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Pesquisa quantitativa:
abordagem metodológica
  Profa. Dra. Devani Salomão
Pesquisa quantitativa: características
• Baseia-se na experimentação, onde os
  delineamentos podem ser:
   – Pré-experimentais: pouco controle; quase
     nenhum valor científico;
   – Experimentais: grande controle e valor
     científico;
   – Quase experimentais: similares aos
     experimentais, mais sem o controle
     apropriado.
Suas preocupações
• Validade interna: mínimo necessário para
  garantir que o experimento é válido para a
  instância específica onde foi realizado;
• Validade externa: refere-se às questões de
  inferência indutiva ou de generalização do
  experimento/resultados/conclusões;
• Controle das variáveis que ameaçam a
  validade (tanto interna, quanto externa).
Técnicas
• Faz uso intensivo de técnicas estatísticas,
  correlacionando as variáveis e verificando o
  impacto e a validade do experimento.
• A fidedignidade é resolvida por meio da
  estatística.
• A validade deve ser alcançada por meio do
  maior número possível de critérios de
  validade.
Validade interna: variáveis a controlar
• História: são eventos ocorridos entre a
  primeira e a segunda observação ou entre o
  estímulo experimental e uma observação;
• Maturação: processos internos aos sujeitos,
  que são função do transcorrer do tempo;
• Testagem: efeitos da aplicação de um teste
  sobre os escores de uma segunda aplicação;
Validade interna: variáveis a controlar
• Instrumentação: mudanças nos instrumentos
  de medida, nos observadores e nos
  encarregados da atribuição de notas;
• Regressão estatística: fenômeno que ocorre
  quando grupos tenham sido selecionados com
  base em seus escores extremos;
• Vieses de seleção: causados por seleção
  diferencial de sujeitos para a comparação de
  grupos;
Validade interna: variáveis a controlar
• Mortalidade diferencial: causada pela perda
  de respondentes por parte dos grupos
  comparados;
• Interação seleção-maturação e outras
  interações: ocorrem quando um dos grupos
  (de controle experimental) está sujeito a
  maturação ou a uma evolução
  significativamente maior do que a do outro
  grupo.
Validade externa: variáveis a controlar
• Efeito reativo: o pré-teste pode aumentar ou
  diminuir a sensibilidade ou a capacidade de
  respostas dos sujeitos à variável experimental;
• Interação entre os vieses decorrentes da
  seleção e a variável experimental: pode
  ocorrer que os efeitos demonstrados sejam
  válido apenas para a população onde foram
  selecionados o grupo de controle e o
  experimental
Validade externa: variáveis a controlar
• Interferência de tratamentos múltiplos: pois
  os efeitos dos tratamentos anteriores não
  podem ser cancelados.
A pesquisa coerente
• Segundo Gowin (1970, 1981, 2005), o processo de pesquisa
  pode ser visto como uma estrutura de significados cujos
  elementos básicos são conceitos, eventos e fatos.
• O que a pesquisa faz através de suas ações:
   a) Estabelece conexões específicas entre um dado evento,
      seus registros, os julgamentos factuais feitos com base
      nestes registros, os conceitos que focalizam regularidades
      no evento e os conceitos e sistemas conceituais utilizados
      para interpretar os julgamentos factuais a fim de se chegar
      à explanação do evento, entendida como a identificação
      das relações causais a ele subjacentes.
   b) Cria essa estrutura de significados em certa investigação é
      ter feito uma pesquisa coerente.
O V de Gowin
Definindo os componentes da
                 estrutura
• Conceitos - São signos/símbolos que apontam regularidades em
  eventos. Os conceitos, as unidades básicas dos Princípios e das
  Teorias, são utilizados pelos sujeitos para pensar e dar respostas
  rotineiras e estáveis ao fluxo de eventos.
• Princípios - São relações significativas entre dois ou mais conceitos.
  Os Princípios são proposições tomadas a priori como verdadeiras. A
  partir dos princípios, consequências são derivadas e são essas
  consequências que são verificáveis experimentalmente.
• Sistemas Conceituais - São conjuntos de conceitos logicamente
  ligados, usados para descrever regularidades relacionadas (como, por
  exemplo, na Mecânica em Física).
Definindo os componentes da
                   estrutura
• Teorias - São similares a princípios e sistemas conceituais no sentido de
  que expressam relações entre conceitos, porém são mais abrangentes,
  mais inclusivas, envolvendo muitos conceitos e princípios.
• Filosofias - São, por sua vez, sistemas de valores subjacentes às Teorias.
  São visões de mundo, crenças profundas.
Definindo os componentes da
                  estrutura
• Fatos - Podem ter sentidos distintos, porém relacionados. Em um
  primeiro sentido significam registros de eventos que ocorrem
  naturalmente ou que são provocados pelo pesquisador (um evento não
  pode ser estudado se nenhum registro for feito). Em um segundo
  sentido, fatos são asserções, tipicamente em forma verbal ou
  matemática, baseadas em registros dos eventos e nas transformações
  feitas nesses registros. Portanto, nos sentidos usados por Gowin, fatos
  não são, como usualmente se pensa, coisas sobre as quais não se têm
  dúvidas.
Diferenças entre pesquisa
   quantitativa de qualitativa
Estratégias   Quantitativas    Qualitativas
  Dados         Números           Textos
  Análise       Estatística   Interpretação
               Pesquisa de    Entrevista em
Protótipo
                 opinião      profundidade
Qualidade          Hard            Soft
Não há análise estatística sem
          interpretação
• Os dados não falam por si mesmos, mesmo que
  sejam processados cuidadosamente, com modelos
  estatísticos sofisticados.
• A pesquisa numérica possui um amplo repertório de
  formulações estatísticas a seu dispor.
A formalização e a não formalização
               da pesquisa

                        Quantitativa                Qualitativa
Não formalização   Frequências descritivas      Citações, descrições
 Formalização      Modelagem estatística     Modelagem teórico-gráfica
Padrões de boa prática
• A vantagem didática e prática da pesquisa numérica
  é sua clareza de procedimentos e seu elaborado
  discurso de qualidade no processo de investigação.
Rowntree*
• O trabalho quantitativo de Rowntree consistia em
  uma estatística descritiva; se mostrou poderosa
  devido a sua habilidade em expor condições ocultas
  de pobreza e privação.
• “É um fato que pode muito bem causar grandes
  sofrimentos, que nesse país de abundante riqueza,
  durante um tempo de prosperidade sem igual, mais
  de um quarto da população esteja vivendo na
  pobreza” (1902:304).
*sociólogo inglês, fez pesquisas sobre a pobreza em Londres
A recepção dos resultados da pesquisa

• Deve-se levar em conta a recepção pelo público
  pretendido.
• Os achado de pesquisa realizadas com grupos focais
  sobre o consumo de álcool.
Referências bibliográficas
BAUER, Martin W. e GASKELL, George. Pesquisa qualitativa com
texto, imagem e som.Petrópolis: Ed. Vozes, 2003, 2ª. Ed.
GOWIN, D. B. (1970). The structure of knowledge. Educational
Theory, 20(4): 319-28.
GOWIN, D. B.; ALVAREZ, M. (2005). The art of educating with V
diagrams. New York: Cambridge University Press.
MOREIRA, M.A & ROSA, Paulo da Silva. Uma introdução à pesquisa
quantitativa em ensino. Disponível em
http://www.dfi.ufms.br/paulorosa/PesquisaQuantitativa.pdf. Acesso
em 25/1/2013.

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Devani

  • 2. Pesquisa quantitativa: características • Baseia-se na experimentação, onde os delineamentos podem ser: – Pré-experimentais: pouco controle; quase nenhum valor científico; – Experimentais: grande controle e valor científico; – Quase experimentais: similares aos experimentais, mais sem o controle apropriado.
  • 3. Suas preocupações • Validade interna: mínimo necessário para garantir que o experimento é válido para a instância específica onde foi realizado; • Validade externa: refere-se às questões de inferência indutiva ou de generalização do experimento/resultados/conclusões; • Controle das variáveis que ameaçam a validade (tanto interna, quanto externa).
  • 4. Técnicas • Faz uso intensivo de técnicas estatísticas, correlacionando as variáveis e verificando o impacto e a validade do experimento. • A fidedignidade é resolvida por meio da estatística. • A validade deve ser alcançada por meio do maior número possível de critérios de validade.
  • 5. Validade interna: variáveis a controlar • História: são eventos ocorridos entre a primeira e a segunda observação ou entre o estímulo experimental e uma observação; • Maturação: processos internos aos sujeitos, que são função do transcorrer do tempo; • Testagem: efeitos da aplicação de um teste sobre os escores de uma segunda aplicação;
  • 6. Validade interna: variáveis a controlar • Instrumentação: mudanças nos instrumentos de medida, nos observadores e nos encarregados da atribuição de notas; • Regressão estatística: fenômeno que ocorre quando grupos tenham sido selecionados com base em seus escores extremos; • Vieses de seleção: causados por seleção diferencial de sujeitos para a comparação de grupos;
  • 7. Validade interna: variáveis a controlar • Mortalidade diferencial: causada pela perda de respondentes por parte dos grupos comparados; • Interação seleção-maturação e outras interações: ocorrem quando um dos grupos (de controle experimental) está sujeito a maturação ou a uma evolução significativamente maior do que a do outro grupo.
  • 8. Validade externa: variáveis a controlar • Efeito reativo: o pré-teste pode aumentar ou diminuir a sensibilidade ou a capacidade de respostas dos sujeitos à variável experimental; • Interação entre os vieses decorrentes da seleção e a variável experimental: pode ocorrer que os efeitos demonstrados sejam válido apenas para a população onde foram selecionados o grupo de controle e o experimental
  • 9. Validade externa: variáveis a controlar • Interferência de tratamentos múltiplos: pois os efeitos dos tratamentos anteriores não podem ser cancelados.
  • 10. A pesquisa coerente • Segundo Gowin (1970, 1981, 2005), o processo de pesquisa pode ser visto como uma estrutura de significados cujos elementos básicos são conceitos, eventos e fatos. • O que a pesquisa faz através de suas ações: a) Estabelece conexões específicas entre um dado evento, seus registros, os julgamentos factuais feitos com base nestes registros, os conceitos que focalizam regularidades no evento e os conceitos e sistemas conceituais utilizados para interpretar os julgamentos factuais a fim de se chegar à explanação do evento, entendida como a identificação das relações causais a ele subjacentes. b) Cria essa estrutura de significados em certa investigação é ter feito uma pesquisa coerente.
  • 11. O V de Gowin
  • 12. Definindo os componentes da estrutura • Conceitos - São signos/símbolos que apontam regularidades em eventos. Os conceitos, as unidades básicas dos Princípios e das Teorias, são utilizados pelos sujeitos para pensar e dar respostas rotineiras e estáveis ao fluxo de eventos. • Princípios - São relações significativas entre dois ou mais conceitos. Os Princípios são proposições tomadas a priori como verdadeiras. A partir dos princípios, consequências são derivadas e são essas consequências que são verificáveis experimentalmente. • Sistemas Conceituais - São conjuntos de conceitos logicamente ligados, usados para descrever regularidades relacionadas (como, por exemplo, na Mecânica em Física).
  • 13. Definindo os componentes da estrutura • Teorias - São similares a princípios e sistemas conceituais no sentido de que expressam relações entre conceitos, porém são mais abrangentes, mais inclusivas, envolvendo muitos conceitos e princípios. • Filosofias - São, por sua vez, sistemas de valores subjacentes às Teorias. São visões de mundo, crenças profundas.
  • 14. Definindo os componentes da estrutura • Fatos - Podem ter sentidos distintos, porém relacionados. Em um primeiro sentido significam registros de eventos que ocorrem naturalmente ou que são provocados pelo pesquisador (um evento não pode ser estudado se nenhum registro for feito). Em um segundo sentido, fatos são asserções, tipicamente em forma verbal ou matemática, baseadas em registros dos eventos e nas transformações feitas nesses registros. Portanto, nos sentidos usados por Gowin, fatos não são, como usualmente se pensa, coisas sobre as quais não se têm dúvidas.
  • 15. Diferenças entre pesquisa quantitativa de qualitativa Estratégias Quantitativas Qualitativas Dados Números Textos Análise Estatística Interpretação Pesquisa de Entrevista em Protótipo opinião profundidade Qualidade Hard Soft
  • 16. Não há análise estatística sem interpretação • Os dados não falam por si mesmos, mesmo que sejam processados cuidadosamente, com modelos estatísticos sofisticados. • A pesquisa numérica possui um amplo repertório de formulações estatísticas a seu dispor.
  • 17. A formalização e a não formalização da pesquisa Quantitativa Qualitativa Não formalização Frequências descritivas Citações, descrições Formalização Modelagem estatística Modelagem teórico-gráfica
  • 18. Padrões de boa prática • A vantagem didática e prática da pesquisa numérica é sua clareza de procedimentos e seu elaborado discurso de qualidade no processo de investigação.
  • 19. Rowntree* • O trabalho quantitativo de Rowntree consistia em uma estatística descritiva; se mostrou poderosa devido a sua habilidade em expor condições ocultas de pobreza e privação. • “É um fato que pode muito bem causar grandes sofrimentos, que nesse país de abundante riqueza, durante um tempo de prosperidade sem igual, mais de um quarto da população esteja vivendo na pobreza” (1902:304). *sociólogo inglês, fez pesquisas sobre a pobreza em Londres
  • 20. A recepção dos resultados da pesquisa • Deve-se levar em conta a recepção pelo público pretendido. • Os achado de pesquisa realizadas com grupos focais sobre o consumo de álcool.
  • 21. Referências bibliográficas BAUER, Martin W. e GASKELL, George. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som.Petrópolis: Ed. Vozes, 2003, 2ª. Ed. GOWIN, D. B. (1970). The structure of knowledge. Educational Theory, 20(4): 319-28. GOWIN, D. B.; ALVAREZ, M. (2005). The art of educating with V diagrams. New York: Cambridge University Press. MOREIRA, M.A & ROSA, Paulo da Silva. Uma introdução à pesquisa quantitativa em ensino. Disponível em http://www.dfi.ufms.br/paulorosa/PesquisaQuantitativa.pdf. Acesso em 25/1/2013.