O documento descreve as invasões francesas e holandesas na América Portuguesa entre os séculos XVI e XVII. Os franceses tentaram ocupar o Rio de Janeiro e Maranhão em 1555 e 1612, mas foram derrotados pelos portugueses. Os holandeses invadiram Salvador em 1624 e Pernambuco em 1630, estabelecendo a Nova Holanda sob o comando de Maurício de Nassau até 1644. Uma insurreição pernambucana entre 1645-1654 expulsou os holandeses do Brasil.
2. Ao longo de sua história colonial, algumas nações também tentaram se
apropriar das terras “brasileiras” ou apenas se beneficiar com sua exploração,
além de Portugal.
Tivemos ataques ingleses, visando saquear as costas brasileiras,
contrabandeando o pau-brasil, por exemplo, também os franceses vieram para
as costas, buscando ocupar a região onde hoje temos o Rio de Janeiro e
Maranhão, assim também fizeram os holandeses por duas vezes.
Devemos entender estes processos ligados ao mundo europeu de disputa
entre as nações, principalmente na partilha colonial.
3. Invasões Francesas
• 1555: invadem o Rio de Janeiro num contexto de conflitos internos franceses –
conflitos religiosos entre a burguesia (calvinista/ huguenotes) e a nobreza (católica).
São feitas violentas perseguições aos protestantes calvinistas. Assim, a intenção
ques as terras servissem para o exílio dos protestantes franceses, além de da
expansão do comércio francês.
• Locais: ilhas de Sergipe, Paranapuã (atual ilha do Governador) e nas regiões de
Uruçumirim (Flamengo) e em Laje, colônia que ficou conhecida como França
Antártica.
• Conflito com os portugueses: CONFEDERAÇÃO DOS TAMOIOS (franceses +
indígenas contra portugueses). A vitória dos portugueses foi obtida no governo de
Mem de Sá após negociações de paz entre portugueses e tamoios conseguida pelos
jesuítas: Armistício de Iperoig. Foi somente em 1567que os franceses foram
definitivamente derrotados. Tentaram invadir o Maranhão em 1612, fundando a
cidade de São Luís, França Equinocial, entretanto, foram expulsos em 1615.
4. Invasões holandesas
• Holanda: a região que a compões hoje em dia passou a lutar por sua
independência em relação à Espanha em 1572, criando as Províncias Unidas
dos Países Baixos. A Holanda obteve sua independência em 1581,
proclamando a República das Províncias Unidas com capital em Amsterdã.
• Entre 1580 e 1640: União Ibérica. Portugal esteve sob domínio espanhol neste
período. Filipe II, rei da Espanha, proibiu o comércio entre as colônias
espanholas (portuguesas) e os holandeses, isto incluía o Brasil, o que irá gerar
problemas, visto que a presença holandesa na produção e comercialização do
açúcar era muito forte.
• 1602: holandeses criam a Companhia das Índias Orientais para manter
relações entre Holanda e as colônias portuguesas, assumindo um caráter
militar, praticando saques e contrabando nas costas nordestinas.
5. • 1609: Trégua entre Espanha e Holanda válida por 12 anos, podendo então
voltar o comércio Brasil (aristocracia colonial nordestina) – Holanda,
entretanto, em 1618 estourou a Guerra dos Trinta Anos que colocou
novamente Holanda e Espanha em lados opostos, dessa forma, a trégua de
1609 foi extinta em 1621 e não foi renovada.
• 1621: Companhia das Índias Ocidentais – com o objetivo de garantir o
domínio do açúcar brasileiro e apropriar-se de territórios portugueses nas
costas africana e americana.
• 1624: Invasão de Salvador, capital administrativa da colônia e porto por onde
o açúcar brasileiro escoava para a Europa. Expulsão dos holandeses em 1625.
• 1630: Invasão de Pernambuco, centro produtor de açúcar.
• Em um primeiro momento, a reação pernambucana foi de ir para o interior, já que os
holandeses estavam no litoral, região de Olinda. Durante dois anos houve guerrilha,
entretanto, a partir de 1632 um líder pernambucano “trai” a população: Domingos
Fernandes Calabar. Traidor ou patriota? Existia pátria?
6. • Nos tempos coloniais, o que existia era um sentimento localista e parcial,
nativista, entendendo-se como unidade apenas a região em que se vive.
• Calabar era mulato (filho do senhor com a escrava, entretanto, uma questão
mais social que étnica, entre a aristocracia e os escravos), homem do povo,
distante da elite colonial.
• A deserção de Calabar foi decisiva para a vitória holandesa e sua penetração no
interior, destruindo focos de resistência.
• A partir de 1635: Nova Holanda (Maranhão até Sergipe), sendo nomeado para
a administração Maurício de Nassau, que permaneceu no cargo até 1644.
7. • Período holandês no nordeste = auge da produção açucareira.
• Política de financiamento/ ampliação da produção.
• Domínio holandês de regiões africanas fonecedoras de escravos = aumento dos
escravos africanos na região nordeste.
• Modernização de Recife (porto pelo qual o açúcar seria escoado) – drenagem,
construção de pontes, calçamento e iluminação das ruas. Nassau trouxe
cientistas, artistas, estabeleceu liberdade religiosa.
• 1640: Portugal consegue sua independência em relação à Espanha,
através do apoio da Inglaterra e da Holanda – claro que ambas não o
fizeram a toa, inicia-se uma dependência econômica de Portugal em
relação à Inglaterra que só iria se agravar com o tempo e, no que diz
respeito à Holanda, seu domínio sob o NE foi aceito.
• A dinastia iniciada após a restauração do trono português foi a
bragantina, com o dei D. João IV.
8. • 1640: Mudança na política holandesa no nordeste, devido à situação
econômica em que se encontravam na Europa, estes começam a cobrar os
empréstimos e a confiscar engenhos como forma de pagamento pelas dívidas
dos senhores com a Companhia. Opondo-se a esta política, Nassau foi
demitido em 1644, terminando assim o bom entendimento entre a aristocracia
pernambucana e os holandeses, ao mesmo tempo o preço do açúcar no
mercado europeu caiu, acentuando a crise.
• 1645: Insurreição Pernambucana (1645-1654)
• Luta contra a presença portuguesa, contrariando o acordo entre Portugal e Holanda
(1641).
• 1651: fim do acordo e Portugal passa a enviar tropas para auxiliar os revoltosos.
• A Holanda não aceitou sua expulsão, fazendo com que Portugal pagasse indenização
(1661), aumentando a crise portuguesa.
• Expulsos do Brasil, os holandeses passaram a produzir açúcar em seus domínios nas
Antilhas, monopolizando praticamente o restante do mercado que ainda existia.