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Quincas Borba,
de Machado de Assis
    Manoel Neves
O REALISMO
                         análise psicológica
                      Estudam-se as motivações que impulsionam as personagens.
análise psicológica   Tome-se como exemplo a aproximação que Palha faz de Rubião
                      em Quincas Borba.
                      Machado de Assis estuda detidamente os mecanismos de
tipificação social    ascensão social do II Império. Veja-se, por exemplo, o conto
                      “Teoria do medalhão”.
                      Através da descrição detalhada de objetos, personagens e
 verossimilhança      costumes obtém-se um efeito de real, que visa a trazer o leitor
                      para a cena.
                      Ceticismo e niilismo pontuam a obra de Machado de Assis,
   pessimismo         como se observa na metáfora das batatas, da qual se
                      depreende que viver é ser devorado.
O REALISMO
                              análise psicológica

                                    o corpus
                 burguesia fluminense                fins do século XIX


                              doenças da alma
     adultério                    falsas amizades                         dissimulação

interesse financeiro              arrivismo social               ostentação de aparências


                               arrivismo social
         as personagens planejam e executam um projeto de ascensão social
O ENREDO
                                          quincas borba
 no presente da enunciação, Rubião se recorda da sua vida pregressa [de professor a capitalista]
  Quincas Borba, o filósofo, vai a Barbacena receber herança; apaixona-se pela irmã de Rubião
   Quincas Borba adoece; cria teoria do humanitismo [lei do mais forte]; vai para o RJ e morre
    testamento [Rubião receberia a herança desde que cuidasse do cachorro Quincas Borba]
   Rubião vai ao RJ tomar posse da herança; dentro do trem conta sua história a Palha e Sofia
     Palha e Sofia ajudam Rubião [receber herança, montar casa, investimentos, sociedade]
        Caso Deolindo + Camacho + Candidatura a Deputado + Comensais + Carlos Maria
Rubião corteja Sofia durante o aniversário desta; Sofia se irrita e conta a Palha [a culpa é de Sofia]
 A sociedade Palha-Rubião está a pleno vapor [rompe sociedade] + investimentos em O atalaia
    A crise se avizinha: Rubião faz a barba igual à de Napoleão II: loucura; amigos se afastam
 Rubião é recolhido à casa de saúde mental; Palha liquida negócios; recolhe dois contos de réis
Rubião foge da clínica [c/ o cachorro] e recebe 150 mil réis para passagem; morre em Barbacena.
HUMANITISMO
                                     a lei do mais forte

                                      humanitismo
 Explicação científica que busca dar conta do que é o homem, segundo filósofo Quincas Borba

                                alegorias humorísticas
                 morte da avó de Quincas Borba      conflito entre as duas tribos

Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar
a supressão de uma delas; mas rigorosamente não há morte, há vida, porque a supressão de
uma é a sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o
caráter conservador e benéfico da guerra.

                                       uma análise
posto que a filosofia pressupõe a ética, e que a teoria de Quincas Borba é uma paródia da teoria
  evolucionista, pode-se afirmar que o humanitismo é uma filosofia anti-filosófica, ou irônica.
A FILOSOFIA MACHADIANA
                                     quincas borba

                                    humor negro
Era uma vez uma choupana que ardia na estrada; a dona – um triste molambo de mulher –,
chorava o seu desastre, a poucos passos, sentada no chão. Senão quando, indo a passear um
homem ébrio, viu o incêndio, viu a mulher, perguntou-lhe se a casa era dela. – É minha, sim,
meu senhor; é tudo o que eu possuía neste mundo. – Dá-me então licença que acenda ali o meu
charuto?

       amargura e ironia na observação do ser humano
E não faltará quem ache que a alma deste homem é uma colcha de retalhos. Pode ser;
moralmente as colchas inteiriças são raras! O principal é que as cores se não desmintam umas
às outras – quando não podem obedecer à simetria e regularidade. Era o caso do nosso homem.
Tinha o aspecto baralhado à primeira vista; mas atentando bem, por mais opostos que fossem
os matizes, lá se achava a unidade moral da pessoa.
SINTAXE DAS PERSONAGENS
                              palha & rubião
                             condição humilde [nascimento de Cristo]
      Cristiano
                                ascensão econômica [nome irônico]

                          Palha conhece Rubião na estação de Vassouras
        Palha
                              varrer: pegar para si os bens de outrem

 auxilia na execução da herança e fornece senhas para ingresso na sociedade
indica onde Rubião deve investir e acaba por se tornar tutor e sócio do mineiro
  Rubião, perdulário, dissipa os bens (Palha avisa e depois rompe sociedade)
usa Sofia como isca para atrair o mineiro, mas se irrita com a “cena do jardim”
     Palha acreditava que o mineiro nunca passaria à ação, daí os ciúmes
SINTAXE DAS PERSONAGENS
                                     palha & rubião

                                 loucura de rubião
         quando a sociedade de Palha e Rubião começa a dar lucros, aquele a aborta
                   [a loucura é uma forma de fugir da realidade adversa]

                              arrivismo e ingratidão
quando a loucura de Rubião se manifesta, Palha escarnece [interna-o a pedido de D. Fernanda]
          Palha executa os bens de Rubião e custeia sua passagem para Barbacena
SINTAXE DAS PERSONAGENS
                                 camacho & rubião
                                     estilo meio magro e meio inchado
                                           ideias colhidas aqui e ali
           Camacho
                                            sem partido definido
                                    caricatura dos políticos do II Império

                                  jornal atalaia
                               divulga o “caso Deolindo”;
                        divulga ideias de Camacho e de Rubião;
                           ora defende, ora ataca o governo
                         [caricatura dos políticos do II Império]

                           o arrivismo de camacho
empobrecido Rubião, Camacho alega mudanças na direção do jornal e abandona o mineiro
    [o rompimento de Camacho, tal qual o de Palha, corrobora na loucura de Rubião.]
SINTAXE DAS PERSONAGENS
                                     sophia & rubião
                                              a sabedoria mundana
                            [consente em ser usada no projeto de Pilhagem de Rubião]
              Sofia
                                         delicada, vaidosa e independente
                                          tão arrivista quanto o marido

                              a fidelidade por um fio
       01) SOPHIA E RUBIÃO: Cena do jardim [crítica ao lugar-comum do Romantismo];
         02) SOPHIA E RUBIÃO: A esposa de Palha dá esperanças e depois as frustra;
             03) SOPHIA E CARLOS MARIA: Flertes e danças [desejo de ser infiel];
04) SOPHIA E CARLOS MARIA: Seduzida e abandonada [não vai ao casamento da prima: ciúmes].
SINTAXE DAS PERSONAGENS
                                    sophia & rubião

                           indiferença e solidariedade
    01) reluta em dizer a Rubião que Maria Benedita era a noiva que ser-lhe-ia oferecida;
02) sente ciúmes dos rápidos progressos intelectuais da prima e do namoro com Carlos Maria;
    03) “adoece” no dia em que o casal Carlos Maria-Maria Benedita viaja para a Europa;
 04) trabalho voluntário pelos flagelados de Alagoas X indiferente ao sofrimento de Rubião.
SINTAXE DAS PERSONAGENS
                                 sophia e dona fernanda

      visita à casa da Rua do Príncipe para reaver o cão
Sem que nenhuma recordação pessoal lhe viesse daquela miserável estância, sentia-se presa de
uma comoção particular e profunda, não a que dá a ruína das cousas. Aquele espetáculo não
lhe trazia um tema de reflexões gerais, não lhe ensinava a fragilidade dos tempos, nem a tristeza
do mundo, dizia-lhe tão-somente a moléstia do homem, de um homem que ela mal conhecia, a
quem falara algumas vezes. E ia ficando e olhando, sem pensar, sem deduzir, metida em si
mesma, dolente e muda.
                    SOFIA                                      DONA FERNANDA

     pede um funcionário para buscar o cão               convida Sofia para buscar o cão

           mando ver [alma exterior]                    vamos nós mesmas [alma interior]

quer sair rapidamente daquele lugar repugnante   condói-se da situação do cão e do dono da casa
SINTAXE DAS PERSONAGENS
                                 sophia e dona fernanda

      visita à casa da Rua do Príncipe para reaver o cão
Dona Fernanda coçava a cabeça do animal. Era o primeiro afago depois de longos dias de
solidão e desprezo. Quando Dona Fernanda cessou de acariciá-lo, e levantou o corpo, ele ficou a
olhar para ela, e ela para ele, tão fixos e tão profundos, que pareciam penetrar no íntimo um do
outro. A simpatia universal, que era a alma desta senhora, esquecia toda a consideração
humana diante daquela miséria obscura e prosaica, e estendia ao animal uma parte de si
mesma, que o envolvia, que o fascinava, que o atava aos pés dela. Assim, a pena que lhe dava o
delírio do senhor, dava-lhe agora o próprio cão, como se ambos representassem a mesma
espécie. E sentindo que a sua presença levava ao animal uma sensação boa, não queria privá-lo
do benefício. - A senhora está-se enchendo de pulgas, observou Sofia. Dona Fernanda não a
ouvia. Continuou a mirar os olhos meigos e tristes do animal, até que este deixou cair a cabeça e
entrou a farejar a sala
SINTAXE DAS PERSONAGENS
                                 sophia e dona fernanda

      visita à casa da Rua do Príncipe para reaver o cão
Saíram. Sofia, antes de pôr o pé na rua, olhou para um e outro lado, espreitando se vinha
alguém; felizmente, a rua estava deserta. Ao ver-se livre da pocilga, Sofia readquiriu o uso das
boas palavras, a arte maviosa e delicada de captar os outros, e enfiou amorosamente o braço no
de D. Fernanda. Falou-lhe de Rubião e da grande desgraça da loucura; assim também do
palacete de Botafogo. Por que não ia com ela ver as obras? Era só lanchar um pouco e partiriam
imediatamente.
QUINCAS BORBA, O NOME E O HOMEM
                     quincas borba

                       joaquim
            Javé, o que levanta ou restabelece
                 elevação ou preparação
                 Quincas, quinquinharias
                    Quincas, bagatelas

                         borba
                 fontes nascentes; gago;
      bolha [metáfora da efemeridade da existência]

                      dos santos
    na carta que envia a Rubião diz ser Santo Agostinho
                         [loucura]
QUE(M) É “QUINCAS BORBA”?
                                       quincas borba

                                para Quincas Borba
 para o filósofo, Quincas Borba é ele [que continuaria vivo por suas ideias e no nome do cão];

                                      para Rubião
para Rubião, Quincas Borba é o filósofo [que continuaria vivo por suas ideias e no nome do cão];

                                para Dona Fernanda
  para o Dona Fernanda, Quincas Borba é o cachorro, em cuja condição vê espelha a do dono;

                                      para o Leitor
     para o leitor, Quincas Borba é o nome de uma personagem ficcional e o nome do livro.
UM SONHO DE RUBIÃO
                                       quincas borba
Uma noite, Rubião sonhou com Sofia e Maria Benedita. Viu-as num grande terreiro, apenas
vestidas de saia, costas inteiramente despidas; o marido de Sofia, armado de um azorrague de
cinco pontas de couro, rematando em bicos de ferro, castigava-as desapiedadamente. Elas
gritavam, pediam misericórdia, torciam-se, alagadas em sangue, as carnes caíam-lhe aos
bocados. Agora, por que razão Sofia era a Imperatriz Eugênia, e Maria Benedita uma aia sua, é o
que não sei dizer com exatidão. ‘São sonhos,m sonhos, Penseroso”’ exclamava uma personagem
do nosso Álvares de Azevedo. Mas eu prefiro a reflexão do velho Polonius, acabando de ouvir
uma fala tresloucada de Hamlet: ‘Desvario embora, lá tem o seu método’. [...] Rubião,
indignado, mandou logo cessar o castigo, enforcar o Palha e recolher as vítimas. Uma delas,
Sofia, aceitou um lugar na carruagem aberta que esperava pelo Rubião, e lá foram a galope, ela
garrida e sã, e ele glorioso e dominador. Os cavalos, que eram dous à saída, eram, daí a pouco,
oito, quatro belas parelhas. Ruas e janelas cheias de gente, flores chovendo em cima deles,
aclamações... Rubião sentiu que era o Imperador Luís Napoleão; o cachorro ia no carro aos pés
de Sofia.
 01) símbolos: rivalidade Palha x Rubião; desejo de poder; erotismo sádico; mania de grandeza
     02) antecipa a cena em que Rubião entrará na carruagem, causando medo em Sophia;
                         03) antecipação da loucura do protagonista.
SINTAXE DAS PERSONAGENS
                                          rubião

                                          pedro
                                      primeiro papa
                                    imperador do Brasil

                                         rubião
                       rubi [alusão ao enriquecimento do professor]
                        rúbia [cor dourada]: alude a rubiácea [café]

                                       alvarenga
                 simetria fonética com Alcântara, sobrenome do Imperador
                  lancha [transporte]: Rubião transporta as personagens
   a loucura de Rubião é análoga à esquizofrenia das elites/do governo ante a escravidão:
necessita-se do escravo e dos escravocratas [para a manutenção do aparato social-exportador]
 a manutenção da escravidão é incompatível com as aspirações modernas da elite/governo.
SINTAXE DAS PERSONAGENS
                                           rubião

representação alegórica dos eventos da história do Brasil
      ascensão social de Rubião                              construção do romance

              boom do café                                          1886 a 1891

     enriquecimento da elite agrária                representação alegórica dos eventos históricos

  estabilidade do governo de D. Pedro II       Abolição da Escravidão e Proclamação da República
O REALISMO EM QUINCAS BORBA
                        aspectos temático-estruturais

niilismo: fidelidade na apresentação das personagens;
                  análise psicológica;
           narrativa lenta e pormenorizada;
      falsas pistas que levam o leitor ao engano:
    Palha escreve carta que Sophia envia a Rubião, junto com a cesta de morangos;
    Sophia, para fugir à curiosidade do Major, inventa a história do Padre Mendes;
Carlos Maria mente para Sophia, ao dizer que estivera toda noite em frente à casa dela;
      Cocheiro inventa o caso do adultério da Rua da Harmonia [nome irônico];
         Rubião mente sobre o cachorro à comadre e sobre a carta ao médico.

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Análise de quincas borba

  • 1. Quincas Borba, de Machado de Assis Manoel Neves
  • 2. O REALISMO análise psicológica Estudam-se as motivações que impulsionam as personagens. análise psicológica Tome-se como exemplo a aproximação que Palha faz de Rubião em Quincas Borba. Machado de Assis estuda detidamente os mecanismos de tipificação social ascensão social do II Império. Veja-se, por exemplo, o conto “Teoria do medalhão”. Através da descrição detalhada de objetos, personagens e verossimilhança costumes obtém-se um efeito de real, que visa a trazer o leitor para a cena. Ceticismo e niilismo pontuam a obra de Machado de Assis, pessimismo como se observa na metáfora das batatas, da qual se depreende que viver é ser devorado.
  • 3. O REALISMO análise psicológica o corpus burguesia fluminense fins do século XIX doenças da alma adultério falsas amizades dissimulação interesse financeiro arrivismo social ostentação de aparências arrivismo social as personagens planejam e executam um projeto de ascensão social
  • 4. O ENREDO quincas borba no presente da enunciação, Rubião se recorda da sua vida pregressa [de professor a capitalista] Quincas Borba, o filósofo, vai a Barbacena receber herança; apaixona-se pela irmã de Rubião Quincas Borba adoece; cria teoria do humanitismo [lei do mais forte]; vai para o RJ e morre testamento [Rubião receberia a herança desde que cuidasse do cachorro Quincas Borba] Rubião vai ao RJ tomar posse da herança; dentro do trem conta sua história a Palha e Sofia Palha e Sofia ajudam Rubião [receber herança, montar casa, investimentos, sociedade] Caso Deolindo + Camacho + Candidatura a Deputado + Comensais + Carlos Maria Rubião corteja Sofia durante o aniversário desta; Sofia se irrita e conta a Palha [a culpa é de Sofia] A sociedade Palha-Rubião está a pleno vapor [rompe sociedade] + investimentos em O atalaia A crise se avizinha: Rubião faz a barba igual à de Napoleão II: loucura; amigos se afastam Rubião é recolhido à casa de saúde mental; Palha liquida negócios; recolhe dois contos de réis Rubião foge da clínica [c/ o cachorro] e recebe 150 mil réis para passagem; morre em Barbacena.
  • 5. HUMANITISMO a lei do mais forte humanitismo Explicação científica que busca dar conta do que é o homem, segundo filósofo Quincas Borba alegorias humorísticas morte da avó de Quincas Borba conflito entre as duas tribos Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas rigorosamente não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra. uma análise posto que a filosofia pressupõe a ética, e que a teoria de Quincas Borba é uma paródia da teoria evolucionista, pode-se afirmar que o humanitismo é uma filosofia anti-filosófica, ou irônica.
  • 6. A FILOSOFIA MACHADIANA quincas borba humor negro Era uma vez uma choupana que ardia na estrada; a dona – um triste molambo de mulher –, chorava o seu desastre, a poucos passos, sentada no chão. Senão quando, indo a passear um homem ébrio, viu o incêndio, viu a mulher, perguntou-lhe se a casa era dela. – É minha, sim, meu senhor; é tudo o que eu possuía neste mundo. – Dá-me então licença que acenda ali o meu charuto? amargura e ironia na observação do ser humano E não faltará quem ache que a alma deste homem é uma colcha de retalhos. Pode ser; moralmente as colchas inteiriças são raras! O principal é que as cores se não desmintam umas às outras – quando não podem obedecer à simetria e regularidade. Era o caso do nosso homem. Tinha o aspecto baralhado à primeira vista; mas atentando bem, por mais opostos que fossem os matizes, lá se achava a unidade moral da pessoa.
  • 7. SINTAXE DAS PERSONAGENS palha & rubião condição humilde [nascimento de Cristo] Cristiano ascensão econômica [nome irônico] Palha conhece Rubião na estação de Vassouras Palha varrer: pegar para si os bens de outrem auxilia na execução da herança e fornece senhas para ingresso na sociedade indica onde Rubião deve investir e acaba por se tornar tutor e sócio do mineiro Rubião, perdulário, dissipa os bens (Palha avisa e depois rompe sociedade) usa Sofia como isca para atrair o mineiro, mas se irrita com a “cena do jardim” Palha acreditava que o mineiro nunca passaria à ação, daí os ciúmes
  • 8. SINTAXE DAS PERSONAGENS palha & rubião loucura de rubião quando a sociedade de Palha e Rubião começa a dar lucros, aquele a aborta [a loucura é uma forma de fugir da realidade adversa] arrivismo e ingratidão quando a loucura de Rubião se manifesta, Palha escarnece [interna-o a pedido de D. Fernanda] Palha executa os bens de Rubião e custeia sua passagem para Barbacena
  • 9. SINTAXE DAS PERSONAGENS camacho & rubião estilo meio magro e meio inchado ideias colhidas aqui e ali Camacho sem partido definido caricatura dos políticos do II Império jornal atalaia divulga o “caso Deolindo”; divulga ideias de Camacho e de Rubião; ora defende, ora ataca o governo [caricatura dos políticos do II Império] o arrivismo de camacho empobrecido Rubião, Camacho alega mudanças na direção do jornal e abandona o mineiro [o rompimento de Camacho, tal qual o de Palha, corrobora na loucura de Rubião.]
  • 10. SINTAXE DAS PERSONAGENS sophia & rubião a sabedoria mundana [consente em ser usada no projeto de Pilhagem de Rubião] Sofia delicada, vaidosa e independente tão arrivista quanto o marido a fidelidade por um fio 01) SOPHIA E RUBIÃO: Cena do jardim [crítica ao lugar-comum do Romantismo]; 02) SOPHIA E RUBIÃO: A esposa de Palha dá esperanças e depois as frustra; 03) SOPHIA E CARLOS MARIA: Flertes e danças [desejo de ser infiel]; 04) SOPHIA E CARLOS MARIA: Seduzida e abandonada [não vai ao casamento da prima: ciúmes].
  • 11. SINTAXE DAS PERSONAGENS sophia & rubião indiferença e solidariedade 01) reluta em dizer a Rubião que Maria Benedita era a noiva que ser-lhe-ia oferecida; 02) sente ciúmes dos rápidos progressos intelectuais da prima e do namoro com Carlos Maria; 03) “adoece” no dia em que o casal Carlos Maria-Maria Benedita viaja para a Europa; 04) trabalho voluntário pelos flagelados de Alagoas X indiferente ao sofrimento de Rubião.
  • 12. SINTAXE DAS PERSONAGENS sophia e dona fernanda visita à casa da Rua do Príncipe para reaver o cão Sem que nenhuma recordação pessoal lhe viesse daquela miserável estância, sentia-se presa de uma comoção particular e profunda, não a que dá a ruína das cousas. Aquele espetáculo não lhe trazia um tema de reflexões gerais, não lhe ensinava a fragilidade dos tempos, nem a tristeza do mundo, dizia-lhe tão-somente a moléstia do homem, de um homem que ela mal conhecia, a quem falara algumas vezes. E ia ficando e olhando, sem pensar, sem deduzir, metida em si mesma, dolente e muda. SOFIA DONA FERNANDA pede um funcionário para buscar o cão convida Sofia para buscar o cão mando ver [alma exterior] vamos nós mesmas [alma interior] quer sair rapidamente daquele lugar repugnante condói-se da situação do cão e do dono da casa
  • 13. SINTAXE DAS PERSONAGENS sophia e dona fernanda visita à casa da Rua do Príncipe para reaver o cão Dona Fernanda coçava a cabeça do animal. Era o primeiro afago depois de longos dias de solidão e desprezo. Quando Dona Fernanda cessou de acariciá-lo, e levantou o corpo, ele ficou a olhar para ela, e ela para ele, tão fixos e tão profundos, que pareciam penetrar no íntimo um do outro. A simpatia universal, que era a alma desta senhora, esquecia toda a consideração humana diante daquela miséria obscura e prosaica, e estendia ao animal uma parte de si mesma, que o envolvia, que o fascinava, que o atava aos pés dela. Assim, a pena que lhe dava o delírio do senhor, dava-lhe agora o próprio cão, como se ambos representassem a mesma espécie. E sentindo que a sua presença levava ao animal uma sensação boa, não queria privá-lo do benefício. - A senhora está-se enchendo de pulgas, observou Sofia. Dona Fernanda não a ouvia. Continuou a mirar os olhos meigos e tristes do animal, até que este deixou cair a cabeça e entrou a farejar a sala
  • 14. SINTAXE DAS PERSONAGENS sophia e dona fernanda visita à casa da Rua do Príncipe para reaver o cão Saíram. Sofia, antes de pôr o pé na rua, olhou para um e outro lado, espreitando se vinha alguém; felizmente, a rua estava deserta. Ao ver-se livre da pocilga, Sofia readquiriu o uso das boas palavras, a arte maviosa e delicada de captar os outros, e enfiou amorosamente o braço no de D. Fernanda. Falou-lhe de Rubião e da grande desgraça da loucura; assim também do palacete de Botafogo. Por que não ia com ela ver as obras? Era só lanchar um pouco e partiriam imediatamente.
  • 15. QUINCAS BORBA, O NOME E O HOMEM quincas borba joaquim Javé, o que levanta ou restabelece elevação ou preparação Quincas, quinquinharias Quincas, bagatelas borba fontes nascentes; gago; bolha [metáfora da efemeridade da existência] dos santos na carta que envia a Rubião diz ser Santo Agostinho [loucura]
  • 16. QUE(M) É “QUINCAS BORBA”? quincas borba para Quincas Borba para o filósofo, Quincas Borba é ele [que continuaria vivo por suas ideias e no nome do cão]; para Rubião para Rubião, Quincas Borba é o filósofo [que continuaria vivo por suas ideias e no nome do cão]; para Dona Fernanda para o Dona Fernanda, Quincas Borba é o cachorro, em cuja condição vê espelha a do dono; para o Leitor para o leitor, Quincas Borba é o nome de uma personagem ficcional e o nome do livro.
  • 17. UM SONHO DE RUBIÃO quincas borba Uma noite, Rubião sonhou com Sofia e Maria Benedita. Viu-as num grande terreiro, apenas vestidas de saia, costas inteiramente despidas; o marido de Sofia, armado de um azorrague de cinco pontas de couro, rematando em bicos de ferro, castigava-as desapiedadamente. Elas gritavam, pediam misericórdia, torciam-se, alagadas em sangue, as carnes caíam-lhe aos bocados. Agora, por que razão Sofia era a Imperatriz Eugênia, e Maria Benedita uma aia sua, é o que não sei dizer com exatidão. ‘São sonhos,m sonhos, Penseroso”’ exclamava uma personagem do nosso Álvares de Azevedo. Mas eu prefiro a reflexão do velho Polonius, acabando de ouvir uma fala tresloucada de Hamlet: ‘Desvario embora, lá tem o seu método’. [...] Rubião, indignado, mandou logo cessar o castigo, enforcar o Palha e recolher as vítimas. Uma delas, Sofia, aceitou um lugar na carruagem aberta que esperava pelo Rubião, e lá foram a galope, ela garrida e sã, e ele glorioso e dominador. Os cavalos, que eram dous à saída, eram, daí a pouco, oito, quatro belas parelhas. Ruas e janelas cheias de gente, flores chovendo em cima deles, aclamações... Rubião sentiu que era o Imperador Luís Napoleão; o cachorro ia no carro aos pés de Sofia. 01) símbolos: rivalidade Palha x Rubião; desejo de poder; erotismo sádico; mania de grandeza 02) antecipa a cena em que Rubião entrará na carruagem, causando medo em Sophia; 03) antecipação da loucura do protagonista.
  • 18. SINTAXE DAS PERSONAGENS rubião pedro primeiro papa imperador do Brasil rubião rubi [alusão ao enriquecimento do professor] rúbia [cor dourada]: alude a rubiácea [café] alvarenga simetria fonética com Alcântara, sobrenome do Imperador lancha [transporte]: Rubião transporta as personagens a loucura de Rubião é análoga à esquizofrenia das elites/do governo ante a escravidão: necessita-se do escravo e dos escravocratas [para a manutenção do aparato social-exportador] a manutenção da escravidão é incompatível com as aspirações modernas da elite/governo.
  • 19. SINTAXE DAS PERSONAGENS rubião representação alegórica dos eventos da história do Brasil ascensão social de Rubião construção do romance boom do café 1886 a 1891 enriquecimento da elite agrária representação alegórica dos eventos históricos estabilidade do governo de D. Pedro II Abolição da Escravidão e Proclamação da República
  • 20. O REALISMO EM QUINCAS BORBA aspectos temático-estruturais niilismo: fidelidade na apresentação das personagens; análise psicológica; narrativa lenta e pormenorizada; falsas pistas que levam o leitor ao engano: Palha escreve carta que Sophia envia a Rubião, junto com a cesta de morangos; Sophia, para fugir à curiosidade do Major, inventa a história do Padre Mendes; Carlos Maria mente para Sophia, ao dizer que estivera toda noite em frente à casa dela; Cocheiro inventa o caso do adultério da Rua da Harmonia [nome irônico]; Rubião mente sobre o cachorro à comadre e sobre a carta ao médico.