O documento discute a evolução da população em Portugal, analisando variáveis como taxa de natalidade, mortalidade e esperança de vida. A taxa de natalidade tem diminuído constantemente desde meados do século XX, enquanto a esperança de vida aumentou significativamente. Isso levou a um envelhecimento populacional e desigualdades regionais na taxa de mortalidade.
4. O conhecimento de uma população torna
possível inventariar as suas necessidades,
planear e implementar projetos, que
contribuam para a melhoria da sua
qualidade de vida.
A importância da informação
demográfica
O estudo da população é feito a partir de
informação demográfica, da qual se
destacam os Censos, que se realizam
regularmente, de dez em dez anos.
O conhecimento dos valores sobre a
população absoluta em Portugal em cada
ano tem por base os valores de população
residente que foram recolhidos ou para os
quais foi feita uma estimativa.
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5. População residente
10 561 614 habitantes
5 047 387 homens
5 514 227 mulheres
95 % habita no
território continental.
Número de idosos superior ao
número de jovens; em conjunto,
representam mais de 31 % do total
da população.
Número de nascimentos
reduzido (cerca de 9 crianças
por cada 1000 habitantes).
Número de óbitos é superior
ao número de nascimentos.
Percentagem significativa
de pessoas em idade ativa
e idosas que não possuem
escolaridade.
Número médio de
elementos por família: 2,6.
O peso das famílias constituídas
por um único elemento (21,5 %);
sobretudo no grupo dos idosos.
O peso das famílias numerosas
(5 elementos ou mais), é
substancialmente inferior (6,5 %) às
constituídas por um único elemento.
As famílias monoparentais
são mais comuns.
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Principais dados dos Censos de 2011
6. A evolução da população em Portugal
1950 – 1960
A população registou um crescimento
moderado. Os elevados valores de
crescimento natural de então foram
atenuados pelos valores positivos do saldo
migratório, provocados pelo início das
correntes emigratórias para a Europa
Ocidental.
1960 – 1970
Deu-se uma inversão no crescimento da
população, tendo-se verificado um
decréscimo, consequência da redução do
crescimento natural e da intensificação
da emigração.
1970 – 1981
Nova inversão, agora no sentido
positivo, através de um forte
aumento demográfico,
consequência da redução do saldo
migratório.
1981 – 1991
A população portuguesa passou por
uma fase de estagnação, crescendo
apenas 34 mil habitantes, um reflexo
claro da redução da taxa de
natalidade.
1991 – 2001
Registou-se um ligeiro aumento,
ultrapassando-se, pela primeira vez, os 10
milhões de habitantes. Os baixos valores de
crescimento natural foram compensados pela
imigração, que conduziu ao crescimento dos
valores do saldo migratório.
Desde 2001
Manteve-se a tendência anterior, isto é, um
aumento muito ligeiro e uma clara
desaceleração do crescimento efetivo.
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9. Entre 1990 e 2002, em resultado de um crescimento significativo do saldo migratório, a
taxa de crescimento efetivo registou valores crescentes de ano para ano.
O crescimento da população portuguesa
Evolução das taxas de crescimento demográfico em Portugal.
Esta evolução deveu-se aos grandes fluxos
de entrada no País, quer de imigrantes
com nacionalidade estrangeira, quer de
regresso de portugueses.
A primeira década do presente século
mostra uma tendência inversa.
O crescimento continuado da população
residente registou um ritmo fraco, com
valores a tender para zero.
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10. Os países da União Europeia, com exceção da Irlanda, Chipre e
França, seguem a tendência dos baixos valores de taxa de
crescimento natural. Portugal situa-se a níveis inferiores aos
da média dos estados-membros, no grupo de países onde a
taxa de mortalidade é maior do que a taxa de natalidade, isto
é, com valores de crescimento negativos.
Estes valores, além de se refletirem no envelhecimento da
população, têm igualmente grandes implicações na não
substituição de gerações no futuro (2,1 filhos por mulher).
As tendências portuguesas no contexto
europeu
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11. Portugal é um país tradicionalmente de emigração. Ao longo da sua história, muitos
foram os portugueses que procuraram melhores condições de vida no estrangeiro.
O saldo migratório negativo da década de 60 contribuiu de forma decisiva para o
crescimento efetivo negativo da população portuguesa.
A influência dos movimentos migratórios na evolução
demográfica
Emigração
O saldo migratório foi
sempre negativo,
atingindo valores
máximos na década de
60 do século XX, em
resultado do maior surto
de emigração da nossa
história.
Destino
Nesta década, os
emigrantes portugueses,
sobretudo de Portugal
continental, dirigiram-se
principalmente para os
países da Europa
Ocidental, em especial
França e Alemanha, que
necessitavam de mão de
obra não especializada
para a reconstrução
após a Segunda Guerra
Mundial.
Destino
Os arquipélagos dos
Açores e da Madeira
também foram
marcados por diversos
fluxos emigratórios
importantes. Estes
movimentos têm,
tradicionalmente, como
destinos preferenciais os
países da América do
Norte, por parte dos
Açorianos, e a Venezuela
e a África do Sul, por
parte dos Madeirenses.
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12. A década de 70 representou uma inversão do comportamento da taxa de
crescimento migratório, devido à interrupção da emigração e ao regresso a
Portugal de muitos emigrantes e de portugueses que residiam nas ex-colónias,
em resultado do processo de descolonização (1974-1975).
A inversão do saldo migratório a partir dos anos 70
População estrangeira a residir ou permanecer em Portugal.
Portugal passou a ter taxas de
crescimento migratório positivas e
mais elevadas, com exceção do
período entre 1985 e 1992, ou
seja, deixou de ser
essencialmente um país de
emigração e passou também a ser
um país recetor de imigrantes.
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13. Este surto imigratório tem origem em países dos vários continentes, salientando-se
os imigrantes provenientes de países de língua oficial portuguesa (PALOP e Brasil) e
de países da Europa de Leste.
A inversão do saldo migratório a partir dos anos 70
População residente estrangeira por países de origem.
Não obstante esta inversão, ainda vivem e
trabalham no estrangeiro cerca de 5 milhões
de portugueses, o que corresponde a quase
metade da população residente em Portugal.
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14. Em 2010, residiam em Portugal cerca de
450 mil imigrantes em situação legal.
Contudo, não se sabe ao certo o número
total de estrangeiros que se encontram no
País, uma vez que não estão contabilizados
os imigrantes clandestinos.
Os últimos anos têm sido marcados por:
• dificuldades económicas;
• aumento do desemprego;
• diminuição do fluxo imigratório;
• aumento da emigração.
Crescimento
da
população
deve-se a:
Número de
efetivos que entra
no nosso território
vindo de vários
países, em idade
ativa.
Incremento de
nascimentos
que estas
comunidades
desencadeiam.
A situação atual
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15. A taxa de natalidade em Portugal, à semelhança
da que caracteriza os países desenvolvidos,
registou um forte decréscimo nas últimas
décadas.
A evolução da natalidade em Portugal
Evolução da taxa de natalidade.
Desde meados do século XX que a diminuição se
acentua, passando de 25 ‰ para 11 ‰ na viragem do
século. Nos últimos anos, esta tendência mantém-se de
forma contínua, embora a um ritmo lento.
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16. A tendência da baixa natalidade atinge
todo o País, mas é mais grave na região
de Alto Trás-os-Montes e em algumas
áreas da região Centro, com valores
inferiores a 5,8 ‰.
A Grande Lisboa é a região onde se regista o
valor mais elevado, com 11,7 nascimentos
por cada 1000 habitantes.
A evolução da natalidade em Portugal
Taxa de natalidade em 2010, por NUT III.
Fatores de diminuição da natalidade
1. Aumento do nível de instrução da mulher e a sua
participação crescente no mercado de trabalho;
2. Afirmação dos valores individualistas e maior
investimento na educação das crianças;
3. Aumento da idade média do casamento;
4. Mudança de mentalidades caracterizada pelo
crescimento do modo de vida urbano e o aumento
do número de divórcios.
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17. A taxa de fecundidade varia em função da idade da mulher, sendo notória a
tendência para os valores aumentarem nas idades mais avançadas em
detrimento das classes mais jovens.
A evolução da natalidade em Portugal
Evolução da taxa de fecundidade por idades, 2005-2010.
O índice sintético de fecundidade
tem registado uma tendência
decrescente, com valores muito
abaixo de 2,1 – valor que é
considerado mínimo para assegurar
a renovação de gerações.
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18. A taxa de mortalidade tem uma tendência
descendente, seguindo o modelo de transição
demográfica.
Desde a década de 70 que tem tendência para a
estabilização, ou para uma subida ligeira, facto que
se tem verificado nos primeiros anos do presente
século. Na taxa de mortalidade infantil, a descida foi
ainda mais acentuada, uma vez que, em meados do
século, este indicador se situava nos 100 ‰.
A evolução da mortalidade em Portugal
Evolução da taxa de mortalidade e
taxa de mortalidade infantil, 1999-
2010.
Taxa de mortalidade infantil em 2010.
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19. A evolução da mortalidade em Portugal
Fatores de diminuição da mortalidade
1. Melhoria nos hábitos e dietas alimentares dos vários grupos da população;
2. Melhoria nos cuidados de saúde, nomeadamente ao nível do acesso aos cuidados
primários e assistência médica;
3. Melhoria nos hábitos de higiene pessoal;
4. Melhoria das condições das habitações e de saneamento básico;
5. Melhoria nas condições de trabalho, através da redução do número de horas de
trabalho e da implementação de medidas de segurança mais rigorosas;
6. Aumento da esperança média de vida e
envelhecimento;
7. Melhoria nas condições de assistência
materno-infantil.
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20. O dinamismo na taxas de mortalidade teve consequências no aumento da
esperança de vida. Em menos de 100 anos, este índice mais do que duplicou
o seu valor, o que coloca Portugal no grupo de países com maior esperança
de vida à nascença.
Aumento da esperança média de vida e envelhecimento
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21. Ainda assim, é possível identificar as seguintes causas de mortalidade:
O aumento da esperança de vida reflete-se no crescimento do número de idosos
e do índice de envelhecimento. Na atualidade, existe uma estabilização da taxa de
mortalidade nos 10 ‰, mas com tendência para um ligeiro aumento.
Aumento da esperança média de vida e envelhecimento
Causas de morte em Portugal, em 2009.
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22. Há grande dispersão nos valores de taxa de
mortalidade:
• o valor mais baixo regista-se na NUT Cávado
(7,2 ‰);
• o mais elevado (19,1 ‰) na NUT Pinhal
Interior Sul.
Há um contraste entre as regiões do interior,
desde Trás-os-Montes ao Alentejo, com
valores elevados, e a de Lisboa e regiões entre
Cávado e Baixo Vouga, com valores abaixo da
média do País, o que reflete:
• diferentes níveis de envelhecimento;
• desigualdade entre as condições sociais e
económicas existentes nas regiões.
Aumento da esperança média de vida e envelhecimento
Taxa de mortalidade em 2010, por NUT III.
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