O documento resume os principais tipos de tumores primários da coluna vertebral, dividindo-os entre tumores benignos e malignos. Nos tumores benignos, destaca-se o hemangioma vertebral, osteocondroma, osteoma osteoide e cisto ósseo aneurismático. Nos tumores malignos, destacam-se o sarcoma de Ewing, osteossarcoma e cordoma vertebral. O documento fornece informações sobre características clínicas, diagnóstico e tratamento dos principais tumores da coluna.
1. Tumores Primários da
Coluna Vertebral
Dr. Peterson Xavier da Silva
Medico Neurocirurgião
Hospital Santa Marcelina
2. Tumores da coluna vertebral
• A distribuição dos tumores varia conforme a faixa etária.
• Nas crianças, há um predomínio de tumores primários benignos
(60% ), enquanto nos adultos, há predomínio dos tumores primários
malignos (80%).
3. QUADRO CLINICO
• Dor axial é o sintoma mais frequente
• Presença de dor noturna, que desperta o doente do repouso e
melhora com a atividade
• Dor persistente, dor progressiva ou dor em criança
4. TUMOR VERTEBRAL EM CRIANÇAS
• Divididos em benignos x malignos
• Etiologia podem ser sugeridas pela faixa etária.
• Dor local é o sintoma mais frequente
• O aparecimento de dor axial, sem antecedente de traumatismo, compatível clinicamente
com dor na coluna, com curso arrastado em crianças é incomum e deve ser investigado
• Quando a dor na coluna nas crianças se prolonga por no mínimo dois meses, a
investigação clínica determinará uma causa específica em aproximadamente 85% dos
casos.
5. QUADRO CLINICO
• Dor local
• Dor radicular, frequentemente tardia
• Déficit neurológico
• Alterações urinarias
• Massa local palpável
• A duração dos sintomas é, em media, de 2-3 meses para tumores malignos
e 5-6 meses para tumores benignos
12. Introdução
• 8% de todos o tumores ósseos benignos primários ocorrem na coluna ou sacro
• De todos os tumores da coluna 20 a 40% são benignos
• Predileção por pacientes jovens entre a 2ª e 3ª décadas de vida
• 70% dos tumores espinhais são malignos em pacientes acima de 21 anos
• Tipicamente as lesões benignas ocorrem nos elementos posteriores
• Lesões malignas ocorrem mais anteriormente
14. Hemangioma
• Lesão benigna mais comum da coluna vertebral
• Maioria assintomática
• Localização mais freqüente no corpo vertebral nas regiões lombares e torácicas inferiores
• Mais frequente em mulhres na 5ª década, sendo frequentemente achado incidental.
• Sintomas mais comuns:
• Dor
• comprometimento neurológico
• fratura patológica
16. Hemangioma
• Radiografias detectam lesões
maiores que possuem
estriações verticais e
trabéculas espessas,
grosseiras
• descritas como vértebra em
veludo cotelê ou Favo de Mel
• Expansão pode ser
observados em hemangiomas
agressivo
18. Hemangioma
• A maioria não necessita tratamento
• Radioterapia eficaz em 50 a 80%
• Embolização
• Vertebroplastia foi usada com êxito em hemangiomas agressivos
• Com déficit neurológico ou fratura patológica: Estabilização cirúrgica
20. Osteocondroma
• Tumor ósseo primário mais comum no ser humano
• Mais frequente em ossos longos do esqueleto apendicular
• Maior incidência até 2ª década de vida (<20 anos)
• Homens 3:1
• Mais frequentes na coluna cervical, seguido de coluna torácica
23. TRATAMENTO
• O tratamento é cirúrgico, direcionado principalmente à
descompressão radicular ou medular, já que não há uma indicação de
retirada de todos os osteocondromas.
25. Osteoma osteóide
• “Tumor formador de osso”
• Histologicamente, é idêntico ao osteoblastoma, mas difere pelo tamanho (por definição, menor que 2 cm de
diâmetro), pelo sítio de origem e pelos sintomas
• Aproximadamente 50% ocorrem na coluna
• Mais comuns em homens
• Acomete 2ª década de vida
• Coluna lombar é a mais acometida, seguida pela cervical e torácica
• Lesão localizada invariavelmente nos elementos posteriores
• Não é localmente agressiva
27. Osteoma osteóide
• Dor, principalmente noturna
• Boa resposta ao AAS ou outros AINES
• Radiculopatia
• Escoliose dolorosa sem rotação vertebral, rígida e progressiva
28. Osteoma osteóide
• Radiografias iniciais podem ser normais
• Lesão esclerótica do pedículo
• Posteriormente pode ser visualizado nidus central com esclerose
adjacente
• TC mostra o nidus
31. Osteoma osteóide
• A escoliose persiste em 20 a 30% dos pacientes
• Curvas que persistem até 18 meses exigem tratamento
• Segue os mesmos princípios aplicados para escoliose idiopática
32. TRATAMENTO
• O tratamento consiste primariamente na retirada cirúrgica da lesão, o
que melhora a dor em cerca de 95% dos casos.
• A manutenção da dor pode indicar que houve ressecação incompleta,
quando uma nova cirurgia poderá ser indicada
• Há descrição de tratamento conservador com anti-inflamatórios, e
alguns casos apresentaram melhora permanente da dor após 3 anos
• Radiofrequência
34. Osteoblastoma
“Osteoma com mais de 2cm”
10% de todos o tumores espinhais
Mais comum na 2ª e 3ª décadas
Homens 2:1
Quase sempre acometem o pedículo e/ou os elementos
posteriores
Mais comum na região cervical (40%), lombar (23%),
torácica (21%) e sacral (17%)
36. Osteoblastoma
• Radiografia revela lesão destrutiva, expansiva, com uma orla fina de
osso cortical
• Predomina características líticas com alterações blásticas
• Cintilografia óssea é sempre positiva
• TC e RNM
37. OSTEOMA X OSTEOBLASTOMA
• O osteoblastoma “é o osteoma com mais de 2cm”
• O osteoblastoma tem pior resposta a AAS e AINES
• O osteoblastoma e mais frequente na coluna cervical, em comparação ao
osteoma osteoide
• O osteoma “não produz” o osso reativo, característico do osteoma
• O osteoblastoma costumam insuflar e erodir o osso adjacente, formando
massas de tecidos moles.
38. Osteoblastoma
• Excisão ampla
• Recidivas tardias em 10% dos casos
• TC é útil no acompanhamento pós-operatório
• Alguns casos com ressecção parcial podem ser tratados com
radioterapia complementar à cirurgia
40. CISTO OSSEO ANEURISMATICO
• Corresponde a 15% dos tumores ósseos primários
• Mais frequente na região cervical e torácica
• Crianças e adolescentes com dor axial (5-20 anos)
• Massa palpável e déficit neurológico associado
41. Cisto ósseo aneurismático
• Ao RX lesão expansiva
com uma orla reativa de
osso cortical delineando a
lesão à medida que ela
expande
• Presença de múltiplos
septos internos
• Podem afetar níveis
contíguos
44. Cisto ósseo aneurismático
• Embolização pré operatória
• Radioterapia* - Contra indicado em pacientes pediátricos.
• Tratamento padrão é cirúrgico: curetagem e enxerto ósseo
• Instabilidade ocasional deve ser tratada com artrodese único nível
46. Granuloma eosinofílico
• Mais comum abaixo dos 10 anos
• Lesão solitária do osso com 1 a 15% ocorrendo na coluna, com
predileção na torácica
• Sintomas incluem dor, rigidez muscular e déficits neurológicos
47. Granuloma eosinofílico
• Achado radiológico clássico: vértebra plana observada como um
colapso completo do corpo vertebral na vista lateral
• Achados radiográficos não são patognomônicos necessitando biópsia
48. Granuloma eosinofílico
• Imobilização e observação
• Lesões regridem com o tempo com restauração
da deformidade vertebral
• Intervenção cirúrgica, curetagem e enxerto, pode
acelerar a cura
52. TUMOR DE CELULAS
GIGANTES VERTEBRAL
Dr. Peterson Xavier da Silva
Medico Neurocirurgião
Hospital Santa Marcelina
53. Tumor de células gigantes
• Tumor benigno mais predominante no sacro
• Localmente agressivo
• Ocorre em adutlos jovens (30-50 anos)
• Mulheres 2:1
54. Tumor de células gigantes
• Radiografias mostram lesões líticas, septadas e expansivas, muitas
vezes com erupção cortical e uma massa associada nos tecidos moles
• Quando no sacro a lesão é proximal e excêntrica
56. Tumor de células gigantes
• Ressecção em bloco com margens amplas
• Alta taxa de recorrência
• Embolização pré-operatória
• Embolização e radioterapia para lesões irressecáveis
58. Classificação
Estágio I, de baixo grau;
estágio II, de alto grau
estágio III, regional ou
metástases à distância
O local do tumor é indicado
por A intracompartimentais,
ou B, extracompartmental
60. Sarcoma de Ewing
• Apesar de raro na coluna vertebral, é a terceira neoplasia óssea mais comum após
o osteossarcoma e o condrossarcoma.
• A maior parte dos casos ocorre na diáfise do fêmur, tíbia e úmero. Na coluna, a
doença é rara
• Quando presente na coluna, metade desses tumores é encontrada no sacro
• Sarcoma de Ewing do sacro apresenta pior prognóstico do que aquele da coluna
móvel
• Sintomas constitucionais e déficit neurológico em < 20 anos
61. Sarcoma de Ewing
• Tumores líticos com invasão de partes moles
• O tratamento habitual consiste em tratamento quimioterápico
neoadjuvante, seguido de ressecação em bloco e quimioterapia
adjuvante.
• Tumor radiossensivel
• Descompressão cirúrgica somente em casos com déficit
neurológico
62. Sarcoma de Ewing
• Radioterapia:
oDoença irressecável
oMargens cirúrgicas comprometidas
oEficácia baixa da quimioterapia neoadjuvante
64. Osteossarcoma
• Tumor ósseo maligno mais comum entre crianças e adolescentes, e 80% se
situam nos membros
• Lesão rara na coluna e quando presente, costuma ser agressiva e durante a
4ª decada
• Dor é a queixa mais comum
• Localizam na coluna anterior
• Não há diferença entre os sexos
• Extensão aos tecidos moles é a regra no momento do diagnóstico
65. Osteossarcoma
• A maior parte tem origem na medula óssea, sendo de alto grau
• Possui vários subtipos, tendo eles em comum a matriz osteoide.
• Quando comparado ao osteossarcoma dos membros, o osteossarcoma
de coluna tem um prognóstico pior
67. Osteossarcoma
• Radiografia mostra quadro lítico e blástico afetando o corpo vertebral
• Cintilografia para metástase
• TC útil para delimitar anatomia óssea
70. Cordoma
• O cordoma é um tumor primário maligno originário de remanescentes da notocorda
• Não ocorre em outros locais além da coluna vertebral e clivus.
• Ocorre principalmente em adultos, é incomum e afeta o sacro e o cóccix
• Crescimento lento, mas em progressão
• Sintomas geralmente indolentes, massa palpável
• 2:1 homens
• 5ª a 7ª décadas
71. Cordoma
• Radiografias revelam lesão lítica na linha mediana
do sacro com calcificação variável
• RNM delineia a extensão aos tecidos moles
74. Mieloma múltiplo
• O mieloma múltiplo é um tumor caracterizado pela transformação
maligna de plasmócitos derivados das células B encontradas na medula
óssea
• Homens e mulheres são igualmente afetados
• 6ª a 8ª décadas
• Proliferação desregulada de células plasmáticas causando manifestações
sistêmicas
75. Mieloma múltiplo
• Diagnóstico confirmado pela presença de células plasmáticas anormais,
lesões ósseas líticas e gamopatia monoclonal
• Anemia e VHS aumentado
• Tratamento é irradiação e quimioterapia
• Mais de 50% dos pacientes apresentam fratura vertebral por compressão,
por infiltração tum oral ou osteoporose.
77. Mieloma múltiplo
• O tratamento cirúrgico não tem impacto no tratamento oncológico
propriamente dito.
• Mesmo nos pacientes com compressão medular por massa epidural,
o tratamento com radioterapia exclusiva é adequado, contanto que
não haja sinais de instabilidade mecânica.
• A indicação de cirurgia é mais baseada no tratamento da instabilidade
ou pacientes em que há risco muito elevado de fratura patológica.
79. Linfoma
• Acomete indivíduos entre a 2ª e
7ª décadas de vidas ( picos entre
45 e 75 anos)*
• Corresponde a 4% dos tumores
ósseos malignos;
80. Linfoma
• Bom estado geral do paciente X extensa lesão
destrutiva e dolorosa.
• Sintomas:
• dor com intensidade e duração variáveis, geralmente
acompanhada de edema do osso envolvido e sensibilidade
local;
• hiporexia, emagrecimento;
• Sintomas neurológicos quando há comprometimento
vertebral
• Fratura patológica: incidência de 20% (Parker e Jackson em
1939); algumas vezes é o evento inicial.
81. Linfoma
Lesões permeativas, líticas ( roído de traça);
Lesão puramente lítica, comumente sem reação periosteal;
Vértebras podem adquirir aspecto de marfim;
Não há formação de osso novo
A invasão da cortical óssea está invariavelmente associada a
comprometimento de partes moles.
82. Linfoma
• Excisão ampla(ressecção em bloco) dos ossos expansíveis(fíbula, costelas) e
também de outros ossos longos ou curtos, quando factível, e, apenas
excepcionalmente, a amputação(irradiação neoadjuvante);
• Últimos anos: radioterapia e quimioterapia multidrogas como adjuvantes,
associadas com cirurgia local da doença;
• Doença disseminada e em lesões inacessíveis a cirurgia: quimioterapia agressiva,
juntamente com a irradiação de algumas lesões focais.