A Força da Mídia em Articulação com a Voz do Paciente - Câncer de Mama no Brasil (Dr. Sérgio Simon)
1. Câncer de Mama no Brasil
Sergio D. Simon
Professor Adjunto de Oncologia Clínica, UNIFESP
Hospital Israelita Albert Einstein
Centro Paulista de Oncologia (CPO)
GBECAM
2.
3. Câncer de Mama:
Um Problema Global
Cerca de 1.380.000 casos novos estimados para 2010
Prevalência global estimada aos 5 anos: > 4,000,000
Risco padrão de câncer de mama (USA): 1 em cada 8 mulheres
Principal causa de morte por câncer entre mulheres, no mundo
Globocan, 2010
4. Distribuição da incidência e da mortalidade
por câncer de mama no mundo
Número estimado Casos Mortes
Mundo 1384 458
Países mais desenvolvidos 692 189
Países menos desenvolvidos 691 269
Razão de Risco = 1,42
Globocan, 2008
5. Diferenças globais na incidência de câncer de mama
Parkin et al. Lancet Oncol 2001;2:533–43.
11. Mortalidade por Câncer entre Mulheres Brasileiras 1979-2006
14
12
10
Breast
8 Stomach
Uterine
6 Colorectal
Lung
4
2
0
79
81
83
85
87
89
91
93
95
97
99
01
03
05
07
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
20
20
20
20
Graph 1: Age-adjusted mortality rates from 1979-2006 for the 5 most common
cancer types among women in Brazil.
12. Mortalidade por Câncer de Mama no Brasil:
O Estudo CONCORD (2008)
Coleman M et al.: Lancet Oncology 9:730-756, 2008
13. Mortalidade por Câncer de Mama no Brasil:
O Estudo CONCORD (2008)
País Sobrevida relativa aos 5 anos
Cuba (*) 84
USA 83.9
Japão 81.6
Austrália 80.7
França 79.8
Suíça 76
Alemanha 75.5
Portugal 72
Inglaterra 69.8
Brasil 58.4
Eslováquia 57.9
Algéria 38.8
* Accurate follow-up? Coleman M et al.: Lancet Oncology 9:730-756, 2008
15. Câncer de Mama no Brasil
Dados Estatísticos para 2010
• 49.240 novos casos de câncer de mama
• Risco estimado:
– 51/100.000 mulheres (2008)
– 49/100.000 mulheres (2010)
16.
17.
18. Incidências Variáveis
REGIÃO INCIDÊNCIA (POR 100.000)
SUL 64
CENTRO-OESTE 38
NORDESTE 30
NORTE 17
19. Incidência de Câncer de Mama no Brasil
Região Sudeste - Sul Por 100.000 mulheres
Rio de Janeiro 97,70
São Paulo 75,52
Paraná 56,16
Santa Catarina 52,02
Rio Grande do Sul 85,50
Mato Grosso do Sul 47,69
20. Incidência de Câncer de Mama no Brasil
Região Centro-Sul/Nordeste Por 100.000 mulheres
Espírito Santo 45,85
Minas Gerais 42,46
Goiás 34,73
Sergipe 29,92
Pernambuco 44,82
Ceará 35,65
Rio Grande do Norte 32,70
21. Incidência de Câncer de Mama no Brasil
Centro-Nordeste Por 100.000 mulheres
Rondônia 16,98
Mato Grosso 25,85
Bahia 24,92
Alagoas 20,50
Paraíba 25,78
Piauí 20,80
22. Incidência de Câncer de Mama no Brasil
Região Norte Por 100.000 mulheres
Pará 16,65
Tocantins 16,22
Amazonas 14,40
Roraima 13,41
Acre 11,75
Amapá 11,71
Maranhão 9,74
23. DADOS EPIDEMIOLÓGICOS DO CÂNCER DE MAMA NO BRASIL
Estimativa de Incidência de Câncer de Mama - 2005
RJ
RS
SP
PR
SC
PE
M
ES
CE
RN
SE
BA
PB
AL
PI
MA
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Casos/ 100.000
Fonte: INCA
24. Plano Nacional de Tratamento do
Câncer de Mama
IDENTIFICAÇÃO DE
PACIENTES DE ALTO RISCO
DETECÇÃO QUIMIOTERAPIA
DIAGNÓSTICO CIRURGIA RADIOTERAPIA HORMONIOTERAPIA
PRECOCE (+ trastuzumabe)
PALIATIVOS
CUIDADOS
25. Em que estágio diagnosticamos o
câncer de mama no Brasil?
26. Centros Participantes
RR
AP
01 28 Centros
01
AM PA MA CE
RN
PB
01
PI
PE
AC AL
RO TO SE 01
BA
MT
DF
GO
02
02
MG
MS ES
SP RJ 02
01 PR
SC
RS
09
07 01
26
28. Estadiamento Comparativo
Estadiamento Brasil EUA
Localizado 23,1 61
Regional 71,4 31
Distante 5,5 6
Não Estadiado 2
Rhode Island
Brasil (2001)
Carcinoma in situ 2,9 % 37,5 %
28
29. Estadiamento Comparativo
Estadiamento Brasil EUA
Localizado 23,1 61
Regional 71,4 31
Distante 5,5 6
Não Estadiado 2
Rhode Island
Brasil (2001)
Carcinoma in situ 2,9 % 37,5 %
29
30. Estadiamento Clínico por Tipo de Instituição
% de pacientes
48,9% 36,9% 16,2% 30,6%
47,5%
45,4%
34,1%
30,9%
24,8%
19,6%
13,8% 12,7%
6,0% 5,8%
2,2% 3,5% 3,9%
0,4%
PÚBLICO PRIVADO FILANTRÓPICO
Estadio 0 Estadio I Estadio II Estadio III Estadio IV
30
31. Câncer de Mama no Brasil
Conclusões
• Não conhecemos nossos números
• Nosso diagnóstico é tardio
• Nossa mortalidade está aumentando
• Estamos com uma das maiores mortalidades
conhecidas
32. Breast Health Global Initiative:
áreas para melhora de desfechos
Câncer de Mama
Pesquisa
Rastreamento
e
Diagnóstico
Tratamento Melhores Desfechos Tratamento
Local Sistêmico
Cuidados
paliativos
34. Rastreamento Mamográfico no Brasil
• 1.514 mamógrafos disponíveis para o SUS
– 85% estão em operação
– 15% não operacionais:
• 111 sem pessoal para operação
• 85 quebrados, sem conserto
• 27 ainda embalados
• Cálculo operacional do INCa:
– 1 mamógrafo/240.000 habitantes
– Número ideal para cobrir todo o Brasil: cerca de 760
• 44% estão na região Sudeste/Sul do país.
• Baixa produtividade.
35. Rastreamento Mamográfico no Brasil:
Distribuição de mamógrafos por Estado
ESTADO População No. Mamógrafos em % sem uso
Mamógrafos uso
Rondônia 1.550 7 6 14,3
Acre 730 3 1 66,7
Pará 7.566 38 30 21,1
Maranhão 6.568 35 23 34,3
Paraíba 3.750 17 9 47,1
Alagoas 3.114 30 27 10
Rio de Janeiro 15.937 102 85 15,7
São Paulo 41.001 335 309 6,9
Santa Catarina 6.226 64 64 0
Rio Grande do Sul 10.641 130 114 11,5
36. Problemas do Rastreamento Mamográfico
no Brasil
• Acesso a mamografia: mais de 50% dos
municípios brasileiros não dispõem de
mamógrafo.
• Educação da população – em algumas áreas
do país, 67% das mulheres desconhecem o
valor da mamografia.
42. Radioterapia no Brasil
País População 10 6 # RT RT/1.000.000
Paraguai 6,12 3 0,49
Bolivia 9,52 6 0,63
México 106,2 96 0,90
BRASIL 193 191 1,02
Chile 16,8 24 1,42
Venezuela 28 47 1,68
Argentina 40,3 98 2,43
Uruguai 3,34 14 4,19
Estados Unidos 305 1875 6,14
Anderson, Cazap: Salud Pública de México / vol. 51, supl. X, 2009
43. Radioterapia no Brasil
• Número insuficiente de aparelhos
• Serviço público ainda utiliza fracionamento
padrão (5 semanas de tratamento)
• Longas filas de espera para início do
tratamento
• Atrasos de 3-8 meses para o início do
tratamento.
44. Radioterapia no Brasil:
Como melhorar
• Aumento do número de centros
• Diminuição da duração do tratamento:
– Esquemas de hipofracionamento já testados:
• 16 frações de 2,65 Gy
• 15 frações de 2,65 Gy
– Mesma taxa de recidiva local
– Mesma toxicidade
52. Tempo de Sobrevida Livre de
Progressão por Instituição
Tempo de Sobrevida Livre de Progressão por Instituição
1,0
Instituição
Público (N = 295)
Privado (N = 136)
0,8 Filantrópico
(N = 1.043)
Probabilidade Acumulada
0,6
0,4
0,2
0,0
0 10 20 30 40 50 60
Meses
52
53. Sobrevida Livre de Progressão
Estadio III
Tempo de Sobrevida Livre de Progressão por Instituição
ESTADIO: III
1,0 Instituição
Público
Privado
Filantrópico
0,8
Probabilidade Acumulada
0,6
0,4
0,2
0,0
0 10 20 30 40 50 60
Meses
53
54. Tempo de Sobrevida Global por Instituição
Tempo de Sobrevida Global por Insituição
1,0
Instituição
Público (N = 265)
Privado (N = 121)
0,8 Filantrópico
(N = 959)
Probabilidade Acumulada
0,6
0,4
0,2
0,0
0 10 20 30 40 50 60
Meses
54
55. Tempo de Sobrevida Global
Estadio III por instituição
Tempo de Sobrevida Global por Instituição
ESTADIO: III
1,0 Instituição
Público
Privado
Filantrópico
0,8
Probabilidade Aucmulada
0,6
0,4
0,2
0,0
0 10 20 30 40 50 60
Meses
55
56. Câncer de Mama
Perspectivas para Melhores resultados
Países Desenvolvidos:
•Mais conhecimento da doença e sua biologia
• Correlações Clínico-Moleculares
• Identificação de novos alvos
• Tratamentos e estratégias mais eficazes
•Melhor seleção de pacientes – terapias individualizadas.
57. Câncer de Mama
Perspectivas para Melhores resultados
Países Não Desenvolvidos:
•Diagnóstico Precoce – Fundamental!!!
•Educação pública e médica
•Melhor acesso ao diagnóstico e tratamento
•Mais tecnologia, drogas mais modernas
•Conhecimentos sobre aspectos específicos da doença
•Fatores sócio-econômicos
•Fatores étnicos/raciais
•Fatores ambientais/dietéticos