1) O Estado de Mato Grosso foi ocupado por bandeirantes paulistas no século XVI e os limites foram definidos pelo Tratado de Madri de 1750.
2) Expedições como as bandeiras e entradas exploraram a região em busca de ouro e índios para escravização, fundando o Arraial da Forquilha em 1719, atual Cuiabá.
3) A região tornou-se Capitania de Mato Grosso em 1748, separando-se de São Paulo, e teve Cuiabá como sua capital
1. Ocupação de Mato Grosso Professora Jusemara Teles Escola Estadual 12 de Abril
2. O Estado de Mato Grosso foi ocupado durante o período de colonização do Brasil através das expedições dos Bandeirantes e do Tratado de Madri de 1750 .
3. Bandeirantes são chamados os sertanistas que a partir do século XVI penetraram nos sertões brasileiros em busca de riquezas minerais, sobretudo a prata, tão abundante na América espanhola, pedras preciosas e semipreciosas, ou índios para escravização. Domingos Jorge Velho, um dos bandeirantes paulistas
4. O Tratado de Madrid foi firmado na capital espanhola entre D. João V de Portugal e D. Fernando VI de Espanha, a 13 de Janeiro de 1750, para definir os limites entre as respectivas colônias sul-americanas, pondo fim assim as disputas. O objetivo do tratado era substituir o de Tordesilhas, o qual já não era mais respeitado na prática. As negociações basearam-se no chamado Mapa das Cortes, privilegiando a utilização de rios e montanhas para demarcação dos limites, delineando os contornos aproximados do Brasil atual.
6. Foram feitas diversas expedições entre elas as Bandeiras e as Entradas , as entradas foram financiadas por Portugal partiam de qualquer lugar do Brasil e não ultrapassavam o Tratado de Tordesilhas. As bandeiras foram financiadas pelos paulistas somente eles foram ao oeste, ultrapassando Tordesilhas, inclusive.
7. O Tratado de Tordesilhas foi assinado em a 7 de Junho de 1494, entre Portugal e Castela (parte da atual Espanha), definindo a partilha do chamado Novo Mundo entre ambas as Coroas. América do Sul em 1650. Note-se que as cidades estão assinaladas apenas a título indicativo, pois muitas ainda não existiam à época.
8. Os motivos pelos quais ocorreram as expedições para oeste do Brasil são diversos, a coroa portuguesa precisava ocupar as terras a oeste para se defender da ocupação espanhola de oeste para leste e preservar o Tratado de Tordesilhas.
9. As expedições feitas pelos paulistas foram de caráter principal econômico como a procura por indígenas que era uma mão-de-obra mais barata que a escrava ocorridas em 1718 e 1719, a mineração em 1719 com o propósito de exploração de ouro e pedras preciosas.
10. As monções em 1722 foram realizadas a fim de estabelecer a troca de mercadoria de consumo com o ouro nas áreas de mineração.
11. Durante as bandeiras, uma expedição chegou ao Rio Coxipó em busca dos índios Coxiponés e logo descobriram ouro nas margens do rio, alterando assim o objetivo da expedição. Em 1719 foi fundado o Arraial da Forquilha, as margens do rio Coxiponés formando o primeiro grupo de população organizado na região (atual cidade de Cuiabá).
13. A região de Mato Grosso era subordinada a Capitania de São Paulo governada por Rodrigo César de Menezes, para intensificar a fiscalização da exploração do ouro e a renda ida para Portugal, o governador da Capitania muda-se para o Arraial e logo a eleva a nível de Vila chamando de Vila Real do Bom Jesus de Cuyabá' .
14. A presença do governante paulista nas Minas do Cuiabá ensejou uma verdadeira extorsão fiscal sobre os mineiros, numa obsessão institucional pela arrecadação dos quintos de ouro. Esse fato somado à gradual diminuição da produção das lavras auríferas, fizeram com que os bandeirantes pioneiros fossem buscar o seu ouro cada vez mais longe das autoridades cuiabanas.
15. Em 1734, estando já quase despovoada a Vila Real do Senhor Bom Jesus do Cuiabá, os irmãos Fernando e Artur Paes de Barros, atrás dos índios Parecis, descobriram veio aurífero, o qual resolveram denominar de Minas do Mato Grosso, situadas nas margens do rio Galera, no vale do Guaporé.
16. O nome Mato Grosso é originário de uma grande extensão de sete léguas de mato alto, espesso, quase impenetrável, localizado nas margens do rio Galera, percorrido pelos irmãos Paes de Barros, que impressionados com a altura e porte das árvores, o emaranhado da vegetação secundária que dificultava a penetração, com a exuberância da floresta, a denominaram de Mato Grosso.
20. Para trabalhar na mineração, chegaram, no século XVIII, em Mato Grosso, os primeiros escravos de origem africana. Como resistência à escravidão, as fugas foram constantes, sendo individuais ou coletivas, formando diversos quilombos. A região do vale do rio Guaporé foi onde houve maior concentração dessas aldeias de escravos fugitivos.
21. O quilombo do Piolho ou Quariterê, no final do século XVIII, localizado próximo ao rio Piolho, ou Quariterê, reuniu negros nascidos na África e no Brasil, índios e mestiços de negros e índios (cafuzos). José Piolho, provavelmente foi o primeiro chefe do quilombo. Depois, assumiu o poder sua esposa, Teresa.
22. Rainha Teresa do Quariterê Ao ser conduzida pelos torturadores para Vila Bela , Teresa suicidou-se ingerindo uma poção de ervas .
23. Fugidos da exploração branca, os habitantes do quilombo conviviam comunitariamente em uma fusão de elementos culturais de origem indígena e africana. Os homens caçavam, lenhavam, cuidavam dos animais e conseguiam mel na mata; as mulheres preparavam os alimentos e fabricavam panelas com barro, artesanato e roupas.
24. As dificuldades de abastecimento de escravos na região guaporeana, levou-os a organizar uma bandeira para atacar os escravos fugitivos. A bandeira contendo cerca de trinta homens e comandada por João Leme de Prado, percorreu um mês de Vila Bela até o quilombo, e, de surpresa, atacou-o, prendendo quase a totalidade dos moradores. Alguns morreram no combate que se travou, outros fugiram. Os escravos que sobreviveram foram capturados e levados para Vila Bela.
25. Outros quilombos também foram organizados em terras mato-grossenses durante os séculos XVIII e XIX, podendo ser registrados aqui, apenas para exemplificar, os quilombos "Mutuca" e "Pindaituba", situados na Chapada dos Guimarães, os "Sepoutuba" e "Rio Manso", próximos a Vila Maria (atual Cáceres).
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29. A mudança da capital foram por motivos de distância e dificuldade de comunicação com os grandes centros do Brasil, o processo de transferência foi iniciada no governo de João Carlos Augusto d'Oeynhausen e Gravemberg e grande parte da administração foi transferida no governo de Francisco de Paula Magessi de Carvalho que por dificuldades na administração, a capital retornou a Vila Bela, somente em 1825 por um decreto de Dom Pedro I a capital ficou definitivamente em Cuiabá.
30. Depois de proclamação de Independência do Brasil todas as capitanias se tornaram províncias. Em 1864 inicia a Guerra do Paraguai, Paraguai fazia fronteira com Mato Grosso (atual Mato Grosso do Sul), Mato Grosso participou com soldados e protegendo as fronteiras do Estado.
31. Bibliografia: COELHO, Felipe Nogueira. Memórias cronológicas da capitania de Mato Grosso . UFMT , 1976. MADUREIRA, Elizabeth. Revivendo Mato Grosso . Secretaria de Educação de Mato Grosso, 1997.