O documento descreve as principais mudanças socioeconômicas em Portugal entre 1986 e 2014, incluindo:
1) Melhorias no bem-estar dos cidadãos em áreas como saúde, educação e habitação.
2) Dois períodos de desenvolvimento econômico entre 1986-2000 e 2001-2014.
3) Tendências demográficas como envelhecimento da população e taxas de fertilidade em queda.
3. O que concluímos da publicação do INE?
q O essencial da evolução da sociedade portuguesa entre
1986 e a atualidade.
q Que, de um modo geral, o país registou melhorias no bem-
estar dos cidadãos em áreas como a saúde, a educação e
as condições de habitação.
q Que se verificaram dois períodos de desenvolvimento
económico:
q1986 a 2000 – crescimento elevado da economia nacional;
queda do Muro de Berlim; unificação alemã; preparação da
Moeda única ...
q2001 a 2014 – estagnação da economia nacional;
estabilização das economias de Leste; integração da República
Popular da China na Organização Mundial do Comércio ...
4. O que mudou na
demografia do país em
30 anos de integração?
5. Desde a década de 60 do
século XX:
- Quebra generalizada da natalidade
- Forte surto emigratório
- Redução real da população
- Afluxo de retornados das ex-colónias e
regresso de emigrantes europeus
A partir de 1986:
- Tendência para maior descida da
natalidade
- Incapacidade de renovação de gerações
- Aumento da emigração, mais a
temporária do que a definitiva
- Aumento significativo da imigração nos
anos 90
- Crescimento ligeiro garantido pelos
saldos migratórios
- Novo surto emigratório
- Crescimento demográfico negativo
generalizado
Em todas as NUTS II
registou-se redução de
habitantes nos últimos anos
6. Em termos comparativos, o ritmo de crescimento populacional foi mais elevado
em Portugal entre 1982 e 1988 e entre 2001 e 2006. Na UE28 e na Zona Euro, o
ritmo de crescimento foi sempre positivo e intensificou-se neste século. Pelo
contrário, Portugal, desde 2011, perde população.
7. Entre 1993 e 2009 crescemos à custa do
contributo dos saldos migratórios positivos
Em 1986 e 1992 o crescimento foi ténue; 2010 registou crescimento nulo.
2000 foi o ano de máximo crescimento efetivo: 0,8%
8. O crescimento global denuncia uma forte irregularidade com vários “picos” e
quebras acentuadas. 1988, 90, 92 e 99; 2000, 02, 03, 04, 07 e 2013 foram os anos
de maior crescimento populacional na União Europeia.
9. Em 1991, a estrutura etária da
população portuguesa já indiciava
tendência para o envelhecimento:
a base da pirâmide estreita cada
vez mais com o decorrer dos
anos.
População residente, segundo o sexo e por idades, 1991 e 2014
“Entre 1991 e 2014 o peso
da população com idade até aos 34
anos diminuiu em 13,8 p.p., tendo
aumentado em cerca de 6,7 p.p. o
peso da população com mais 65
anos de idade.
INE
10. De um modo geral, o país acompanha a tendência para uma baixa fertilidade dos
seus parceiros europeus. Todavia, nos anos mais recentes a quebra foi mais
acentuada: 12 nascimentos por cada 1 000 mulheres em 2014.
A Irlanda, pelo peso da religião católica, e a França, devido às medidas pró-
natalistas, são os dois Estados-Membros mais natalistas.
11. Desde o ano de adesão,
Portugal tem evidenciado uma
tendência persistente de
diminuição da taxa de fertilidade.
Mudanças nos modos de
integração urbana, nas
condições de integração dos
jovens na vida ativa, no estatuto
socioeconómico da mulher,
impondo novos padrões quanto
à idade no casamento e ao
nascimento do primeiro filho,
são alguns dos motivos
justificativos.
Dos países considerados e em
relação às médias da UE25 e
UE28, Portugal é o país que
apresenta o valor mais baixo.
12. Espanha, França e Irlanda apresentam valores mais elevados do
que o nosso país. A média da UE28 revela valores inferiores
consequência das piores condições socioeconómicas dos Estados-
Membros oriundos do Leste europeu
13. Tal como com a taxa de
fertilidade, o país acompanha
as tendências europeias com
uma cada vez maior esperança
média de vida à nascença
A melhoria das condições de
vida (alimentação, habitação,
higiene) e dos cuidados de
saúde (vacinação,atendimento
médico, medicina preventiva)
explicam a progressão revelada
pelo gráfico.
Todavia, a média nacional é
mais elevada do que a
Eslovénia mas inferior à de
países como Espanha ou
Irlanda, numa tradução do grau
de desenvolvimento de cada
Estado-Membro.
14. Portugal é o país “campeão” da descida da taxa de mortalidade
infantil, um sucesso que assenta nas melhorias verificadas na saúde,
nomeadamente, com a implementação do plano nacional de vacinas,
na alimentação e na habitação. É um dado estatístico
frequentemente utilizado como medida do grau de desenvolvimento
de um país/região.
15. Os casos turbulentos
ocorridos com os
processos de
independência nas ex-
colónias, o fim do
comunismo na Europa
Oriental e as
dificuldades económicas
e sociais no Brasil
justificaram a atração
exercida por Portugal
nos anos 90 e no início
do século atual. A
aplicação de elevados
montantes dos Fundos
Estruturais em obras
públicas proporcionou
ofertas de trabalho,
muitas delas, ocupadas
por oriundos de África,
Leste europeu, Brasil e
China.
16. O que mudou na
economia e no
território em 30 anos
de integração?
17. A evolução do PIB nacional iniciou-se, em 1986, com um valor bastante
inferior à média do PIB da UE15. Em 2014, a diferença acentuou-se.
18. O Produto Interno Bruto por
habitante, medido à paridade do
poder de compra, aumentou
significativamente em Portugal
desde a adesão, verificando-se
uma convergência de Portugal face
à UE. Partindo de um nível inferior
a 7 mil euros por habitante em
1986, Portugal chega a 2014 com
um valor de cerca de 21 mil euros
por habitante, representando 78%
da média da UE28 (72% para a
média da UE15 que compara com
58% em 1986). Recentemente, faz-
se notar que a relativa estagnação
da economia portuguesa pós 2008
por comparação à evolução
positiva na UE28 provocou uma
tendência de divergência ligeira de
Portugal face à UE no indicador em
análise.
19. O posicionamento dos países selecionados
revela as diferenças de riqueza entre eles e,
portanto, o grau de desenvolvimento
económico
20. Em 2014, a região de Lisboa era a única a apresentar
um nível de rendimento claramente superior à média
nacional. Em 2004, a Madeira e o Algarve atingiram,
também, um PIB per capita superior à média.
Os Açores e o Norte são as
NUTS II com mais baixo PIB
per capita
21. Apesar de serem estatísticas podemos estabelecer uma relação direta
entre baixa produtividade e baixo PIB per capita. Portugal tem que
melhorar o seu desempenho económico para criar riqueza e
aproximar-se das médias europeias.
22.
23. Menor produtividade e baixa
qualificação estão,
normalmente, em relação
direta.
Pelo gráfico, temos
progredido na percentagem
de estudantes no ensino
secundário e superior. Mas,
inquestionavelmente, será
preciso, apostar muito mais
na formação para que
possamos criar as
qualificações necessárias
para o mercado de trabalho.
Há um grande desfasamento
entre os conteúdos
escolares e o que as
empresas precisam.
24. No acesso à Internet acompanhámos a tendência europeia mas,
sinal do nosso poder de compra e da iliteracia de parte da
população, estamos abaixo da própria Eslovénia.
25. É notório o desfasamento do IDH nacional comparativamente com os
Estados-Membros selecionados. Depois de anos de um ritmo
acelerado (1980-2000) segue-se um tendência de estagnação, tal
como nos restantes países.
26. Outra razão para o atraso do país relativamente às médias europeias: gastamos muito
menos em investigação e desenvolvimento. A aposta no conhecimento é a via para um
território crescer e desenvolver-se. Desde 2009, nos anos da crise financeira, diminuímos
o investimento nesta área o que não tem favorecido a sociedade portuguesa.
27. A comparação entre o mapa do
território nacional continental e o
diagrama de deformação virtual
(mapa mais claro), elaborado a
partir dos tempos de percurso com
origem em Lisboa e com destino
nas restantes capitais de distrito,
bem como nas
principais fronteiras terrestres,
leva-nos a concluir que, entre 1986
e 2016, se obteve
uma melhoria muito significativa e
generalizada da acessibilidade
territorial. Com a chegada dos
Fundos Comunitários, o Estado
criou um conjunto de
infraestruturas rodoviárias
fundamentais para facilitar, quer a
mobilidade interna, quer o acesso
à Europa por estrada.
28. Entre 1986 e 2006,
os tempos de percurso entre Lisboa e
algumas capitais de distrito encurtaram
em cerca de metade do tempo, por
exemplo, a ligação entre Lisboa e Porto
(de 5h13 em 1986 para 2h38 em 2016).
29. A leitura da
densidade
populacionalpor
NUTS II evidencia
que, à escala
nacional, há
contraste entre
Lisboa e Norte, as
mais densas, e o
Alentejo, a mais
despovoada,e que,
à escala
comunitária, o país
é bastante
periférico. As
maiores densidades
concentram-se na
“Banana Azul”, isto
é, onde a economia
e as finanças têm
melhor
desempenho.