos de ensino, se com-
porte em relação a eles. São as mudanças (ou não) no comportamento
do aluno em relação aos procedimentos de ensino que deverão indicar
ao professor se seus métodos estão sendo efetivos ou não. Se o aluno
recusar-se a participar do processo de ensino, ficará muito difícil para o
professor conseguir manejar esta situação em sala de aula, exceto se o
problema estiver exclusivamente na relação professor-aluno ou no uso
de algum tipo de material. Nas demais situações, a colaboração dos pais,
coordenadores pedagógicos e do psicólogo escolar será essencial para
levar o aluno a participar das aulas, de modo que o professor possa, a
partir disso, começar seu trabalho.
Uma decorrência lógica do que foi exposto é que o professor
deve ter noção clara do que pretende ensinar. Sem isso, não há como
verificar se houve aprendizagem e, portanto, não há como dizer que
algo foi ensinado.
Definição dos objetivos de ensino e planejamento
de condições favorecedoras do ensino
Ensinar exige planejamento e tomada de decisões. O primeiro
passo é identificar e descrever com clareza e precisão o que será ensi-
nado. Em termos comportamentais, significa especificar os comporta-
mentos que o aluno deve ser capaz de apresentar ao final do ensino e os
critérios que serão utilizados para atestar que o aluno de fato aprendeu.
Para falar sobre esses objetivos, um conceito que pode ser empregado
é o de comportamento-objetivo (Kubo; Botomé, 2001). Esse conceito
indica que o ensino deve ser planejado com base na definição de com-
portamentos que constituirão os objetivos a serem alcançados por meio
do ensino. Com base nesta definição é que conteúdos específicos (o que
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será ensinado) e recursos (por que meios será realizado o ensino) pode-
rão ser identificados.
Fundamentado nesta decisão inicial, é possível identificar quais
os comportamentos básicos ou pré-requisitos para o alcance do com-
portamento final que se pretende ensinar. Essa análise dará origem à
delimitação de diversos comportamentos mais básicos, que deverão ser
ordenados numa sequência do mais simples ao mais complexo. Esse ca-
minhar indica que o processo de ensino pode ser mais efetivo se ocorrer
de forma gradual. A hierarquia de ensino é importante para garantir a
adesão do aluno ao longo do processo de ensino-aprendizagem porque
comportamentos mais simples são mais fáceis de aprender e, inclusive,
podem até já fazer parte do repertório do aluno. Começar ensinando
algo muito difícil pode ser um grave equívoco, pois, em lugar de desafiar
o aluno e motivá-lo, fará com que evite a disciplina.
De posse dessas definições, o próximo passo é conhecer o máximo
possível sobre o aluno: (a) qual seu repertório acadêmico e de interação
social (ou seja, o que ele já sabe fazer), sobretudo, em relação ao que se
pretende ensinar, (b) do que ele gosta e que pode ser usado como refor-
çador, (c) qual o contexto social em que está inserido e quais as situações-
-problema que se espera que consiga resolver etc. Adicionalmente, não
basta conhecer o aluno no início do período letivo. É preciso registrar e
monitorar seu desenvolvimento ao longo de todo o processo de ensino.
Todas essas informações ajudarão no planejamento do material de en-
sino e das contingências de reforçamento. É importante notar que, na
perspectiva comportamental, o trabalho do professor é focado e direcio-
nado pelas necessidades do aluno e não pelas necessidades médias da
maioria dos alunos de uma determinada faixa etária.
Em resumo, de acordo com Hübner (1987) e Luna (2000), é pre-
ciso conhecer de forma clara (a) quem deve ser ensinado, (b) o que deve
ser ensinado, (c) com que finalidade isso deve ser ensinado, (d) quanto
deve ser ensinado (qual o nível de competência que se espera que o es-
tudante possua) e (e) como deve ser ensinado.
Com os objetivos estabelecidos e o ensino organizado de forma
gradual (do simples ao complexo), bem como de posse de dados sobre o
repertório do aluno e sobre o que possui valor reforçador e aversivo para
ele, é possível planejar como os materiais de ensino devem ser construí
dos e quais atividades podem ser utilizadas em sala de aula; ou seja, é
possível planejar as contingências de reforço.
Em relação aos materiais e situações de ensino, o professor deve
selecionar condições antecedentes em relação às quais ele possa estar
seguro de que o aluno está agindo adequadamente na atividade pro-
posta. Situações demasiado complexas podem fazer com que ele preste
atenção em detalhes irrelevantes ou fique confuso.
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12. MarceloHenriqueOliveiraHenklaineJoãodosSantosCarmoCadernosdePesquisav.43n.149p.704-723maio/ago.2013715
Planejamento das contingências de reforço e cuidados
necessários com a escolha do reforçador
Ao planejar suas aulas e durante sua realização, o professor deve
criar muitas situações para que os alunos possam participar. A partici-
pação é essencial para que o professor tenha feedback imediato sobre o
que, quanto e como seus alunos estão aprendendo. Além disso, é uma
oportunidade de reforçar os comportamentos esperados, isto é, que se
aproximam dos objetivos traçados. A importância reside no fato de que,
nessa condição descrita, o professor pode reforçar imediatamente o
comportamento após sua apresentação. A proximidade temporal entre
uma resposta e a consequência que ela produz é crucial para o estabe-
lecimento mais rápido e fidedigno de uma relação comportamental, o
que significa aprendizado mais eficaz, eficiente e gratificante. Uma aula
exclusivamente expositiva e que não dá oportunidades de participação
clara e consistente do aluno inviabiliza o reforçamento dos comporta-
mentos que demonstram concretamente seu aprendizado.
Reforçar é essencial, mas o professor precisa tomar cuidado
com o tipo de reforço que utiliza e com os comportamentos que são
reforçados. No processo de ensino, o reforço deve ser condicionado
à apresentação, pelo aluno, de comportamentos que se aproximem
dos comportamentos-objetivo estabelecidos pelo professor, ou que
efetivamente sejam demonstrações desses comportamentos-objetivo.
Podemos dizer, então, que o professor precisa ter critérios claros de re-
forçamento, de modo a fortalecer apenas demonstrações reais de evo-
lução e/ou de aprendizado. O critério é claro quando conhecemos os
resultados que o aluno deve alcançar numa determinada circunstância.
No que diz respeito ao tipo de reforçador, é necessário ressaltar que re-
forço não é só nota, prêmio ou estrelinha colada no caderno. Essas são
consequências artificiais/arbitrárias, pois são extrínsecas à situação de
aprendizagem. Podem ser utilizadas no início da aprendizagem, mas
não devem ser empregadas de tal forma que o aluno só estude para
obter prêmios ou evitar reprovação. Portanto, ao definir os reforça-
dores, é importante cuidar para não empregar apenas (ou por longos
períodos) reforçadores artificiais. É preciso desenvolver procedimento
de ensino para realizar a transferência do controle do comportamento
por reforçadores artificiais para reforçadores naturais. Em algum mo-
mento, é essencial que o aluno se torne sensível a reforçadores natu-
rais da situação de aprendizagem, tais como indicações de progresso
na sua capacidade de resolver problemas matemáticos ou entender o
que está escrito num texto, confirmação de acerto, aprovação social,
entre outros. A questão central do planejamento de contingências de
reforço não reside somente na quantidade, mas na utilização efetiva
e consciente (porque planejada) pelo professor dos reforçadores que
estão disponíveis no contexto de uma sala de aula.
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É essencial que o professor planeje situações para exigir respos-
tas de observação e de imitação por parte do seu aluno. As respostas de
observação fornecem parâmetros ao professor de que o aluno está com
a atenção voltada para aquilo que ele pretende ensinar.
Planejamento das situações de avaliação e os cuidados necessários
com erros e outros tipos de estimulação potencialmente aversiva
No que concerne a avaliações e erros, é especialmente impor-
tante que o professor esteja atento, por dois motivos: o erro indica ao
professor que o seu procedimento de ensino não está sendo efetivo e
que algo em seu planejamento de ensino precisa ser revisto – desde
os procedimentos de ensino às formas de avaliação da aprendizagem
do aluno. Essa condição é bastante séria, pois como lembram Kubo e
Botomé (2001), caso o professor não ensine, o aluno provavelmente
demorará muito tempo e terá um custo muito alto até descobrir qual
o comportamento correto em relação, por exemplo, a uma situação-
-problema em matemática. Se o custo for muito alto e o valor do aprender
muito baixo, é quase certo que o aluno desistirá. Concomitantemente, o
erro deve servir de alerta ao professor, pois, quando acontece em grande
quantidade, pode desmotivar o aluno, afastando-o dos estudos. A rigor,
errar tem caráter aversivo e, portanto, isso pode diminuir a probabilida-
de de que o aluno continue apresentando os comportamentos que estão
sendo consistentemente punidos.
Para além da análise dos erros cometidos em situações de ensino-
-aprendizagem, Skinner (1972 [1968]) realiza uma reflexão muito lúcida
sobre o uso do controle aversivo em sala de aula. Ele relata que, antiga-
mente, os professores conseguiam a atenção e o respeito de seus alunos
por meio de castigos corporais e sistemas rígidos de ensino que privi-
legiavam a memorização de informações, sem considerar a relevância
desses conhecimentos para a vida do aluno e para a sua cultura.
Para Skinner (1972 [1968]), embora circunstancialmente essas
práticas produzissem alunos obedientes (o que era satisfatório apenas
para os professores), a médio e longo prazo era visível que elas também
geravam pessoas ansiosas, que não toleravam a escola e os professores;
e que haviam aprendido muito pouco dos conteúdos trabalhados em
sala de aula.
Dessa forma, “a brutalidade da punição corporal e a grosseria [...]
levou, naturalmente, à reforma [das escolas]” (Skinner, 1972 [1968],
p. 92). Contudo, “as reformas significaram pouco mais do que mudar
para medidas não corporais [de punição]” (p. 92). O autor fornece uma
lista de situações aversivas que foram mantidas no ambiente escolar
objetivando disciplinar e ensinar. Alguns exemplos: a ridicularização,
as críticas, os sarcasmos, as perdas de privilégios, o ostracismo, entre
outros. Com efeito, tais práticas apenas favoreceram o desenvolvimento
de alunos que estudam apenas para não sofrer castigos e de especialistas
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14. MarceloHenriqueOliveiraHenklaineJoãodosSantosCarmoCadernosdePesquisav.43n.149p.704-723maio/ago.2013717
em escapar das aulas por meio de atrasos, falta de atenção e “má vonta-
de”. Essas questões devem ser consideradas com especial atenção pelos
professores.
Basicamente, segundo Luna (2000), é preciso considerar quatro
argumentos contra o uso da punição: (a) pode ter efeito apenas tempo-
rário, de modo que o comportamento punido voltará a ocorrer quando
a estimulação aversiva terminar; (b) pode produzir efeitos colaterais in-
desejados, como esquiva e fuga das situações de ensino e, inclusive, da
escola, como também pode gerar respostas emocionais, algumas delas
componentes da ansiedade; (c) a punição não tem papel instrutivo, pois
punir indica o que está errado, mas não o que é o certo; (d) a punição
geralmente beneficia mais o agente punidor do que a pessoa punida; se
o comportamento do aluno está sendo aversivo para o professor, puni-
-lo pode reforçar o comportamento do professor de brigar, tirar ponto,
passar tarefas extras etc.
Contribuições em termos de propostas sistematizadas de
ensino fundamentadas na Análise do Comportamento
As primeiras propostas comportamentais voltadas ao ensino sur-
giram nos anos 1950 a partir do trabalho de Skinner (1953) que discutiu
o uso de princípios comportamentais na sala de aula. Inicialmente, esse
autor identificou uma série de problemas na educação norte-americana
de seu tempo. Esses problemas são também frequentes no Brasil. Dois
exemplos são: (a) professores raramente utilizam reforço positivo em
sala de aula ou utilizam-no de forma não planejada e/ou não consisten-
te (o reforço vem atrasado ou é incerto); (b) não há ênfase na modela-
gem de respostas, de modo que os comportamentos-objetivo demoram
a ocorrer.
Em resposta à sua avaliação sobre os problemas educacionais,
diversos métodos de ensino foram concebidos. Exemplos historicamen-
te importantes foram publicados em: Lindsley (1992) – precision teaching
[ensino preciso]; Skinner (1972 [1968]) – ensino programado; Keller
(1972 [1968]) – sistema personalizado de instrução – PSI –; Engelmann
e Carnine (1982) – direct instruction [instrução direta]; Saville, Lambert e
Robertson (2011) – interteaching [interinstrução].
A despeito de suas diferenças, todas essas propostas têm em co-
mum (a) o emprego de reforço positivo para produzir os comportamen-
tos esperados em substituição ao uso de controle aversivo; (b) focalizam
no domínio completo do material pelos estudantes como critérios para
avançar para o próximo módulo ou unidade de ensino; (c) o desempe-
nho do aluno é avaliado frequentemente; e (d) a apresentação do mate-
rial vai do simples para o complexo.
Becker e Engelmann (1978) apresentam com detalhes um con-
junto de princípios para orientar o trabalho de planejar, selecionar
e sequenciar tarefas para instrução básica. O objetivo do formato de
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15. CONTRIBUIÇÕESDAANÁLISEDOCOMPORTAMENTOÀEDUCAÇÃO:UMCONVITEAODIÁLOGO718CadernosdePesquisav.43n.149p.704-723maio/ago.2013
programas instrucionais proposto por esses autores é ensinar habilidades
que possam ocorrer em muitas situações apropriadas e não apenas na-
quelas explicitamente utilizadas no processo de instrução. Basicamente,
este é um dos objetivos centrais da educação, isto é, que os comporta-
mentos aprendidos nos contextos de sala de aula e nas tarefas propostas
possam se generalizar para contextos fora da sala de aula e para outras
tarefas. Portanto, o que se espera é ensinar “casos gerais”: conjuntos de
situações com propriedades comuns entre si (e dessemelhantes em re-
lação a outros conjuntos) diante das quais certos tipos de responder são
apropriados e/ou conjuntos de respostas com funções comuns, ou seja,
que podem igualmente produzir certos tipos de consequência.
Outro exemplo é o trabalho de Keller (1972 [1968]) no desenvol-
vimento do seu PSI, que tem como principais características:
1. Conteúdo da disciplina ou do curso organizado em pequenas partes,
cada uma delas constituindo unidades de ensino.
2. Requisito de perfeição em cada unidade para que o aluno possa pros-
seguir, ou seja, o aluno só poderá avançar quando demonstrar domí-
nio completo da unidade precedente.
3. Unidades mais avançadas englobam o que foi ensinado em unidades
anteriores.
4. Uso de diversas avaliações ao longo da disciplina, que servem para
certificar que o aluno dominou uma unidade e para informar ao pro-
fessor e sua equipe se a programação de ensino em vigor está sendo
eficaz.
5. Ritmo individualizado, permitindo ao aluno prosseguir com veloci-
dade adequada à sua habilidade e à sua disponibilidade de tempo.
6. Feedback imediato em relação à produção do aluno e às suas
avaliações/testes.
7. Uso de palestras e demonstrações como veículo de motivação, ao
invés de fonte primordial de informação.
8. Ênfase dada à palavra escrita nas comunicações entre professores e
alunos.
9. Uso de monitores, permitindo repetição de testes, avaliação imedia-
ta, tutela inevitável, e acentuada ênfase no aspecto social do proces-
so educacional.
Todos esses métodos têm o potencial de superar propostas tradi-
cionais de ensino justamente por sua ênfase em aspectos cruciais do ensi-
no. Infelizmente, esses métodos não foram incorporados e são pouco em-
pregados em escolas, cursos de graduação e programas de pós-graduação.
De acordo com Saville, Lambert e Robertson (2011), isso acontece por
diversas razões, como resistência a mudanças, sobretudo porque as pro-
postas educacionais comportamentais consomem mais tempo e esforço
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16. MarceloHenriqueOliveiraHenklaineJoãodosSantosCarmoCadernosdePesquisav.43n.149p.704-723maio/ago.2013719
do professor, que geralmente está sobrecarregado com diversas cobran-
ças e desafios. É possível também que os docentes se sintam ameaçados
de perder o controle do que deverá ser ensinado, pois, nas propostas
comportamentais é enfatizado que o desempenho do aluno constitui
informação crítica sobre a efetividade do planejamento de ensino ela-
borado pelo professor. Além disso, ainda é comum que exista incompre-
ensão ou preconceito em relação aos princípios comportamentais ou à
filosofia em que estão fundamentados.
Os autores propõem o interteaching como uma forma de ensino
que, por sua flexibilidade e facilidade de implementação, tornaria mais
simples o processo de mudança de práticas tradicionais de ensino para
a proposta comportamental. O interteaching tenta manter aspectos-chave
das propostas educacionais comportamentais: (a) uso do controle posi-
tivo no lugar do aversivo; (b) conteúdo vai do simples ao complexo; (c)
foco no domínio completo do material pelos estudantes; e (d) avaliação
frequente do desempenho do aluno. Para superar as resistências já in-
dicadas, propõem: (a) estudo de cada tópico antes da aula com ajuda de
um guia de atividades; (b) realização de conferências de esclarecimento
pelo professor ao início de cada aula (com 30 minutos de duração); (c)
discussão dos guias de atividades em duplas com supervisão do profes-
sor; (d) testes, pelo menos, cinco vezes por semestre. Por ser um método
novo, mais pesquisas são necessárias para atestar sua eficiência e mais
tempo para que se possa julgar se será capaz de conquistar o interesse
dos professores.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo deste artigo foi compartilhar algumas contribuições da
Análise do Comportamento ao campo educacional com uma audiência
de não analistas do comportamento. O diálogo entre diferentes pers-
pectivas teórico-metodológicas é especialmente interessante quando
estamos diante de grandes desafios, como é o caso dos problemas edu-
cacionais brasileiros.
Foi discutido que qualquer planejamento de ensino poderá se
beneficiar se seguir as seguintes orientações: (1) definição objetiva e cla-
ra dos comportamentos que devem ser apresentados pelos alunos ao
longo e ao final do ensino; (2) avaliação do repertório comportamental
do aluno relacionado ao comportamento a ser ensinado; (3) arranjo se-
quencial dos materiais e definição dos critérios para reforçamento de
uma resposta, e quais reforçadores serão utilizados; (4) definição das
consequências para os erros do aluno e do que fazer quando o aluno
comete muitos erros; (5) definição de quais serão as formas de avaliar se
o aluno já dominou determinado conteúdo, isto é, que ele já apresenta
certo tipo de comportamento; (6) manejo das contingências de reforço
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para fortalecer aproximações sucessivas do comportamento-objetivo e
para construir reforçadores condicionados intrínsecos à tarefa; e (8) ma-
nutenção de registros das respostas do aluno como base para modifica-
ção dos materiais e procedimentos de ensino.
Além dessas contribuições, a forma de fazer ciência da Análise
do Comportamento traz inovações fundamentais aos campos da psico-
logia e da educação ao adotar uma atitude de não aceitar construtos
hipotéticos como agentes iniciadores do comportamento. Isso gera uma
busca cuidadosa (e fundamental) pelas variáveis ambientais que deter-
minam o comportamento. Isso ajuda a elaborar procedimentos precisos
para o ensino (Kubo; Botomé, 2001). Segundo Skinner (1969), quando
os objetivos são especificados apropriadamente, o professor sabe o que
deve fazer e, mais tarde, reconhecerá facilmente se de fato fez o que
deveria e se produziu os resultados esperados.
Em termos de uma discussão mais ampla sobre os objetivos da
Educação e políticas educacionais, acreditamos também na viabilida-
de das contribuições comportamentais. Skinner (1972 [1968]) defendia
a necessidade de interação entre a pesquisa científica e as escolas de
formação de professores, uma vez que “o comportamento humano é
complexo demais para ser deixado à experiência casual, ou mesmo or-
ganizada no ambiente restrito da sala de aula. Os professores precisam
de auxílio” (p. 91).
A educação para Skinner (1969) tem o objetivo fundamental de
transmissão de cultura, isto é, ensinar aos novos membros o saber his-
toricamente produzido pelas gerações anteriores. A Educação também
é essencial ao bem estar do indivíduo e da cultura porque é preciso en-
sinar aos alunos comportamentos que serão vantajosos para eles e para
os outros em algum momento no futuro (Skinner, 1981 [1953]). Essa
visão privilegia valores como a solidariedade em vez do individualismo.
Skinner deixa claro que não basta olhar para o ambiente ime-
diato, mas é preciso considerar, sobretudo, o futuro. Este é um grande
desafio, se considerarmos que o ambiente muda constantemente. Como
ensinar um comportamento que será vantajoso para a pessoa e para os
outros numa condição futura que desconhecemos? Como ensinar a agir
na ausência da orientação do professor?
Para Nico (2001), Skinner responde a esta pergunta sugerindo
que os alunos aprendam na escola um repertório especial “por meio do
qual os próprios alunos podem chegar à emissão das respostas certas
sob novas contingências e sem o auxílio dos membros da agência edu-
cacional” (p. 63). Este repertório especial refere-se aos comportamentos
de autocontrole, tomada de decisão e solução de problemas (Skinner,
1998 [1953], 1972 [1968]).
Autores como Skinner sinalizam a importância de revisão das
práticas de ensino vigentes e, concomitantemente, tornam evidente o
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papel central da educação para as culturas humanas. Verifica-se nessas
teses o início de uma delimitação do que deve ser ensinado, sob quais
condições ou de que forma e com uma definição de qualidade de ensi-
no que significa implementar práticas de ensino que de fato produzam
a aprendizagem dos comportamentos-objetivo. O debate educacional,
nesses moldes, torna-se claro e compreensível para todos os interessa-
dos. A clareza favorece a crítica e o entendimento dos processos que
permitiram a produção de falhas e de acertos.
A clareza é condição importante numa discussão sobre Educação.
Por fim, ressaltamos que a preocupação com a captação e aplicação de
recursos públicos, tanto para oferecer melhores salários aos professores
como para construir novas escolas e elaborar material didático, é fun-
damental para a melhora da educação. Discussões sobre políticas educa-
cionais e sobre a filosofia educacional a ser adotada são igualmente rele-
vantes. Mas não podemos, por reconhecer a importância desses fatores,
negligenciar o método de ensino.
Skinner (1972 [1968]) discute que contratar mais e melhores pro-
fessores, garantir acesso à escola, formar melhores estudantes, criar es-
colas mais modernas, multiplicar as formas de contato professor-aluno
por meio de recursos audiovisuais e planejar novos currículos são deci-
sões que podem ser tomadas sem que se analisem os métodos de ensino
subjacentes às relações professor-aluno em sala de aula. Esquecemos,
portanto, de “perguntar como estes melhores professores devem ensi-
nar a estes melhores alunos nestas melhores escolas” (p. 89).
Precisamos pesquisar mais sobre aprendizagem e desenvolver
melhores procedimentos de ensino, e com isso ter melhores condições
para orientar os professores. Ainda que conquistemos melhores condi-
ções de trabalho para o professor e melhores escolas, ainda precisare-
mos nos preocupar com as práticas de ensino (Skinner, 1972 [1968]).
Novos estudos podem destacar as contribuições da Análise do
Comportamento por “áreas” da Educação. Por exemplo: contribuições à
educação matemática. Além disso, é importante desenvolver pesquisas
que comparem métodos e destaquem os aspectos cruciais para o sucesso
ou insucesso de uma proposta de ensino. Incentivamos também estudos
que aprofundem a descrição das contribuições comportamentais à edu-
cação, apresentando, por exemplo, diferentes técnicas de ensino e os
resultados obtidos com diferentes populações.
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MARCELO HENRIQUE OLIVEIRA HENKLAIN
Mestrado em Psicologia na Universidade Federal de São Carlos – UFSCar (SP)
marcelo_henklain@hotmail.com
JOÃO DOS SANTOS CARMO
Professor do Departamento de Psicologia e Pesquisador do Instituto Nacional
de Ciência e Tecnologia sobre Comportamento, Cognição e Ensino –
INCT-ECCE – da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar Instituto de
Ciência e Tecnologia sobre Comportamento, Cognição e Ensino
carmojs@gmail.com
Recebido em: NOVEMBRO 2012 | Aprovado para publicação em: MAIO 2013
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