O documento descreve como os portugueses expandiram suas colônias no interior do Brasil no século XVII através dos soldados, bandeirantes, jesuítas e criadores de gado, ultrapassando as dificuldades de locomoção e resistência indígena.
3. Em 1627, o historiador brasileiro Frei Vicente do
Salvador escreveu que os portugueses pareciam
caranguejos, pois ficavam apenas “arranhando as
costas brasileiras”.
• Concentração da população no Litoral.
– Dificuldade de locomoção
– Resistência indígena
A situação mudou em meados do século XVII, através da ação
dos soldados, dos bandeirantes, dos jesuítas e dos criadores
de gado.
4. SOLDADOS
• Devido à pirataria e aos ataques de povos franceses,
holandeses e ingleses no litoral brasileiro (pau-brasil
e outras riquezas), além da aliança destes povos com
alguns nativos, Portugal buscou proteger suas terras.
Foram enviados ao litoral brasileiro soldados, que
construíram fortes e povoados dando origem a várias
capitais brasileiras como: Belém, Fortaleza, João
Pessoa, Natal, São Luís
5.
6.
7. BANDEIRANTES
• Entradas: expedições oficiais, que partindo do litoral
brasileiro entravam pelo sertão a procura de pedras
preciosas e ouro. Tiveram pouco sucesso.
• Bandeiras: expedições particulares, que saíam
geralmente do interior de São Paulo com o objetivo de
capturar indígenas e achar pedras preciosas.
8. • São Paulo: o povoado que mais tarde veio a ser vila e
depois cidade, cresceu de forma lenta. Era um lugar
pobre, principalmente se comparado à Olinda, em
Pernambuco, que progredia graças ao açúcar. São
Paulo sobrevivia do milho, da mandioca e do trigo,
além da criação de porcos e galinhas. A solução para
a pobreza estava no sertão.
• Considera-se que houve três tipos principais de
bandeirismo: caça ao índio, busca de ouro e
diamantes e sertanismo de contrato.
9. • Caça ao índio:
Desde o início, os paulistas prenderam e escravizaram índios. A
partir de 1620, com o crescimento das plantações de trigo, a
procura por trabalhadores aumentou. Então os paulistas
organizaram bandeiras de caça.
Atacavam as missões (aldeamentos indígenas organizados pelos
padres jesuítas), provocando grande destruição e mortandade.
As principais bandeiras foram lideradas por Antonio Raposo
Tavares. Estas destruíram as missões de Guairá (Paraná), Itatim
(Mato Grosso do Sul) e Tape (Rio Grande do Sul). Milhares de
Guaranis foram aprisionados e o gado se dispersou.
10. • Ouro e Diamantes
No século XVII, uma crise levou Portugal a escrever aos
bandeirantes para que procurassem ouro e pedras
preciosas no sertão.
1674: Fernão Dias saiu de São Paulo em direção ao sertão
mineiro, onde pensou ter encontrado esmeraldas, mas
eram turmalinas, pedras verdes sem nenhum valor na
época. Entretanto, a trilha aberta por Dias serviu para
outras bandeiras como as de:
– Antônio Rodrigues Arzão, Sabará (Minas Gerais), +-
1693.
– Pascoal Moreira Cabral, Cuiabá (Mato Grosso), 1719.
– Bartolomeu Bueno da Silva, Vila Boa (Goiás), +- 1725.
11. Com a descoberta de ouro nessas regiões, os paulistas
organizaram monções, expedições comerciais que seguiam de
canoa pelos leitos dos rios, para vender alimentos, roupas e
instrumentos de trabalho nas regiões mineradoras.
• Sertanismo de Contrato
Nos séculos XVII e XVIII, os bandeirantes também foram
contratados para combater índios ou afrodescentedes
rebelados contra a escravidão. Uma famosa bandeira de
sertanismo de contrato foi a que destruiu o Quilombo dos
Palmares, em 1694.
12.
13. Jesuítas:
• Nas missões, os indígenas trabalhavam e eram iniciados
no Catolicismo. Cultivavam cereais, frutas e erva-mate,
além disso, extraíam vegetais da floresta, produziam
tecidos, objetos de couro e esculturas. Vários desses
produtos eram exportados para a Europa, gerando
grande lucro.
• Muitos jesuítas combateram a escravidão indígena. Em
1680, um deles, o padre Antônio Vieira, conseguiu que o
rei aprovasse uma lei proibindo a escravização de
indígenas. Essa lei provocou protestos dos colonos em
várias partes do Brasil, principalmente no Estado do
Grão-Pará e Maranhão (compreendia toda as terras
situadas entre o Rio Grande do Norte e o Pará).
14. Sobre Padre Antônio Vieira:
http://www.soliteratura.com.br/barroco/barroco06.php
15. Revolta de Beckman
A base da economia do Grão Pará e Maranhão eram as
chamadas drogas do Sertão: cacau, canela, castanha-
do-pará, pequi, guaraná, plantas medicinais,
aromáticas, etc.
Eram os indígenas escravizados que extraíam essas
riquezas das florestas para os colonos da região.
Assim, ao serem informados sobre a proibição da
escravização, exigiram uma atitude do governo.
16. O governo de Portugal criou a Companhia de Comércio do
Maranhão, que se comprometeu a vender africanos
escravizados para os colonos, além de ferramentas e roupas de
que eles necessitassem. A Companhia, no entanto, não cumpriu
o prometido, além de não levar africanos para o Maranhão,
falsificava pesos e medidas, cobrava caro pelos produtos que
vendia e pagava barato pelo que comprava.
Revoltados, os colonos, liderados pelos irmãos Manuel e Tomás
Beckman, invadiram os armazéns da Companhia e o colégio dos
Jesuítas em São Luís. (1684)
O governo português enviou soldados ao Maranhão e reprimiu
os rebeldes, e condenou Manuel à morte e Tomás ao desterro
(foi expulso de suas terras), mas ao mesmo tempo, atendeu às
exigências dos colonos: extinguiu a Companhia de Comércio e
voltou a permitir a escravização dos indígenas.
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18. Criação de Gado
• Foi a atividade mais importante para o
povoamento dos sertões do NE e das campinas
do S, contribuindo para a consolidação do
território colonial.
– Introdução do gado no NE: governador-geral Tomé
de Sousa. O gado era sobretudo força motriz, movia
a moenda dos engenhos; também transportava cana,
por isso, inicialmente era criado no próprio engenho.
19. • No entanto, como o gado pisoteava as plantações e
ocupavam terras que poderiam ser aproveitadas para
o plantio de cana, os senhores passaram a criar seus
rebanhos em áreas vizinhas aos engenhos; assim, aos
poucos os rebanhos foram penetrando no interior,
seguindo o curso dos rios.
• O gado tinha a vantagem de locomover-se sozinho,
sobreviver em regiões áridas, exigir pouca mão de
obra e fornecer alimentação, além de couro.
22. • Obs.:
A conquista do sertão nordestino foi um
processo violento, no qual os povos indígenas
reagiram à ocupação de suas terras, mas foram
vencidos.
A vitória dos colonos só foi possível por causa da
divisão entre os indígenas. Os colonos se aliaram
aos indígenas aldeados e, com isso, venceram os
indígenas rebelados. Os colonos também
contaram com a ajuda de bandeirantes paulistas
pagos pelas autoridades para fazer guerra aos
indígenas.
23. • O gado no Sul: após a destruição das missões jesuíticas pelos
bandeirantes, o gado se espalhou pela região, crescendo
rapidamente e atraindo a população de São Paulo, Desterro
(atual Florianópolis) e Laguna (SC). Eles caçavam o gado, o
consumiam e exportavam seu couro.
• Colônia de Sacramento (margem esquerda do Rio da Prata/
1680)
• Com a descoberta de ouro no Centro-Sul, a população das
minas passou a necessitar de animais de carga (mulas e
jumentos), pois os carros de bois não adiantavam naquela
região montanhosa. O sul passou a fornecer esses animais,
além de bois e vacas. Antes de chegar à região mineira, as
tropas paravam em Sorocaba, em São Paulo, onde havia
grande feira de gado.
24. Novas fronteiras
Com a União Ibérica (1580 – 1640), os luso-
brasileiros ultrapassaram os limites
estabelecidos pelo meridiano de Tordesilhas,
chegando as terras que seriam espanholas. O
governo português, então, buscou legitimar o
território conquistado por meio de uma série de
acordos internacionais.
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26. Principais tratados:
• Tratado de Ultrech (1713): Portugal e França.
Limite entre Brasil e Guiana Francesa. (Rio
Oiapoque)
• Tratado de Madri (1750): Portugal e Espanha.
Estabelecia que a Colônia de Sacramento
pertencia à Espanha; em troca, Portugal
recebia a área de Sete Povos das Missões,
situada no atual Rio Grande do Sul.
27. Sete Povos era um território pertencente à
Espanha, onde viviam 30 mil índios da nação
guarani. Os guarani não aceitaram ter de se
mudar das terras em que viviam, pegaram em
armas contra soldados portugueses e espanhóis,
dando início à Guerra Guaranítica, os indígenas
resistiram por 17 anos, o que obrigou Portugal e
Espanha a fazer novos acordos.
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29. • Tratado de Santo Ildefonso (1777): Portugal e
Espanha. A Espanha ficaria com Sete Povos das
Missões e Sacramento e devolveriam a
Portugal algumas terras que haviam ocupado
no atual Rio Grande do Sul. Considerando-se
prejudicados, os portugueses exigiram da
Espanha um novo acordo.
• Tratado de Badajós (1801): Para Portugal: Sete
Povos das Missões e para Espanha:
Sacramento.