Empresas socialmente responsáveis e suas contribuições para a sociedade
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ÍNDICE
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 3
1.OBJECTIVOS DO TRABALHO ................................................................................................ 4
1.1.Objectivo geral...................................................................................................................... 4
1.2.Objectivos específicos........................................................................................................... 4
2.Metodologia ................................................................................................................................. 4
3.REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................................... 5
3.1.Empresa................................................................................................................................. 5
3.1.1.Noções económicas e jurídicas de empresa.................................................................... 6
3.1.2.A Empresa Socialmente Responsável ............................................................................ 6
3.1.3.Indicadores de uma empresa responsável....................................................................... 8
3.1.4.A abstracção da empresa ................................................................................................ 9
3.2.Empresa versus Sociedade .................................................................................................. 10
3.3.Responsabilidade social ...................................................................................................... 10
3.4.Críticas em relação ao papel das empresas na responsabilidade social .............................. 11
3.5.Características de uma empresa socialmente responsável .................................................. 12
3.6.Certificações sócio ambientais............................................................................................ 12
Conclusão...................................................................................................................................... 14
Bibliografia ................................................................................................................................... 15
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INTRODUÇÃO
O presente trabalho de pesquisa fala sobre ‘’Empresa socialmente responsável’’. Diante do
tema, vimos que a temática “Responsabilidade Social” tem sido alvo constante de análises no
mundo corporativo. E para além da expressão de compromisso com as causas sociais,
incorporou-se como opção de um modelo de gestão. Modelo já adoptado, principalmente, pelas
grandes empresas sintonizadas com um mundo globalizado cada vez mais exigente em relação à
dinâmica de seus negócios e à sustentabilidade empresarial.
Dentro do universo corporativo conceitos sobre “responsabilidade social” têm sido vários e
flexíveis, de acordo com a capacidade de compreensão de seus profissionais, não poucas vezes
directamente vinculada à cultura institucional prevalente na empresa.
Se formos, entretanto, buscar elementos de identidade para uma empresa “socialmente
responsável”, tem havido certo consenso ressaltar as que adoptam processos que incorporam
escuta e negociação com seus parceiros de negócios – internos e externos – fortalecendo uma
cultura institucional voltada à democratização das relações de trabalho. Nesta linha e através
destes parceiros, as empresas estabelecem relações de comprometimento com uma agenda social
consolidada por projectos de carácter sustentável, que apontam para a crucial questão da
desigualdade de renda em Moçambique.
O modelo de gestão da Responsabilidade Social Corporativa tem sido adoptado por empresas
competitivas, na linha da modernidade, empresas sintonizadas com um mundo globalizado cada
vez mais exigente em relação à dinâmica de seus negócios e à sustentabilidade de sua marca
empresarial.
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1.OBJECTIVOS DO TRABALHO
1.1.Objectivo geral
Fazer um estudo sobre as empresas em termos da responsabilidade social.
1.2.Objectivos específicos
Fazer um esboço teórico sobre a responsabilidade social;
Destacar a importância das empresas no seio das comunidades;
Propor mecanismos para uma responsabilidade eficaz as empresas.
2.Metodologia
Para elaboração deste trabalho foi feito uma revisão bibliográfica. Também, foi usado o método
indutivo, que é um método responsável pela generalização, isto é, partimos de algo particular
para uma questão mais ampla, mais geral. Para Lakatos e Marconi (2007:86), Indução é um
processo mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente
constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida nas partes examinadas.
Portanto, o objectivo dos argumentos indutivos é levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais
amplo do que o das premissas nas quais me baseei.
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3.REVISÃO DE LITERATURA
3.1.Empresa
Segundo Kinlaw (1998), a empresa é a força contemporânea mais poderosa de que se dispõe para
estabelecer o curso dos eventos da humanidade. Ela transcende as fronteiras e os limites do
nacionalismo, exercendo influência predominante nas decisões políticas e sociais.
Para Crepaldi (1998), uma empresa é uma associação de pessoas para a exploração de um
negócio que produz e/ou oferece bens e serviços, com vistas, em geral, à obtenção de lucros.
Cassarro (1999) coloca que uma empresa é uma entidade jurídica que tem como obrigação
apresentar lucro, e este deve ser suficiente para permitir sua expansão e o atendimento das
necessidades sociais.
De acordo com Franco (1991), empresa é toda entidade constituída sob qualquer forma jurídica
para exploração de uma actividade económica, seja mercantil, industrial, agrícola ou de
prestação de serviços. Segundo Rocha (1995), o processo de organização de uma empresa dá-se
em diversas etapas que se iniciam nas pesquisas dos problemas existentes na empresa, até a
implementação das possíveis soluções encontradas.
Harrington (1997) corrobora essa ideia, comentando que as organizações entraram em uma era
de grandes desafios e incertezas sem precedentes, pois cada vez mais os empresários estão
buscando alternativas, visto que os modelos funcionais e tradicionais não parecem ser eficazes.
As empresas podem ser classificadas de acordo com a actividade económica que desenvolvem.
Deste modo, deparamo-nos com as empresas do sector primário (que obtêm os recursos a partir
da natureza, como é o caso das agrícolas, pesqueiras ou pecuárias), as empresas do sector
secundário (dedicadas à transformação de matérias-primas, como acontece com as industriais e
as da construção civil) e as empresas do sector terciário (empresas que se dedicam à prestação de
serviços ou ao comércio).
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3.1.1.Noções económicas e jurídicas de empresa
A economia política considera com relevância o papel da empresa como uma organização dos
factores de produção. A empresa é, portanto, um organismo económico, ou seja, se assenta sobre
uma organização fundada em princípios técnicos e leis económicas.
A empresa é uma combinação de elementos pessoais e reais que são colocados em função de um
resultado económico realizado sob o intento especulativo de um empresário.
Já o conceito económico de empresa é transportado para o âmbito jurídico por ser a maneira mais
correta de definir uma empresa. O conceito jurídico deve ser aplicado a um duplo trabalho com a
análise dos elementos constitutivos da empresa e o examinado com as regras em seu interior,
bem como deve-se considerar a empresa na sua síntese de elementos constitutivos, sendo
necessária a verificação da natureza jurídica.
Para o direito nem todos os elementos do direito comercial é relevante, por exemplo, a produção
em si, a técnica de transformação da matéria-prima em produto manufacturado pronto para
consumo. Contudo, alguns aspectos, como o Registro e condições de funcionamento de uma
empresa interessam e muito para o âmbito jurídico. As relações com os dependentes em função
dos princípios hierárquicos e disciplinares nas relações de emprego são de interesse do direito do
trabalho, deixando de interessar ao direito comercial. Importante lembrar que a disciplina
jurídica da empresa é orientada pela actividade do empresário, da mesma forma que a tutela
jurídica da empresa é a tutela jurídica da actividade dela.
3.1.2.A Empresa Socialmente Responsável
Missão, Visão e Valores são os pressupostos que norteiam a razão da existência de uma empresa,
os objectivos que pretende atingir e os princípios de sua cultura organizacional, sendo que o
lucro é a meta de toda a empresa privada com fins lucrativos, mas não deve ser a única, pois a
organização também precisa atender a demandas sociais direccionando estes pressupostos para
solucionar os problemas da sociedade.
As teorias da Administração, de Taylor a Drucker, não consistiram em resolver apenas os
problemas das empresas, mas também em solucionar as questões da própria sociedade, por isso,
6. 7
para a empresa atingir o seu objectivo social, suas metas precisam ser alinhadas aos problemas
da sociedade.
Os gestores precisam entender que tornar a empresa em uma entidade socialmente responsável,
aproxima a empresa da sociedade e do seu próprio público-alvo, construindo uma imagem
positiva de sua marca.
Uma empresa que se preocupa em minimizar a emissão de resíduos, que utiliza papel reciclado,
que promove acções sociais, que promove o apoio à educação, à cultura e aos desportos, que
recolhe material para reciclagem e reutilização, entre tantas outras práticas, se antecipa às
demandas sociais e à própria fiscalização, eximindo-se de problemas futuros, além de
permanecer próxima daqueles que irão consumir os seus produtos e serviços.
Mas a empresa não deve fazer isso apenas para garantir o lucro, mas também para realmente se
converter em uma fonte de soluções para os problemas da sociedade, pois o objectivo de um
produto é justamente atender às necessidades do cliente e isso significa resolver o seu problema.
Uma empresa em actividade é responsável por gerar empregos, pagar salários, recolher tributos,
girar a economia e produzir riquezas, motivos estes que por si só já tornam a empresa em uma
fonte de soluções para os problemas sociais, mas ela não deve parar por aí, pois há outras
questões igualmente importantes.
As questões ambientais também precisam estar em pauta nas reuniões executivas, com a tomada
de decisões sobre como o atendimento a uma questão ambiental é importante para a sociedade e
também para a geração do lucro.
A responsabilidade social precisa estar embutida nos pressupostos da Missão, Visão e Valores de
uma organização, minimizando os impactos sociais causados pela presença da empresa e do
próprio homem no ambiente.
Seguem abaixo alguns exemplos de práticas de responsabilidade social:
Uma fábrica de móveis pode utilizar madeira de reflorestamento como matéria-prima;
Uma empresa que comercializa produtos esportivos pode doar bolas de futebol para um
orfanato ou uma escola pública;
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Uma empresa pode doar uma pequena percentagem de seu lucro anual para ajudar um
hospital público ou uma entidade beneficente;
Uma empresa pode se tornar mantenedora de algum projecto social ou de alguma
entidade filantrópica ou desenvolver e executar os seus próprios projectos sociais.
Enfim, são tantas as medidas que uma empresa pode adoptar para ajudar o desenvolvimento da
sociedade que o objectivo da empresa não deixará de ser o lucro, mas a responsabilidade social
será um caminho para atingi-lo.
3.1.3.Indicadores de uma empresa responsável
Ao contrário do que se possa pensar, uma empresa socialmente responsável não realiza apenas
trabalhos focados para quem está do lado de fora dos seus portões. Lógico que desenvolver
acções para comunidades vizinhas, adoptar instituições como asilos, creches, colégios públicos,
criar programas educacionais para menores carentes, preservar o meio ambiente, entre outras,
são atitudes de suma importância.
Contudo, também é preciso olhar para as pessoas que estão dentro da corporação, ou seja, para
os colaboradores. Seguem algumas acções que podem ser desenvolvidas internamente e que
também caracterizam uma empresa socialmente responsável.
1. Desenvolvimento de uma cultura corporativa, com foco para o fortalecimento das
relações de trabalho. Quando uma empresa está preparada para dialogar com os
representantes das classes sindicais abre espaço, para que se chegue a denominadores
comuns que atendam tantos às suas expectativas quanto às dos trabalhadores.
2. Estabelecer uma campanha interna de conscientização, a fim de que os profissionais
abracem a ideia e entendam que uma empresa socialmente responsável não se faz apenas
com boa vontade da directoria. Mas, que cada integrante precisa ter ciência de que ele
pode contribuir para a responsabilidade social.
3. Programar actividades que visem à melhoria contínua da qualidade de vida do trabalho.
4. Transparência na comunicação interna/externa é fundamental para que a empresa
conquiste a credibilidade junto aos seus profissionais e, consequentemente, os
stackholders e a sociedade como um todo.
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5. Enfatizar nas campanhas internas que acções socialmente responsáveis não correspondem
a actividades filantrópicas.
6. Abrir espaço para ouvir aquilo que os funcionários têm a dizer. Uma organização que
apenas acredita que sua "voz" tem vez, não imagina o estrago que pode produzir à sua
própria sobrevivência. Não são raros os casos de empresas que pararam para ouvir seus
colaboradores e resolveram ou evitaram problemas relacionados directamente ao negócio.
7. Oferecer segurança para que os colaboradores possam manifestar sugestões, como
também apresentar denúncias relacionadas ao ambiente de trabalho. Nesse sentido, a
criação de uma Audição estimulará e tranquilizará aqueles que desejam ser ouvidos, mas
que temem sofrer algum tipo de retaliação.
3.1.4.A abstracção da empresa
A empresa não se confunde com o empresário e nem com o estabelecimento empresarial. A
empresa como entidade jurídica é uma abstracção. Um doutrinador italiano chamado de Brunetti,
mencionado por Rubens Requião, chegou a abstratividade da empresa ao observar que "a
empresa, se do lado político-económico é uma realidade, do jurídico é un'astrazione, porque,
reconhecendo-se como organização de trabalho formada das pessoas e dos bens componentes da
azienda, a relação entre a pessoa e os meios de exercício não pode conduzir senão a uma
entidade abstracta, devendo-se na verdade ligar à pessoa do titular, isto é, ao empresário".
A acção intenção do empresário com o fim de exercitar a actividade económica é elemento
abstracto e é dele que surge a empresa. Para ser empresa não basta os elementos organizados, é
necessário o exercício da organização.
Nesse sentido, organização é um complexo de bens e um conjunto de pessoal inactivo, ou seja,
existem aí dois elementos, os bens e o pessoal, os quais não se juntam em si mas, para que isto
ocorra, faz-se precisa a actividade do empresário, actuando na organização e determinando a
actividade que o levará à produção.
Desta forma, verifica-se que sem a organização feita pelo empresário sobre os bens e pessoal não
existe empresa. Daí é que surge a ideia de que empresa é o exercício de actividade produtiva e a
actividade é uma ideia abstracta.
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3.2.Empresa versus Sociedade
A empresa é um objecto de direito e sociedade é um sujeito de direitos. Esta é a principal
distinção entre ambos os institutos. Diante desta afirmação, sabe-se que a sociedade comercial
quando devidamente constituída nos termos da lei adquire categoria de pessoa jurídica e,
portanto, passa a ter capacidade de direitos e de obrigações.
O mais importante é que a sociedade comercial é o empresário em sim e nunca uma empresa. É a
sociedade empresarial que irá exercitar a actividade produtiva como um empresário.
Outro ponto de distinção entre empresa e sociedade está no fato de a empresa poder ser o
exercício da actividade individual de uma pessoa natural, física. Desta forma, verifica-se que a
empresa não requer necessariamente o exercício por sociedade comercial, podendo existir a
empresa individual.
Por fim, é possível existir sociedade comercial sem empresa. É o caso de duas pessoas que se
unem fazendo um contrato social registando-o na Junta Comercial. Eis aí a sociedade e, enquanto
estiver inactiva, a empresa não surge.
3.3.Responsabilidade social
A responsabilidade social é quando empresas, de forma voluntária, adoptam posturas,
comportamentos e acções que promovam o bem-estar dos seus públicos interno e externo. É uma
prática voluntária pois não deve ser confundida exclusivamente por acções compulsórias
impostas pelo governo ou por quaisquer incentivos externos (como fiscais, por exemplo). O
conceito, nessa visão, envolve o benefício da colectividade, seja ela relativa ao público interno
(funcionários, accionistas, etc) ou atores externos (comunidade, parceiros, meio ambiente, etc.).
Com o passar do tempo, tal concepção originou algumas variantes. Assim, conceitos novos –
muitas vezes complementares, distintos ou redundantes – são usados para definir
responsabilidade social, entre eles Responsabilidade Social Corporativa (RSC),
Responsabilidade Social Empresarial (RSE) e Responsabilidade Social Ambiental (RSA).
A chamada RSC é, na maioria dos casos, conceito usado na literatura especializada sobretudo
para empresas, principalmente de grande porte, com preocupações sociais voltadas ao seu
ambiente de negócios ou ao seu quadro de funcionários. O conceito de RSE, ainda que muitos
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vejam como sinónimo de RS, tende a envolver um espectro mais amplo de beneficiários
(stakeholders), envolvendo aí a qualidade de vida e bem-estar do público interno da empresa,
mas também a redução de impactos negativos de sua actividade na comunidade e meio ambiente.
Na maioria das vezes tais acções são acompanhadas pela adopção de uma mudança
comportamental e de gestão que envolve maior transparência, ética e valores na relação com seus
parceiros.
3.4.Críticas em relação ao papel das empresas na responsabilidade social
É importante frisar que o conceito não deve ser confundido com filantropia ou simples
assistência social. Aqui, na lógica do “é melhor ensinar a pescar, do que dar o peixe”, entende-se
responsabilidade social como um processo contínuo e de melhoria da empresa na sua relação
com seus funcionários, comunidades e parceiros.
Não há viés assistencialista uma vez que há uma lógica embutida de desenvolvimento
sustentável e crescimento responsável. A maior parte das empresas que adoptam posturas
socialmente responsáveis auferem um crescimento mais sustentável, ganhos de imagem e
visibilidade e são menos propícias a litígios ou problemas judiciais.
Apesar disso, não são poucos os críticos ou cépticos desse movimento, que ganhou força
principalmente nos anos 70 e 80 após uma série de escândalos de imagem e uma sucessão de
problemas corporativos num ambiente de capitalismo predatório e desumanizado. Um dos
maiores críticos a esse engajamento crescente das empresas em causas sociais foi o economista
Milton Friedman o qual sempre defendeu que o propósito de qualquer empresa é a “maximização
do lucro” e geração de empregos, não devendo portanto substituir atribuições do Estado.
Se é bem verdade que o conceito foi excessivamente explorado em campanhas publicitárias ou
em projectos de questionável impacto social, é fato que as empresas ainda necessitam aprimorar
sua relação com a sociedade de maneira a promover um desenvolvimento baseado na ideia do
“triple bottom line”, ou seja, calcado em um tripé que envolve o meio ambiente, a economia e o
social.
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3.5.Características de uma empresa socialmente responsável
A empresa socialmente responsável adopta processos que incorporam escuta e negociação com
seus parceiros de negócios, internos e externos, fortalecendo uma cultura institucional voltada à
democratização das relações de trabalho. E também estabelece relações de comprometimento,
através dessas parcerias, com uma agenda social voltada à sustentabilidade, através de projectos
de interesse público que apontam para a crucial questão da desigualdade de renda em
Moçambique.
Embora muitas organizações, em todo o mundo, considerem-se socialmente responsáveis há
várias décadas, a verdade é que o assunto responsabilidade social só ganhou maior destaque a
partir dos anos 90, período em que ocorreu uma maior pressão da sociedade, dos meios de
comunicação e de ONG's sobre o mundo organizacional. A partir disso, as empresas sentiram a
necessidade de passar uma imagem corporativa positiva e o resultado foi uma corrida para
recuperar o tempo perdido.
Apesar do tema ser amplamente debatido, há ainda que confunda filantropia com
responsabilidade social. De acordo com o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social
- entidade não-governamental, a diferença ocorre porque a primeira é basicamente uma acção
social externa da empresa, que tem como beneficiária principal a comunidade em suas diversas
formas e organizações. Enquanto isso, a responsabilidade social é focada na cadeia de negócios
da empresa e engloba preocupações com um público maior. Por ser considerado um parceiro
estratégico, o profissional de Recursos Humanos também é convido para colaborar com essa
realidade vivida pelas organizações.
3.6.Certificações sócio ambientais
No intuito de estimular a responsabilidade social empresarial, uma série de instrumentos de
certificação foram criadas nos últimos anos. O apelo relacionado a esses selos ou certificados é
de fácil compreensão. Num mundo cada vez mais competitivo, empresas vêm vantagens
comparativas em adquirir certificações que atestem sua boa prática empresarial.
A pressão por produtos e serviços socialmente correctos faz com que empresas adoptem
processos de reformulação interna para se adequarem às normas impostas pelas entidades
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certificadoras. Entre algumas das certificações mais cobiçadas actualmente enumeramos as
seguintes:
Selo Empresa Amiga da Criança: Selo criado pela Fundação Abrinq para empresas que
não utilizem mão-de-obra infantil e contribuam para a melhoria das condições de vida de
crianças e adolescentes.
ISO 14000: A ISO 14000 é apenas mais uma das certificações criadas pela Internacional
Organization for Standardization (ISO). A ISO 14000, parente do ISO 9000, dá destaque
às acções ambientais da empresa merecedora da certificação.
AA1000: O AA1000 foi criado em 1996 pelo Institute of Social and Ethical
Accountability. Esta certificação de cunho social enfoca principalmente a relação da
empresa com seus diversos parceiros, ou “stakeholders”. Uma de suas principais
características é o carácter evolutivo já que é uma avaliação regular (anual).
SA8000: A “Social Accountability 8000” é uma das normas internacionais mais
conhecidas. Criada em 1997 pelo Council on Economic Priorities Accreditation Agency
(CEPAA), o SA8000 enfoca, primordialmente, relações trabalhistas e visa assegurar que
não existam acções anti-sociais ao longo da cadeia produtiva, como trabalho infantil,
trabalho escravo ou discriminação.
ABNT-ISO 26000: No dia 1º de Novembro de 2010, foi publicada a Norma Internacional
ISO 26000 – Directrizes sobre Responsabilidade Social, cujo lançamento foi em
Genebra, Suíça. No Brasil, no dia 8 de Dezembro de 2010, a versão em português da
norma, a ABNT NBR ISO 26000, foi lançada em São Paulo. A norma é de grande
utilidade a empresas interessadas em adoptar programas de RSE uma vez que oferece
orientações relacionadas a sete princípios norteadores de responsabilidade social.
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Conclusão
Neste trabalho, constatou-se que as melhores empresas para se trabalhar que possuem práticas
mais consolidadas em RS não necessariamente são reconhecidas como tais pelos seus
empregados. Tal constatação levanta ao questionamento se as acções de RS são concebidas e
executadas com algum fim de que sejam reconhecidas pelo público interno das organizações.
Dado que muitos autores defendem um maior conhecimento por parte dos funcionários em
relação às práticas de RS das organizações, bem como que a empresa busque engajar esse
público em suas acções de RS.
Sugere-se que estudos futuros contemplem esse questionamento, em especial com metodologias
qualitativas. Pesquisas com gestores e pessoas responsáveis pela área que cuida da RS nas
organizações, bem como com aqueles que tomam as decisões estratégicas, seriam de grande
valia. Assim, buscaria constatar se as empresas estão preocupadas com essa perspectiva para a
RS e como esta preocupação está inserida em suas agendas.
Também não se deve abrir mão de pesquisas quantitativas que busquem levantar a percepção do
público interno em relação à RS, haja vista que essa pesquisa se valeu de uma amostra não
probabilística, limitada à lista das Melhores Empresas para Você Trabalha. Dessa forma,
entende-se que a academia deve prosseguir e tentar averiguar se os resultados encontrados aqui
se aplicariam a uma amostra de cunho probabilístico, que representasse todo o cenário
Moçambicano.
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Bibliografia
BARRETO, T, S. et al. Temas emergentes em gestão de pessoas: uma análise da produção
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BARROS, R. P. M.; TENÓRIO, F. G. Responsabilidade Social: valor corporativo ou individual?
O caso do consórcio de alumínio do Maranhão. RGSA – Revista de Gestão Social e Ambiental,
v. 1, n. 1, p. 46-65, 2007.
BOFF, M. L.; BEUREN, I. S. Tendência dos termos na evidenciação ambiental e social nos
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http://www.administradores.com.br/artigos/economia-e-financas/a-empresa-socialmente
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http://www.rh.com.br/Portal/Responsabilidade_Social/Dicas/6722/10-indicadores-de-uma-
empresa-socialmente-responsavel.html#. Acessado 21/03/2016
http://www.liberosocial.com.br/2013/03/saiba-quais-sao-as-empresas-socialmente
responsaveis.html. Acessado 20/03/2016.