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Como ensinar microbiologia, com ou sem
                                laboratório
         Os alunos vão aprender que microorganismos
invisíveis, como bactérias e fungos, causam doenças ou
                             ajudam a ter saúde
Paola Gentile




Fotos: Daniel Aratangy
         Os biólogos já catalogaram mais de 1,5 milhão de espécies de seres vivos. Pelo
menos 10% deles são invisíveis a olho nu, mas estão presentes em nossa vida desde que
nascemos. A microbiologia faz parte do conteúdo de Ciências Naturais em todos os
níveis de ensino, mas fica mais atraente a partir da 6ª série, quando os alunos
conseguem desenvolver experiências e atividades que provam a existência dos pequenos
seres.
         Maria Teresinha Figueiredo, selecionadora do Prêmio Victor Civita Professor
Nota 10, afirma que relacionar os microorganismos às questões de saúde pode ser uma
das entradas para o mundo da microbiologia: "Ao explicar a necessidade de hábitos
saudáveis, o professor mostra formas de contágio de doenças transmitidas por bactérias,
por exemplo, e as maneiras de evitá-las".
         História e vídeo para um aprendizado dinâmico .
         Se sua escola tem laboratório de Ciências bem montado, ótimo! Mas a falta de
microscópio não vai impedir você de tratar desse conteúdo. "Nas primeiras séries, o
professor pode ensinar regras de higiene, contar histórias que tenham germes como
personagens ou passar vídeos ", sugere Gláucia Colli Inglez, do Museu de
Microbiologia do Instituto Butantan, em São Paulo. Para os mais velhos, ela indica
experiências com materiais alternativos, como as cinco sugeridas nesta reportagem.
        Em qualquer caso, coloque os alunos em contato com a história da ciência. De
acordo com Antônio Carlos Amorim, da Sociedade Brasileira de Ensino de Biologia,
localizar no tempo as descobertas dessa área ajuda os jovens a entender como as
questões sociais motivaram os cientistas. O médico alemão Robert Koch (1843-1910),
por exemplo, ganhou um microscópio quando uma doença provocada por bactérias
estava matando pessoas e animais no Leste Europeu. Ao examinar sangue de carneiros,
ele descobriu bastonetes que não existiam no sistema circulatório de seres saudáveis.
Seus estudos levaram a postulados que fundamentaram a microbiologia e, mais tarde, à
descoberta do bacilo causador da tuberculose.
        É interessante ainda contar à garotada que os micróbios foram os primeiros seres
vivos a habitar nosso planeta. Apesar da antigüidade, só foi possível confirmar a
existência desse pequeno ser em meados do século 17, quando o holandês Antony van
Leeuwenhoek começou a divertir-se derretendo vidro para fazer lentes. Ele produziu
mais de 400 e usou-as para descrever bactérias, algas e protozoários. Daí à invenção do
microscópio foi um passo, o que trouxe avanços na microbiologia e na medicina.
        Com a constatação de que microorganismos existiam e afetavam os seres
humanos, percebeu-se a necessidade de adotar medidas de higiene e políticas públicas
de saúde que, a longo prazo, duplicariam nossa expectativa de vida. Hoje ainda morrem
cerca de 20 milhões de pessoas por ano vítimas de infecções. Mas a vacinação em
massa já erradicou doenças como a varíola e diminuiu o número de casos de
tuberculose, raiva e outros males.
        Para conhecer melhor os micróbios
        Os alunos vão entender que também existem microorganismos que ajudam no
equilíbrio do meio ambiente e de nosso corpo
TIPO           DE
                    CARACTERÍSTICA                                ALGUNS DO BEM       ALGUNS DO MAL
MICROORGANISMO

                    Microorganismos          sem        célula, Não existe.           Influenza (gripe); Herpes zoster
                    considerados parasitas intracelulares, pois                       (catapora); Rhinovirus (resfriado);
VÍRUS               só têm ação no interior de outras células.                        Ébola (febre hemorrágica); HIV
                                                                                      (Aids); Flavivirus sp.(Dengue);
                                                                                      Morbilliviirus (sarampo).

                    Organismos unicelulares, sem núcleo Rhizobium (ajudam na fixação Mycobacterium          tuberculosis
BACTÉRIAS
                    definido e geralmente com apenas uma de nitrogênio em raízes de (tuberculose);     Corynebacterium
molécula de DNA. Podem ser esféricas plantas                     leguminosas); diphtheriae (difteria); Salmonella
                  (cocos), em forma de bastão (bacilos), Lactobacillus e alguns tipos de typhi                     (febre        tifóide);
                  espiral (espiroqueta e espirilo) e vírgula Streptococcus        (produção     de Streptococcus              pneumoniae
                  (vibrião).                                  queijo, iogurte e requeijão).         (pneumonia);      Vibrio     cholerae
                                                                                                    (cólera).

                  Constituídos     de     hifas   (filamentos) Agaricus campestris (cogumelo Trichophyton sp (micose ou pé-
                  multicelulares nucleadas com exceção das comestível);           Saccharomyces de-         atleta);candida      albicans
                  leveduras, que são unicelulares.            cerevisae (fabricação de pão e (candidíase);             Aspergillus     sp
FUNGOS
                                                              de        bebidas        alcoólicas); (aspergilose).
                                                              Penicillium sp (produção de
                                                              antibióticos e de queijos).

                  Seres    unicelulares     nucleados   com Triconympha sp (vivem nos Entamoeba histolytica (disenteria
                  estruturas locomotoras, com exceção dos cupins, auxiliando na digestão). amebiana); Trypanosoma cruzi
PROTOZOÁRIOS      esporozoários.                                                                    (doença de Chagas); Plasmodium
                                                                                                    sp   (malária);    Giardia   lamblia
                                                                                                    (giardíase).

                  Vivem no mar, em lagos, rios. Elas fazem Planctônicas (realizam 90% da Dinoflagelados (algas vermelhas
                  fotossíntese e com isso transformam luz fotossíntese            do     planeta); causadoras da maré vermelha
ALGAS
                  solar em energia.                           diatomáceas (com carapaças de quando                             proliferam
UNICELULARES
                                                              sílica,     constituem        rochas excessivamente).
                                                              usadas como abrasivos).




            Cinco experiências que não precisam de microscópio
         Marcos Engelstein, professor de Ciências do Colégio Santa Cruz, em São Paulo,
desenvolve em laboratório, com seus alunos de 7ª série, as experiências 1, 2, 4 e 5. Já a
Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Loteamento Gaivotas 3, também na
capital paulista, não tem laboratório. Em suas aulas, o professor Fábio Pereira usa
materiais alternativos e desenvolve atividades lúdicas, como a de número 3.


                                          1. Cultivando bactérias
Objetivo
Mostrar a existência de micróbios e como eles contaminam o meio de cultura.


Material (para o meio de cultura)


1 pacote de gelatina incolor


1 xícara de caldo de carne
1 copo de água


Dissolver a gelatina incolor na água, conforme instruções do pacote. Misturar ao caldo
de carne


Material (para a experiência)


Duas placas de petri (ou duas tampas de margarina ou dois potinhos rasos), com o meio
de cultura cobrindo o fundo


Cotonetes


Filme plástico


Etiquetas adesivas


Caneta




Procedimento
Os alunos passam o cotonete no chão ou entre os dentes, ou ainda entre os dedos dos
pés (de preferência depois de eles ficarem por um bom tempo fechados dentro dos
tênis!). Há ainda outras opções, como usar um dedo sujo ou uma nota de 1 real. O
cotonete é esfregado levemente sobre o meio de cultura para contaminá-lo. Tampe as
placas de petri ou envolva as tampas de margarina com filme plástico. Marque nas
etiquetas adesivas que tipo de contaminação foi feita. Depois de três dias, observe as
alterações.


Explicação
Ao encontrar um ambiente capaz de fornecer nutrientes e condições para o
desenvolvimento,      os      microorganismos      se     instalam     e     aparecem.


Esse ambiente pode ser alimentos mal-embalados ou guardados em local inadequado. O
mesmo acontece com o nosso organismo: sem as medidas básicas de higiene, ele torna-
se um excelente anfitrião para bactérias e fungos.


                              2. Testando produtos de limpeza




Objetivo
Provar a eficácia de desinfetantes e outros produtos que prometem acabar com os
microorganismos.


Material


Bactérias criadas na experiência no 1, Cultivando Bactérias (com sujeira do chão ou
com a placa bacteriana dentária)


1 placa de petri limpa (ou tampa de margarina), com meio de cultura


1 pedaço de filtro de papel


1 pinça


1 tubo de ensaio
1 copo de desinfetante, água sanitária ou anti-séptico bucal


1 estufa (é possível improvisar uma com caixa de papelão e lâmpada de 40 ou 60 watts,
como a da foto acima) Água
Procedimento
Raspe um pouco das bactérias que estão nas placas já contaminadas, dilua-as em
algumas gotas de água (use um tubo de ensaio) e espalhe a mistura de água com
bactérias na placa de petri com meio de cultura. Com a pinça, molhe o filtro de papel no
desinfetante (se usar as bactérias criadas com a sujeira do chão, do dedo ou da nota de
papel) ou no anti-séptico bucal (se usar as originadas da placa bacteriana dentária).
Coloque o filtro no meio da placa contaminada por bactérias e guarde-a na estufa.
Aguarde alguns dias. Quanto melhor o produto, maior será a auréola transparente que
aparecerá em volta do papel; se for ruim, nada acontecerá.




Auréola transparente: quanto mais eficiente o produto, maior ela será pega-pega contra
os germes.


Explicação
Para ser eficientes, os produtos devem impedir o crescimento dos microorganismos. Os
bons desinfetantes usam compostos com cloro ou outros produtos químicos tóxicos para
alguns micróbios.


                            3. Pega-pega contra os germes


Objetivo
Analisar o funcionamento do sistema imunológico, como o corpo se cura e como as
doenças                                                                        ocorrem.




Material (para 30 alunos)


10 cartões retangulares brancos representando os anticorpos
15 cartões retangulares coloridos representando os antígenos (microorganismos
invasores)


5 cartões coloridos com formatos diferentes dos anteriores


Observação
Você pode trabalhar com doenças causadas por vírus e/ou bactérias. Veja, no quadro da
página anterior, sugestões de doenças a ser trabalhadas.




Procedimento
Distribua os cartões entre os alunos. Os que estão com cartões brancos procuram os
colegas que estão com cartões coloridos. Cada aluno dono de cartão branco pode
encontrar somente um aluno de cartão colorido. Depois que os pares são formados, pare
a brincadeira e converse com os alunos sobre a simulação do sistema imunológico que
acabaram                                      de                                 fazer.


Explicação
Os cartões brancos representam os anticorpos, que têm a função de combater os
diversos antígenos, causadores de doenças. Para cada antígeno existe um anticorpo.
Quando o aluno com cartão branco encontra o colega com cartão colorido do mesmo
formato,     representa      a      vitória    do     corpo   sobre      o      germe.


Mas, quando o par é formado por cartões com formatos diferentes, está representado
que o organismo não conseguiu produzir o anticorpo necessário ou não produziu em
quantidade suficiente para combater aquela doença.


                                 4. Estragando o mingau
Objetivo
Perceber a necessidade de guardar bem os alimentos para que eles não se contaminem.


Material
5 copinhos de café numerados


1 saco plástico ou filme plástico


2 colheres de amido de milho ou outro tipo de farinha


1 colher de óleo


1 colher de sopa


1 panela pequena


1 copo de vidro


1 colher de vinagre


água




Procedimento
Prepare o mingau com o amido de milho e um copo de água. Misture bem e leve ao
fogo até engrossar. Coloque o mingau ainda quente até a metade dos copinhos. Deixe o
copo 1 aberto, em cima da pia do laboratório. Cubra o 2 com o filme plástico, vede-o, e
deixe-o também sobre a pia. O 3 é completado com óleo e o 4, com vinagre.


O 5 é colocado na geladeira, sem cobertura. Observe com a turma em qual mingau
apareceram as primeiras alterações. Depois de uma semana, peça a todos para descrever
a aparência de cada copo e fazer desenhos coloridos, seguindo o que viram nos
copinhos.


Explicação
A temperatura alta, usada no cozimento do mingau, matou os microorganismos. Já o
calor que ultrapassa os 30 graus Celsius deixa o ambiente propício para a proliferação
de     micróbios,   que   se   depositam      no   mingau   deixado    ao   ar   livre.


Observe o que acontece com cada copo de mingau.




1. É o que apresenta mais alteração, pois ficou na temperatura ambiente e sem proteção,
exposto aos microorganismos. 2. Está menos estragado que o primeiro, porque o filme
plástico impede que os micróbios se depositem sobre ele. 3. O óleo funciona como
cobertura ou embalagem, impedindo qualquer contato com o ar e, por conseqüência,
com os micróbios. 4. A acidez do vinagre impede o aparecimento de microorganismos
(é o princípio de preparação de algumas conservas). 5. As baixas temperaturas são as
que mais retardam o aparecimento de fungos, por isso a geladeira é o melhor lugar para
conservar                                                                   alimentos.


Para                                         ir                                  além
Peça pesquisas sobre técnicas antigas de conservação de alimentos como a salga e a
defumação de carnes e as modernas, como a pasteurização, a esterilização, o
congelamento, a desidratação e a radiação.


                                   5. Mãos limpas?




Objetivo
Mostrar que mãos aparentemente limpas podem conter microorganismos.


Material


1 colher de fermento biológico diluído em um copo de água


Água com açúcar em uma tigela


1 tubo de ensaio
1 funil


1 rolha para fechar o tubo de ensaio


1 chumaço de algodão


Algumas gotas de azul de bromotimol




Procedimento
Peça para a turma lavar bem as mãos. Divida a classe em grupos de cinco. Um aluno
joga o fermento biológico na mão direita e cumprimenta um colega com um aperto de
mão.       Esse          cumprimenta     outro        e    assim          por       diante.


O      último     lava     as    mãos    na      tigela   com      água         e   açúcar.


Com o funil, coloque um pouco dessa água no tubo de ensaio. Molhe o algodão no azul
de bromotimol e coloque-o na boca do tubo de ensaio, sem encostar no líquido. Feche-o
com a rolha e espere alguns dias.




O azul vira amarelo: ação dos fungos.


Explicação
Dentro do tubo de ensaio, a água com açúcar fornece o alimento necessário para os
microorganismos no caso, fungos se desenvolverem. Os fungos respiram e soltam gás
carbônico, o que torna o ambiente do tubo ácido. Com isso, o azul de bromotimol,
sensível à alteração de pH, muda sua cor para amarelo. Ressalte que medidas de higiene
pessoal, feitas com regularidade, evitam uma série de doenças.
Quer saber mais?
Colégio Santa Cruz, Av. Arruda Botelho, 255, 05466-000, São Paulo, SP, tel. (011)
3024-5199


Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Loteamento Gaivotas 3, R. São
Paulo,    53,      04849-308,     São        Paulo,     SP,   tel.   (11)   5933-4973


Museu de Microbiologia do Instituto Butantan, Av. Vital Brazil, 1500, 05503-001,
São             Paulo,           SP,             tel.         (11)          3726-7222


BIBLIOGRAFIA
Aventuras da Microbiologia, Isaias Raw e Oswaldo Augusto Sant'Anna, 170 págs.,
Ed. Hacker, tel. (11) 3733-7912 , 25 reais




Epidemias no Brasil Uma Abordagem Biológica e Social, Rodolpho Telarolli Júnior,
120 págs., Ed. Moderna, tel. (11) 6090-1500 , 26 reais




Pequenos Seres Vivos, Gilberto Martho, 48 págs., Ed. Ática, tel. (11) 3990-1777 ,
18,50 reais




FILMOGRAFIA
Série Nosso Corpo: Os Germes e o que Causam e Como o Corpo Cura a si Mesmo,
Didak Tecnologia Educacional, 22 min., tel. 0800-175233, didak@didak.com.br, 70
reais (VCD ou VHS)
Publicado em NOVA ESCOLAEdição 183, Junho 2005,

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Como ensinar microbiologia

  • 1. Como ensinar microbiologia, com ou sem laboratório Os alunos vão aprender que microorganismos invisíveis, como bactérias e fungos, causam doenças ou ajudam a ter saúde Paola Gentile Fotos: Daniel Aratangy Os biólogos já catalogaram mais de 1,5 milhão de espécies de seres vivos. Pelo menos 10% deles são invisíveis a olho nu, mas estão presentes em nossa vida desde que nascemos. A microbiologia faz parte do conteúdo de Ciências Naturais em todos os níveis de ensino, mas fica mais atraente a partir da 6ª série, quando os alunos conseguem desenvolver experiências e atividades que provam a existência dos pequenos seres. Maria Teresinha Figueiredo, selecionadora do Prêmio Victor Civita Professor Nota 10, afirma que relacionar os microorganismos às questões de saúde pode ser uma das entradas para o mundo da microbiologia: "Ao explicar a necessidade de hábitos saudáveis, o professor mostra formas de contágio de doenças transmitidas por bactérias, por exemplo, e as maneiras de evitá-las". História e vídeo para um aprendizado dinâmico . Se sua escola tem laboratório de Ciências bem montado, ótimo! Mas a falta de microscópio não vai impedir você de tratar desse conteúdo. "Nas primeiras séries, o professor pode ensinar regras de higiene, contar histórias que tenham germes como
  • 2. personagens ou passar vídeos ", sugere Gláucia Colli Inglez, do Museu de Microbiologia do Instituto Butantan, em São Paulo. Para os mais velhos, ela indica experiências com materiais alternativos, como as cinco sugeridas nesta reportagem. Em qualquer caso, coloque os alunos em contato com a história da ciência. De acordo com Antônio Carlos Amorim, da Sociedade Brasileira de Ensino de Biologia, localizar no tempo as descobertas dessa área ajuda os jovens a entender como as questões sociais motivaram os cientistas. O médico alemão Robert Koch (1843-1910), por exemplo, ganhou um microscópio quando uma doença provocada por bactérias estava matando pessoas e animais no Leste Europeu. Ao examinar sangue de carneiros, ele descobriu bastonetes que não existiam no sistema circulatório de seres saudáveis. Seus estudos levaram a postulados que fundamentaram a microbiologia e, mais tarde, à descoberta do bacilo causador da tuberculose. É interessante ainda contar à garotada que os micróbios foram os primeiros seres vivos a habitar nosso planeta. Apesar da antigüidade, só foi possível confirmar a existência desse pequeno ser em meados do século 17, quando o holandês Antony van Leeuwenhoek começou a divertir-se derretendo vidro para fazer lentes. Ele produziu mais de 400 e usou-as para descrever bactérias, algas e protozoários. Daí à invenção do microscópio foi um passo, o que trouxe avanços na microbiologia e na medicina. Com a constatação de que microorganismos existiam e afetavam os seres humanos, percebeu-se a necessidade de adotar medidas de higiene e políticas públicas de saúde que, a longo prazo, duplicariam nossa expectativa de vida. Hoje ainda morrem cerca de 20 milhões de pessoas por ano vítimas de infecções. Mas a vacinação em massa já erradicou doenças como a varíola e diminuiu o número de casos de tuberculose, raiva e outros males. Para conhecer melhor os micróbios Os alunos vão entender que também existem microorganismos que ajudam no equilíbrio do meio ambiente e de nosso corpo TIPO DE CARACTERÍSTICA ALGUNS DO BEM ALGUNS DO MAL MICROORGANISMO Microorganismos sem célula, Não existe. Influenza (gripe); Herpes zoster considerados parasitas intracelulares, pois (catapora); Rhinovirus (resfriado); VÍRUS só têm ação no interior de outras células. Ébola (febre hemorrágica); HIV (Aids); Flavivirus sp.(Dengue); Morbilliviirus (sarampo). Organismos unicelulares, sem núcleo Rhizobium (ajudam na fixação Mycobacterium tuberculosis BACTÉRIAS definido e geralmente com apenas uma de nitrogênio em raízes de (tuberculose); Corynebacterium
  • 3. molécula de DNA. Podem ser esféricas plantas leguminosas); diphtheriae (difteria); Salmonella (cocos), em forma de bastão (bacilos), Lactobacillus e alguns tipos de typhi (febre tifóide); espiral (espiroqueta e espirilo) e vírgula Streptococcus (produção de Streptococcus pneumoniae (vibrião). queijo, iogurte e requeijão). (pneumonia); Vibrio cholerae (cólera). Constituídos de hifas (filamentos) Agaricus campestris (cogumelo Trichophyton sp (micose ou pé- multicelulares nucleadas com exceção das comestível); Saccharomyces de- atleta);candida albicans leveduras, que são unicelulares. cerevisae (fabricação de pão e (candidíase); Aspergillus sp FUNGOS de bebidas alcoólicas); (aspergilose). Penicillium sp (produção de antibióticos e de queijos). Seres unicelulares nucleados com Triconympha sp (vivem nos Entamoeba histolytica (disenteria estruturas locomotoras, com exceção dos cupins, auxiliando na digestão). amebiana); Trypanosoma cruzi PROTOZOÁRIOS esporozoários. (doença de Chagas); Plasmodium sp (malária); Giardia lamblia (giardíase). Vivem no mar, em lagos, rios. Elas fazem Planctônicas (realizam 90% da Dinoflagelados (algas vermelhas fotossíntese e com isso transformam luz fotossíntese do planeta); causadoras da maré vermelha ALGAS solar em energia. diatomáceas (com carapaças de quando proliferam UNICELULARES sílica, constituem rochas excessivamente). usadas como abrasivos). Cinco experiências que não precisam de microscópio Marcos Engelstein, professor de Ciências do Colégio Santa Cruz, em São Paulo, desenvolve em laboratório, com seus alunos de 7ª série, as experiências 1, 2, 4 e 5. Já a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Loteamento Gaivotas 3, também na capital paulista, não tem laboratório. Em suas aulas, o professor Fábio Pereira usa materiais alternativos e desenvolve atividades lúdicas, como a de número 3. 1. Cultivando bactérias Objetivo Mostrar a existência de micróbios e como eles contaminam o meio de cultura. Material (para o meio de cultura) 1 pacote de gelatina incolor 1 xícara de caldo de carne
  • 4. 1 copo de água Dissolver a gelatina incolor na água, conforme instruções do pacote. Misturar ao caldo de carne Material (para a experiência) Duas placas de petri (ou duas tampas de margarina ou dois potinhos rasos), com o meio de cultura cobrindo o fundo Cotonetes Filme plástico Etiquetas adesivas Caneta Procedimento Os alunos passam o cotonete no chão ou entre os dentes, ou ainda entre os dedos dos pés (de preferência depois de eles ficarem por um bom tempo fechados dentro dos tênis!). Há ainda outras opções, como usar um dedo sujo ou uma nota de 1 real. O cotonete é esfregado levemente sobre o meio de cultura para contaminá-lo. Tampe as placas de petri ou envolva as tampas de margarina com filme plástico. Marque nas etiquetas adesivas que tipo de contaminação foi feita. Depois de três dias, observe as alterações. Explicação Ao encontrar um ambiente capaz de fornecer nutrientes e condições para o desenvolvimento, os microorganismos se instalam e aparecem. Esse ambiente pode ser alimentos mal-embalados ou guardados em local inadequado. O
  • 5. mesmo acontece com o nosso organismo: sem as medidas básicas de higiene, ele torna- se um excelente anfitrião para bactérias e fungos. 2. Testando produtos de limpeza Objetivo Provar a eficácia de desinfetantes e outros produtos que prometem acabar com os microorganismos. Material Bactérias criadas na experiência no 1, Cultivando Bactérias (com sujeira do chão ou com a placa bacteriana dentária) 1 placa de petri limpa (ou tampa de margarina), com meio de cultura 1 pedaço de filtro de papel 1 pinça 1 tubo de ensaio 1 copo de desinfetante, água sanitária ou anti-séptico bucal 1 estufa (é possível improvisar uma com caixa de papelão e lâmpada de 40 ou 60 watts, como a da foto acima) Água
  • 6. Procedimento Raspe um pouco das bactérias que estão nas placas já contaminadas, dilua-as em algumas gotas de água (use um tubo de ensaio) e espalhe a mistura de água com bactérias na placa de petri com meio de cultura. Com a pinça, molhe o filtro de papel no desinfetante (se usar as bactérias criadas com a sujeira do chão, do dedo ou da nota de papel) ou no anti-séptico bucal (se usar as originadas da placa bacteriana dentária). Coloque o filtro no meio da placa contaminada por bactérias e guarde-a na estufa. Aguarde alguns dias. Quanto melhor o produto, maior será a auréola transparente que aparecerá em volta do papel; se for ruim, nada acontecerá. Auréola transparente: quanto mais eficiente o produto, maior ela será pega-pega contra os germes. Explicação Para ser eficientes, os produtos devem impedir o crescimento dos microorganismos. Os bons desinfetantes usam compostos com cloro ou outros produtos químicos tóxicos para alguns micróbios. 3. Pega-pega contra os germes Objetivo Analisar o funcionamento do sistema imunológico, como o corpo se cura e como as doenças ocorrem. Material (para 30 alunos) 10 cartões retangulares brancos representando os anticorpos
  • 7. 15 cartões retangulares coloridos representando os antígenos (microorganismos invasores) 5 cartões coloridos com formatos diferentes dos anteriores Observação Você pode trabalhar com doenças causadas por vírus e/ou bactérias. Veja, no quadro da página anterior, sugestões de doenças a ser trabalhadas. Procedimento Distribua os cartões entre os alunos. Os que estão com cartões brancos procuram os colegas que estão com cartões coloridos. Cada aluno dono de cartão branco pode encontrar somente um aluno de cartão colorido. Depois que os pares são formados, pare a brincadeira e converse com os alunos sobre a simulação do sistema imunológico que acabaram de fazer. Explicação Os cartões brancos representam os anticorpos, que têm a função de combater os diversos antígenos, causadores de doenças. Para cada antígeno existe um anticorpo. Quando o aluno com cartão branco encontra o colega com cartão colorido do mesmo formato, representa a vitória do corpo sobre o germe. Mas, quando o par é formado por cartões com formatos diferentes, está representado que o organismo não conseguiu produzir o anticorpo necessário ou não produziu em quantidade suficiente para combater aquela doença. 4. Estragando o mingau Objetivo Perceber a necessidade de guardar bem os alimentos para que eles não se contaminem. Material
  • 8. 5 copinhos de café numerados 1 saco plástico ou filme plástico 2 colheres de amido de milho ou outro tipo de farinha 1 colher de óleo 1 colher de sopa 1 panela pequena 1 copo de vidro 1 colher de vinagre água Procedimento Prepare o mingau com o amido de milho e um copo de água. Misture bem e leve ao fogo até engrossar. Coloque o mingau ainda quente até a metade dos copinhos. Deixe o copo 1 aberto, em cima da pia do laboratório. Cubra o 2 com o filme plástico, vede-o, e deixe-o também sobre a pia. O 3 é completado com óleo e o 4, com vinagre. O 5 é colocado na geladeira, sem cobertura. Observe com a turma em qual mingau apareceram as primeiras alterações. Depois de uma semana, peça a todos para descrever a aparência de cada copo e fazer desenhos coloridos, seguindo o que viram nos copinhos. Explicação A temperatura alta, usada no cozimento do mingau, matou os microorganismos. Já o calor que ultrapassa os 30 graus Celsius deixa o ambiente propício para a proliferação
  • 9. de micróbios, que se depositam no mingau deixado ao ar livre. Observe o que acontece com cada copo de mingau. 1. É o que apresenta mais alteração, pois ficou na temperatura ambiente e sem proteção, exposto aos microorganismos. 2. Está menos estragado que o primeiro, porque o filme plástico impede que os micróbios se depositem sobre ele. 3. O óleo funciona como cobertura ou embalagem, impedindo qualquer contato com o ar e, por conseqüência, com os micróbios. 4. A acidez do vinagre impede o aparecimento de microorganismos (é o princípio de preparação de algumas conservas). 5. As baixas temperaturas são as que mais retardam o aparecimento de fungos, por isso a geladeira é o melhor lugar para conservar alimentos. Para ir além Peça pesquisas sobre técnicas antigas de conservação de alimentos como a salga e a defumação de carnes e as modernas, como a pasteurização, a esterilização, o congelamento, a desidratação e a radiação. 5. Mãos limpas? Objetivo Mostrar que mãos aparentemente limpas podem conter microorganismos. Material 1 colher de fermento biológico diluído em um copo de água Água com açúcar em uma tigela 1 tubo de ensaio
  • 10. 1 funil 1 rolha para fechar o tubo de ensaio 1 chumaço de algodão Algumas gotas de azul de bromotimol Procedimento Peça para a turma lavar bem as mãos. Divida a classe em grupos de cinco. Um aluno joga o fermento biológico na mão direita e cumprimenta um colega com um aperto de mão. Esse cumprimenta outro e assim por diante. O último lava as mãos na tigela com água e açúcar. Com o funil, coloque um pouco dessa água no tubo de ensaio. Molhe o algodão no azul de bromotimol e coloque-o na boca do tubo de ensaio, sem encostar no líquido. Feche-o com a rolha e espere alguns dias. O azul vira amarelo: ação dos fungos. Explicação Dentro do tubo de ensaio, a água com açúcar fornece o alimento necessário para os microorganismos no caso, fungos se desenvolverem. Os fungos respiram e soltam gás carbônico, o que torna o ambiente do tubo ácido. Com isso, o azul de bromotimol, sensível à alteração de pH, muda sua cor para amarelo. Ressalte que medidas de higiene pessoal, feitas com regularidade, evitam uma série de doenças.
  • 11. Quer saber mais? Colégio Santa Cruz, Av. Arruda Botelho, 255, 05466-000, São Paulo, SP, tel. (011) 3024-5199 Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Loteamento Gaivotas 3, R. São Paulo, 53, 04849-308, São Paulo, SP, tel. (11) 5933-4973 Museu de Microbiologia do Instituto Butantan, Av. Vital Brazil, 1500, 05503-001, São Paulo, SP, tel. (11) 3726-7222 BIBLIOGRAFIA Aventuras da Microbiologia, Isaias Raw e Oswaldo Augusto Sant'Anna, 170 págs., Ed. Hacker, tel. (11) 3733-7912 , 25 reais Epidemias no Brasil Uma Abordagem Biológica e Social, Rodolpho Telarolli Júnior, 120 págs., Ed. Moderna, tel. (11) 6090-1500 , 26 reais Pequenos Seres Vivos, Gilberto Martho, 48 págs., Ed. Ática, tel. (11) 3990-1777 , 18,50 reais FILMOGRAFIA Série Nosso Corpo: Os Germes e o que Causam e Como o Corpo Cura a si Mesmo, Didak Tecnologia Educacional, 22 min., tel. 0800-175233, didak@didak.com.br, 70 reais (VCD ou VHS) Publicado em NOVA ESCOLAEdição 183, Junho 2005,