O documento discute a Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil. Apresenta uma visão positiva dos jovens e adultos, reconhecendo suas trajetórias de exclusão social e negação de direitos. Também discute a EJA como um campo de direitos que deve partir das demandas dos movimentos sociais. Finalmente, defende que a EJA pode interrogar e inovar o sistema escolar tradicional.
EJA AULA 2: Introdução aos estudos da Educação de Jovens e Adultos: o campo de direitos e de responsabilidade pública
1. Educação de Jovens e Adultos
Fundamentos e Metodologias
Aula 2:Introdução aos estudos da Educação de Jovens e Adultos: o campo de direitos e de responsabilidade
pública
Profa. Me. Míriam Navarro de Castro Nunes
2. Texto
ARROYO, Miguel G. Educação de jovens-adultos: um
campo de direitos e de responsabilidade pública, in:
SOARES, Leôncio; GIOVANETTI, Maria Amélia; GOMES,
Nilma Lino. (Orgs.). Diálogos na Educação de Jovens e
Adultos. 4ª.ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2011, p. 19-50
3. Quem são esses jovens-adultos
Conhecer esses jovens-adultos é o ponto de partida para a
reconfiguração da EJA.
Visão negativa: jovens-adultos em suas trajetórias escolares
truncadas - alunos evadidos, reprovados, defasados,
reprovados, com problema de frequência e de aprendizagem,
não concluintes.
políticas preventivas, moralizantes – “salve o jovem!”
4. Visão positiva: jovens-adultos em suas trajetórias humanas –
exclusão social, negação de direitos básicos à vida, ao afeto,
alimento, moradia, trabalho, sobrevivência, ao direito de ser jovem.
As trajetórias sociais e escolares truncadas não paralisam os
processos de formação mental, ética, identitária, cultural, social e
política desses indivíduos.
Jovens protagonistas: sujeitos de direitos e deveres.
Juventude: não é só uma fase de preparação para a vida adulta, é um
tempo de direitos.
5. EJA e Políticas públicas
LDB/96: Educação Básica formada por – educação infantil,
ensino fundamental e ensino médio.
Modalidades da Ed. Bás.: Educação de Jovens e Adultos, Educação
Especial, Educação Profissional e Tecnológica, Educação Básica do
Campo, Educação Escolar Indígena, Educação Escolar Quilombola e
Educação a Distância.
São atendidas pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento
da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação (Fundeb).
6. Sujeitos Coletivos de Direitos
Movimentos sociais encabeçados por trabalhadores, negros,
mulheres, indígenas, jovens têm um ponto em comum: se
reconhecem sujeitos de direitos e exigem seu reconhecimento
social e político.
8. Trajetória de coletivos sociais, raciais, étnicos, culturais:
reproduzem histórias de negação de direitos – as mesmas de
seus pais, avós, raça, gênero, etnia e classe social.
As propostas de reconfiguração da EJA devem partir de atores
sociais e de ações coletivas.
9. Aprendendo com a história da EJA
EJA: sempre foi um campo aberto.
Lado ruim: amadorismo; Lado bom: espaço para a criatividade,
inovação, olhar não escolarizado. Exemplo: Educação Popular
(Paulo Freire).
Visão dominante: a educação escolar formal é o modelo ideal; a
educação não-formal é despreparada, desorganizada,
ultrapassada. É preciso superar esta polarização!
Superar o amadorismo, valorizar a diversidade e a inovação.
10. O que aprender da História da EJA
1. Partir de uma visão realista dos jovens-adultos.
2. O Movimento de Educação Popular nos legou uma leitura
positiva do saber popular – caráter dialogal.
3. O Movimento de Educação Popular inovou as bases e teorias
da educação-alfabetização de jovens-adultos, percebendo suas
especificidades.
“O sonho da escola é que todas as trajetórias escolares fossem
lineares, sempre progredindo, sem quebras, subindo as séries sem
escorregar, aprendendo em progressão contínua, em ritmos
acelerados” (p. 36).
11. 4. Recuperando o foco na educação e não no ensino. EJA =
Educação de Jovens e Adultos.
5. Na história da EJA, podemos encontrar uma relação tensa com
os saberes escolares (espaço para interrogações existenciais
sobre a vida, o trabalho, a natureza...?).
6. Não aceitar qualquer interpretação despolitizada das trajetórias
escolares, mas vê-las como trajetórias sociais.
OPRIMIDOS X pobres, preguiçosos, reprovados...
12. A EJA interroga o Sistema Escolar
O diálogo entre o sistema escolar e a EJA é possível ?
Sim!!
“Não foi a EJA que se distanciou da seriedade do sistema escolar,
foi este que se distanciou das condições reais da vida dos setores
populares” (p. 48).
“A educação sobreviveu sempre aos sistemas escolares” (p. 50).
13. Brasil ainda tem 11,8 milhões de analfabetos, segundo IBGE
Número corresponde a 7,2% da população de 15 anos ou mais.
2016
14. Brasil ainda tem 11,8 milhões de analfabetos, segundo IBGE
Número corresponde a 7,2% da população de 15 anos ou mais.
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segundo-ibge-22211755