O documento discute a história e classificação dos antibióticos. Começa com os primeiros usos de antibióticos há 3000 anos e descreve as descobertas chave, como a penicilina por Alexander Fleming na década de 1920. Os antibióticos são classificados quimicamente, de acordo com seu espectro de ação contra bactérias, fungos e protozoários, e se seu efeito é bactericida ou bacteriostático. O documento também discute a concentração inibitória mínima e testes de sensibilidade antimicrobiana
2. INTRODUÇÃO
Os primeiros usos datam de 3000 anos atrás.
No século XIX, a demonstração da origem infecciosa
de algumas doenças estimulou a pesquisa no intuito
de se descobrir substâncias específicas no combate
dos germes.
O termo antibiose foi criado em 1889 para designar
processo natural de seleção pelo qual um ser vivo
destrói outro para assegurar a sua sobrevivência.
Paul Ehrlich, o pai da quimioterapia moderna, elaborou
a teoria sobre a ligação dos antimicrobianos a
receptores específicos na célula.
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3. Introdução Salvarsan, derivado do arsênico para o
tratamento da sífilis.
Em 1912, Gaspar Viana demonstrou que o tártaro
emético ( tartarato de antimônio e potássio) possuia
atividade terapêutica no tratamento da leishmaniose.
No início do século, as sulfas eram usadas como
corantes. Em 1932 Gerard Domagk, demonstrou que as
sulfas tinham atividade antibacteriana in vivo, utilizando
a sulfamidocrisoidina (prontosil rubrum) na terapêutica
para tratamento de camundongos.
Depois foi descoberto que a substância ativa era
sulfanilamida.
Com a 2ª guerra houve o desenvolvimento da industria
farmacêutica de síntese, originando novos
quimioterápicos
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4. A DESCOBERTA DA PENICILINA
O primeiro antibiótico de utilidade clínica, ocorreu
quando Alexander Fleming estudava culturas de
Staphylococcus aureus que haviam se contaminado
com fungo do gênero Penicillium.
Alexander Fleming
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Colônia de
Penicillium
Morfologia do
Penicillium notatum
5. A Substância liberada por este fungo era
filtrável, não tóxica para animais e que exercia
atividade antibacteriana contra estafilococos,
estreptococos, bacilo diftérico, meningococo e
gonococo.
Tem início a era da antibioticoterapia, sendo
Fleming, Florey e Chain agraciados com o
Nobel em 1945.
Descoberta da estreptomicina obtida apartir da
cultura de actinomicetos (Streptomyces griseus);
Cloromicetina a partir do Streptomyces
venezuelae obtido a partir da amostra de solo; A
partir de síntese química deu origem ao
clorafenicol.
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6. A antibioticoterapia recebeu novo impulso quando foi
descoberto um método prático para obtenção de ácido
6-aninopenicilânico (6 APA).
A introdução de novos radicais sobre o 6-APA permitiu o
surgimento de novos antibióticos penicílinicos,
caracterizados por terem parte de sua obtenção
realizada pelo processo fermentativo natural e parte
resultante de reações químicas. É a era dos antibióticos
semi-sintéticos.
A meticilina foi a primeira penicilina resistente a ação da
β lactamases do tipo penicilinases.
As pesquisas levaram a descoberta das cefalosporinas
que são obtidas apartir do Cephalosporium
acremonium, fungo isolado do mar da Sardenha próximo
a um cano de esgoto.
O núcleo central é ácido 7 aminocefalosporânico (7ACA)
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7. Conceito de quimioterapia
abrange as substâncias que são
sintetizadas em laboratório, ou de origem
vegetal que apresentam baixa toxicidade
para as células do hospedeiro e alta para
o agente agressor.
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8. Características do antibiótico ideal:
Atividade antibacteriana sobre amplo espectro
de germes;
Ser absorvido por via oral e por via parenteral;
Ter fácil distribuição pelos tecidos e líquidos
orgânicos, atingindo concentração bactericida;
Não sofrer inativação por enzimas tissulares;
Não provocar efeitos tóxicos, alérgicos ou
irritantes no hospedeiro;
Não induzir o desenvolvimento de resistência;
Não ter efeitos teratogênicos;
Produzir concentrações elevadas e por tempo
prolongado;
Ser facilmente obtido em escala industrial.
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9. CLASSIFICAÇÃO DOS
ANTIBIÓTICOS
Classificação Química:
As substâncias do mesmo grupo apresentam
mecanismo de ação semelhante, partilharem total ou
parcialmente os microrganismos sobre qual atuam
(espectro de ação).
Existência de reação cruzada entre seus constituintes.
Ex.: os Macrolídeos, Tetraciclinas, as cefalosprinas de
1ª geração o clorafenicol e o tiafenicol.
Em relação a outros antibióticos isto não ocorre porque
estas substâncias podem apresentar determinados
radicais na fórmula estrutural que modificam o ponto de
ação do mecanismo de resistência cruzada.
Ex.: penicilina G e oxacilina frente ao estafilococo
produtor de penicilinase.
A resistência desta bactéria deve-se a produção de
penicilinase que age sobre o anel β lactâmico,
transformando a penicilina em ácido penicilóico
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desprovido de ação antimicrobiana
10. A oxacilina impede a ação destas enzimas, pois o anel
está protegido por radicais mais complexos.
Também não é possível prever reações cruzadas entre
os aminoglicosídeos, pois existem diversos mecanismos
de resistências.
O conhecimento de resistência cruzada entre
antibióticos é de importância para evitar associação ou
substituição de drogas por outra que apresente o
mesmo mecanismo de resistência.
Avaliação fidedigna do antibiograma.
A sensibilidade para o clorafenicol será a mesma para o
tiafenicol;
As tetraciclinas e as cefalosporinas de 1ª geração;
Em geral os macrolídeos, com exceção para o s
macrolídeos modernos (claritromicina e a azitromicina)
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11. TABELA 1- Classificação Química
dos Antibióticos
Derivados de aminoácidos
Monopeptídeos – ciclosserina;
Polipeptídeos – polimixinas, bacitracinas, etc.
Aminopropanodiol – Clorafenicol, tiafenicol.
ß lactâmicos (beta lactaminas)
d.1 ácido 6 aminopenicilânico – penicilinas.
d.2 ácido 7 aminocefalosporânico – cefalosporinas.
d.3 inibidores de beta lacatamases – ácido clavulânico, tazobactam, sulbactam.
d.4 monobactâmicos – Aztreonam, carumonam, etc.
e) Glicopeptídios – vancomicina, teicoplamina.
B. Derivados de açucares
Heterosídeos macrolídeos – eritromicina, josamicina, rosamicina, roxitromicina, claritromicina,
azitromicina.
Lincosaminas – lincomicina, clindamicina.
Aminoglicosídeos – estreptomicina, canamicina, neomicina, gentamicina, netilmicina, amicacina,
tobramicina.
Glicosídeos ácidos – novobiocina.
Sinergistinas – pristinamicina.
C. Derivados de Acetatos e Propionatos
Poliênicos – nistatina, anfotericina A, metil-partricina.
Aromáticos
b.1 Tetraciclinas
b.2 Ansamicinas – rifamicinas
c) Esteróides – Ácido fusídico.
d) Derivados do griano – griseofulvina.
01:24D. Outros: Fosfomicina; Variotina.
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12. Classificação Segundo o Espectro
de Ação
Os agentes infecciosos sobre os quais agem os
antibióticos são: bactérias, protozoários e fungos .
As bactérias podem ser divididas em :
Gram positivas, Gram negativas, micobactérias,
riquétsias, micoplasmas, espiroquetas e clamidias.
Alguns antibioticos possuem ação sobre bactérias
(Tetraciclinas) ou fungos (anfotericina B) ou ter ação
sobre protozoários.
As sulfas possuem efeito bacterióstatico sobre bactérias
Gram positivas e Gram negativas.
Outros podem ser utilizados em infecções localizadas do
aparelho urinário, pois não possuem efeito sistêmico:
O ácido nalidíxico, ácido pipemídico, a norfloxacina e a
nitrofurantoína.
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13. TABELA 2.3 -Classificação
Segundo o Espectro de Ação
Ativo sobre protozoários: Tetraciclinas, anfotericina B.
b) Fungos: nistatina, anfotericina B, griseofulvina.
c)Bactérias Gram positivas: penicilinas, macrolídeos,
bacitracina.
d)Bactérias Gram negativas: polimixinas,
aminoglicosídeos.
e) Bactérias Gram positivas e Gram negativas (amplo
espectro): clorafenicol, tetraciclinas, ampicilinas,
cefalosporinas, rifampicina.
f) Micobactérias: estreptomicina, rifampicina,
claritromicina.
g) Riquétsias, micoplasmas e clamidias: Tetraciclinas,
clorafenicol, macrolídeos.
h) Espiroquetas: Penicilinas, eritromicina, tetraciclina.
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14. Classificação Segundo o Efeito
sobre os Germes
Os antibióticos são classificados em bactericidas e
bacteriostáticos.
Bacterícidas – provocam ações incompatíveis com a sobrevida
bacteriana.
Bacteriostáticos – inibem o crescimento e a reprodução bacteriana
sem provocar sua morte imediata, sendo o efeito reversível quando a
droga é retirada.
O efeito bactericida ou bacteriostático é relativo e está a dependência
da concentração atingida pela droga no meio onde se situa o
microrganismo e da sensibilidade deste.
Leva-se em consideração a concentração terapêutica média possível
de ser utilizada e a média de germes sobre os quais ela atua.
A meticilina tem efeito bactericida sobre bactérias Gram positivas,
quando usada na concentração d 2,5 a 5 mcg/ml. Na concentração
de 0,05 e 0,5 mcg/ml seu efeito é bacteriostático
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15. TABELA 2.4 – Principais Opções
Antibióticas Contra Bactérias
Bactérias Gram positivas, cocos Gram negativos e espiroquetas: Penicilinas,
eritromicina e outros macrolídeos, tetracilclinas.
Estafilococos produtores de beta lactamase: Oxacilina, cefalosporinas de
1ª geração, gentamicina ou amicacina, Rifampicina, vancomicina,
teicoplamina, lincomicina ou clindamicina.
Enterococo: Penicilina G+Gentamicina; Ampicilina+Gentamicina;
Vancomicina, Teicoplamina, Tetraciclinas, Clorafenicol.
Bacilo Gram negativos: Gentamicina e outro aminoglicosídeos; Clorafenicol,
tiafenicol, Tetraciclinas, ampicilina, cefalosporinas, polimixinas, quinolonas,
monobactâmicos.
Pseudomonas aeruginosa: Gentamicina ou tobramicina ou amicacina;
carbenicilina; polimixinas, cefalosporinas de 3ªgeração e 4ª geração;
aztreonam; imipenem e meropenen
Micobactérias: Rifampicina+ Isoniazida+Pirazinamida ou Etambutol;
ciclosserina, estreptomicina, etionamida, Sulfonas.
Clamidias, Riquétsias e micoplasmas: Tetraciclinas, clorafenicol, Tiafenicol,
eritromicina e outros macrolídeos.
Anaeróbios: Penicilinas (exceto para Bacteróides fragilis), clorafenicol,
Clindamicina
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16. CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA
MÍNIMA
O QUE É MIC? (Concentração Inibitória
Mínima) é a menor concentração do
agente antimicrobiano que inibe o
crescimento do organismo.
Os valores da Concentração Inibitória
Mínima (CIM), bacteriostática e
bactericida sofrem variações muito grande
em função da cepa do germe estudado
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17. TABELA 5- CIM da cefalexina para Diferentes Cepas de
Bactérias
Bactérias
No de
cepas
>128
128
64
E coli
197
3
1
4
4
K pneumoniae
108
2
2
3
S pyogenes
6
-
-
Pneumococos
14
-
S aureus
sensível a
penicilina
19
-
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CIM (mcg/mL)
32 16 8 4
2
1
0,5
29 11 47
2
-
-
2
7 45 39
8
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
3
5
3
1
1
-
-
-
-
-
4
6
8
1
18. O clorafenicol antibiótico bacteriostático
para bactérias Gram negativas alcança
concentração linfática duas vezes maior
que a do sangue, por isso e bactericida
para salmonelas de localização linfática.
Quando um antibiótico considerado
bactericida for utilizado em doses
menores à recomendada ou a difusão no
tecido for inferior, ocorrerá apenas um
efeito bacteriostático.
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19. Teste de Sensibilidade
Antimicrobiana
Um microrganismo é considerado susceptível a
uma droga se for morto ou inibido por uma
concentração da droga facilmente obtida no
local da infecção (geralmente a concentração
que a droga atinge na corrente sanguínea.
Um microrganismo é considerado resistente se
puder tolerar a maior concentração de um
antibiótico que se obtém na corrente sanguínea.
Acredita-se que esta concentração seja de duas
a quatro vezes a concentração que seria
suficiente para matá-lo.
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20. Técnicas de Antibiograma
Método das diluições em tubo:
Meio de cultura- Caldo Mueller- Hinton ou caldo de
tripticase-soja para germes comuns e tioglicolato para
estreptococos anaeróbios, clostrídeos e outros
anaeróbios.
Preparar soluções concentradas das drogas a serem
testadas (em geral 1.000 unidades por mL)
Diluir 1:10 no próprio meio de cultura quando for usar;
O pH final deve estar entre 7,2 e 7,4.
Geralmente 1 unidade está contida em 1 micrograma,
com exceção para penicilina onde a potência de 0,6
micrograma equivale a 1 unidade.
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21. Para cada antibiótico são necessários uma série
de 12 tubos de 12 mm estéreis contendo 0,5 mL
do meio de cultura líquido.
Nos tubos 1 e 2 pipetar 0,5 da solução de
antibiótico contendo 100 microgramas por mL.
Misturar o conteúdo do tubo 2 e transferir 0,5
mL para o tubo 3.
Continuar este procedimento até o tubo 11.
Em seguida pipetar em todos os tubos do
inóculo (cultura de 24 horas em caldo com 10 5 a
106 bactérias por mL) menos no tubo 11.
Incubar a 37º C por 18 a 24 horas.
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22. Observar o tubo 11- deve estar límpido;
O tubo 12 ( controle da cultura)- Deve
apresentar crescimento bacteriano;
Se houver ação da droga sobre o
microrganismo, os tubos iniciais estarão
límpidos
O primeiro tubo que apresentar crescimento
demonstra que na concentração do antibiótico
que corresponde a este tubo não houve inibição
do crescimento.
O tubo anterior ainda límpido corresponde à
mínima concentração de antibiótico que é
inibitória para determinada bactéria. (CIM)
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23. Método de Difusão com Discos
(Kirby-Bauer)
Consiste na inibição do crescimento de
um microrganismo na superfície de um
meio inoculado, ao redor de um disco de
papel de filtro impregnado com uma
droga.
Meio cultura- Mueller-Hinton;
O pH do meio deve está entre 7,2 e 7,4;
Para alguns microrganismos podemos
usar ágar sangue ou ágar chocolate.
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24. Inóculo- Usar sempre colônias representativas
da população em estudo;
Disco de antibióticos- Produzidos por indústrias
controlados oficialmente pelas autoridades dos
países produtores.
Potência- Alta concentração, pois corresponde
ao maior nível sanguíneo atingido pela droga no
decurso do tratamento usual.
Leitura- É necessário que o halo de inibição
ultrapasse um certo diâmetro, variável para
cada antibiótico .
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