1) O documento discute a cadeia de infecção e o controle de infecção, explicando os seguintes pontos: a natureza da infecção, os elementos da cadeia de infecção, as defesas do corpo contra infecção e o processo infeccioso. 2) As principais medidas de controle de infecção incluem isolamento, quarentena, quimioprofilaxia e vigilância sanitária. 3) Existem três níveis de controle: controle da doença clínica, controle da infecção e controle da presença do agent
2. NATUREZA DA INFECÇÃO
▪ Segundo Lorenzo (2004), do ponto de vista biológico, infecção é
uma forma de relação microbiota-hospedeiro que consiste na
implantação e na colonização de microrganismos em hospedeiros
altamente organizados.
▪ Por “colonização” entendemos a aderência, a adaptação
ecológica, o crescimento celular e a posterior multiplicação de
microrganismos no tecido infectado.
▪ O termo “microrganismos” abrange bactérias, fungos
microscópicos, algas microscópicas, protozoários e vírus.
▪ Infecção Refere-se à colonização microbiana no
hospedeiro, nem sempre implicando doença, dano, lesão ou
prejuízo para o hospedeiro.
4. CADEIA DE INFECÇÃO
▪ A presença de um patógeno não significa que ocorrerá uma infecção.
▪ A infecção ocorre em um ciclo que depende dos seguintes elementos:
Um agente infeccioso ou patógeno;
Um reservatório ou fonte para o crescimento do patógeno;
Uma porta de saída para o reservatório;
Um mecanismo de transmissão;
Uma porta de entrada para o hospedeiro;
Um hospedeiro suscetível.
6. CADEIA DE INFECÇÃO
▪ A construção do esquema da cadeia fundamenta-se na compreensão
da infecção como resultante de uma particular inteiração dos diversos
fatores do agente, meio e hospedeiro.
▪ A infecção ocorreria quando o agente deixa o reservatório por
diferentes vias de eliminação e, por meio de uma forma conveniente de
transmissão, com maior ou menor participação do ambiente, introduz-
se no novo hospedeiro suscetível pela via adequada de penetração.
7. 1 – Agente Infeccioso
▪ Os microrganismos na pele são flora
residente ou transitória.
▪ Os organismos residentes são
permanentes na pele, onde eles
sobrevivem e se multiplicam sem causar
doenças cobre o exterior completo
do corpo e protege contra patógenos.
▪ Os transitórios atacam a pele quando
uma pessoa tem contato com outra
pessoa ou objeto durante atividades
normais.
▪ São prontamente transmitidos a menos
que sejam removidos através da higiene
das mãos.
8. 1 – Agente Infeccioso
▪ O potencial dos microrganismos ou
parasitos em causar doença depende dos
seguintes fatores:
Número suficiente de microrganismos
(dose);
Virulência;
Capacidade de entrar e sobreviver no
hospedeiro;
Suscetibilidade do hospedeiro.
9. 2 - Reservatório
▪ É o hábitat de um agente infeccioso, no
qual este vive, cresce e se multiplica.
▪ O homem, os animais e o meio ambiente
podem se comportar como reservatório,
contudo, o mais comum é o corpo
humano.
▪ Existem dois tipos de reservatório
humano:
Pessoas com doença clinicamente
discernível;
Portadores.
10. 2 - Reservatório
▪ Os portadores são as pessoas que não
mostram sintomas de doença, mas quem
têm patógenos sobre ou em seus corpos
que podem ser transferidos para outros.
▪ Podem se apresentar na comunidade de
diferentes formas, entre elas:
Portador ativo convalescente;
Portador ativo crônico;
Portador ativo incubado ou precoce;
Portador passivo,
11. 2 - Reservatório
▪ Os portadores, independentemente de sua
posição na classificação anterior, podem
comportar-se de forma eficiente ou não,
ou seja, participando ou não da cadeia do
processo infeccioso, o que nos permite
classifica-los ainda em:
Portador eficiente;
Portador ineficiente.
12. 2 - Reservatório
▪ No reservatório animal, as doenças que são transmitidas de animais
para o homem são denominadas zoonoses transmitidas de
animal para animal, atingindo o homem só acidentalmente.
▪ No reservatório ambiental, as plantas, o solo e a água podem
comportar-se como reservatório para alguns agentes infecciosos.
13. 3 – Porta de saída
▪ Os microrganismos precisam encontrar, após se multiplicarem em um local
adequado, uma porta de saída se forem entrar em outro hospedeiro e causar
as doenças.
▪ As portas de saída incluem locais como sangue, pele e mucosas, trato
respiratório, trato genitourinário, trato gastrointestinal e transplantário.
14. 4 – Modos de transmissão
▪ Transmissão é a transferência de um
agente etiológico animado de um
reservatório para um novo hospedeiro
suscetível.
▪ A transmissão pode ocorrer de forma
direta ou indireta:
Transmissão direta (contágio):
Transferência rápida do agente etiológico,
sem a interferência de veículos. Pode
ocorrer de duas formas:
Transmissão Direta Imediata
Transmissão Direta Mediata
15. 4 – Modos de transmissão
Transmissão Direta Imediata: Há contato
físico entre o reservatório e o novo
hospedeiro suscetível;
Transmissão Direta Mediata: Não há
contato físico entre o reservatório e o novo
hospedeiro; a transmissão se dá pelas
“Gotículas de Flüge” secreções
oronasais transformadas em partículas
pelo espirro, dotadas de capacidade de
conduzir agentes infecciosos.
16. 4 – Modos de transmissão
Transmissão indireta: Transferência do
agente etiológico por meio de veículos
animados ou inanimados.
Transmissão indireta por veículo animado
é aquela que se dá por meio de um
artrópode que transfere um agente
infeccioso do reservatório para um
hospedeiro suscetível.
Esse artrópode pode se comportar como:
o Vetor biológico;
o Vetor mecânico.
17. 4 – Modos de transmissão
o Vetor biológico: Passa obrigatoriamente
uma fase do desenvolvimento de
determinado agente etiológico.
o Vetor mecânico: Constitui somente uma
das modalidades da transmissão de um
agente etiológico.
18. 4 – Modos de transmissão
Transmissão indireta por veículo
inanimado é aquela que se dá por meio
de um ser inanimado que transporta um
agente etiológico.
Os veículos inanimados são:
Água
Ar
Alimentos
Solo
Fômites
19. 5 – Porta de entrada
Por porta de entrada entende-se o trajeto pelo qual o agente
infeccioso introduz-se no hospedeiro suscetível.
A porta de entrada oferece acesso a tecidos nos quais o agente
pode multiplicar-se ou local onde a toxina, por ele produzida, possa
agir.
Frequentemente, as portas de saída e de entrada são as mesmas.
As mais importantes são:
Trato respiratório;
Trato digestivo;
Trato urinário;
Pele, mucosas e secreções.
20. 6 – Hospedeiro suscetível
▪ O elo final da cadeia do processo infeccioso é o novo hospedeiro suscetível.
▪ A suscetibilidade depende de fatores genéticos, de imunidade específica adquirida
e outros fatores que alteram a habilidade individual de resistir à infecção ou limitar
a patogenicidade.
▪ É necessário, assim, o conhecimento de alguns conceitos:
o SUSCETIBILIDADE: Situação de uma pessoa que se caracteriza pela ausência de resistência
suficiente contra o agente infeccioso que a proteja da enfermidade que ela possa adquirir ao
entrar em contato com esse agente.
o RESISTÊNCIA: Conjunto de mecanismos do organismo que servem de defesa contra a invasão ou
multiplicação de agentes infecciosos.
o IMUNIDADE: Resistência associada à presença de anticorpos específicos que têm efeito de inibir
microrganismos específicos ou suas toxinas responsáveis por doenças infecciosas particulares.
21. 6 – Hospedeiro Suscetível
o A IMUNIDADE pode apresentar-se de duas
formas:
Imunidade ativa: Adquirida
naturalmente pela infecção, com ou
sem manifestações clínicas, ou
artificialmente pela inoculação de
antígenos atenuados na forma de
vacinas.
Imunidade passiva: Adquirida
naturalmente da mãe ou artificialmente
pela inoculação de anticorpos prontos
produtores específicos (soro).
Fig: Vacina (Representação de uma forma de
Imunidade Ativa: artificial).
Fig: Aleitamento Materno (Representação de uma
forma de Imunidade Passiva: natural).
22. 6 – Hospedeiro suscetível
▪ Por último, outro importante aspecto para compreensão de fatores envolvidos na
resposta do hospedeiro à infecção são os mecanismos de ação patogênica dos
agentes infecciosos ou de seus produtos.
▪ Os principais mecanismos encontrados são:
oInvasão direta dos tecidos;
o Produção de toxina;
o Reação alérgica ou imunológica exacerbada;
o Infecção latente ou persistente.
24. O PROCESSO INFECCIOSO
▪ Segundo Potter e Perry (2013), as infecções seguem um curso progressivo. A
severidade da doença do paciente depende da extensão da infecção, da
patogenicidade dos microrganismos, da dose do organismo e da suscetibilidade do
hospedeiro.
▪ Se uma infecção é localizada, o paciente normalmente experimenta sintomas
localizados, tais como dor, sensibilidade e vermelhidão no local da ferida.
▪ Já se afetar o corpo inteiro em vez de um só órgão ou parte dele, é sistêmica e
pode ser fatal se não detectada e não tratada.
Fig: Representação de uma
infecção localizada
Fig: Representação dos órgãos
acometidos pela Sepse, um
processo infeccioso sistêmico
grave
25. Defesas contra infecção
1. FLORA NORMAL: O corpo normalmente contém microrganismos que residem na
superfície e camadas profundas da pele, na saliva e mucosa oral e nos tratos
gastrointestinal e genitourinário. A flora normal habitualmente não causa doença
quando residente na sua área habitual do corpo, mas, ao contrário, participa da
manutenção da saúde.
2. SISTEMA DE DEFESA DO CORPO: Os organismos patogênicos podem aderir à
superfície da pele, ser inalados para dentro dos pulmões ou ser ingeridos. Cada
sistema de órgão tem mecanismos de defesa fisiologicamente apropriados para
a sua estrutura e função específica.
3. INFLAMAÇÃO: A resposta celular do corpo a um ferimento, infecção ou irritação é
chamada de inflamação. A inflamação é uma reação vascular protetora que
libera fluído, produtos de sangue e nutrientes para uma área de ferida. O
processo neutraliza e elimina patógenos e estabelece um meio de reparar as
células e tecidos do corpo.
26. Defesas contra infecção
▪ A resposta inflamatória pode ser
desencadeada por agentes físicos, químicos
ou microrganismos.
▪ Após os tecidos serem lesados, uma série de
eventos bem coordenados ocorre. A resposta
inflamatória inclui:
1. Respostas vascular e celular;
2. Formação de exsudato inflamatório;
3. Reparo tecidual.
Fig: Processo inflamatório
28. CONTROLE DO PROCESSO INFECCIOSO
▪ Segundo Waldman e Rosa (2012), as principais medidas
de profilaxia e controle são:
→ Isolamento: Segregação de um caso clínico do convívio
das outras pessoas durante o período de
transmissibilidade, a fim de evitar que os suscetíveis
sejam infectados.
→ Profilaxia: Conjunto de medidas que têm por finalidade
prevenir ou atenuar doenças, suas complicações e
consequências.
→ Quarentena: Isolamento de indivíduos sadios pelo
período máximo de incubação da doença, contado a
partir da data do último contato com um caso clínico ou
portador.
29. CONTROLE DO PROCESSO INFECCIOSO
→ Quimioprofilaxia: Administração de uma droga, inclusive
antibióticos, para prevenir uma infecção ou a progressão
de uma infecção com manifestações da doença.
→ Tratamento profilático: Tratamento de um caso clínico
ou de um portador com a finalidade de reduzir o período
de transmissibilidade.
→ Vigilância sanitária: Observação dos comunicantes
durante o período máximo de incubação da doença, a
partir da data do último contato com um caso clínico ou
portador, ou da data em que o comunicante abandonou o
local em que se encontrava a fonte primária da infecção.
30. CONTROLE DO PROCESSO INFECCIOSO
▪ O termo controle, quando é aplicado a doenças
transmissíveis, pode ser entendido como a redução da
incidência de determinada doença por meio de diferentes
tipos de intervenções, a níveis muito baixos, de forma que
ela deixe de ser considerada problema importante em
saúde pública.
▪ Para alguns autores, o termo “controle de doenças” é
mais amplo, sendo definido como “uma série de esforços
e intervenções integradas, dirigidas à população ou a
subgrupos de alto risco nela existentes, visando prevenir,
diagnosticar precocemente um agravo à saúde, assim
como limitar danos por ele gerados”.
31. CONTROLE DO PROCESSO INFECCIOSO
▪ Segundo Evans (1985), existem três níveis biológicos de
controle:
Controle da doença clínica, das sequelas e mortalidade a
ela associadas;
Controle da infecção, quer ela se manifeste clinicamente
ou como infecção assintomática;
Controle da presença do agente causal no ambiente e
fonte de infecção.
▪ Salienta, também, que todos esses níveis devem ser
atingidos antes que a erradicação seja possível.
32. CONTROLE DO PROCESSO INFECCIOSO
▪ A erradicação, uma forma radical de controle, é atingida quando não mais existir o
risco de infecção ou doença, mesmo na ausência de vacinação ou qualquer outra
medida de controle, sendo inclusive indicada a suspensão de vigilância.
▪ Uma alternativa próxima à erradicação, é a eliminação de uma doença, que é
atingida quando se obtém a cessação de sua transmissão em extensa área
geográfica, persistindo, no entanto, o risco de sua reintrodução, seja por falha na
utilização dos instrumentos de vigilância ou controle, seja pela modificação do
comportamento do agente ou vetor.
▪ Por fim, é cabível conceituar ações de controle, que pode ser entendido como a
“aplicação de um conjunto de medidas de intervenção visando ao controle.”
33. CONTROLE DO PROCESSO INFECCIOSO
▪ São dois os tipos polares de organização de serviços de saúde.
1. VERTICAL: Cada órgão desenvolve atividades voltadas ao controle de um único
agravo ou de um número restrito de doenças, cujas medidas de intervenção
utilizam tecnologias idênticas ou muito semelhantes. Nesse caso, o instrumento
utilizado são as campanhas.
2. HORIZONTAL: Serviços organizados de forma descentralizada e hierarquizada,
com atribuição de implementar programas de saúde, isto é, voltados ao
desenvolvimento regular de ações de promoção, prevenção, controle e
recuperação da saúde.
34. CONTROLE DA INFECÇÃO NAS ESPECIALIDADES
OONTOLÓGICAS
▪ Segundo Guandalini et al. (1999), para que o dentista mantenha efetivo controle de
infecção odontológica durante a realização dos procedimentos clínicos, é necessária a
criação de uma classificação dos instrumentos e dos procedimentos clínicos quanto ao
risco de transmitirem infecção exógena.
▪ Os instrumentos são classificados em:
▪ Instrumentos Críticos: são aqueles que penetram nos tecidos sub-epiteliais, atingindo o
sistema vascular. Ex.: afastadores, pinças, instrumentos de corte ou ponta e outros. Estes
instrumentos devem ser obrigatoriamente esterilizados.
▪ Instrumentos Semi-críticos: são aqueles instrumentos que entram em contato com a
mucosa ou pele íntegra, como: moldeiras e espelhos extrabucais, instrumentais para
amálgama. Estes instrumentos são desinfetados e quando possível, esterilizados.
▪ Instrumentos Não-Críticos: são aqueles que entram em contato apenas com a pele íntegra
ou não entram em contato com o paciente. Ex. muflo, pinça perfuradora, arco de Young,:
etc.; estes podem ser desinfetados ou esterilizadas, quando possível.
35. CONTROLE DA INFECÇÃO NAS ESPECIALIDADES
OONTOLÓGICAS
▪ Os procedimentos odontológicos clínicos e cirúrgicos são também classificados segundo o
risco de contaminação em:
▪ Procedimentos críticos: são aqueles em que há penetração no sistema vascular. Ex.:
Cirurgias em tecidos moles e duros, Cirurgias Periodontais, Exodontias, Raspagens
Subgengival, etc. Nestes procedimentos os cuidados com a esterilização do instrumental,
a desinfecção do consultório, preparo do paciente e da equipe odontológica devem ser
máximos.
▪ Procedimentos Semi-críticos: são aqueles que entram em contato com secreções
orgânicas (saliva) sem invadir o sistema vascular. Ex.: entulhamento de material
restaurador, colocação de aparelho ortodôntico, etc. O instrumental deve estar
previamente esterilizado ou desinfectado, o consultório limpo e desinfectado, o paciente
preparado com bochecho prévio com solução antisséptica e a equipe preparada, para
evitar infecções cruzadas pela presença das secreções orgânicas sobre o equipamento,
bancada, instrumental.
▪ Procedimentos Não Críticos: são aqueles quando não há penetração no sistema vascular
e não entram em contato com as secreções orgânicas. Em Odontologia não existe
procedimento que possa ser classificado dentro desta categoria.
36. CONTROLE DA INFECÇÃO NAS ESPECIALIDADES
OONTOLÓGICAS
▪ EXAME CLÍNICO: Segundo Guandalini et al.
(1999), de aspecto aparentemente inofensivo,
o exame clínico é um procedimento crítico, pois
há sempre a presença de placa bacteriana e da
saliva aonde encontramos microrganismos,
como por exemplo o vírus da Hepatite B e C na
saliva. A presença de sangue e fluidos orais em
doenças bucais também é comum, então
quando realizamos a exploração dentária ou a
sondagem periodontal haverá contaminação
do instrumental por estes fluidos e secreções. A
tabela ao lado estabelece a classificação do
instrumental e material empregados durante o
exame clínico e indica o método de
esterilização mais adequado, conforme a
simbologia.
MATERIAL CLASSIFICA
ÇÃO
ESTERILIZAÇÃO ESTERILIZ
AÇÃO
ESTERILIZA
ÇÃO
DESCARTÁ
VEL
RISCO AUTOCLAVE ESTUFA SOLUÇÃO
QUÍMICA
Pinça de
algodão
C +++ ++ + 0
Espelho
clínico
C +++ ++ + 0
Sonda
exploradora
C +++ ++ + 0
Sonda
milimetrada
C +++ ++ + 0
Carpule C +++ ++ + SIM
Espátula de
madeira
C 0 0 0 SIM
Escareador C +++ ++ + 0
Anestube C 0 0 + SIM
Agulha/
Carpule
C 0 0 0 SIM
Sugador
plástico
C 0 0 0 SIM
Sugador
metálico
C +++ ++ + 0
(GUANDALINI; MELO; SANTOS, 1999)
37. CONTROLE DA INFECÇÃO NAS ESPECIALIDADES
OONTOLÓGICAS
▪ CIRURGIA BUCO-MAXILO FACIAL: Na
especialidade de Cirurgia Buco-Maxilo Facial
em todos os procedimentos temos a presença
das secreções orgânicas como sangue e saliva,
isto classifica todos os procedimentos nesta
especialidade como críticos e como tal requer
que o instrumental e o material utilizados
sigam a tabela de Cirurgia/esterilização. O
treinamento do cirurgião e da equipe é de
extrema importância para um bom controle da
infecção.
MATERIAL CLASSIFICA
ÇÃO
ESTERILIZAÇÃO ESTERILIZ
AÇÃO
ESTERILIZA
ÇÃO
DESCARTÁ
VEL
RISCO AUTOCLAVE ESTUFA SOLUÇÃO
QUÍMICA
Fórceps C +++ ++ + 0
Lâmina de
Bisturi
C 0 0 0 SIM
Ponta de
Bisturi
C +++ ++ + 0
Porta
agulha
C +++ ++ + 0
Agulha
sem fio
C +++ ++ + 0
Fio sutura
agulhado
C 0 0 0 SIM
Pinça
Hemostática
C +++ ++ + 0
Cinzéis
para osso
C +++ ++ + 0
Limas para
osso
C +++ ++ + 0
Brocas
cirúrgicas 1*
C +++ ++ + 0
Brocas
cirúrgicas 2*
C 0 ++ + 0
CONTINUA...(GUANDALINI; MELO; SANTOS, 1999)
38. CONTROLE DA INFECÇÃO NAS ESPECIALIDADES
OONTOLÓGICAS
MATERIAL CLASSIFICA
ÇÃO
ESTERILIZAÇÃO ESTERILIZ
AÇÃO
ESTERILIZA
ÇÃO
DESCARTÁ
VEL
RISCO AUTOCLAVE ESTUFA SOLUÇÃO
QUÍMICA
Cureta
alveolar
C +++ ++ + 0
Martelo
Cirúrgico
C +++ ++ + 0
Osteomo C +++ ++ + 0
Alavancas C +++ ++ + 0
Afastadores C +++ ++ + 0
Afast. de
retalho
C +++ ++ + 0
Destaca
periósteo
C +++ ++ + 0
Cinzéis
para osso
C +++ ++ + 0
Sugador
sangue
metálico
C +++ ++ + 0
Sugador
sangue
plástico
C +++ ++ + SIM
Alta
rotação
C +++ 0 0 0 CONTINUA
(GUANDALINI; MELO; SANTOS, 1999)
39. CONTROLE DA INFECÇÃO NAS ESPECIALIDADES
OONTOLÓGICAS
MATERIAL CLASSIFICA
ÇÃO
ESTERILIZAÇÃO ESTERILIZ
AÇÃO
ESTERILIZA
ÇÃO
DESCARTÁ
VEL
RISCO AUTOCLAVE ESTUFA SOLUÇÃO
QUÍMICA
Gaze C +++ 0 0 0
Compressas C +++ 0 0 0
Luvas
Cirúrgicas
C +++ 0 0 SIM
Alveolotomo C +++ ++ + 0
Pinça
clínica
C +++ ++ + 0
Espelho
bucal
C +++ ++ + 0
Carpule
/Seringa
metálica
C +++ ++ + 0
(GUANDALINI; MELO; SANTOS, 1999)
40. CONTROLE DA INFECÇÃO NAS ESPECIALIDADES
OONTOLÓGICAS
▪ PERIODONTIA: Na Periodontia a maioria dos
procedimentos é considerado crítico. Isto exige que
o instrumental empregado nestes procedimentos
sejam esterilizados. Uma prévia desinfecção do
ambiente clínico e do equipamento são também
procedimentos obrigatórios. Os procedimentos
periodontais são comumente realizados em
ambulatório e consultório odontológico, sendo que,
algumas vezes, o atendimento pode ser realizado
em centro cirúrgico.
MATERIAL CLASSIFICA
ÇÃO
ESTERILIZAÇÃO ESTERILIZ
AÇÃO
ESTERILIZA
ÇÃO
DESCARTÁ
VEL
RISCO AUTOCLAVE ESTUFA SOLUÇÃO
QUÍMICA
Curetas
Periodontais
C +++ ++ + 0
Pedra Afiar C +++ + 0 0
Taça de
borracha
C 0 0 0 SIM
Escova
polimento
C 0 0 0 SIM
Agulha p/
irrigação
C 0 0 0 SIM
Agulha
sutura s/ fio
C +++ ++ + 0
Fio de sutura
agulhado
C 0 0 0 SIM
Lâmina de
Bisturi
C 0 0 0 SIM
Cabo
Bisturi
C +++ ++ + 0
Tesouras p/
cirurgia
C +++ ++ + 0
Brocas
cirúrgicas 1*
C +++ ++ + 0
CONTINUA(GUANDALINI; MELO; SANTOS, 1999)
41. CONTROLE DA INFECÇÃO NAS ESPECIALIDADES
OONTOLÓGICAS
MATERIAL CLASSIFICA
ÇÃO
ESTERILIZAÇÃO ESTERILIZ
AÇÃO
ESTERILIZA
ÇÃO
DESCARTÁ
VEL
RISCO AUTOCLAVE ESTUFA SOLUÇÃO
QUÍMICA
Brocas
Cirúrgicas 2*
C 0 +++ + 0
Cinzéis
periodontais
C 0 +++ ++ +
Sugador
sangue
metálico
C +++ ++ + 0
Sugador
sangue
plástico
C 0 0 0 SIM
Filtro de
osso
C +++ 0 + 0
Limas
periodontais
C +++ ++ + 0
Gaze C +++ 0 0 0
Espelho
clínico
C +++ ++ + 0
Pinça de
algodão
C +++ ++ + 0
Sonda
milimetrada
C +++ ++ + 0
Sonda p/
furca
C +++ ++ + 0
CONTINUA
(GUANDALINI; MELO; SANTOS, 1999)
42. CONTROLE DA INFECÇÃO NAS ESPECIALIDADES
OONTOLÓGICAS
MATERIAL CLASSIFICA
ÇÃO
ESTERILIZAÇÃO ESTERILIZ
AÇÃO
ESTERILIZA
ÇÃO
DESCARTÁ
VEL
RISCO AUTOCLAVE ESTUFA SOLUÇÃO
QUÍMICA
Pontas ultra-
som
C 0 0 +++ 0
Porta
agulhas
C +++ ++ + 0
Alta rotação C +++ 0 0 0
Carpule/
metálico
C +++ ++ + 0
Carpule/
plástico
C 0 0 0 SIM
Seringa
Luer Vidro
C +++ ++ + 0
Seringa Luer
Plástica
C 0 0 0 SIM
Afastadores C +++ ++ + 0
(GUANDALINI; MELO; SANTOS, 1999)
43. CONTROLE DA INFECÇÃO NAS ESPECIALIDADES
OONTOLÓGICAS
▪ ENDONTIA: Na Endodontia os procedimentos e
instrumentos são classificados como críticos e semi-
críticos. Um exemplo de procedimento semi-crítico é
o capeamento indireto onde há contato com
secreção orgânica, mas não penetra no sistema
vascular. Atualmente, em Endodontia, emprego de
bandejas programadas deve ser adotada como uma
nova filosofia de atendimento para melhor controle
da infecção direta ou cruzada. Este sistema de
bandejas deve considerar o tipo de procedimento
quanto ao risco em transmitir infecção.
MATERIAL CLASSIFICA
ÇÃO
ESTERILIZAÇÃO ESTERILIZ
AÇÃO
ESTERILIZA
ÇÃO
DESCARTÁ
VEL
RISCO AUTOCLAVE ESTUFA SOLUÇÃO
QUÍMICA
Espelho
bucal
C +++ ++ + 0
Sonda
Exploratória
C +++ ++ + 0
Pinça
clínica
C +++ ++ + 0
Carpule
metálico
C +++ ++ + 0
Carpule
plástico
C +++ ++ + SIM
Lençol
Borracha
C +++ 0 0 0
Arco
p/isolamento
metálico
S/C +++ ++ + +
Arco p/
isolamento
plástico
S/C +++ 0 ++ 0
Grampos p/
isolamento
C +++ ++ + 0
Pinça C 0 +++ ++ 0
Porta
grampo
C +++ ++ + 0
CONTINUA(GUANDALINI; MELO; SANTOS, 1999)
44. CONTROLE DA INFECÇÃO NAS ESPECIALIDADES
OONTOLÓGICAS
MATERIAL CLASSIFICA
ÇÃO
ESTERILIZAÇÃO ESTERILIZ
AÇÃO
ESTERILIZA
ÇÃO
DESCARTÁ
VEL
RISCO AUTOCLAVE ESTUFA SOLUÇÃO
QUÍMICA
Anestube C 0 0 + 0
Brocas 1* C +++ ++ + 0
Brocas 2* C 0 +++ ++ 0
Limas
Endodôntica
s
C +++ ++ + 0
Alargadores
endodônticos
C +++ ++ + 0
Régua
metálica
C +++ ++ + 0
Gaze C +++ 0 0 0
Bolinhas
de algodão
C +++ 0 0 0
Cones de
papel
C +++ ++ + 0
Sonda
milimetrada
C +++ ++ + 0
Seringa
Luer Vidro
C +++ ++ + 0
CONTINUA
(GUANDALINI; MELO; SANTOS, 1999)
45. CONTROLE DA INFECÇÃO NAS ESPECIALIDADES
OONTOLÓGICAS
MATERIAL CLASSIFICA
ÇÃO
ESTERILIZAÇÃO ESTERILIZ
AÇÃO
ESTERILIZA
ÇÃO
DESCARTÁ
VEL
RISCO AUTOCLAVE ESTUFA SOLUÇÃO
QUÍMICA
Seringa
Luer Acrílica
C 0 0 0 SIM
Placa de
Vidro
C +++ ++ + 0
Espátula C +++ ++ + 0
Agulha
irrigação
C 0 0 0 SIM
Cursores de
Borracha
C +++ 0 + SIM
Limas
periodontais
C +++ ++ + 0
Calcadores C +++ ++ + 0
Intermediári
o p/
aspiração
C +++ ++ + 0
(GUANDALINI; MELO; SANTOS, 1999)
46. CONTROLE DA INFECÇÃO NAS ESPECIALIDADES
OONTOLÓGICAS
▪ ORTODONTIA: Na especialidade de Ortodontia as
medidas de proteção pessoal e de controle de
infecção têm sido uma preocupação dos
especialistas devido as constantes exposições a
acidentes perfurantes durante o manuseio dos fios
ortodônticos e alicates, fato que pode possibilitar
uma infecção direta e cruzada. Para Feeldman e
Schiff a Ortodontia é a segunda especialidade,
dentro da Odontologia, de maior risco para contrair
doenças infecciosas durante os procedimentos
clínicos. Uma das medidas importantes para
redução deste risco é o tratamento adequado dado
aos instrumentos empregados pelo profissional. A
tabela ao lado apresenta os métodos de
esterilização ou desinfecção que o ortodontista deve
realizar para um maior controle de infecção:
MATERIA
L
CLASSIFIC
AÇÃO ESTERILIZAÇ
ÃO
ESTERILI
ZAÇÃO
ESTERILIZ
AÇÃO
DESINFE
CÇÃO
DESCAR
TÁVEL
RISCO CALOR
ÚMIDO
CALOR
SECO
SOLUÇÃ
O
QUÍMICA
Espelho
bucal
C +++ ++ + 0 0
Sonda
Exploratór
ia
C +++ ++ + 0 0
Pinça
clínica
C +++ ++ + 0 0
Moldeiras
metálicas
C/SC +++ ++ + 0 0
Moldeira
s
plásticas
C/SC +++ 0 + + 0
Aparelhos
removíveis
S/C 0 0 +++ + 0
Fios p/
arco
S/C +++ ++ + + 0
Lâminas
de aço p/
banda
C +++ ++ + 0 0
Compasso
ponta seca
S/C 0 0 0 +++ 0
CONTINUA(GUANDALINI; MELO; SANTOS, 1999)
47. CONTROLE DA INFECÇÃO NAS ESPECIALIDADES
OONTOLÓGICAS
MATERIA
L
CLASSIFIC
AÇÃO ESTERILIZAÇ
ÃO
ESTERILI
ZAÇÃO
ESTERILIZ
AÇÃO
DESINFE
CÇÃO
DESCAR
TÁVEL
RISCO CALOR
ÚMIDO
CALOR
SECO
SOLUÇÃ
O
QUÍMICA
Brackets S/C +++ 0 0 0 0
Alicates C/SC +++ ++ + + 0
Porta
agulhas
C/SC +++ ++ + + 0
Tesouras C/SC +++ ++ + + 0
Anéis/ba
ndas
C +++ 0 + 0 0
Alicates
cabo de
plástico
C/SC ++ 0 ++ + 0
Brocas
diamanta
das
C +++ ++ + 0 0
Espátula
cimento
S/C +++ ++ + ++ 0
Taça de
borracha
C 0 0 0 0 SIM
Sugador de
sangue
plástico
C 0 0 0 + SIM
CONTINUA
(GUANDALINI; MELO; SANTOS, 1999)
48. CONTROLE DA INFECÇÃO NAS ESPECIALIDADES
OONTOLÓGICAS
MATERIA
L
CLASSIFIC
AÇÃO ESTERILIZAÇ
ÃO
ESTERILI
ZAÇÃO
ESTERILIZ
AÇÃO
DESINFE
CÇÃO
DESCAR
TÁVEL
RISCO CALOR
ÚMIDO
CALOR
SECO
SOLUÇÃ
O
QUÍMICA
Placa de
Vidro
S/C +++ ++ + ++ 0
Pinça de
Alastic
C +++ ++ + 0 0
Removedor
de banda
C +++ 0 + 0 0
Paquímtro S/C 0 ++ ++ + 0
Calcador
de banda
metálico
C +++ ++ + 0 0
Pote de
Dapen
C +++ 0 + 0 0
Alta
rotação
C +++ 0 0 0 0
Micro
motor
C +++ 0 0 0 0
Torre
formadora
de arco
S/C 0 0 0 +++ 0
Adaptador
banda
madeira
C +++ 0 0 0 0
CONTINUA
(GUANDALINI; MELO; SANTOS, 1999)
49. CONTROLE DA INFECÇÃO NAS ESPECIALIDADES
OONTOLÓGICAS
MATERIA
L
CLASSIFIC
AÇÃO ESTERILIZAÇ
ÃO
ESTERILI
ZAÇÃO
ESTERILIZ
AÇÃO
DESINFE
CÇÃO
DESCAR
TÁVEL
RISCO CALOR
ÚMIDO
CALOR
SECO
SOLUÇÃ
O
QUÍMICA
Adaptador
banda
plástico
C +++ 0 0 0 0
Placa de
cera
S/C 0 0 0 +++ 0
Ligaduras
metálicas
C +++ 0 0 0 0
Ligaduras
elásticas
C +++ 0 0 0 0
Brocas de
acabament
o
C 0 +++ 0 0 0
Moldagem
em
alginato
C 0 0 0 +++ 0
Elásticos
intra-
bucais
S/C 0 0 0 +++ 0
Afastadore
s
p/colagem
S/C 0 0 0 +++ 0
(GUANDALINI; MELO; SANTOS, 1999)
50. Métodos químicos de controle de microrganismos
▪ Os métodos químicos para controle de microrganismos são utilizados
rotineiramente, podendo ser usados para a esterilização, desinfecção, antissepsia
ou assepsia. (JORGE, 2012)
▪ Os agentes químicos podem ser classificados de acordo com a eficácia em 3
grupos principais:
1. Alto nível: promovem a esterilização de materiais. Agem contra fungos, bactérias
em forma vegetativa, tanto GRAM + quando GRAM -, esporos bacterianos e vírus.
2. Nível intermediário: capazes de destruir todas as formas de microrganismos,
exceto esporos bacterianos.
3. Baixo nível: não agem contra o vírus da hepatite, poliomielite, esporos e
Mycobacterium tuberculosis.
51. Métodos químicos de controle de microrganismos
▪ Os agentes químicos podem ser classificados de acordo com a sua ação biológica
em:
1. Agentes que desnaturam proteínas;
2. Agentes que causam a ruptura osmótica da célula;
3. Agentes que interferem em processos metabólicos específicos dos
microrganismos.
52. Métodos químicos de controle de microrganismos
▪ Os principais agentes químicos utilizados em Odontologia para controle de microrganismos
são:
Ácido paracético
Alcoóis
Clorexidina
Fenol sintético
Formaldeído
Glutaraldeído
Hipoclorito de sódio
Iodo
Peróxido de hidrogênio
53. REFERÊNCIAS
▪ Evans AS. The erradication of communicable
diseases: myth of reality?. American Journal of
Epidemology. 1985; 122(2) : 199-207.
▪ Guandalini SL, Melo NSFO, Santos ECP.
Biossegurança na odontologia: controle da
infecção. 2d. Curitiba: Odontex; 1999.
▪ Jorge AOC. Microbiologia e imunologia oral. 2
ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2012.
▪ Lorenzo JL. Microbiologia para o estudante de
imunologia. São Paulo: Atheneu; 2004.
▪ Potter PA, Perry AG, Hall AM, Stockert PA.
Fundamentos da enfermagem. 3 ed. Rio de
Janeiro: Elsevier; 2012.
▪ Waldman EA, Rosa TEC. Vigilância em saúde
pública. São Paulo: Fundação Peirópolis; 1998.