O documento discute protozoários parasitas, incluindo amebíase e giardíase. Ele descreve o ciclo de vida, transmissão, sintomas, diagnóstico e tratamento destes protozoários, bem como conceitos epidemiológicos relacionados a doenças parasitárias.
1. ESCOLA AGRÍCOLA DO PAJEÚ
PARASITOLOGIA
PROFESSOR RAFAEL QUESADO VIDAL
ENFERMEIRO
Curso Técnico de Enfermagem
SERRA TALHADA
2. PROTOZOÁRIOS
Relação parasito-hospedeiro.
Tipos de associação entre os animais.
1. Harmônicas;
2. Desarmônicas;
Exemplos.
Competição (girafa X girafa);
Canibalismo (leões X leões);
Predatismo (leões X zebas);
Parasitismo (A. Lumbricóides X Humanos);
Comensalismo (peixe X tubarão);
Mutualismo: as duas espécies se beneficiam (cupins X
protozoários);
Simbiose: Pelo menos uma da espécie se beneficia (bovinos X
protozoários).
4. PROTOZOÁRIOS
Conceitos epidemiológicos de doenças.
Período de incubação: é o intervalo entre a exposição ao agente e o
aparecimento da enfermidade.
Doença clínica: são indivíduos infectados que apresentam sinais e
sintomas clínicos.
Doença subclínica: são indivíduos infectados que não apresentam
sinais e sintomas da doença.
6. PROTOZOÁRIOS
Dinâmica da distribuição de doenças na
população.
Endemia: é a presença constante de uma doença em uma população
de determinada área geográfica.
Epidemia: é a ocorrência de uma doença em uma determinada
população, que se caracteriza por uma elevação progressiva,
inesperada e descontrolada, ultrapassando aos valores esperados.
Pandemia: são as epidemias que ocorrem ao mesmo tempo em vários
países e/ou continentes.
7. PROTOZOÁRIOS
Medidas preventivas.
Prevenção primária: medidas que procuram impedir que o individuo
adoeça, controlando os fatores de risco.
Prevenção secundária: medidas aplicáveis aos indivíduos que se
encontram sob a ação do agente patogênico.
Prevenção terciária: consiste na prevenção de incapacidades através
de medidas destinadas a reabilitação, aplicada na fase que esteja
ocorrendo ou que já tenha ocorrido a doença.
8. PROTOZOÁRIOS
Medindo saúde e doença.
Coeficiente de incidência da doença:
Casos NOVOS da doença em determinada comunidade e tempo x 10n
População da área no mesmo tempo
Coeficiente de prevalência da doença:
Casos PRESENTES da doença em determinada comunidade e tempo x 10n
População da área no mesmo tempo
Coeficiente de letalidade:
Mortes devido à doença em determinada comunidade e tempo x 100
Casos da doença na mesma área e tempo
Coeficiente geral de mortalidade:
Número de óbitos em determinada comunidade e ano x 1.000
População estimada para 01 de julho do mesmo ano
9. PROTOZOÁRIOS
Introdução.
São microorganismos cuja classificação é feita com base nas
estruturas de locomoção que eles apresentam;
Todos são seres eucariontes, ou seja, possuem núcleo celular
organizado dentro de uma carioteca, a maioria são heterótrofos;
A locomoção desses micro-organismos no meio aquático é feita
através de: ciliados, flagelados, pseudópodes e esporozoários;
Vivem em água doce ou salgada;
A reprodução geralmente é assexuada.
10. AMEBÍASE
Introdução.
Leva a óbito anualmente
100.000 pessoas no mundo;
Apesar da alta mortalidade,
apenas 10% dos infectados
apresentam algum sintoma da
doença;
Entamoeba díspar (casos
assintomáticos);
Entamoeba histolytica (casos
sintomáticos);
11. AMEBÍASE
Biologia.
Os trofozoíto da E. histolytica
vivem no intestino grosso,
podendo penetrar na mucosa e
invadir outros órgãos como
(fígado, pulmão, rins)
provocando ulceras;
A locomoção se dá por
pseudópodes, a ingestão de
alimentos por fagocitose e a
multiplicação por divisão binária.
12. AMEBÍASE
Ciclo biológico.
É monoxênico (quando o parasita tem apenas um hospedeiro em
sua vida), o ciclo se inicia pela ingestão do cisto maduro, juntos de
alimentos e água contaminados. Em seguida passa pelo estômago
chegando até o intestino delgado, onde ocorre a disseminação dos
metacistos. Esses por sua vez, sofrem sucessivas divisões nucleares
dando origem a outros trofozoítos que iram colonizar o intestino
grosso e ai iram transforma-se em cistos que serão eliminados nas
fezes.
14. AMEBÍASE
Transmissão.
Ocorre por ingestão de
cistos maduros presentes
em água ou alimentos
contaminados por dejetos
humanos ou por moscas;
OBS: os portadores
assintomáticos que
manipulam alimentos são
os principais
disseminadores dessa
doença.
15. AMEBÍASE
Manifestações clínicas.
Formas assintomáticas: 80 a 90% dos
casos são assintomáticos, sendo o
diagnóstico através da detecção de
cistos nas fezes;
Forma sintomática disentérica: ocorre
cólicas intestinais e diarréia com até 10
evacuações por dia, tenesmo e fezes
mucossanguinolentas podendo haver
prostração e desidratação;
Forma extra-intestinal: é rara,
entretanto muito grave. A forma mais
comum é o abscesso amebiano no
fígado, causando a tríade (dor no QSD,
febre e hepatomegalia). Outros órgãos
atingidos são o pulmão, rins e cérebro.
16. AMEBÍASE
Período de incubação.
Muito difícil de se determinar, indo de 7 dias até 14 meses.
Diagnóstico.
Clínico: muito difícil de se determinar, principalmente pela
superposição de sintomas com outras doenças parasitarias;
Laboratorial: através do exame de fezes;
Imunológico: ELISA (indicado na amebíase extra-intestinal);
17. AMEBÍASE
Epidemiologia.
Atualmente 480 milhões de pessoas no mundo estão infectadas,
sendo que apenas 10% são sintomáticas;
É endêmica em todas as áreas não apresentando surtos;
Atinge todas as idades, com maior prevalência nos adultos;
Os cistos permanecem viáveis por cerca de 20 dias exposto a luz
solar.
18. AMEBÍASE
Tratamento.
Metronidazol: 500 mg 3x/dia durante 5 a 10 dias em adultos. Em
crianças 35 mg/kg/dia 3x/dia por 5 dias.
Secnidazol: 2 g em dose única em adulto. Crianças 30 mg/kg/dia
durante 5 dias.
Tinidazol: 2 g em dose única para adulto. 1g em dose única para
criança.
19. AMEBÍASE
Profilaxia.
Exames frequentes dos manipuladores de alimentos;
Combate as moscas;
Lavar sempre as mãos;
Ferver as verduras por pelo menos 15 minutos em 3 gotas de iodo/3
L de água;
20. GIARDÍASE
Introdução.
É um flagelado do
intestino delgado. Nos
países em
desenvolvimento a giárdia
é umas das causas mais
comuns de diarréia entre
crianças, que em
conseqüência da
infecção, muitas vezes,
apresentam problemas de
má nutrição e déficit do
desenvolvimento.
21. GIARDÍASE
Ciclo biológico.
É um parasita monoxeno. Após a ingestão do cisto, o
desencistamento é iniciado no meio ácido do estômago e
completado no duodeno e jejuno, onde ocorre a colonização do
intestino delgado pelos trofozoítos, que se multiplicam por divisão
binária migrando para o seco, logo em seguida onde ocorre o
encistamento e sua eliminação nas fezes.
23. GIARDÍASE
Transmissão.
Através de alimentos e água contaminados;
De pessoas a pessoas quando uma está contaminada,
principalmente em locais com aglomerados de gente;
Através de contatos homossexuais;
E através de contatos com animais domésticos infectados.
24. GIARDÍASE
Imunidade.
Estudos tem apontado para o desenvolvimento de imunidade
contra a giárdia em seres humanos, baseado em:
1. A natureza autolimitante da infecção;
2. A detecção de anti-corpos específicos contra a giárdia;
3. A maior suscetibilidade de indivíduos imunocomprometidos à
infecção;
4. A menor suscetibilidade de indivíduos de áreas endêmicas à
infecção, quando comparados aos visitantes;
5. A participação da IgA no impedimento da adesão dos trofozoítos
à superfície do epitélio intestinal.
25. GIARDÍASE
Sintomatologia.
A maioria das infecções são assintomáticas, e ocorrem tanto em
adulto quanto em crianças, que muitas vezes podem eliminar cistos
nas fezes por até seis meses.
Nos indivíduos sintomáticos podem apresentar: diarréia do tipo
aquosa, explosiva de odor fétido, acompanhada de gases com
distensão e dores abdominais, esteatorréia, com perda de peso
associada a má absorção de vitaminas, ferro e gordura.
Geralmente a diarréia causada pela giárdia não vem acompanhada
de sangue.
26. GIARDÍASE
Diagnóstico.
Clínico: a sintomatologia mais indicativa em crianças é: diarréia com
esteatorréia, irritabilidade, náuseas, vômitos, perda de apetite e
dores abdominais.
Laboratorial: o parasitológico pode encontrar cistos nas fezes,
confirmando assim a infecção.
Imunológico: ELISA (é um teste imunoenzimático que permite a
detecção de anticorpos no plasma sanguíneo, baseia-se na
interação antigeno-anticorpo).
27. GIARDÍASE
Epidemiologia.
A giárdia é encontrada em todo mundo, principalmente entre
crianças de zero a dez anos;
Normalmente é adquirida pela ingestão de cistos provenientes de
água da rede pública tratada incompletamente;
A giárdia tem sido reconhecida atualmente como o agente da
“diarréia dos viajantes” que viajam para zonas endêmicas;
Os cistos resistem até dois meses no meio exterior. É resistente ao
processo de cloração da água e resiste por muito tempo em baixo
das unhas;
É frequentemente encontrada em ambientes coletivos;
Babás e manipuladores de alimentos podem ser fonte de infecção.
28. GIARDÍASE
Tratamento.
Metronidazol: 20 mg/kg durante 7 a 10 dias para crianças, por via
oral. A dose para adulto é de 250 mg, 2x/dia.
Secnidazol: 2 g em dose única. Crianças com menos de 5 anos, 125
mg 2x/dia durante 5 dias.
Tinidazol: 2 g em dose única para adulto. 1g em dose única para
criança.
29. GIARDÍASE
Profilaxia.
Higiene pessoal;
Destino correto das fezes;
Proteção dos alimentos e
tratamento da água;
Fervura da água;
Utilizar filtro de areia;
Tratamento dos animais
domésticos.
30. REFERÊNCIA
NEVES D. P. Parasitologia Humana. 11ª edição. Editora
Atheneu. 2004.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. PROFAE. Parasitologia e
Microbiologia. Módulo 1. Brasília – DF, 2003.