O documento resume as características clínicas e o tratamento do craniofaringioma, um tumor cerebral não glial comum em crianças. O craniofaringioma origina-se do ducto craniofaringio e pode ser classificado em adamantinomatoso, papilar ou misto. Sintomas incluem défices visuais, endócrinos e do SNC. O tratamento de escolha é a cirurgia radical ou subtotal seguida de radioterapia para reduzir as altas taxas de recidiva.
1. CRANIOFARINGIOMA
Peterson Xavier da Silva
Medico Residente Neurocirurgia
Hospital Santa MarcelinaDr. Peterson Xavier da Silva medpeterson@hotmail.com
2. HISTORIA
• 1857 Zenker descreve lesões supraselares contendo cristais de
colesterol.
• 1899 Mott e Barrett descrevem lesões que ocupam a região
selar e que seriam derivados da bolsa de Rathke
• 1906 Babinski e Frohlich descrevem lesões selares sem
acromegalia.
• 1909 Hasteadt realiza 1° cirurgia transesfenoidal removendo
um craniofaringioma em paciente com sintomas
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3. EMBRIOLOGIA
• 4° mês de gestação
ocorre uma elevação do
epitélio oral formando a
bolsa de Rathke´s, que
migra superiormente
encontrando o hipotálamo
formando adenohipófise
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4. EMBRIOLOGIA
• O trajeto de migração da bolsa de Rathke´s é conhecido
como ducto craniofaringio.
• A formação do craniofaringioma, devido a não involução
completa do ducto.
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5. EPIDEMIOLOGIA
• 1%-4% - tumores 1° do SNC. (WHO I)
• Tumores cerebrais não gliais mais comum em crianças
• 5%-10% - tumores em crianças, mas representa 55% dos tumores selares e
suprasselares na população pediátrica
• 2 picos de incidência: 6-16 anos / 50-70 anos
• SBN: 60% dx em adultos / 40% dx em crianças
• SBN: Predomínio no sexo masculino
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7. ADAMANTINOMATOSOS
• 95% casos pediátricos.
• Freqüentemente supraselar.
• Heterogêneo / Calcificados
• Componente sólido e cístico.
• Liquido no seu interior aspecto marrom “óleo de
maquina” contendo cristais de colesterol.
• Aderido a vasos adjacentes e ao 3° ventrículo.
• Ilhas de células tumorais distantes do tumor principal.
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8. PAPILAR
• Mais frequente do adulto
• Homogêneo
• Sólido
• Menor frequência ou ausência de calcificações e cristais
de colesterol
• Menos aderido
• Não há ilhas de células tumorais distantes do tumor
• Menor frequência de recidivas
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9. CLASSIFICAÇÃO POR YASARGIL E COL.
• Tipo A : intra-selar e infra-diafragmatico
• Tipo B : intra e supra-selar e infra e supra
diafragmatico.
• Tipo C : supradiafragmatico, paraquiasma tico
,extraventricular.
• Tipo D : intra e extraventricular
• Tipo E : somente intraventricular
• Tipo F : extradural ou extracranial
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10. CLÍNICA
• Visuais
Mais frequentes dos adultos
• Endócrinos
Mais frequentes das crianças
• SNC
duração média de sintomas em adultos de 10 meses.
Crianças de 3 meses.
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11. VISUAIS
• 90% adultos com queixas visuais
Hemianopsia bitemporal
Perda da acuidade visual
• 20-30% crianças
Crianças demoram a se queixar de acuidade. Reparar em
tropeços, quedas, dificuldade escolar.
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12. ENDÓCRINO
• 90% das crianças
Baixa estatura
Déficit de Gh distúrbio endócrino mais comum
Atraso na puberdade / Amenorreia
Diabetes insipidus
Hiperfagia central com obesidade
Alterações no ciclo do sono
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14. SNC
• HIC
50% das crianças
29% adultos
Frequentemente associado ao volume tumoral,
principalmente a porção cística.
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15. IMAGENS
• Radiografia simples de crânio
Calcificações 85% crianças ; 40% adultos
Erosão da sela túrcica
Destruição das clinóides anteriores e posterior
ANATPAT UNICAMP
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18. TOMOGRAFIA
• 90% calcificação em forma de uma fina camada semelhante a
um anel
• Aspecto lobulado
• Realce após contraste
s/c
c/c
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22. RM
• Sinal variável
• Hipointenso em T1
• Hiperintenso em T2
Áreas hiperintensas em T1 sugerem hemorragia
Áreas hipointensas em T2 sugerem deposito de hemossiderina ou nódulos de queratina
T1s/c T1c/c
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28. PRÉ OPERATÓRIO
• Suporte neuropsicológico
• Derivação em casos de hidrocefalia
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29. HIDROCEFALIA
• A localização do craniofaringioma ocupando o III
ventrículo ou a cisterna pre pontinha dificultam a
realização da TVE.
• A punção cística em casos de urgência podem ser
realizadas com uma trepanação sobre a sutura coronal,
na linha hemipupilar, no ponto de Kocher.
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30. CONSERVADOR
• Assintomáticos
Avaliações endócrinas, oftalmológicas e neurológicas
normais.
Exames de imagens periódicos.
• SBN: Aceita-se que só lesões assintomáticas e
intrasselares possam ser acompanhadas sem cirurgia,
mesmo assim com potencialidade de crescimento e
necessidade de cirurgia.
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31. CIRURGIA
• Lesões sintomáticas ou com componente suprasselar
Localização
Consistência
Tamanho
Trajetória
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32. MORTALIDADE
• 15% mortalidade no 1° ano pos cirurgia
• Causa mais comum distúrbios hipotalâmicos.
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33. MORBIDADE
• 4%-30% déficits visuais.
• 75% Endocrinopatias.
• 80% diabetes insipidus.
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35. RECORRÊNCIAS
• 45%-70% pacientes são submetidos a ressecção
total.
• 70% recorrência.
• Transesfenoidal X craniotomia
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36. RADIOTERAPIA
• Tratamento adjuvante após cirurgia?
• SBN: Em casos selecionados, a radioterapia pode ajudar a
diminuir o remanescente tumoral e o risco de recidiva.
• SBN: Quando a ressecção do tumor primário é completa, a
radioterapia não é indicada, ficando reservada a casos em que
exista ressecção parcial com crescimento pós-operatório
documentado e cuja reabordagem cirúrgica seja de maior risco
• Complicações: neurite óptica, necrose, deficiência endócrina,
demência.
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37. RADIOCIRURGIA
• Tumores com diâmetro <3cm.
• Distantes > 5mm de estruturas como :
Tronco cerebral
Vias ópticas
Nervos cranianos
Retina.
• SBN: Objetivamente, a radiocirurgia estereotáxica pode ser particularmente útil para
tecido residual bem definido após cirurgia ou para o tratamento de pequenos tumores
sólidos recorrentes, especialmente após falha da RT convencional.
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38. QUIMIOTERAPIA / BRAQUITERAPIA / INTERFERON
• Seguem em estudo. Ainda sem indicação bem
estabelecida.
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39. CONCLUSÃO
• Tratamento do craniofaringioma desafio para a
neurocirurgia.
• Cirurgia radicais ou subtotais com radioterapia ainda é
o melhor tratamento.
• Terapias intratumorais são reservados para
recorrências.
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Notas do Editor
Os craniofaringiomas podem expressar hormônios hipofisários, cromogranina A, gonadotrofina coriônica humana, proteínas do esmalte e fator estimulador linfoide 1 (apenas o tipo ad.amantinomatoso, sugerindo diferenciação epitelial odontogênica), bem como estrogênios e RNA do receptor de progesterona.
Compressao do Quiasma optico em sua porcao inferior
SINTOMAS VISUAIS ASSIMETRICOS, DIFERENTES DOS ADENOMAS HIPOFISARIOS
God look for the adenoma
A HIC E MAIS FREQUENTE NAS CRIANÇAS POIS A HIC E DEPENDENTE DO VOLUME CISTICO (LEMBRAR DO MICHEL DR PAULO)
OS TUMORES DE ADULTO SÃO SOLIDOS.