O documento discute a evolução histórica das formas de comunicação humana, desde as pinturas rupestres até as modernas tecnologias de comunicação. Apresenta como os humanos comunicavam no passado através de sinais de fogo, tambores, pombos-correio e escrita, e como as novas tecnologias revolucionaram a comunicação. Também discute como a revolução da informação está a mudar o espaço geográfico através do crescimento de cidades, fluxos globais de informação e a emergência de uma economia
2. Comunicar é …
2
Transmitir ideias e todo o género de informação
Tornar comum
Partilhar
Conferenciar
Trocar:
Bens
Serviços
Experiências
Sensações
Emoções
4. Servindo-se dos recursos ao seu dispor:
Antes da invenção da escrita, recorrendo à
expressão plástica, transmitia as impressões do
mundo que o rodeava através de
Pinturas rupestres
Desenhos gravados nas rochas
Com o domínio do fogo usou sinais de fumo
Mais tarde, utilizou
Tambores
Pombos-correio
Mensageiros a pé, a cavalo…
4
Como comunicava o homem no
passado?
5. Os nossos antepassados que
habitavam as cavernas
traduziam, através dos
desenhos, o meio que os
rodeava permitindo-nos, hoje,
imaginar o que era o
quotidiano daquela época:
Hábitos
Atividades de sobrevivência
Mentalidades
Culturas …
Fala-se da Primeira
Fase da Revolução
da Informação e
Comunicação
5
Pinturas Rupestres
Gravuras Rupestres
Foz Côa
6. Sinais de fogo e
Tambor
permitiram a comunicação
entre os povos anulando
distâncias.
O tambor continua a
desempenhar um papel
fundamental em muitas práticas
ligadas a culturas tradicionais,
como é o caso dos Rituais
Xamânicos.
Na religião africana de culto aos
Orixás e Ancestrais, é
considerado sagrado, e seu
tocador é classificado como um
comunicador oral.
Aquele que toca o tambor é um
orador e um comunicador de
mensagens sagradas.
6
7. Os Pombos-correio, há
milénios que servem como
meio de comunicação à
distância.
Até às últimas décadas do
século XX continuavam a
integrar as equipas dos correios
de países como a Suíça e a
Argentina.
Reza a lenda que o faraó Ramsés III, o
Egipto, os usou para dar a conhecer ao
povo a sua subida ao trono.
Achados arqueológicos confirmam a
sua utilização 6500 anos antes de
Cristo.
7
8. Com a invenção da ESCRITA - cerca
de 4 000 a.C. – passa a ser possível
fazer registos sobre a administração
do território, por exemplo, acerca
Da recolha de impostos
Do registo das colheitas
Das trocas comerciais
tarefas que exigiam a invenção de
um sistema de comunicação.
Fala-se da Segunda Fase da
Revolução da Informação e
Comunicação.
A escrita cuneiforme – a mais antiga forma de cálculo e de
escrita: SÍMBOLOS gravados, com pontas de vime, em
pequenas placas de argila mole endurecidas ao sol.
A escrita hieroglífica - criada pelos egípcios desde o séc. V
a.c. ao séc. IV da nossa era gravada em baixos ou altos relevos
sobre uma matéria dura (pedra, madeira ou metal).
8
Escrita cuneiforme
Escrita hieroglífica
9. Com o invenção da imprensa por
Gutenberg (1398-1468), comunicar passou
a ser mais fácil:
Introduziu-se a forma moderna de
impressão de livros – impressão por
caracteres móveis
Possibilitou-se a divulgação e
cópia muito mais rápida de livros e
jornais.
Protagonizou-se o evento mais
importante da Idade Moderna: a
Revolução da Imprensa
A imprensa foi fundamental:
No desenvolvimento da revolução
científica
Na criação dos alicerces da atual
economia do conhecimento
Na democratização da
aprendizagem e da
COMUNICAÇÃO. 9
10. A partir do século XIX,
o mundo vai acelerar e
diversificar
as formas de comunicar
Serviços regulares de
correio
Invenção do telégrafo
elétrico (Morse), primeiro
meio de comunicação à
distância
Invenção do rádio
(Nikola Tesla)
Invenção do telefone
(Meucci/Bell)
10
11. 1935 - emissão oficial da TV
na Alemanha
1936 - inauguração da estação
regular da BBC
1974 - surge o computador
pessoal
1985 - Microsoft lança o
Windows
1989 - 159 mil computadores
estão conectados à internet
11
A partir da segunda metade do século
XX, o mundo transforma-se num
espaço hiperconectado
12. Fala-se da Terceira Fase da
Revolução da Informação e da
Comunicação
A comunicação é cada vez mais facilitada e
multiplicada com os novos e revolucionários
recursos:
Satélites de comunicação
Redes informáticas
Emissões de TV por cabo
Suportes digitais de rádio e TV
Internet
12
13. E fala-se, igualmente, das TIC´s e do seu
reflexo na ordem económica, social e
política
13
AsTIC´s – Tecnologias da Informação e da Comunicação:
Criaram um novo paradigma:
Uma Nova Ordem Económica e Informacional
Novos métodos de trabalho:
Teletrabalho
Trabalho flexível
Trabalho autónomo
Trabalho temporário
Suportam a globalização
O uso das TIC´s permitem a diminuição das
“fronteiras” entre os espaços e o tempo com:
A comunicação a longa distância
A comunicação em tempo real
14. 14
Vantagens Desvantagens
Comunicar em tempo real
com pessoas que se
encontram afastadas
fisicamente
Facilitar o dia-a-dia do
indivíduo - fazer negócios
sem sair de casa,
movimentar dinheiro sem ir
ao banco, obter informação
sem ir a uma biblioteca, etc.
Viajar virtualmente -
Internet, CD-ROM, DVD …
Aumentar o conhecimento;
Contactar virtualmente com
outras culturas
Reforçar o individualismo;
Agravar a falta de
solidariedade e a
afetividade (quebra de laços
familiares e de amizade)
Substituir o convívio
familiar pela internet
Agravar o desemprego por
força da automação e
consequente info-exclusão
Perder a noção da
realidade concreta para
uma realidade virtual.
16. Diz-se que:
Portugal “falhou” a revolução agrícola
Chegou tarde à era industrial
Revela um atraso económico e tecnológico
acentuado (apesar do elevado número de utilizadores de telemóveis)
Mas, se for capaz de dar o salto para a
Era digital e a
Sociedade do conhecimento
Se se integrar nas redes europeia e mundial –
Autoestradas da Informação - será
Competitivo na Sociedade da Informação e do
Conhecimento
Reduzirá a sua perificidade em relação ao
Centro da Europa.
16
17. As afirmações feitas no diapositivo anterior sugerem a
seguinte questão: onde está o interesse da Geografia no
estudo destes temas? Afinal está-se a falar desta
disciplina ou de Economia?
Não percamos o grande objeto de estudo da Geografia, o
ESPAÇO
um espaço complexo que é um produto social. Desde a
descoberta da agricultura e o início da sedentarização
que o homem, a ritmos diferenciados, não deixou de
intervir no meio natural. Poder-se-á, mesmo, afirmar que
existe uma relação biunívoca entre espaço geográfico e
sociedade, isto é,
A organização do espaço que a sociedade produz
atua no desenvolvimento da própria sociedade
Rogério Leandro Silveira, “Redes e território: uma breve contribuição geográfica”
17
18. Partindo da conclusão anterior, entende-se a
preocupação em identificar as alterações no
espaço geográfico resultantes do atual processo
revolucionário. Em concreto, pretende-se verificar
que marcas a Revolução da Informação e
Comunicação está a deixar no processo contínuo
da construção do espaço habitado pela sociedade.
Num mundo assente na globalização económica e
na mundialização da cultura, compete à Geografia
adotar novas formas de compreensão e de análise
espacial continuando a recorrer às diferentes
escalas de observação, da local à global.
Já conhecemos a diferenciação espacial resultante
das condições naturais – localização, relevo, clima. Temos
que perceber, agora, a diversidade de FLUXOS
que alimentam o espaço geográfico atual, um
espaço organizado em redes geográficas variadas,
umas físicas, outras virtuais.
18
19. Compreender as redes geográficas é essencial para
explicar:
O fenómeno da globalização
A sociedade emergente
O espaço resultante.
Entendendo como rede toda a infra-estrutura que:
Suporta o transporte de matérias
primas/mercadorias, de energia ou de
informação num dado território
É constituída por pontos de acesso ou
terminais, ligações de transmissão e nós de
comunicação
É fácil concluir que, as redes, são indispensáveis à
continuidade do modo de produção capitalista e à
obtenção de lucros. É, recorrente, ouvirmos dizer
que se alarga o fosso entre ricos e pobres, entre
quem domina a informação e quem é info-excluído. 19
20. Compete, por isso, à análise geográfica, neste
contexto geotecnológico,
Privilegiar o saber sobre o espaço,
identificando:
Os processos de desenvolvimento
As ferramentas utilizadas para o
aproveitamento dos recursos naturais
Os impactos socio-ambientais
As relações da sociedade com a natureza
Fala-se, também, de Geografia Global e num novo
conceito – o ciberespaço – um novo espaço que se
sobrepõe ao espaço real.
As novas tecnologias da informação agem sobre
todos os domínios da atividade humana tornando,
portanto, as sociedades atuais espacialmente
compostas por fluxos de intercâmbio.
20
23. No planisfério confirma-se a
desigualdade na distribuição das
ligações da Internet no mundo.
No planiglobo constatámos a
importância que exerce Nova
Iorque – uma megacidade – no
contexto mundial. Os fluxos que se
geram no ciberespaço a partir deste
influente centro financeiro tem uma
expressão à escala planetária.
23
24. 24
No domínio das
redes geográficas
os fluxos
respeitam,
também, à
frequência com
que se verificam
as ligações em
diferentes modos
de transporte
Fluxos de viagens
de aéreas e
marítimas em 2012
O trabalho foi elaborado
por Michael Markieto, um
especialista canadiano
em sistemas de
informação. Concluiu que
os pontos de maior fluxo
localizam-se em áreas
costeiras.
Resultado da análise de
58 mil rotas aéreas
25. Quais são então as mudanças mais percetíveis no espaço
geográfico?
Pela cartografia anterior há pressupostos que vão justificar exemplos que se possam
enunciar a seguir. Assim, pode-se dizer que:
Vivemos numa sociedade em rede
A verdadeira riqueza traduz-se no capital intelectual
do indivíduo – Sociedade do conhecimento
O espaço – ciberespaço – não tem fronteiras
Os indivíduos interagem através dos meios de
comunicação modernos – telecomunicações
Persistem contrastes informacionais entre
continentes, países, regiões, lugares
De forma direta ou indireta, a revolução da
informação e da comunicação afeta todo o mundo
por força do paradigma económico dominante, o
capitalismo, um sistema onde empresas
multinacionais gigantescas florescem e alimentam
os sistemas globais de comércio e troca de
informações. 25
26. À escala global
Mudanças no espaço industrial:
Nova lógica de localização industrial
Distribuição do processo produtivo por diversas localizações
(exº filiais de multinacionais)
Capacidade organizacional da gestão das diversas unidades
de produção através das conexões das telecomunicações
Emergência de novas regiões produtivas alicerçadas nas
Novas Tecnologias e na forte integração com centros de
pesquisa e desenvolvimento das universidades em países
em desenvolvimento.
Mudanças no espaço urbano:
Emergência de megacidades:
Aglomerações populacionais enormes
Centros dos principais negócios do país respetivo
Centros marcados pelo dinamismo económico, tecnológico,
cultural e político. (Tóquio, S.Paulo, Pequim, Moscovo, Londres, Nova Iorque …)
26
27. Mudanças no peso dos setores da economia:
Setores primário e secundário “estreitam”
Setor terciário cresce mais e mais rapidamente por força da
“indústria cultural”
Cinema, TV, rádio
Turismo global, shopping centres, centros de lazer, parques de
diversões
Moda, culinária …
são exemplos de atividades terciárias que registam um
crescimento notório e que provocam alterações no espaço,
nomeadamente, na construção de novas infraestruturas
coletivas.
A proliferação das mudanças induzidas por esta
“globalização” produtiva conduz a uma tendência para uma
unificação dos lugares e espaços regionais outrora isolados.
Trata-se de um processo de homogeneização que se
estende à implementação de uma padronização dos modos
de vida. Urbanos e rurais assemelham-se cada vez mais.
27
28. À escala nacional/comunitária
No início deste século a discussão entre Geografia e Novas Tecnologias de
Computação e Comunicação vai no sentido da criação de um projeto social
onde o bem estar social deve ser o objetivo a alcançar.
O projeto Smart cities Portugal é um exemplo do que se está a fazer no país
com o intuito de requalificar as cidades aderentes e proporcionar melhor
qualidade de vida aos cidadãos
28
29. SMART CITIES Portugal - Cidades
Inteligentes, Competitivas, Sustentáveis
A Rede "Smart Cities Portugal" tem como objetivos
Promover o desenvolvimento e produção de
soluções urbanas inovadoras, de forma integrada,
com vista à estruturação da oferta e sua
valorização nos mercados internacionais
Potenciar a participação das empresas e cidades
portuguesas no mercado das cidades inteligentes
Afirmar a imagem de Portugal como espaço de
conceção, produção e experimentação de produtos
e serviços para smart cities.
29
30. Índice cidades inteligentes 2020
Instrumento estratégico que parte de um conceito
integrado de:
Cidades que baseiam a sua atratividade na
aliança entre a inovação económica, a
sustentabilidade ambiental, a inclusão social e
cultural e a governação aberta, em linha com a
Estratégia Europa 2020.
Cidades que desenvolvem e utilizam soluções
inteligentes baseadas em tecnologias de
informação e comunicação para a promoção da
conectividade urbana conducente à melhoria da
qualidade de vida dos cidadãos.
30
31. Um estudo da União Europeia defende que uma
cidade inteligente é a que apresenta boa
performance em seis indicadores: economia,
mobilidade, governação, ambiente, vida e pessoas.
“A estratégia da União Europeia para as cidades
inteligentes coloca as pessoas em primeiro lugar, em
detrimento da construção das grandes
infraestruturas”.
Até 2020, a EU vai disponibilizar €1000 milhões para
cidades inteligentes.
O projeto-piloto Ligthouse, por exemplo, irá
proporcionar a Lisboa soluções de mobilidade,
eficiência energética e aplicações de tecnologias de
informação e requalificação e eficiência energética.
31
32. SMART PEOPLE
> Cidadãos
> Governantes
> Companhias
SERVIÇOS AO
CIDADÃO
E-government
Participação cívica
Empresa digital
Educação
Saúde
TRANSPORTE
E MOBILIDADE
Gestão do tráfico
Transporte público
coletivo
Gestão da
mobilidade urbana
Acessibilidade
INFRAESTRU-
TURAS E ECO-
ENERGIA
Gestão eficiente da
energia
Serviços urbanos
Soluções para a
sustentabilidade
Veículo elétrico
SEGURANÇA E
EMERGÊNCIAS
Centros integrados
de controle
Integração das
telecomunicações
Comunicação com o
cidadão
Segurança para a
cidadania
32
DIMENSÃO
ECONÓMICA
DIMENSÃO
AMBIENTAL
DIMENSÃO
SOCIAL
Adaptado de SMART CITIES, Cidades Inteligentes: responder aos novos desafios globais
E
Xºs
D
E
Á
R
E
A
S
D
E
A
T
U
A
Ç
Ã
O
33. Portugal e Espanha vão criar rede
ibérica de cidades inteligentes
Portugal e Espanha vão criar uma rede ibérica de cidades
inteligentes para problemas conjuntos e partilhar informação e
experiências que melhorem as condições de vida dos cidadãos
através das TIC (tecnologias de informação e comunicação).
A criação da rede ibérica procura melhorar a competitividade
económica, a sustentabilidade ambiental, o desenvolvimento
cultural, a inclusão social e os serviços públicos através das
novas tecnologias.
Os membros da rede ibérica participarão também, de forma
conjunta, em projetos europeus do próximo período de
programação (2014-2020), explorando também "o potencial de
cooperação transfronteiriça no espaço" e em ilhas em cidades
inteligentes, aproveitando-se de algumas estruturas em
operação.
33http://sicnoticias.sapo.pt/mundo/2013-11-12-portugal-e-espanha-vao-criar-rede-iberica-de-cidades-inteligentes;