SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 15
Resenha da obra
O A L I E N I S T A
Machado de Assis
Carolina V. Cruz
Jaqueline P. S. Deak
Marina Jakovacz
Talita L. Schweig
Publicada em 1882, O Alienista inaugura a fase realista
de Machado de Assis, em que o autor passa a explorar
as profundezas da psique e do caráter humano,
apregoadas pelos modelos e padrões sociais da época.
Sua obra contempla forte crítica social e busca, na
desconstrução da imagem do cidadão de bem, apresentar a
realidade que permeia as falhas humanas e a má índole
transvestida de “conduta moral e bons costumes”.
A obra é classificada como um conto, mas por ser mais
extensa que os contos tradicionais alguns críticos afirmam
tratar-se de uma novela. No entanto, ela não apresenta as
demais características que a classificariam como uma novela,
como maior ordenação do enredo, por exemplo.
A história é narrada em terceira pessoa, sendo o narrador
onisciente capaz de expor as características internas das
personagens.
Breve resumo da obra
Dr. Simão Bacamarte volta a sua cidade natal para trabalhar e
aprofundar as suas pesquisas científicas na área da psiquiatria.
Casa-se com a viúva D. Evarista, a qual não era nem bonita e nem
simpática, com quem acaba não tendo filhos. O médico decide
então construir um manicômio na cidade, onde pretende internar
as pessoas que julgar, de acordo com seus estudos, mentalmente
desequilibradas.
Aos poucos a casa começa a lotar, pois o alienista, cada vez mais
obcecado por seu trabalho, acaba por declarar insanidade a todo
comportamento que considerasse estranho e fora de um padrão
julgado como “equilibrado”.
Com a grande maioria da população internada, a população passa a
se rebelar contra os diagnósticos do Dr. Bacamarte. O médico
então conclui que, se a maioria possuía desvios de personalidade e
não seguia o padrão, era louco então quem possuía firmeza de
caráter.
A partir daí, decide que todas as pessoas equilibradas
é que deveriam ser internadas, soltando assim, todos
os internados anteriormente. Diante de várias
reviravoltas, Dr. Bacamarte conclui que mais uma vez
a sua pesquisa está incorreta e passa então a analisar o
seu próprio estado mental, o que o leva a reclusão
total em seu asilo onde morre após 17 meses.
Principais personagens
Dr. Simão Bacamarte: protagonista da história, é um homem
que vive para a ciência.
D. Evarista: mulher que não era nem bonita e nem simpática,
mas fora escolhida pelo Dr. Bacamarte como esposa.
Crispim Soares: boticário da cidade, muito amigo do Dr.
Bacamarte.
Padre Lopes: homem de muitas virtudes, era o vigário local.
Porfírio: o barbeiro, que no conto representa a ambição de
poder.
Disponível em: http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/literatura/alienista-resumo-analise-
conto-machado-assis-701990.shtml
Personagens
Nos personagem temos “um desfile de tipos humanos:
o pródigo, o novo-rico, o orador de sobremesa, o
ingrato, tantos outros que o leitor irá descobrindo. A
revolta, com sua dose de acasos e quiproquó, propicia
a exibição costumeira do adesismo, da covardia moral
e das fraquezas que poderiam viver e morrer na
sombra, se a comoção social não as tivesse feito
desabrochar inesperadamente.”
Disponível em:
http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/o/o_alienista_c
onto
O conto explora as variações do comportamento
humano, que diante de determinados padrões, assume a
postura do que é aceitável ou não. Questiona a tenuidade
entre a razão e loucura, e a fluidez da mente que oscila de
um campo ao outro.
Também questiona o papel destas linhas sobre o poder:
ser racional ou desequilibrado importa para conquistar
respeito e soberania.
Neste conto é palpável a crítica à ciência e a
forma como ela vê o ser humano: sem considerar
a junção entre corpo e alma. Bacamarte
considera todos os seres humanos iguais, pois
procura estabelecer uma norma geral de conduta.
Em nome dessa ciência que tanto defende,
Bacamarte acaba por cometer inúmeros
equívocos, pois a cada teoria que cria passa a
considerá-la absoluta, para posteriormente notar
que isso não é verdade e reformular outra teoria,
e assim por diante.
Machado de Assis usa da ironia e do humor
para apontar os problemas vigentes em nossa
sociedade, que é hipócrita e sem valores.
No decorrer do conto é analisado o político,
que sempre tira vantagem da sua posição, e o
povo que o elege, que pode ser classificado
como manipulável, pois basta apenas um
pouco de conhecimento ou espírito de
liderança para tomar o poder.
“Ao fim, a obra de Machado denuncia o vínculo entre
ciência e poder, bem como a usurpação pelo homem de
ciência, do direito que cada um tem de dizer a sua própria
verdade. O que conduz à ironia final: parece haver mais
loucura na pretensão de estabelecer com nitidez a linha
divisória entre Razão e Loucura do que em perder-se entre
seus supostos limites.”
Disponível em: http://www.revistas.usp.br/ts/article/viewFile/84953/87681
A obra apresenta uma crítica ao positivismo, corrente
formada no séc. XIX que vinha se firmando na
sociedade e defendia a ideia de que o conhecimento
científico é a única forma de conhecimento
verdadeiro. O médico sentia-se o único com poder
para julgar o equilíbrio mental dos sujeitos. Sobre
Bacamarte pode-se dizer que este “não cede à loucura
senão para melhor submetê-la ao domínio possível da
ciência. Ardil enlouquecido, no entanto: atrai para si o
malefício que irá afrontar.” (GOMES, 1994)
CONCLUSÃO
Como toda obra clássica, o conto transcende as barreiras
do espaço e do tempo, tratando de temas que se mantém
em voga na sociedade atual, que por muitas vezes se
mostra caótica e irracional. Em nome da ciência e da
imposição de padrões sociais, se critica tudo que é
considerado fora do “normal”, classificando
características individuais que destoam desses padrões
como erradas e passíveis de correção e excluindo, através
do preconceito e de diagnósticos médicos equivocados,
uma parcela da sociedade que não preenche os requisitos
exigidos por um sistema ideologicamente binário.
Sem perceber, os que não
compreendem a loucura do
próximo é que estão loucos, pois
cada ser humano é constituído de
características próprias.
“Creia em si, mas não duvide sempre
dos outros.”
Machado de Assis
CONCLUSÃO

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Ficha formativa de orações com correção
Ficha formativa de orações com correçãoFicha formativa de orações com correção
Ficha formativa de orações com correçãoRaquel Antunes
 
Ensaio Sobre a Cegueira
Ensaio Sobre a CegueiraEnsaio Sobre a Cegueira
Ensaio Sobre a CegueiraAna Tapadas
 
O artigo de apreciação crítica
O artigo de apreciação críticaO artigo de apreciação crítica
O artigo de apreciação críticaFernanda Monteiro
 
Auto da-barca-do-inferno-argumentos-de-acusao-e-de-defesa
Auto da-barca-do-inferno-argumentos-de-acusao-e-de-defesaAuto da-barca-do-inferno-argumentos-de-acusao-e-de-defesa
Auto da-barca-do-inferno-argumentos-de-acusao-e-de-defesaFJDOliveira
 
Orações coordenadas e subordinadas esquema
Orações coordenadas e subordinadas   esquemaOrações coordenadas e subordinadas   esquema
Orações coordenadas e subordinadas esquemaPaulo Portelada
 
Romantismo no Brasil
Romantismo no BrasilRomantismo no Brasil
Romantismo no BrasilCrisBiagio
 
Como escrever artigos de opinião
Como escrever artigos de opiniãoComo escrever artigos de opinião
Como escrever artigos de opiniãoCícero Nogueira
 
Questões sobre o alienista
Questões sobre o alienistaQuestões sobre o alienista
Questões sobre o alienistama.no.el.ne.ves
 
O animal como modelo exprimental
O animal como modelo exprimentalO animal como modelo exprimental
O animal como modelo exprimentalInês Gaspar
 

Mais procurados (20)

O alienista
O alienistaO alienista
O alienista
 
Slide Dom Casmurro
Slide Dom CasmurroSlide Dom Casmurro
Slide Dom Casmurro
 
Ficha formativa de orações com correção
Ficha formativa de orações com correçãoFicha formativa de orações com correção
Ficha formativa de orações com correção
 
Ensaio Sobre a Cegueira
Ensaio Sobre a CegueiraEnsaio Sobre a Cegueira
Ensaio Sobre a Cegueira
 
Ppt realismo (1)
Ppt realismo (1)Ppt realismo (1)
Ppt realismo (1)
 
O artigo de apreciação crítica
O artigo de apreciação críticaO artigo de apreciação crítica
O artigo de apreciação crítica
 
Análise de o alienista
Análise de o alienistaAnálise de o alienista
Análise de o alienista
 
Auto da-barca-do-inferno-argumentos-de-acusao-e-de-defesa
Auto da-barca-do-inferno-argumentos-de-acusao-e-de-defesaAuto da-barca-do-inferno-argumentos-de-acusao-e-de-defesa
Auto da-barca-do-inferno-argumentos-de-acusao-e-de-defesa
 
Orações coordenadas e subordinadas esquema
Orações coordenadas e subordinadas   esquemaOrações coordenadas e subordinadas   esquema
Orações coordenadas e subordinadas esquema
 
A reportagem
A reportagemA reportagem
A reportagem
 
O alienista
O alienista O alienista
O alienista
 
Realismo x Romantismo
Realismo x RomantismoRealismo x Romantismo
Realismo x Romantismo
 
Machado de Assis
Machado de AssisMachado de Assis
Machado de Assis
 
Romantismo no Brasil
Romantismo no BrasilRomantismo no Brasil
Romantismo no Brasil
 
Como escrever artigos de opinião
Como escrever artigos de opiniãoComo escrever artigos de opinião
Como escrever artigos de opinião
 
Naturalismo
NaturalismoNaturalismo
Naturalismo
 
Questões sobre o alienista
Questões sobre o alienistaQuestões sobre o alienista
Questões sobre o alienista
 
A debil cesario verde
A debil cesario verdeA debil cesario verde
A debil cesario verde
 
O animal como modelo exprimental
O animal como modelo exprimentalO animal como modelo exprimental
O animal como modelo exprimental
 
O cortiço
O cortiçoO cortiço
O cortiço
 

Semelhante a O alienista

fala do falador
fala do falador fala do falador
fala do falador Pr. MARTINS
 
Dementes Perigosos
Dementes PerigososDementes Perigosos
Dementes Perigososgilbertomll
 
oalienistamodificado-110216203506-phpapp01.ppt
oalienistamodificado-110216203506-phpapp01.pptoalienistamodificado-110216203506-phpapp01.ppt
oalienistamodificado-110216203506-phpapp01.pptVivianeCarvalhoMorar1
 
Questões fechadas sobre papeis avulsos
Questões fechadas sobre papeis avulsosQuestões fechadas sobre papeis avulsos
Questões fechadas sobre papeis avulsosma.no.el.ne.ves
 
Lançamentos março
Lançamentos marçoLançamentos março
Lançamentos marçoJaira Costa
 
Lançamentos março da editora Planeta
Lançamentos março da editora PlanetaLançamentos março da editora Planeta
Lançamentos março da editora PlanetaClaudia Valeria Ortega
 
A Psicose (Coleção passo a passo).pdf
A Psicose (Coleção passo a passo).pdfA Psicose (Coleção passo a passo).pdf
A Psicose (Coleção passo a passo).pdfElaineElaine45
 
O Imbecil Coletivo - Olavo de Carvalho.pdf
O Imbecil Coletivo - Olavo de Carvalho.pdfO Imbecil Coletivo - Olavo de Carvalho.pdf
O Imbecil Coletivo - Olavo de Carvalho.pdfMarcusMendes21
 
Machado de assis
Machado de assisMachado de assis
Machado de assisSeduc/AM
 
todorov-o-que-pode-a-literatura.pdf
todorov-o-que-pode-a-literatura.pdftodorov-o-que-pode-a-literatura.pdf
todorov-o-que-pode-a-literatura.pdfBonfim Queiroz Lima
 

Semelhante a O alienista (20)

fala do falador
fala do falador fala do falador
fala do falador
 
Machado retórica
Machado retóricaMachado retórica
Machado retórica
 
Dementes Perigosos
Dementes PerigososDementes Perigosos
Dementes Perigosos
 
Rebeliaodasmassas
RebeliaodasmassasRebeliaodasmassas
Rebeliaodasmassas
 
A rebelião das massas
A rebelião das massasA rebelião das massas
A rebelião das massas
 
A rebelião das massas
A rebelião das massasA rebelião das massas
A rebelião das massas
 
Rebeliaodasmassas
RebeliaodasmassasRebeliaodasmassas
Rebeliaodasmassas
 
oalienistamodificado-110216203506-phpapp01.ppt
oalienistamodificado-110216203506-phpapp01.pptoalienistamodificado-110216203506-phpapp01.ppt
oalienistamodificado-110216203506-phpapp01.ppt
 
Questões fechadas sobre papeis avulsos
Questões fechadas sobre papeis avulsosQuestões fechadas sobre papeis avulsos
Questões fechadas sobre papeis avulsos
 
Idelvania slides
Idelvania slidesIdelvania slides
Idelvania slides
 
Lançamentos março
Lançamentos marçoLançamentos março
Lançamentos março
 
Lançamentos março da editora Planeta
Lançamentos março da editora PlanetaLançamentos março da editora Planeta
Lançamentos março da editora Planeta
 
A Psicose (Coleção passo a passo).pdf
A Psicose (Coleção passo a passo).pdfA Psicose (Coleção passo a passo).pdf
A Psicose (Coleção passo a passo).pdf
 
O Imbecil Coletivo - Olavo de Carvalho.pdf
O Imbecil Coletivo - Olavo de Carvalho.pdfO Imbecil Coletivo - Olavo de Carvalho.pdf
O Imbecil Coletivo - Olavo de Carvalho.pdf
 
Romantismo,realismo
Romantismo,realismoRomantismo,realismo
Romantismo,realismo
 
Romantismo,realismo
Romantismo,realismoRomantismo,realismo
Romantismo,realismo
 
Machado de assis
Machado de assisMachado de assis
Machado de assis
 
Naturalismo no Brasil
Naturalismo  no BrasilNaturalismo  no Brasil
Naturalismo no Brasil
 
Naturalismo no Brasil
Naturalismo no BrasilNaturalismo no Brasil
Naturalismo no Brasil
 
todorov-o-que-pode-a-literatura.pdf
todorov-o-que-pode-a-literatura.pdftodorov-o-que-pode-a-literatura.pdf
todorov-o-que-pode-a-literatura.pdf
 

Último

Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxBeatrizLittig1
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.silves15
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelGilber Rubim Rangel
 
Transformações isométricas.pptx Geometria
Transformações isométricas.pptx GeometriaTransformações isométricas.pptx Geometria
Transformações isométricas.pptx Geometriajucelio7
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfMarianaMoraesMathias
 
Ácidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdf
Ácidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdfÁcidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdf
Ácidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdfJonathasAureliano1
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...licinioBorges
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Mary Alvarenga
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMVanessaCavalcante37
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBAline Santana
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdflucassilva721057
 
Atividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas GeográficasAtividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas Geográficasprofcamilamanz
 

Último (20)

Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
Transformações isométricas.pptx Geometria
Transformações isométricas.pptx GeometriaTransformações isométricas.pptx Geometria
Transformações isométricas.pptx Geometria
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
 
Ácidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdf
Ácidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdfÁcidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdf
Ácidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdf
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
 
Atividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas GeográficasAtividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas Geográficas
 

O alienista

  • 1. Resenha da obra O A L I E N I S T A Machado de Assis Carolina V. Cruz Jaqueline P. S. Deak Marina Jakovacz Talita L. Schweig
  • 2. Publicada em 1882, O Alienista inaugura a fase realista de Machado de Assis, em que o autor passa a explorar as profundezas da psique e do caráter humano, apregoadas pelos modelos e padrões sociais da época. Sua obra contempla forte crítica social e busca, na desconstrução da imagem do cidadão de bem, apresentar a realidade que permeia as falhas humanas e a má índole transvestida de “conduta moral e bons costumes”.
  • 3. A obra é classificada como um conto, mas por ser mais extensa que os contos tradicionais alguns críticos afirmam tratar-se de uma novela. No entanto, ela não apresenta as demais características que a classificariam como uma novela, como maior ordenação do enredo, por exemplo. A história é narrada em terceira pessoa, sendo o narrador onisciente capaz de expor as características internas das personagens.
  • 4. Breve resumo da obra Dr. Simão Bacamarte volta a sua cidade natal para trabalhar e aprofundar as suas pesquisas científicas na área da psiquiatria. Casa-se com a viúva D. Evarista, a qual não era nem bonita e nem simpática, com quem acaba não tendo filhos. O médico decide então construir um manicômio na cidade, onde pretende internar as pessoas que julgar, de acordo com seus estudos, mentalmente desequilibradas.
  • 5. Aos poucos a casa começa a lotar, pois o alienista, cada vez mais obcecado por seu trabalho, acaba por declarar insanidade a todo comportamento que considerasse estranho e fora de um padrão julgado como “equilibrado”. Com a grande maioria da população internada, a população passa a se rebelar contra os diagnósticos do Dr. Bacamarte. O médico então conclui que, se a maioria possuía desvios de personalidade e não seguia o padrão, era louco então quem possuía firmeza de caráter.
  • 6. A partir daí, decide que todas as pessoas equilibradas é que deveriam ser internadas, soltando assim, todos os internados anteriormente. Diante de várias reviravoltas, Dr. Bacamarte conclui que mais uma vez a sua pesquisa está incorreta e passa então a analisar o seu próprio estado mental, o que o leva a reclusão total em seu asilo onde morre após 17 meses.
  • 7. Principais personagens Dr. Simão Bacamarte: protagonista da história, é um homem que vive para a ciência. D. Evarista: mulher que não era nem bonita e nem simpática, mas fora escolhida pelo Dr. Bacamarte como esposa. Crispim Soares: boticário da cidade, muito amigo do Dr. Bacamarte. Padre Lopes: homem de muitas virtudes, era o vigário local. Porfírio: o barbeiro, que no conto representa a ambição de poder. Disponível em: http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/literatura/alienista-resumo-analise- conto-machado-assis-701990.shtml
  • 8. Personagens Nos personagem temos “um desfile de tipos humanos: o pródigo, o novo-rico, o orador de sobremesa, o ingrato, tantos outros que o leitor irá descobrindo. A revolta, com sua dose de acasos e quiproquó, propicia a exibição costumeira do adesismo, da covardia moral e das fraquezas que poderiam viver e morrer na sombra, se a comoção social não as tivesse feito desabrochar inesperadamente.” Disponível em: http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/o/o_alienista_c onto
  • 9. O conto explora as variações do comportamento humano, que diante de determinados padrões, assume a postura do que é aceitável ou não. Questiona a tenuidade entre a razão e loucura, e a fluidez da mente que oscila de um campo ao outro. Também questiona o papel destas linhas sobre o poder: ser racional ou desequilibrado importa para conquistar respeito e soberania.
  • 10. Neste conto é palpável a crítica à ciência e a forma como ela vê o ser humano: sem considerar a junção entre corpo e alma. Bacamarte considera todos os seres humanos iguais, pois procura estabelecer uma norma geral de conduta. Em nome dessa ciência que tanto defende, Bacamarte acaba por cometer inúmeros equívocos, pois a cada teoria que cria passa a considerá-la absoluta, para posteriormente notar que isso não é verdade e reformular outra teoria, e assim por diante.
  • 11. Machado de Assis usa da ironia e do humor para apontar os problemas vigentes em nossa sociedade, que é hipócrita e sem valores. No decorrer do conto é analisado o político, que sempre tira vantagem da sua posição, e o povo que o elege, que pode ser classificado como manipulável, pois basta apenas um pouco de conhecimento ou espírito de liderança para tomar o poder.
  • 12. “Ao fim, a obra de Machado denuncia o vínculo entre ciência e poder, bem como a usurpação pelo homem de ciência, do direito que cada um tem de dizer a sua própria verdade. O que conduz à ironia final: parece haver mais loucura na pretensão de estabelecer com nitidez a linha divisória entre Razão e Loucura do que em perder-se entre seus supostos limites.” Disponível em: http://www.revistas.usp.br/ts/article/viewFile/84953/87681
  • 13. A obra apresenta uma crítica ao positivismo, corrente formada no séc. XIX que vinha se firmando na sociedade e defendia a ideia de que o conhecimento científico é a única forma de conhecimento verdadeiro. O médico sentia-se o único com poder para julgar o equilíbrio mental dos sujeitos. Sobre Bacamarte pode-se dizer que este “não cede à loucura senão para melhor submetê-la ao domínio possível da ciência. Ardil enlouquecido, no entanto: atrai para si o malefício que irá afrontar.” (GOMES, 1994)
  • 14. CONCLUSÃO Como toda obra clássica, o conto transcende as barreiras do espaço e do tempo, tratando de temas que se mantém em voga na sociedade atual, que por muitas vezes se mostra caótica e irracional. Em nome da ciência e da imposição de padrões sociais, se critica tudo que é considerado fora do “normal”, classificando características individuais que destoam desses padrões como erradas e passíveis de correção e excluindo, através do preconceito e de diagnósticos médicos equivocados, uma parcela da sociedade que não preenche os requisitos exigidos por um sistema ideologicamente binário.
  • 15. Sem perceber, os que não compreendem a loucura do próximo é que estão loucos, pois cada ser humano é constituído de características próprias. “Creia em si, mas não duvide sempre dos outros.” Machado de Assis CONCLUSÃO