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Além da “Self Report” 
Usando latência para responder ao modelo do processo de respostas de 
questões a partir de pesquisas de opinião na Internet 
John E. Newhagen 
Philip Merrill College of Journalism 
University of Maryland 
Este capítulo propõe que medir o tempo que os entrevistados levam para responder a uma 
pergunta pode ser uma ferramenta valiosa na abertura da caixa preta do processo de formação 
de resposta. Medindo-se a latência do tempo de respostas, argumenta-se, oferece uma 
compreensão mais profunda dos processos normalmente relegados ao status de artefatos 
funcionais de auto-relato, tais como a polarização da conveniência social, ao status de processos 
mentais, teoricamente interessantes. Uma advertência importante a acrescentar a esta 
discussão é que a técnica descrita para capturar dados de latência é prático, barato e acessível 
para a maioria dos pesquisadores que utilizam levantamentos baseados na Web. A pergunta 
"Você votou na última eleição presidencial?" é o foco do estudo porque o substancial efeito de 
polarização da desejabilidade social tem sido repetidamente verificado. Desenhando o 
paradigma do processamento de informação, o projeto testa o conceito de que os respondentes 
que estão polarizados quanto à desejabilidade social irão demorar mais tempo para responder 
às perguntas do que aqueles que não estão. Isto é importante porque a questão da votação é 
frequentemente utilizada como um filtro para identificar prováveis eleitores nas próximas 
eleições. Eliminando os entrevistados que relatam mal o seu voto é fundamental para fazer 
previsões precisas sobre o resultado das eleições nas pesquisas desenvolvidas pelo canditados 
como nas patrocinadas pela mídia. Uma análise mais aprofundada dos dados de latência das 
respostas tomadas a partir de “quatro ondas” de questionários transversais administrado pela 
Web, aplicados ao longo de cinco anos, identificam que o período de polarização ocorre em um 
conjunto muito maior de perguntas do que se tinha registrado anteriormente. 
Assim, usando latência de resposta sugere que a polarização da desejabilidade social é mais do 
que um artefato metodológico irritante e deve ser integrado a uma teoria mais ampla do 
processo de geração de resposta na pesquisa de opinião. Além disso, a desejabilidade social 
pode ser apenas um exemplo de como pesquisas de auto-relato podem ser aumentada pela 
latência à medida em se responde ao questionário.
Pesquisas com amostras probabilísticas são o leite materno da pesquisa de opinião pública 
norte-americana. Seus resultados são superados apenas pela importância dos resultados 
eleitorais reais. Uma pesquisa nacional bem executada com 1.200 a 1.400 entrevistados gera 
resultados com uma margem de erro de cerca de 3% na maioria das vezes. Este tipo de exame 
tem sido a espinha dorsal das pesquisas de opinião e atitude por mais de meio século, pois, 
como diz a história, a metodologia pode gerar dados significativos por fornecer amostragem de 
uma grande parte da população que está geograficamente dispersa, algo que outros métodos 
quantitativos não podem fazer. 
No entanto, tão útil como luma pesquisa pode ser, esta metodologia tem sido historicamente 
limitada por informações obtidas através de auto-relato. Isso não é novidade. Presser (1990) 
aponta que a discussão sobre os limites do auto-relato tem lugar em pesquisa de opinião a cada 
10 anos. Nisbett e Wilson (1977) detalharam muitos dos limites de auto-relato em seu artigo 
sobre o tema mais de 30 anos atrás. Pesquisas têm documentado uma série de artefatos ligados 
a auto-relato, incluindo satisficing (a tendência dos respondentes a ir a extremidade positiva de 
uma escala), aquiescendo (o tendência dos respondentes a ir para o meio, ou neutro na escala, 
quando as perguntas são excessivamente complexas), e polarização social desejável (a 
tendência dos respondentes para dar o que eles acreditam ser uma resposta normativamente 
aceitável, mesmo que não reflitam verdadeiramente o seu comportamento ou opinião) 
(Krosnick et al., 2002). Um aspecto importante subjacente à discussão de tais artefatos é a 
suposição de que uma "real" ou "verdadeira" resposta existe, se a questão pudesse ser redigida 
de forma correta. No entanto, enquadrando o problema neste contexto tende a se concentrar 
em questões epistemológicas relacionadas com o processo de medição em vez de procurar os 
processos cognitivos na raiz da discrepância. Simplificando, tenta refazer o instrumento sem 
abordar os limites do que um entrevistado pode relatar verbalmente como "caixas pretas" ou 
obscurece o processo de geração de respostas. Fazer ajustes ao instrumento pode fazer sentido 
em alguns casos, como satisficing ou aquiescer, mas são problemáticos para outros, como a 
polarização de desejabilidade social, onde processos mais complexos que envolvem opinião e 
expressão atitude entram em jogo. 
Polarização de desejabilidade social tem sido reconhecida como um problema em pesquisas de 
comportamento e de opinião por meio século (ver Crowne & Marlowe, 1960). O fenômeno é 
muito parecido com o clima: pesquisadores falam muito sobre isso, mas não foram capazes de 
fazer muito para mudar isso. O viés pode levar a um super ou sub-registro. Perguntas sobre o 
uso ilícito de drogas, tabagismo, aborto e renda são exemplos de temas onde a subnotificação 
foi detectada em estudos de validação (Tourangeau, Rips, e Rasinski, 2000). Temas como voto e
religião figuram entre os que mais verificam super registros. (Schaeffer, 2000). Um traço comum 
na literatura sobre a polarização de desejabilidade social é que a maioria dos tópicos discutidos 
lidam com comportamentos que podem ser validados externamente. No entanto, a validação 
pode revelar-se problemática quando se lida com atitudes, crenças e até mesmo memórias, 
onde a evidência externa direta não existe. 
A pergunta "Você votou na última eleição presidencial?" Tem sido o foco de uma grande parte 
da atenção dada a disparidade entre taxa de participação efetiva, mais ou menos 50% para as 
ultimas eleições presidenciais nacionais, e os resultados da pesquisa típicos, onde cerca de 70 a 
80% dos entrevistados dizem ter votado. Além disso, a votação pode ser verificada ao nível do 
indivíduo entrevistado, ainda que com esforço e recursos consideráveis. Enquanto Presser 
(1990) detalha algumas razões pelas quais a disparidade entre afluência e resultados da pesquisa 
pode ser inflado, ele admite que "relatos exagerados” foram detectados em praticamente todos 
os estudos de validação "(p. 1). Além disso, a norma social é evidente; votar é "a coisa certa a 
fazer." Crianças em idade escolar são socializadas na noção de que o voto é parte de sua 
responsabilidade cívica em uma democracia liberal. No dia de votação, adesivos de “eu votei” 
proliferam. Esta disparidade tem importantes implicações práticas, bem como, tanto 
profissionais quanto acadêmicos confiam seriamente que esta questão seja um filtro nas 
pesquisas pré-eleitorais para identificar prováveis eleitores, a fim de fazer previsões. 
A DIMENSÃO EMOCIONAL DA DESEJABILIDADE SOCIAL 
Dois processos inter-relacionados citados mais frequentemente como causas para a polarização 
da desejabilidade social são a preocupação dos respondentes com a confidencialidade e o 
constrangimento. É lógico que confidencialidade seria uma séria preocupação para um 
relativamente pequeno universo de questões relativas a comportamento ilegal ou anti-social, 
como o uso da maconha, que pode resultar em sanções duras contra o respondente, se os 
resultados forem divulgados. No entanto, normalmente as perguntas em pesquisas de opinião 
sugerem apenas um embaraço se os respondentes sentem que não correspondem ao que eles 
acreditam prevalecer nas normas sociais. Krosnick (1999) define o problema como um viés em 
relatórios destinados a apresentar uma auto-imagem desejável socialmente para um 
entrevistador. Paulhus (1990) divide a escala criada por Crowne e Marlow (1960), que oferece 
alternativas “falsamente boas” às declarações com os resultados pró-sociais, em dois grupos: 
gestão de impressão e auto-engano. Gerenciamento de impressão tem a ver com parecer
agradável na frente do entrevistador, enquanto o auto-engano tem a ver com a manutenção a 
auto-imagem. Questões com polarização da desejabilidade social frequentemente pertencem 
ao segundo grupo. 
Um componente importante deste processo que não é sempre evidenciado é a duvida se o 
respondente está intencionalmente apresentando dados falsos. Do ponto de vista ético isto é 
considerado mentir, ou deturpar conscientemente o que o autor sabe que é verdade. Esta 
suposição é implicitamente incorporado em grande parte da discussão de efeito. No entanto, 
muitos processos cognitivos importantes ocorrem abaixo da consciência e além da capacidade 
do respondente de verbalizá-los. Um exemplo importante é a atribuição de emoção a uma 
construção mental ao formar uma atitude. Evidências sugerem que emoções primitivas, como 
o medo são fortemente ligadas ao sistema nervoso central e geradas impensadamente (Plutchik, 
1989). Respostas emocionais pré-conscientemente geradas a um perigo fazem sentido do ponto 
de vista funcional, onde comportamento adaptativo baseado em informação limitada em tempo 
real é crítica para a sobrevivência (Fridja, 1986). Assim, habituais usuários de maconha podem 
responder "não" às perguntas que abordam o tema sem nunca ter conscientemente 
contemplando se a sua resposta lhes provoca temor de encarceramento. No entanto, questões 
sobre opinião pública ou pesquisas políticas normalmente não evocam esse nível de excitação. 
Mais frequentemente, questões sujeitas a polarização da desejabilidade social lidam com 
violação das normas sociais que mantêm a ameaça de única sanção leve, e evocam 
constrangimento (Tourangeau et al., 2000). 
Constrangimento destaca-se do medo, porque é uma emoção aprendida e a sanção envolvida 
em geral é relativamente leve. Um caso pode ser feito que causa embaraço é aprendido e 
dependente de contexto social, os entrevistados devem estar conscientes da sua circunstância 
a fim de influenciar suas respostas a perguntas pró-sociais. No entanto, Ekman e Davidson 
(1994) usam embaraço como um exemplo de uma emoção que se torna tão altamente 
aprendida que parece ser totalmente integrada ao sistema nervoso central, embora seja 
dependente do contexto social. Se este é o caso, a polarização da desejabilidade social pode ser 
ativada na ausência completa de um agente social, como um entrevistador. O constrangimento 
suscitado por questões cheias de significado poderia ocorrer até mesmo ocorrer em pesquisas 
auto-administradas. Krosnick (1999) aponta que a mentira é um parte da rotina do 
comportamento humano, a pesquisa citando que mostra a maioria das pessoas encontram-se 
pelo menos uma vez a cada dia. 
Essa rotina de mentiras pode ser chamado de mentiras de conveniência, como "Eu amo o seu 
novo penteado", e destina-se principalmente a lubrificar as engrenagens da harmonia social. Ele
conclui que a polarização da desejabilidade social é um processo de auto-engano que pode 
ocorrer inconscientemente no entrevistado. Ele propõe que o processo seja rotulado o 
"interpretação errada," em vez de mentira, evitando assim a insinuação da percepção 
consciente e delito moral. 
O PAPEL DA MEDIDAS INDIRETAS NA CAPTURA DA POLARIZAÇÃO DA DESEJABILIDADE SOCIAL 
Uma série de esforços têm tentado limitar ou, pelo menos, quantificar a polarização da 
desejabilidade social no âmbito da auto-relato. Por exemplo, a utilização de um "falso 
canalizador", o que leva os respondentes a acreditar que entrevistadores tem mais informações 
sobre eles do que eles realmente possuem, provoca respostas mais verdadeiras (Krosnick, 
1999). Uma das tentativas mais notáveis para capturar a polarização através do auto-relato foi 
a Escala de Desejabilidade Social de Crowne-Marlowe (Crowne & Marlowe, 1960), onde são 
oferecidas aos entrevistados alternativas “falsamente boas” às demonstrações de cunho social, 
tais como: "Não importa com quem eu estou falando, eu sou sempre um bom ouvinte"; "É por 
vezes difícil para mim continuar com o meu trabalho, se eu não estou encorajado "; "Lembro-me 
“jogar sujo” para sair de alguma coisa. " 
No entanto, se a polarização é direcionada por um aprendizado emocional fora da consciência, 
não se pode esperar que os entrevistados processem dados introspectivos acerca de seus 
efeitos, não importa o quão inteligente a questão poderia ser. Isso chama a atenção para as 
medidas indiretas de emoção e cognição. 
As medidas de latência. Latência de resposta é uma medida de esforços mentais amplamente 
aceita em laboratório com base na simples premissa de que os tempos de resposta mais longos 
indicam um maior esforço mental. O pressuposto subjacente à medida de latência é que quanto 
mais fortes as ligações entre os nós nas redes associativas que compõem memórias e atitudes, 
mais eles são acessíveis e prontamente lembrados. Por exemplo, a medida tem sido utilizada 
extensivamente para avaliar a memória de informações visuais na pesquisa em televisão (por 
exemplo, ver Newhagen & Reeves, 1991, 1992). Latência para responder também tem sido 
utilizada como uma medida da força de atitude (Bassili, 2000). Fazio, Williams, e Powell (2000) 
colocam uma atitude como uma associação na memória entre um objeto e uma avaliação 
sucinta desse objeto. Assim, a ideia que tem sido amplamente aceita é de que quanto mais 
tempo os entrevistados levam para responder a uma sugestão, maior o esforço mental que eles 
exercem. Feinstein (2000) comparou o auto-relato à latência de resposta em estimativas de 
certeza. Descobriu-se que a foi latência significativamente mais confiável e menos propensa a 
censura consciente de que o auto-relato.
Mas como é que a polarização impulsionada pela desejabilidade social figura-se neste 
mecanismo? Considere o pergunta "Você votou na última eleição presidencial?" Os 
entrevistados que realmente votaram realizariam uma pesquisa simples de memória e dariam 
a resposta adequada rapidamente. Em tal caso o objeto (votação) e a atitude (o voto é parte do 
dever cívico de uma pessoa) estariam intimamente ligados. Da mesma forma, os entrevistados 
que não votaram e não tinham escrúpulos acerca do fato, responderiam à pergunta 
rapidamente. Para os que não votaram e não se arrependeram, o objeto (não votante) e a 
atitude (o meu voto não conta) também estariam fortemente conectados e a resposta seria 
rápida. Em ambos os casos nenhum significativo tumulto emocional subjacente seria provocado 
pela questão. Mas o que dizer de entrevistados que não votam, mas mantêm aa crença de que 
é uma responsabilidade social? Isso representa um problema especial para o processo de 
correspondência objeto-atitude descrita por Fazio. Festinger (1957) apontou a meio século atrás 
que quando uma pessoa confronta inconsistência interna com comportamento e atitude há 
"desconforto psicológico" (p. 2). Se as consequências da não correspondência são graves, tais 
como fumar cigarros tendo evidências de que a prática pode ser mortal, a emoção será o medo. 
Festinger, usando esse mesmo exemplo de fumar, sugere três opções para resolver a 
dissonância: alterar o objeto para coincidir com a atitude, evitar informações sobre a atitude, 
ou "racionalizar" o objeto. 
Uma condição importante que tanto ele como os alunos de polarização da desejabilidade social 
não consideram é a possibilidade de que a incompatibilidade pode ativar uma capa de emoção 
heurística que simplesmente modifica a memória. No exemplo dado acima, em que a 
incompatibilidade é significativa e as consequências são suficientemente graves para gerar um 
estado de medo no indivíduo, tal modificação não seria adaptativa; o resultado seria ignorar 
uma verdadeira ameaça. No entanto, se as consequências da incompatibilidade forem amenas, 
como simples desconfortos sociais, a emoção seria embaraço e a percepção de modificação de 
memória automática pareceria muito mais adaptativa. Krosnick (1999) salienta que esta pode 
ser uma estratégia muito comum usada para evitar situações socialmente inábeis. Francamente 
colocada, esta é a estratégia de dizer às pessoas o que elas querem ouvir quando é socialmente 
conveniente, mesmo que possa não ser a verdade absoluta. A estratégia é perfeitamente 
adaptável à situação no sentido de que o problema seja resolvido sem fazer qualquer ajuste 
concreto para objeto ou atitude; a vida continua. A única questão sobre essa heurística é que, 
embora possa estar acontecendo perto ou abaixo da limiar de consciência, ele ainda requer 
esforço mental que deveria ser detectável pela medida de latência. Se este é o caso com a 
questão de votação, porque não supor que poderia ser o caso em uma ampla variedade de
outros itens típicos pesquisa de opinião pública que sondem disposições e atitudes políticas dos 
entrevistados? 
O PROCESSO A MENTIRA CONVENIENTE: MODELAGEM E MEDIDA DA "INTERPRETAÇÃO 
ERRADA" 
Por ser tão normativamente cobrado e sagrado para a democracia, a questão da votação clama 
por uma descrição dos processos subjacentes sobre geração de respostas. Figura 26.1 detalha 
os componentes de uma resposta a uma pergunta dicotômica simples, tais como "Você votou 
na ultima eleição presidencial? "Estimativas de tempo, com base em cinco ciclos de informação 
coletados ao longo de quatro anos, são incluídos para cada componente. A mecânica do 
programa utilizado para coletar os dados são explicadas no Anexo 26.1, mas basta dizer que o 
entrevistado tem de ler uma pergunta, pensar sobre ela, e usar o mouse do computador para 
responder. Este processo é constituído pelos seguintes componentes: 
 Processamento Somático: Este componente é amplamente composto pelos esforços 
sensoriais e motores necessários para mover o mouse ao redor da tela e clicar nele. Ela 
pode variar de acordo com as variações na acuidade com um mouse e um teclado, mas 
é essencialmente constante entre os respondentes. Uma ou duas questões de 
"treinamento" não utilizadas na análise podem ser incluídas no início da pesquisa para 
dar o entrevistado a oportunidade de praticar o cumprimento da tarefa. O componente 
somático normalmente requer 1000-1500 milésimos de segundo (ms), ou 1 a 1,5 
segundos, para responder a um item dicotômico. 
 Processamento de Significado: O tempo medido durante esta parte do processo retrata 
esforços mentais. Enquanto os processos nominados aqui não são exaustivos, eles 
refletem importantes componentes de pesquisa. Online, o respondente deve ler o texto. 
O significado é extraído da questão e serve como uma sugestão para a busca e avaliação 
da memória. Por fim, uma resposta deve ser gerada. O processo todo leva cerca de 
1500-6000 ms para uma questão dicotômica. Processamento de texto, ou velocidade de 
leitura, deve ser constante entre os entrevistados. O que varia é o tempo que se leva 
para gerar respostas. Polarização de desejabilidade social pode ser responsável por mais 
de 4000 ms de processamento de significado dependendo da magnitude da 
discrepância entre a percepção dos entrevistados sobre normas sociais e sua relação 
com elas. 
É importante reconhecer que os estágios de geração de sentido, reconhecimento de texto, 
recordação, e produção de resposta não são lineares nem independentes. Um pressuposto
fundamental dentro do paradigma de processamento da informação é que tais processos são 
distribuídos por todo o aparato cognitivo do respondente e podem estar ocorrendo 
simultaneamente (ver Rumelhart & McClelland, 1986). Assim, deve-se considerar a ideia de que 
a polarização da desejabilidade social pode começar durante o reconhecimento do texto e 
recordação, além de desempenhar um papel importante na geração de resposta. Dada esta real 
possibilidade, como premissa a suposição de processamento paralelo, existem importantes 
considerações metodológicas para os investigadores considerarem. Por exemplo, quase todo o 
trabalho tendo a latência como uma medida de polarização da desejabilidade social em 
inquéritos administrados por telefone começam a medir latência em algum momento após o 
entrevistador ler a pergunta (Bassili, 2000). Se os entrevistados iniciam a polarização das 
respostas no momento em que a pergunta é lida para eles, então a questão de quando começar 
a medição do tempo de latência pode ter de ser repensado. 
FIGURA 26.1 
Curiosamente, nem a psicologia experimental, nem a pesquisa de opinião consideraram as 
implicações da latência na medição do dizer a verdade. Por exemplo, o Conselho Nacional de 
Pesquisa (2003) listou Ressonância Magnética Funcional (RMF), tomografia por emissão de 
pósitrons (PET), eletroencefalograma (EEG), e outros potenciais eventos relacionados, incluindo 
detecção infravermelha de rubor facial como alternativas às medidas fisiológicas tradicionais 
associados com testes de polígrafo em compreensão de texto sobre detecção de mentira, mas 
não a latência para responder. Na onda dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, 
grandes esforços têm ocorrido para fazer exatamente isso, usar sofisticadas medidas implícitas 
de estresse e outros indicadores psicofisiológicos para escanear viajantes nos aeroportos em 
tempo real (Frank, 2008). No entanto, a latência de resposta também não tem sido parte 
daquele projeto. 
Um crescente grupo de pesquisa tem demonstrado que a duração do tempo que uma pessoa 
leva para fazer um julgamento pode ser usado para medir as avaliações, tais como avaliações de 
estimativas dos níveis de segurança em sistemas técnicos baseados em regras (Feinstein, 2000), 
e esses dados se mostraram mais confiáveis e válidos do que o auto-relato. A indústria artesanal 
conhecida como neuromarketing hoje emprega as ferramentas da psicofisiologia, como a 
eletromiografia (EMG) e exploração do cérebro em consultoria política (Gellene, 2008). No 
entanto, isso foi em grande parte restrito a locais experimentais onde apenas alguns sujeitos 
eram testados por vez. Ekman e O'Sullivan (1991) demonstraram em laboratório que mudanças 
medidas na musculatura facial de um indivíduo podem detectar mentiras através da utilização 
de dados de EMG. Mas a utilização do aparelho experimental necessário colher tais dados é
impraticável fora do laboratório. Krosnick (1999) sugere o tempo de reação como uma 
alternativa. Um recente lista de consultores utilizando medidas cognitivas descobriram apenas 
um exemplo de uma empresa, TargetPoint com sede na Virgínia, que emprega latência para 
medidas de resposta em pesquisas na Web (Gellene, 2008). Os consultores da TargetPoint 
interpretam tempos de latência mais rápidos como indicadores de convicções mais fortes, uma 
conclusão mais ou menos de acordo com a discussão aqui. 
Em resumo, o uso de medidas de latência para complementar questões padronizadas de 
pesquisas de opinião auto-relatadas incitam as seguintes perguntas: 
• Os entrevistados que dizem "sim" à pergunta "Você votou na última eleição presidencial?" 
podem ser diferenciadas de acordo com a veracidade de sua resposta com base no tempo que 
levaram para gerar uma resposta? 
• Se a latência pode ser usada para razoavelmente definir grupos de entrevistados que disseram 
ter votado em grupos de resposta "rápidos" e "lentos", poderá esta diferenciação prever 
resultados em Itens da escala Social Desejável de Crowne-Marlowe? 
• Se as notas de latência são usados para separar os entrevistados que disseram ter votado em 
dois grupos, ajustes revelarão uma possível polarização entre outras questões normativamente 
carregadas, tais como o uso da mídia e auto eficácia política? 
DEMONSTRANDO LATÊNCIA AO RESPONDER QUESTIONÁRIOS DE PESQUISA NA WEB 
Amostragem 
Os dados para este projeto foram coletados por meio de amostragem bola de neve, um 
procedimento implementado utilizando membros conhecidos da população-alvo e, em seguida, 
pedindo-lhes para recrutar outros membros dessa população e assim por diante (Babbie, 1998). 
Esta estratégia foi utilizada como a forma mais eficiente para recrutar respondentes que têm 
acesso à Internet. Uma comparação cuidadosa com os dados recentes do Estudo das Eleições 
Nacionais Americanas (ANES), o padrão-ouro entre os pesquisadores de opinião pública, mostra 
que os respondentes neste estudo foram comparados favoravelmente sobre as variáveis-chave. 
A Tabela 26.1 mostra uma comparação entre os dados obtidos durante os ciclos 4 e 5, os dados 
do NES de 2003, e os dados de NES para os internautas em 2000. 
Os entrevistados foram recrutados por alunos de cursos sobre métodos de pesquisa de opinião 
pública. Cada estudante deveria recrutar 10 respondentes, como uma exigência do curso. Eles 
foram instruídos para não recrutar outros estudantes ou profissionais de mídia e foram 
encorajados a recrutar um grupo mais diversificado possível, através de variáveis demográficas
como idade, sexo, escolaridade e renda. Muitos estudantes recrutaram membros das suas 
famílias. Além disso, não era incomum que familiares de um aluno recrutassem pessoas dentro 
de seu local de trabalho ou entre os seus amigos. Apesar de os entrevistados permaneceram 
anônimos, foram emitidos números de identificação para o registro on-line e conclusão da 
pesquisa. Recrutadores foram capazes de verificar a lista de questionários preenchidos com os 
números de identificação de casa respondente para determinar uma taxa de resposta, que foi 
de 74% em todos os anos e ciclos do estudo. 
Instrumento 
Cinco ciclos de coleta de dados foram feitas entre 1999 e 2003 (N = 2.189). Os entrevistados 
foram convidados a responder perguntas relacionadas com o caso mais bem documentado de 
polarização de desejabilidade social - excesso de informação da votação. Os itens douestionário 
também sondaram atitudes politicas, comportamentos e eficácia política própria, bem como a 
exposição de mídia e variáveis demográficas. Os dois últimos cilcos também incluiram questões 
pontuais da Escala de Desejabilidade Social de Crowne e Marlowe (1960). Ela é uma das escalas 
mais comumente empregadas para medir a necessidade de aprovação de um indivíduo. Como 
originalmente desenvolvido, esta medida continha 33 item de falso-verdadeiro que descreviam 
tanto comportamentos aceitáveis porém improváveis, bem como aqueles considerados 
inaceitáveis, mas prováveis. 
TABELA 26.1 
COMPARANDO AUTO-RELATO AOS RESULTADOS DE LATÊNCIA 
Diferenciando entrevistados por Resultados de Latência 
O primeiro passo na análise focou-se nas pontuações de auto-relato e latência para a pergunta 
"Você votou na última eleição presidencial? Um total de 74,9% dos entrevistados relataram que 
votaram, enquanto participação nacional foi, na verdade, um pouco acima de 50%, indicando 
cerca de 25% dos entrevistados pode ter reportado erroneamente seu comportamento em 
relação ao voto. A percentagem de entrevistados que afirmam ter votado neste estudo se 
aproxima bastante (cerca de 2%) dos resultados recentes do ANES baseados em amostragens 
nacionais (Newhagen, 2004). Enquanto a divisão 25-75 é comum em conjuntos de dados 
contemporâneos do ANES, dados relativos a 2000 foram especialmente interessantes porque 
eles continuaram a mostrar o voto a uma taxa de 25% maior do que participação nacional, 
apesar de tentativas de colocar a questão do voto de uma forma que permitisse aos 
entrevistados dizer sem constrangimento que não votaram.
Para fins de análise, os entrevistados que disseram ter votado foram divididos em dois grupos, 
aqueles que responderam às perguntas rapidamente e aqueles que responderam lentamente. 
O ponto de ruptura nas pontuações de latência entre aquele que disseram que votaram foi 
definido de tal forma que o grupo "rápido" representou 50% do total da amostra e o grupo 
"lento" representou 25% do total da amostra. Esta tática baseia-se na suposição, proposta 
anteriormente, que as respostas precisas seriam mais rápidas do que as respostas imprecisas e 
destinam-se a refletir a disparidade entre taxa de participação efetiva e dados auto-relatados 
típicos para a maioria das pesquisas de opinião pública. Os 25% restantes da amostra foram 
compostos por aqueles que eles disseram não votaram. A análise de variância revelou uma 
diferença significativa entre as pontuações de latência através voto de auto-relatado ajustado 
para a latência, F (2, 610) = 6,98, p <0,001. A figura 26.2 mostra que as pontuações para os 
eleitores "rápidos" (M = 2.401 ms, DP = 764 ms) foi praticamente idênticas ao das pontuações 
para não-eleitores (M = 2.403 ms, DP = 797 ms), enquanto os eleitores "lento" marcaram 200 
ms acima de qualquer um desses grupos (M = 2.664 ms, DP = 644 ms). 
A semelhança entre a tendência central e a variação e eleitores “rápidos” e os que não votaram 
- e a dissimilaridade dos eleitores “lentos” com estes dois grupos - é fundamental para a 
suposição de que a latência pode ser usada para diferenciar os verdadeiros eleitores dos 
entrevistados que deram declarações incorretas. Simplesmente não havia nenhum grupo 
análogo de não-votantes "lentso" semelhantes ao grupo "lento" que disseram que votaram. Este 
semelhança entre os respondentes "rápidos" que disseram que votaram e os não-eleitores é 
impressionante e suporta o argumento apresentado aqui. Isto é, definindo a percentagem 
cumulativa de respondentes a 50%, a taxa de participação efetiva na eleição anterior, gerou 
pontuações de latência praticamente idênticas para ambos eleitores e não-eleitores, como foi 
anteriormente sugerido. 
FIGURA 26.2 
Latência e a Escala de Itens Crowne-Marlowe. O próximo passo na análise foi testar se a votação 
auto-relatada ajustado para a latência poderia prever resultados em itens selecionados da 
Escala de Desejabilidade Social de Crowne-Marlowe. Os seis itens sobre comportamentos pro-sociais, 
semelhante a perguntas sobre um levantamento político típico, foram selecionados, 
sendo três de medição manutenção de imagem e três de medição auto-engano. A Tabela 26.2 
mostra as associações estatísticas entre os itens da Escala de Desejabilidade Social de Crowne- 
Marlowe Escala de Desejabilidade Social e votação auto-relatados ajustados para a latência; três 
dos seis testes foram significativos usando a estatística de qui-quadrado. No entanto, resultados 
de todas as seis comparações foram na direção prevista, com os eleitores "lentos" mais
prováveis para dar respostas de "falso bom", ou seja, as questões redigidas para incitar 
respostas errôneas de comportamentos pró-sociais. A aplicação de um teste de sinal rendeu 
uma associação significativa com p <.05. 
Quando os dados de latência foram comparados com os itens de Crowne-Marlowe, todos os seis 
testes foram estatisticamente significativos. Eleitores "lentos" levaram mais tempo para 
responder a itens de Crown-Marlowe do que qualquer um dos outros dois grupos (votantes 
"rápidos" e não-votantes). Por exemplo, este foi o caso da relação entre votação auto-relatada 
ajustado para a latência e concordância com a afirmação "Houve momentos em que eu me senti 
como se rebelar contra as pessoas em posição de autoridade, embora eu sabia que eles estavam 
certos, "F (2, 671) = 11,49, p <0,001. Eleitores "lentos" levaram mais tempo (M = 8.668 ms, SD = 
4.460 ms) nos itens de Crown-Marlowe do que quaisquer eleitores "rápidos" (M = 6.896 ms, DP 
= 4460 ms) ou não-eleitores (M = 6.276 ms, DP = 3.749 ms). Em cada um dos seis testes, os 
eleitores "lentos" levaram pelo menos 1000 ms a mais para responder do que qualquer um dos 
outros dois grupos. 
Deste modo, enquanto a análise dos dados de auto-relato sozinha previu resultados apenas em 
níveis ocasionais, tanto um teste de sinal de respostas de auto-relato quanto a análise de 
variância de dados de latência suporta a idéia de que o voto de auto-relatado baseado na 
latência pode ser usado para prever resultados na Escala de Desejabilidade Social de Crown- 
Marlowe. Aqueles que eram lentos para dizer que tinham votado também tenderam a dar a 
resposta socialmente desejável itens de Crown-Marlowe e foram mais lentos do que o outros 
dois grupos de voto para responder. Esta análise suporta ainda mais o valor do uso da latência 
em dados de reação para realçar o auto-relato. 
TABELA 26.2 
Outras análises mostraram algumas associações intrigantes entre a latência para responder à 
questão sobre votação e tanto a auto-eficácia politica quanto ao uso meios de comunicação, 
revelando possíveis polarizações de desejabilidade social entre as questões que não tenham 
sido previamente consideradas. 
Auto eficácia Política. Auto eficácia politica é a capacidade lidar e operar de maneira eficaz com 
o sistema político e é distinto de julgamentos sobre a o desempenho do sistema em si. A bateria 
de seis perguntas, incluindo itens como "Eu sinto que eu tenho uma boa compreensão das 
questões políticas importantes que nosso país enfrenta" e "Eu me considero bem qualificado 
para participar na política", foram incluídos (para uma explicação dos itens de eficácia utilizados 
neste estudo, ver Craig, Niemi, & Silver, 1990). A Figura 26,3 mostra que o auto-relato tanto para
eleitores "rápidos" quanto "lentos" foram quase idênticos e bem acima das pontuações de não-eleitores. 
Por outro lado, a Figura 26.4 mostra eleitores "rápidos" e não votantes levaram uma 
quantidade quase idêntica de tempo para responder à pergunta, enquanto eleitores "lentos" 
levaram um segundo (1000 ms) a mais que qualquer um desses grupos. Olhando os dados de 
latência para esta pergunta e comparando ao auto-relato evidencia-se uma clara tendência para 
a polarização da desejabilidade social que não seria óbvia olhando somente para auto-relatos. 
Esta tendência persistiu em todas as outras cinco variáveis de eficácia. 
Estes resultados estão em linha com a noção de que, como acontece com a votação, a nossa 
sociedade promove envolvimento ativo dos cidadãos no sistema político e que relatar elevada 
auto-eficácia política seria socialmente desejável. 
FIGURA 26.3/26.4 
O Uso de Meios de Comunicação. A mesma tendência encontrada para respostas de auto-eficácia 
apareceram em questões relacionadas ao uso de meios de comunicação. Aqui, a norma 
social seria a de que os cidadãos devem monitorar notícias para manterem-se bem informados 
sobre os acontecimentos atuais. Os dados mostram que os eleitores "lentos" tiveram 
praticamente a mesma pontuação dos eleitores "rápidos", e bem acima dos não-eleitores, no 
item de auto-relato sobre telejornais (Figura 26.5). No entanto, os eleitores "lentos" novamente 
levaram um segundo mais para responder à pergunta que tanto os eleitores "rápidos" ou não-eleitores 
(Figura 26.6). Tal como acontece com a bateria de auto-eficácia, esta tendência 
persiste entre outras questões sobre uso de meios de comunicação. 
Sexo e estado civil. Apesar do viés de resposta evidente para os itens sobre votação e uso da 
midia, a questão que permanece é se há uma categoria de perguntas factuais sem o componente 
de desejabilidade social. Se tal categoria de perguntas existe, a lista pode incluir variáveis 
demográficas onde há menos incentivo social para deturpar a realidade, como renda, mas não 
em outros, onde há algum benefício perceptual plausível, como idade, sexo e estado civil. 
Para testar esse conceito, as pontuações de latência para a questão de gênero foram 
comparadas à votação ajustada para a latência. Como se viu, os entrevistados que estavam 
lentos para dizer "sim" à pergunta sobre votação também eram consideravelmente mais lentos 
respondendo à questão de gênero (para ambos os sexos masculino e feminino). Por outro lado, 
não houve diferença significativa entre a votação ajustada para a latência e pontuações de 
latência para questão sobre estado civil . Isto pode sugerir que a questão de gênero leva os 
respondentes a pensar sobre questões relacionadas que foram destaque na política 
contemporânea e no discurso cultural. Os direitos dos homossexuais e os direitos das mulheres
representam duas questões em que há uma divisão consistentemente significativa na opinião 
entre os entrevistados, às vezes chamado de "Fosso cultural" (Fiorina, 2005). Dessa forma, os 
entrevistados com tendência a polarização da desejabilidade social podem despender esforço 
mental adicional ao responder o que parece ser uma pergunta simples, simplesmente porque 
evoca a análise de questões colaterais que têm respostas socialmente corretas. 
FIGURA 26.5 3 26.6 
Efeitos de Interação. Finalmente, examinando a complexidade da atual cobertura jornalística 
associada à definição de eventos na política nacional mostra como latência de resposta pode 
revelar interações entre os fatores que não seriam aparentes olhando unicamente para dados 
de auto-relato. 
A análise da interação foi realizada através da comparação de dados a partir de três ciclos deste 
projeto. O primeiro ciclo foi tomado perto do final do segundo mandato do ex-presidente Bill 
Clinton. Naquela ocasião, o tema que dominava o noticiário era seu caso com estagiária Monica 
Lewinsky. Enquanto a Imprensa de Washington parecia obcecada com o escândalo, dada a 
quantidade de atenção que foi dada ao tema, pesquisas de opinião pública mostraram que a 
maioria das pessoas não era tão interessada no assunto ou persuadida pela cobertura (ou eles 
claramente distinguiram entre a vida privada do presidente e a performance pública no 
escritório). O índice de aprovação de Clinton, assim, manteve-se elevado. O segundo ciclo foi 
administrado na sequência das eleições presidenciais de 2000 entre George W. Bush e Al Gore. 
Essa eleição também recebeu uma grande quantidade de cobertura da midia, à medida que se 
arrastava por semanas a decisão sobre quem ganhou a eleição finalmente ser decidido no 
tribunal. Finalmente, um terceiro ciclo de dados foram coletados uma semana após os ataques 
terroristas de 11 de setembro de 2001, um evento que consumiu a consciência americana. 
Pode ser dito que o ciclo Clinton constituiu uma era de noticias de baixa compleo xidade, a 
Eleição Bush-Gore representou uma era de noticias de complexidade moderada, e 11 de 
Setembro marca um momento de notícias de complexidade extrema. A comparação entre as 
pontuações de latência para as variáveis relatadas, incluindo a auto-eficácia política e uso dos 
meios de comunicação, revelou um interessante conjunto de interações, onde o efeito de 
desejabilidade social foi mais forte quando a intensidade da notícia era baixa ou moderada. No 
entanto, em momentos de crise, as pontuações de latência convergiram, especialmente 
para o uso de meios de comunicação. Essas interações sugerem que até mesmo os eleitores 
"lentos" sabem que o que agrupam a obrigação cívica de prestar atenção aos acontecimentos 
em tempos de crise, e responder a perguntas sobre mídia com a consciência tranquila, porque
eles estão engajados como cidadãos. Eles são, no entanto, propensos à polarização de suas 
respostas às normas sociais em momentos menos estressantes. Estas interações não foram 
detectadas baseando-se exclusivamente em auto-relato. Uma discussão completa destes 
resultados podem ser encontrados em Newhagen (2002). 
DENTRO DA CAIXA PRETA DAS RESPOSTAS DAS PERGUNTAS DE PESQUISA 
A Polarização da Desejabilidade social tem sido um espinho perene no que se refere à pesquisa 
de opinião porque, pela sua própria natureza, freqüentemente produz respostas imprecisas 
para questões centrais para a comunicação política. Embora todos os tipos de estratégias têm 
sido empregadas para prender ou corrigir o problema no contexto de auto-relato, tais como 
conjuntos de formulação de respostas de uma forma que retira o estigma de respostas 
socialmente incorretas, nenhum tem realmente sido amplamente aceito como uma solução. 
Outras alternativas requerem enganos, tais como manipulação de auto impressão dos 
entrevistados com um "canalizador falso" (Paulhus, 1990). A técnica envolve dizer aos sujeitos 
que suas respostas estão sendo monitoradas por uma máquina ou um polígrafo (detector de 
mentiras), resultando em respostas mais verdadeiras. Eletrodos e fios conectados aos 
participantes, que representam um meio confiável para detectar a verdade, não são 
necessariamente reais. Krosnick (1999) sugere alternativas como medidas psicofisiológicas que 
poderiam medir os processos cognitivos mais diretamente, mas suas sugestões requerem 
equipamento elaborado adequado para experimentos em pequena escala em um ambiente de 
laboratório e não seria viável em um contexto de uma pesquisa. Ele também questiona a 
validade de técnicas estatísticas post hoc, como a ponderação. 
A análise aqui apresentada testa uma alternativa bastante simples para detectar a polarização 
da desejabilidade social - atentando para o tempo que os entrevistados levam para responder 
as perguntas da pesquisa. Os resultados para a pergunta sobre votação, itens de uso de mídia e 
interações de complexidade entre noticias apoiam a noção de que latência pode ser uma medida 
útil para a detecção de entrevistados que podem não estar relatando seus comportamentos ou 
atitudes com precisão. Identificar este grupo pode ter importantes aplicações teóricas e 
práticas. Pesquisadores políticos esperam prever resultados eleitorais, por exemplo, dependem 
fortemente da questão de voto e outras semelhantes a ela como questões de filtro para 
identificar "prováveis eleitores." (Para a lista completa de perguntas de filtragem do Washington 
Post, ver Morin, 2004.).
A Psicologia clínica tem contribuído substancialmente em pesquisas sobre a polarização da 
desejabilidade social baseada no Minnesota Multiphasic Personality Inventory (MMPI), um 
instrumento que tem sido utilizado na indústria há décadas para avaliar a aptidão psicológica de 
potenciais funcionários (por exemplo, ver Holden, 1995). Uma óbvia fraqueza do instrumento é 
a preocupação de que os candidatos podem conscientemente fazer-se parecer tão desejável 
quanto possível para potenciais empregadores. No entanto, a polarização na opinião pública e 
pesquisas políticas tem de ser vistas como algo distinto ao tipo de engano consciente 
empregado por respondentes tortuosos do MMP. As apostas e sanções não são tão elevadas e, 
consequentemente, a condução do processo de polarização subjacente pode ser diferente 
também. Isto leva a uma discussão sobre a consideração dos limites de auto-relato e as 
vantagens de medidas indiretas de esforço mental. 
Aceitando a latência como ferramenta metodológica viável para detectar e controlar, a 
polarização da conveniência social repousa sobre pressupostos teóricos importantes sobre a 
questões que às vezes vão além dos limites usuais de conversas sobre o tema. Uma proposição 
de dados aqui apresentados sugerem que a polarização de desejabilidade social não se limita a 
uma faixa estreita de tópicos onde existem problemas óbvios de constrangimento do 
respondente. De fato, os traços de polarização foram encontrados em muitas variáveis neste 
projeto. Mesmo as perguntas tão simples como o gênero do entrevistado não estão imunes. 
Uma explicação alternativa de todos estes dados poderiaa revelar simplesmente que algumas 
pessoas levam mais tempo para responder às perguntas do que outras. Mas isso só torna a 
questão mais problemática. Um exame cuidadoso da votação auto-relatado ajustado para a 
latência mostra que as distribuições de latência para eleitores "rápidos" e não-eleitores são 
muito semelhantes, enquanto as pontuações para os eleitores "lentos" são singularmente 
distintas delas. Resposta lenta é mais do que um estilo cognitivo - destaca-se como uma 
característica proeminente de respostas entre um subconjunto dos entrevistados que relataram 
ter votado, mas não aparece entre os que disseram que não votaram. Há uma riqueza na 
literatura da comunicação política e psicologia elaborando a importância da complexidade 
esquemática na cognição (para exemplos, ver Collins & Loftus, 1988; Fiske, 1986; Garramone, 
Steele, e Pinkleton, 1991; Lau, 1986; McGuire, 1990). A premissa básica do modelo de 
processamento de informação de comunicação é que a complexidade cognitiva gera esforço que 
leva tempo, que pode ser medido. Modelos esquemáticos da memória e da atitude propoem 
que dois fatores devem ser levados em conta a respeito de recuperação da memória ou geração 
de atitude - tanto a complexidade do esquema como a força das associações dentro deles. 
Assim, as informações de esquema simples devem estar prontamente disponíveis. Este cenário
pode representar esquema político para muitos não-eleitores que não prestam muita atenção 
à ecologia política. Mesmo quando há um aumento da complexidade, se as ligações entre os nós 
são fortes, a recuperação ainda deve ser rápida. Isso descreve a controvérsia de (1964) 
"ideólogos", os entrevistados que têm enquadramentos ideológicos complexos bem formados 
disponíveis para processar a informação política. 
Mas o que dizer de entrevistados impulsionados por esquema fracamente ligados a relativas 
questões específicas, tais como o controle de armas, ou circunstâncias temporais, como a 
situação da economia? A teoria do processamento de informações poderia prever que este 
grupo irá geralmente levar mais tempo para responder a muitos dos tópicos que aparecem nas 
pesquisa de opinião pública ou de estudos políticos, porque eles não têm opiniões formadas 
sobre certas questões. Poderia ser ainda postulado que este grupo não só leva mais tempo, bem 
como dá vazão a um sistema de crenças que estaria mais inclinado a depender da referência de 
normas externas. Este grupo seria, portanto, mais apto a dar respostas socialmente desejáveis 
em quase qualquer assunto. Tempos de processamento longos dependentes em pesquisas para 
as normas sociais de base também podem correr o risco de ter estados emocionais, tais como 
culpa ou vergonha, colorindo as respostas porque eles iriam 
evocar processos mais complexos de geração de resposta do que uma busca de memória 
simples. Este grupo pode ser pensado como "ruminadores", ou entrevistados que despendem 
de um maior esforço mental e portanto, mais tempo para avaliar suas atitudes e opiniões. Eles 
representam mais de um terço de todos os entrevistados, um percentual que direciona 
grosseiramente para o modelo de conversão para as pessoas que observam o cenário político 
com mais rigor. 
Isso eleva a polarização da desejabilidade social a um estado de incômodo metodológico para 
uma aspecto teoricamente impulsionado do processo de respostas a perguntas, e deve ser 
considerado como tal na interpretação dos resultados de pesquisa gerais. Essa compreensão 
pode mudar o discurso sobre pesquisa de opinião dramaticamente. Se sabemos, por exemplo, 
que alguns entrevistados sistematicamente reportam um excessso de leitura de jornais, o 
problema vai além de simplesmente como controlar erros estatísticos. Bartels (1993), por 
exemplo, argumenta que os erros de medição da exposição na mídia auto-relatada é provável 
que seja de substancial magnitude, imprevisível em termos de direção, e propenso a correlações 
enviesadas com opiniões políticas. Ele propõe que mesmo as estatísticas mais comuns podem 
subestimar os efeitos globais das notícias de televisão, em 50%.
Se a sociedade atribui mais valor a alguns meios de comunicação do que para outros (por 
exemplo, ler mais jornais e assistir menos televisão e preferir noticias de qualquer tipo a 
conteúdos de entretenimento) e um grupo de respondentes que entendem as normas, mas não 
está de acordo com elas, o resultado é propenso a produzir viés de resposta sistemática em 
pesquisas. Esta situação vai muito além de questões sobre voto. 
Dirigindo-se ao chamado problema de efeitos fracos em pesquisa de comunicação política exige 
não só reconhecimento de artefatos estatísticos decorrentes de metodologias favorecidas, mas 
também um foco nas implicações do descumprimento de normas sociais e políticas na medição 
de opinião e atitude. 
Talvez entrevistados que sabem o que é a norma, mas não a cumprem estão realmente nos 
dando as respostas certas; pode ser que nós estejamos fazendo as perguntas erradas. Qual seria 
a resposta padrão e pontuações de latência para que a pergunta "Pessoas como eu deveriam 
votar?" se assemelhasse comparativamente a questionar se os entrevistado realmente votam? 
ANEXO 26.1 
Captura de Latência em informações de resposta em uma pesquisa online 
A principal diferença entre arquivos HTML básicos e softwares usados para recuperar dados de 
uma pesquisa na internet é a inclusão de alguns pequenos programas executáveis escritos em 
linguagem de programação Java. Os dados para este projeto foram recuperados dentro de 
arquivos CGI do servidor do sistema da mesma forma utilizada por muitos programas de 
recuperação de dados com base em servidores. A seqüência de eventos a seguir ocorreu durante 
uma sessão de entrevista: 
• Primeiramente, os entrevistados foram recrutados para a participação em um estudo de 
pesquisa na web. Acerca do acesso à URL fornecida pelo recrutador, foi mostrada aos 
entrevistados uma página perguntando se eles podiam ver um relógio em sua tela. Esta 
operação determinava se o computador do respondente tinha um plug-in instalado capaz de ler 
a linguagem de programação Java utilizada para recuperar os tempos de latência. Se o relógio 
(com base em um miniaplicativo Java) aparecesse, o entrevistado era instruído a clicar em um 
botão "continuar". Se o relógio não aparecesse, o entrevistado era instruído a clicar em um link 
levando-os para um site onde o plug-in Java necessário podia ser baixado gratuitamente. Depois 
eles foram convidados a continuar.
• Para continuar, os entrevistados foram solicitados a digitar um número de identificação do 
recrutador e um número de identificação de entrevistado anônimo fornecidos pelo recrutador, 
que foram registrado para fins de escrituração. 
• Após o processo, o navegador do entrevistado ativava um arquivo HTML com um 
miniaplicativo embutido nele para cada pergunta da pesquisa. Estes miniaplicativos foram 
carregados nos computadores dos respondentes e foram executados em segundo plano 
enquanto a sessão ocorreu. 
• Os entrevistados, em seguida, viram uma breve página introdutória. Na parte inferior da 
página eles eram instruídos a clicar em um botão "continuar". Ao clicar no botão Continuar, o 
miniaplicativo correspondente à primeira questão seria executado, exibindo o texto da pergunta 
e uma resposta alinhada verticalmente definido com um botão ao lado de cada resposta. 
• Para responder, os entrevistados clicaram no botão apropriado, em seguida clicando em um 
link na parte inferior da página dizendo "próximo". Um miniaplicativo caomputa e armazena o 
tempo, em milissegundos, a partir do momento a questão apareceu pela primeira vez até o 
botão "next" ser seleccionado. O miniaplicativo também registrou um valor numérico 
correspondente ao item do conjunto de respostas selecionado pelo entrevistado. 
Esta seqüência foi repetida para cada pergunta na pesquisa. No final da pesquisa aorespondente 
clicava em um botão "enviar", neste momento os dados de latência e de auto-relato de cada 
miniaplicativo eram transferidos para um único arquivo no servidor de pesquisa. Este processo 
fez a cronometragem latência função local para o computador do entrevistado e isolados-lo de 
variação na rede desempenho. 
Os dados para cada entrevistado foram posteriormente concatenados em um arquivo mestre 
delimitada por separadores que foi lido pelo programa de estatística SPSS. 
A mecânica da parte HTML do projeto deve estar bem dentro da experiência de um nível 
intermediário de Web designer. A criação dos miniaplicativos Java requerem um experiente 
programador de Java. Além disso, os modelos para conjuntos de resposta de vários 
comprimentos tinham de ser criados, juntamente com arquivos de biblioteca e outros 
programas de apoio no servidor pesquisa. O custo desta porção do programa de 
desenvolvimento é relativamente modesto e representa uma despesa de uma só vez. Uma vez 
que o sistema está instalado e funcionando o investigador ou assistente treinado deve ser capaz 
de gerenciar a coleta de dados sem maiores custos de programação.
Cap. 26   além do auto-report survey de opinião pública baseada na web

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Cap. 26 além do auto-report survey de opinião pública baseada na web

  • 1. Além da “Self Report” Usando latência para responder ao modelo do processo de respostas de questões a partir de pesquisas de opinião na Internet John E. Newhagen Philip Merrill College of Journalism University of Maryland Este capítulo propõe que medir o tempo que os entrevistados levam para responder a uma pergunta pode ser uma ferramenta valiosa na abertura da caixa preta do processo de formação de resposta. Medindo-se a latência do tempo de respostas, argumenta-se, oferece uma compreensão mais profunda dos processos normalmente relegados ao status de artefatos funcionais de auto-relato, tais como a polarização da conveniência social, ao status de processos mentais, teoricamente interessantes. Uma advertência importante a acrescentar a esta discussão é que a técnica descrita para capturar dados de latência é prático, barato e acessível para a maioria dos pesquisadores que utilizam levantamentos baseados na Web. A pergunta "Você votou na última eleição presidencial?" é o foco do estudo porque o substancial efeito de polarização da desejabilidade social tem sido repetidamente verificado. Desenhando o paradigma do processamento de informação, o projeto testa o conceito de que os respondentes que estão polarizados quanto à desejabilidade social irão demorar mais tempo para responder às perguntas do que aqueles que não estão. Isto é importante porque a questão da votação é frequentemente utilizada como um filtro para identificar prováveis eleitores nas próximas eleições. Eliminando os entrevistados que relatam mal o seu voto é fundamental para fazer previsões precisas sobre o resultado das eleições nas pesquisas desenvolvidas pelo canditados como nas patrocinadas pela mídia. Uma análise mais aprofundada dos dados de latência das respostas tomadas a partir de “quatro ondas” de questionários transversais administrado pela Web, aplicados ao longo de cinco anos, identificam que o período de polarização ocorre em um conjunto muito maior de perguntas do que se tinha registrado anteriormente. Assim, usando latência de resposta sugere que a polarização da desejabilidade social é mais do que um artefato metodológico irritante e deve ser integrado a uma teoria mais ampla do processo de geração de resposta na pesquisa de opinião. Além disso, a desejabilidade social pode ser apenas um exemplo de como pesquisas de auto-relato podem ser aumentada pela latência à medida em se responde ao questionário.
  • 2. Pesquisas com amostras probabilísticas são o leite materno da pesquisa de opinião pública norte-americana. Seus resultados são superados apenas pela importância dos resultados eleitorais reais. Uma pesquisa nacional bem executada com 1.200 a 1.400 entrevistados gera resultados com uma margem de erro de cerca de 3% na maioria das vezes. Este tipo de exame tem sido a espinha dorsal das pesquisas de opinião e atitude por mais de meio século, pois, como diz a história, a metodologia pode gerar dados significativos por fornecer amostragem de uma grande parte da população que está geograficamente dispersa, algo que outros métodos quantitativos não podem fazer. No entanto, tão útil como luma pesquisa pode ser, esta metodologia tem sido historicamente limitada por informações obtidas através de auto-relato. Isso não é novidade. Presser (1990) aponta que a discussão sobre os limites do auto-relato tem lugar em pesquisa de opinião a cada 10 anos. Nisbett e Wilson (1977) detalharam muitos dos limites de auto-relato em seu artigo sobre o tema mais de 30 anos atrás. Pesquisas têm documentado uma série de artefatos ligados a auto-relato, incluindo satisficing (a tendência dos respondentes a ir a extremidade positiva de uma escala), aquiescendo (o tendência dos respondentes a ir para o meio, ou neutro na escala, quando as perguntas são excessivamente complexas), e polarização social desejável (a tendência dos respondentes para dar o que eles acreditam ser uma resposta normativamente aceitável, mesmo que não reflitam verdadeiramente o seu comportamento ou opinião) (Krosnick et al., 2002). Um aspecto importante subjacente à discussão de tais artefatos é a suposição de que uma "real" ou "verdadeira" resposta existe, se a questão pudesse ser redigida de forma correta. No entanto, enquadrando o problema neste contexto tende a se concentrar em questões epistemológicas relacionadas com o processo de medição em vez de procurar os processos cognitivos na raiz da discrepância. Simplificando, tenta refazer o instrumento sem abordar os limites do que um entrevistado pode relatar verbalmente como "caixas pretas" ou obscurece o processo de geração de respostas. Fazer ajustes ao instrumento pode fazer sentido em alguns casos, como satisficing ou aquiescer, mas são problemáticos para outros, como a polarização de desejabilidade social, onde processos mais complexos que envolvem opinião e expressão atitude entram em jogo. Polarização de desejabilidade social tem sido reconhecida como um problema em pesquisas de comportamento e de opinião por meio século (ver Crowne & Marlowe, 1960). O fenômeno é muito parecido com o clima: pesquisadores falam muito sobre isso, mas não foram capazes de fazer muito para mudar isso. O viés pode levar a um super ou sub-registro. Perguntas sobre o uso ilícito de drogas, tabagismo, aborto e renda são exemplos de temas onde a subnotificação foi detectada em estudos de validação (Tourangeau, Rips, e Rasinski, 2000). Temas como voto e
  • 3. religião figuram entre os que mais verificam super registros. (Schaeffer, 2000). Um traço comum na literatura sobre a polarização de desejabilidade social é que a maioria dos tópicos discutidos lidam com comportamentos que podem ser validados externamente. No entanto, a validação pode revelar-se problemática quando se lida com atitudes, crenças e até mesmo memórias, onde a evidência externa direta não existe. A pergunta "Você votou na última eleição presidencial?" Tem sido o foco de uma grande parte da atenção dada a disparidade entre taxa de participação efetiva, mais ou menos 50% para as ultimas eleições presidenciais nacionais, e os resultados da pesquisa típicos, onde cerca de 70 a 80% dos entrevistados dizem ter votado. Além disso, a votação pode ser verificada ao nível do indivíduo entrevistado, ainda que com esforço e recursos consideráveis. Enquanto Presser (1990) detalha algumas razões pelas quais a disparidade entre afluência e resultados da pesquisa pode ser inflado, ele admite que "relatos exagerados” foram detectados em praticamente todos os estudos de validação "(p. 1). Além disso, a norma social é evidente; votar é "a coisa certa a fazer." Crianças em idade escolar são socializadas na noção de que o voto é parte de sua responsabilidade cívica em uma democracia liberal. No dia de votação, adesivos de “eu votei” proliferam. Esta disparidade tem importantes implicações práticas, bem como, tanto profissionais quanto acadêmicos confiam seriamente que esta questão seja um filtro nas pesquisas pré-eleitorais para identificar prováveis eleitores, a fim de fazer previsões. A DIMENSÃO EMOCIONAL DA DESEJABILIDADE SOCIAL Dois processos inter-relacionados citados mais frequentemente como causas para a polarização da desejabilidade social são a preocupação dos respondentes com a confidencialidade e o constrangimento. É lógico que confidencialidade seria uma séria preocupação para um relativamente pequeno universo de questões relativas a comportamento ilegal ou anti-social, como o uso da maconha, que pode resultar em sanções duras contra o respondente, se os resultados forem divulgados. No entanto, normalmente as perguntas em pesquisas de opinião sugerem apenas um embaraço se os respondentes sentem que não correspondem ao que eles acreditam prevalecer nas normas sociais. Krosnick (1999) define o problema como um viés em relatórios destinados a apresentar uma auto-imagem desejável socialmente para um entrevistador. Paulhus (1990) divide a escala criada por Crowne e Marlow (1960), que oferece alternativas “falsamente boas” às declarações com os resultados pró-sociais, em dois grupos: gestão de impressão e auto-engano. Gerenciamento de impressão tem a ver com parecer
  • 4. agradável na frente do entrevistador, enquanto o auto-engano tem a ver com a manutenção a auto-imagem. Questões com polarização da desejabilidade social frequentemente pertencem ao segundo grupo. Um componente importante deste processo que não é sempre evidenciado é a duvida se o respondente está intencionalmente apresentando dados falsos. Do ponto de vista ético isto é considerado mentir, ou deturpar conscientemente o que o autor sabe que é verdade. Esta suposição é implicitamente incorporado em grande parte da discussão de efeito. No entanto, muitos processos cognitivos importantes ocorrem abaixo da consciência e além da capacidade do respondente de verbalizá-los. Um exemplo importante é a atribuição de emoção a uma construção mental ao formar uma atitude. Evidências sugerem que emoções primitivas, como o medo são fortemente ligadas ao sistema nervoso central e geradas impensadamente (Plutchik, 1989). Respostas emocionais pré-conscientemente geradas a um perigo fazem sentido do ponto de vista funcional, onde comportamento adaptativo baseado em informação limitada em tempo real é crítica para a sobrevivência (Fridja, 1986). Assim, habituais usuários de maconha podem responder "não" às perguntas que abordam o tema sem nunca ter conscientemente contemplando se a sua resposta lhes provoca temor de encarceramento. No entanto, questões sobre opinião pública ou pesquisas políticas normalmente não evocam esse nível de excitação. Mais frequentemente, questões sujeitas a polarização da desejabilidade social lidam com violação das normas sociais que mantêm a ameaça de única sanção leve, e evocam constrangimento (Tourangeau et al., 2000). Constrangimento destaca-se do medo, porque é uma emoção aprendida e a sanção envolvida em geral é relativamente leve. Um caso pode ser feito que causa embaraço é aprendido e dependente de contexto social, os entrevistados devem estar conscientes da sua circunstância a fim de influenciar suas respostas a perguntas pró-sociais. No entanto, Ekman e Davidson (1994) usam embaraço como um exemplo de uma emoção que se torna tão altamente aprendida que parece ser totalmente integrada ao sistema nervoso central, embora seja dependente do contexto social. Se este é o caso, a polarização da desejabilidade social pode ser ativada na ausência completa de um agente social, como um entrevistador. O constrangimento suscitado por questões cheias de significado poderia ocorrer até mesmo ocorrer em pesquisas auto-administradas. Krosnick (1999) aponta que a mentira é um parte da rotina do comportamento humano, a pesquisa citando que mostra a maioria das pessoas encontram-se pelo menos uma vez a cada dia. Essa rotina de mentiras pode ser chamado de mentiras de conveniência, como "Eu amo o seu novo penteado", e destina-se principalmente a lubrificar as engrenagens da harmonia social. Ele
  • 5. conclui que a polarização da desejabilidade social é um processo de auto-engano que pode ocorrer inconscientemente no entrevistado. Ele propõe que o processo seja rotulado o "interpretação errada," em vez de mentira, evitando assim a insinuação da percepção consciente e delito moral. O PAPEL DA MEDIDAS INDIRETAS NA CAPTURA DA POLARIZAÇÃO DA DESEJABILIDADE SOCIAL Uma série de esforços têm tentado limitar ou, pelo menos, quantificar a polarização da desejabilidade social no âmbito da auto-relato. Por exemplo, a utilização de um "falso canalizador", o que leva os respondentes a acreditar que entrevistadores tem mais informações sobre eles do que eles realmente possuem, provoca respostas mais verdadeiras (Krosnick, 1999). Uma das tentativas mais notáveis para capturar a polarização através do auto-relato foi a Escala de Desejabilidade Social de Crowne-Marlowe (Crowne & Marlowe, 1960), onde são oferecidas aos entrevistados alternativas “falsamente boas” às demonstrações de cunho social, tais como: "Não importa com quem eu estou falando, eu sou sempre um bom ouvinte"; "É por vezes difícil para mim continuar com o meu trabalho, se eu não estou encorajado "; "Lembro-me “jogar sujo” para sair de alguma coisa. " No entanto, se a polarização é direcionada por um aprendizado emocional fora da consciência, não se pode esperar que os entrevistados processem dados introspectivos acerca de seus efeitos, não importa o quão inteligente a questão poderia ser. Isso chama a atenção para as medidas indiretas de emoção e cognição. As medidas de latência. Latência de resposta é uma medida de esforços mentais amplamente aceita em laboratório com base na simples premissa de que os tempos de resposta mais longos indicam um maior esforço mental. O pressuposto subjacente à medida de latência é que quanto mais fortes as ligações entre os nós nas redes associativas que compõem memórias e atitudes, mais eles são acessíveis e prontamente lembrados. Por exemplo, a medida tem sido utilizada extensivamente para avaliar a memória de informações visuais na pesquisa em televisão (por exemplo, ver Newhagen & Reeves, 1991, 1992). Latência para responder também tem sido utilizada como uma medida da força de atitude (Bassili, 2000). Fazio, Williams, e Powell (2000) colocam uma atitude como uma associação na memória entre um objeto e uma avaliação sucinta desse objeto. Assim, a ideia que tem sido amplamente aceita é de que quanto mais tempo os entrevistados levam para responder a uma sugestão, maior o esforço mental que eles exercem. Feinstein (2000) comparou o auto-relato à latência de resposta em estimativas de certeza. Descobriu-se que a foi latência significativamente mais confiável e menos propensa a censura consciente de que o auto-relato.
  • 6. Mas como é que a polarização impulsionada pela desejabilidade social figura-se neste mecanismo? Considere o pergunta "Você votou na última eleição presidencial?" Os entrevistados que realmente votaram realizariam uma pesquisa simples de memória e dariam a resposta adequada rapidamente. Em tal caso o objeto (votação) e a atitude (o voto é parte do dever cívico de uma pessoa) estariam intimamente ligados. Da mesma forma, os entrevistados que não votaram e não tinham escrúpulos acerca do fato, responderiam à pergunta rapidamente. Para os que não votaram e não se arrependeram, o objeto (não votante) e a atitude (o meu voto não conta) também estariam fortemente conectados e a resposta seria rápida. Em ambos os casos nenhum significativo tumulto emocional subjacente seria provocado pela questão. Mas o que dizer de entrevistados que não votam, mas mantêm aa crença de que é uma responsabilidade social? Isso representa um problema especial para o processo de correspondência objeto-atitude descrita por Fazio. Festinger (1957) apontou a meio século atrás que quando uma pessoa confronta inconsistência interna com comportamento e atitude há "desconforto psicológico" (p. 2). Se as consequências da não correspondência são graves, tais como fumar cigarros tendo evidências de que a prática pode ser mortal, a emoção será o medo. Festinger, usando esse mesmo exemplo de fumar, sugere três opções para resolver a dissonância: alterar o objeto para coincidir com a atitude, evitar informações sobre a atitude, ou "racionalizar" o objeto. Uma condição importante que tanto ele como os alunos de polarização da desejabilidade social não consideram é a possibilidade de que a incompatibilidade pode ativar uma capa de emoção heurística que simplesmente modifica a memória. No exemplo dado acima, em que a incompatibilidade é significativa e as consequências são suficientemente graves para gerar um estado de medo no indivíduo, tal modificação não seria adaptativa; o resultado seria ignorar uma verdadeira ameaça. No entanto, se as consequências da incompatibilidade forem amenas, como simples desconfortos sociais, a emoção seria embaraço e a percepção de modificação de memória automática pareceria muito mais adaptativa. Krosnick (1999) salienta que esta pode ser uma estratégia muito comum usada para evitar situações socialmente inábeis. Francamente colocada, esta é a estratégia de dizer às pessoas o que elas querem ouvir quando é socialmente conveniente, mesmo que possa não ser a verdade absoluta. A estratégia é perfeitamente adaptável à situação no sentido de que o problema seja resolvido sem fazer qualquer ajuste concreto para objeto ou atitude; a vida continua. A única questão sobre essa heurística é que, embora possa estar acontecendo perto ou abaixo da limiar de consciência, ele ainda requer esforço mental que deveria ser detectável pela medida de latência. Se este é o caso com a questão de votação, porque não supor que poderia ser o caso em uma ampla variedade de
  • 7. outros itens típicos pesquisa de opinião pública que sondem disposições e atitudes políticas dos entrevistados? O PROCESSO A MENTIRA CONVENIENTE: MODELAGEM E MEDIDA DA "INTERPRETAÇÃO ERRADA" Por ser tão normativamente cobrado e sagrado para a democracia, a questão da votação clama por uma descrição dos processos subjacentes sobre geração de respostas. Figura 26.1 detalha os componentes de uma resposta a uma pergunta dicotômica simples, tais como "Você votou na ultima eleição presidencial? "Estimativas de tempo, com base em cinco ciclos de informação coletados ao longo de quatro anos, são incluídos para cada componente. A mecânica do programa utilizado para coletar os dados são explicadas no Anexo 26.1, mas basta dizer que o entrevistado tem de ler uma pergunta, pensar sobre ela, e usar o mouse do computador para responder. Este processo é constituído pelos seguintes componentes:  Processamento Somático: Este componente é amplamente composto pelos esforços sensoriais e motores necessários para mover o mouse ao redor da tela e clicar nele. Ela pode variar de acordo com as variações na acuidade com um mouse e um teclado, mas é essencialmente constante entre os respondentes. Uma ou duas questões de "treinamento" não utilizadas na análise podem ser incluídas no início da pesquisa para dar o entrevistado a oportunidade de praticar o cumprimento da tarefa. O componente somático normalmente requer 1000-1500 milésimos de segundo (ms), ou 1 a 1,5 segundos, para responder a um item dicotômico.  Processamento de Significado: O tempo medido durante esta parte do processo retrata esforços mentais. Enquanto os processos nominados aqui não são exaustivos, eles refletem importantes componentes de pesquisa. Online, o respondente deve ler o texto. O significado é extraído da questão e serve como uma sugestão para a busca e avaliação da memória. Por fim, uma resposta deve ser gerada. O processo todo leva cerca de 1500-6000 ms para uma questão dicotômica. Processamento de texto, ou velocidade de leitura, deve ser constante entre os entrevistados. O que varia é o tempo que se leva para gerar respostas. Polarização de desejabilidade social pode ser responsável por mais de 4000 ms de processamento de significado dependendo da magnitude da discrepância entre a percepção dos entrevistados sobre normas sociais e sua relação com elas. É importante reconhecer que os estágios de geração de sentido, reconhecimento de texto, recordação, e produção de resposta não são lineares nem independentes. Um pressuposto
  • 8. fundamental dentro do paradigma de processamento da informação é que tais processos são distribuídos por todo o aparato cognitivo do respondente e podem estar ocorrendo simultaneamente (ver Rumelhart & McClelland, 1986). Assim, deve-se considerar a ideia de que a polarização da desejabilidade social pode começar durante o reconhecimento do texto e recordação, além de desempenhar um papel importante na geração de resposta. Dada esta real possibilidade, como premissa a suposição de processamento paralelo, existem importantes considerações metodológicas para os investigadores considerarem. Por exemplo, quase todo o trabalho tendo a latência como uma medida de polarização da desejabilidade social em inquéritos administrados por telefone começam a medir latência em algum momento após o entrevistador ler a pergunta (Bassili, 2000). Se os entrevistados iniciam a polarização das respostas no momento em que a pergunta é lida para eles, então a questão de quando começar a medição do tempo de latência pode ter de ser repensado. FIGURA 26.1 Curiosamente, nem a psicologia experimental, nem a pesquisa de opinião consideraram as implicações da latência na medição do dizer a verdade. Por exemplo, o Conselho Nacional de Pesquisa (2003) listou Ressonância Magnética Funcional (RMF), tomografia por emissão de pósitrons (PET), eletroencefalograma (EEG), e outros potenciais eventos relacionados, incluindo detecção infravermelha de rubor facial como alternativas às medidas fisiológicas tradicionais associados com testes de polígrafo em compreensão de texto sobre detecção de mentira, mas não a latência para responder. Na onda dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, grandes esforços têm ocorrido para fazer exatamente isso, usar sofisticadas medidas implícitas de estresse e outros indicadores psicofisiológicos para escanear viajantes nos aeroportos em tempo real (Frank, 2008). No entanto, a latência de resposta também não tem sido parte daquele projeto. Um crescente grupo de pesquisa tem demonstrado que a duração do tempo que uma pessoa leva para fazer um julgamento pode ser usado para medir as avaliações, tais como avaliações de estimativas dos níveis de segurança em sistemas técnicos baseados em regras (Feinstein, 2000), e esses dados se mostraram mais confiáveis e válidos do que o auto-relato. A indústria artesanal conhecida como neuromarketing hoje emprega as ferramentas da psicofisiologia, como a eletromiografia (EMG) e exploração do cérebro em consultoria política (Gellene, 2008). No entanto, isso foi em grande parte restrito a locais experimentais onde apenas alguns sujeitos eram testados por vez. Ekman e O'Sullivan (1991) demonstraram em laboratório que mudanças medidas na musculatura facial de um indivíduo podem detectar mentiras através da utilização de dados de EMG. Mas a utilização do aparelho experimental necessário colher tais dados é
  • 9. impraticável fora do laboratório. Krosnick (1999) sugere o tempo de reação como uma alternativa. Um recente lista de consultores utilizando medidas cognitivas descobriram apenas um exemplo de uma empresa, TargetPoint com sede na Virgínia, que emprega latência para medidas de resposta em pesquisas na Web (Gellene, 2008). Os consultores da TargetPoint interpretam tempos de latência mais rápidos como indicadores de convicções mais fortes, uma conclusão mais ou menos de acordo com a discussão aqui. Em resumo, o uso de medidas de latência para complementar questões padronizadas de pesquisas de opinião auto-relatadas incitam as seguintes perguntas: • Os entrevistados que dizem "sim" à pergunta "Você votou na última eleição presidencial?" podem ser diferenciadas de acordo com a veracidade de sua resposta com base no tempo que levaram para gerar uma resposta? • Se a latência pode ser usada para razoavelmente definir grupos de entrevistados que disseram ter votado em grupos de resposta "rápidos" e "lentos", poderá esta diferenciação prever resultados em Itens da escala Social Desejável de Crowne-Marlowe? • Se as notas de latência são usados para separar os entrevistados que disseram ter votado em dois grupos, ajustes revelarão uma possível polarização entre outras questões normativamente carregadas, tais como o uso da mídia e auto eficácia política? DEMONSTRANDO LATÊNCIA AO RESPONDER QUESTIONÁRIOS DE PESQUISA NA WEB Amostragem Os dados para este projeto foram coletados por meio de amostragem bola de neve, um procedimento implementado utilizando membros conhecidos da população-alvo e, em seguida, pedindo-lhes para recrutar outros membros dessa população e assim por diante (Babbie, 1998). Esta estratégia foi utilizada como a forma mais eficiente para recrutar respondentes que têm acesso à Internet. Uma comparação cuidadosa com os dados recentes do Estudo das Eleições Nacionais Americanas (ANES), o padrão-ouro entre os pesquisadores de opinião pública, mostra que os respondentes neste estudo foram comparados favoravelmente sobre as variáveis-chave. A Tabela 26.1 mostra uma comparação entre os dados obtidos durante os ciclos 4 e 5, os dados do NES de 2003, e os dados de NES para os internautas em 2000. Os entrevistados foram recrutados por alunos de cursos sobre métodos de pesquisa de opinião pública. Cada estudante deveria recrutar 10 respondentes, como uma exigência do curso. Eles foram instruídos para não recrutar outros estudantes ou profissionais de mídia e foram encorajados a recrutar um grupo mais diversificado possível, através de variáveis demográficas
  • 10. como idade, sexo, escolaridade e renda. Muitos estudantes recrutaram membros das suas famílias. Além disso, não era incomum que familiares de um aluno recrutassem pessoas dentro de seu local de trabalho ou entre os seus amigos. Apesar de os entrevistados permaneceram anônimos, foram emitidos números de identificação para o registro on-line e conclusão da pesquisa. Recrutadores foram capazes de verificar a lista de questionários preenchidos com os números de identificação de casa respondente para determinar uma taxa de resposta, que foi de 74% em todos os anos e ciclos do estudo. Instrumento Cinco ciclos de coleta de dados foram feitas entre 1999 e 2003 (N = 2.189). Os entrevistados foram convidados a responder perguntas relacionadas com o caso mais bem documentado de polarização de desejabilidade social - excesso de informação da votação. Os itens douestionário também sondaram atitudes politicas, comportamentos e eficácia política própria, bem como a exposição de mídia e variáveis demográficas. Os dois últimos cilcos também incluiram questões pontuais da Escala de Desejabilidade Social de Crowne e Marlowe (1960). Ela é uma das escalas mais comumente empregadas para medir a necessidade de aprovação de um indivíduo. Como originalmente desenvolvido, esta medida continha 33 item de falso-verdadeiro que descreviam tanto comportamentos aceitáveis porém improváveis, bem como aqueles considerados inaceitáveis, mas prováveis. TABELA 26.1 COMPARANDO AUTO-RELATO AOS RESULTADOS DE LATÊNCIA Diferenciando entrevistados por Resultados de Latência O primeiro passo na análise focou-se nas pontuações de auto-relato e latência para a pergunta "Você votou na última eleição presidencial? Um total de 74,9% dos entrevistados relataram que votaram, enquanto participação nacional foi, na verdade, um pouco acima de 50%, indicando cerca de 25% dos entrevistados pode ter reportado erroneamente seu comportamento em relação ao voto. A percentagem de entrevistados que afirmam ter votado neste estudo se aproxima bastante (cerca de 2%) dos resultados recentes do ANES baseados em amostragens nacionais (Newhagen, 2004). Enquanto a divisão 25-75 é comum em conjuntos de dados contemporâneos do ANES, dados relativos a 2000 foram especialmente interessantes porque eles continuaram a mostrar o voto a uma taxa de 25% maior do que participação nacional, apesar de tentativas de colocar a questão do voto de uma forma que permitisse aos entrevistados dizer sem constrangimento que não votaram.
  • 11. Para fins de análise, os entrevistados que disseram ter votado foram divididos em dois grupos, aqueles que responderam às perguntas rapidamente e aqueles que responderam lentamente. O ponto de ruptura nas pontuações de latência entre aquele que disseram que votaram foi definido de tal forma que o grupo "rápido" representou 50% do total da amostra e o grupo "lento" representou 25% do total da amostra. Esta tática baseia-se na suposição, proposta anteriormente, que as respostas precisas seriam mais rápidas do que as respostas imprecisas e destinam-se a refletir a disparidade entre taxa de participação efetiva e dados auto-relatados típicos para a maioria das pesquisas de opinião pública. Os 25% restantes da amostra foram compostos por aqueles que eles disseram não votaram. A análise de variância revelou uma diferença significativa entre as pontuações de latência através voto de auto-relatado ajustado para a latência, F (2, 610) = 6,98, p <0,001. A figura 26.2 mostra que as pontuações para os eleitores "rápidos" (M = 2.401 ms, DP = 764 ms) foi praticamente idênticas ao das pontuações para não-eleitores (M = 2.403 ms, DP = 797 ms), enquanto os eleitores "lento" marcaram 200 ms acima de qualquer um desses grupos (M = 2.664 ms, DP = 644 ms). A semelhança entre a tendência central e a variação e eleitores “rápidos” e os que não votaram - e a dissimilaridade dos eleitores “lentos” com estes dois grupos - é fundamental para a suposição de que a latência pode ser usada para diferenciar os verdadeiros eleitores dos entrevistados que deram declarações incorretas. Simplesmente não havia nenhum grupo análogo de não-votantes "lentso" semelhantes ao grupo "lento" que disseram que votaram. Este semelhança entre os respondentes "rápidos" que disseram que votaram e os não-eleitores é impressionante e suporta o argumento apresentado aqui. Isto é, definindo a percentagem cumulativa de respondentes a 50%, a taxa de participação efetiva na eleição anterior, gerou pontuações de latência praticamente idênticas para ambos eleitores e não-eleitores, como foi anteriormente sugerido. FIGURA 26.2 Latência e a Escala de Itens Crowne-Marlowe. O próximo passo na análise foi testar se a votação auto-relatada ajustado para a latência poderia prever resultados em itens selecionados da Escala de Desejabilidade Social de Crowne-Marlowe. Os seis itens sobre comportamentos pro-sociais, semelhante a perguntas sobre um levantamento político típico, foram selecionados, sendo três de medição manutenção de imagem e três de medição auto-engano. A Tabela 26.2 mostra as associações estatísticas entre os itens da Escala de Desejabilidade Social de Crowne- Marlowe Escala de Desejabilidade Social e votação auto-relatados ajustados para a latência; três dos seis testes foram significativos usando a estatística de qui-quadrado. No entanto, resultados de todas as seis comparações foram na direção prevista, com os eleitores "lentos" mais
  • 12. prováveis para dar respostas de "falso bom", ou seja, as questões redigidas para incitar respostas errôneas de comportamentos pró-sociais. A aplicação de um teste de sinal rendeu uma associação significativa com p <.05. Quando os dados de latência foram comparados com os itens de Crowne-Marlowe, todos os seis testes foram estatisticamente significativos. Eleitores "lentos" levaram mais tempo para responder a itens de Crown-Marlowe do que qualquer um dos outros dois grupos (votantes "rápidos" e não-votantes). Por exemplo, este foi o caso da relação entre votação auto-relatada ajustado para a latência e concordância com a afirmação "Houve momentos em que eu me senti como se rebelar contra as pessoas em posição de autoridade, embora eu sabia que eles estavam certos, "F (2, 671) = 11,49, p <0,001. Eleitores "lentos" levaram mais tempo (M = 8.668 ms, SD = 4.460 ms) nos itens de Crown-Marlowe do que quaisquer eleitores "rápidos" (M = 6.896 ms, DP = 4460 ms) ou não-eleitores (M = 6.276 ms, DP = 3.749 ms). Em cada um dos seis testes, os eleitores "lentos" levaram pelo menos 1000 ms a mais para responder do que qualquer um dos outros dois grupos. Deste modo, enquanto a análise dos dados de auto-relato sozinha previu resultados apenas em níveis ocasionais, tanto um teste de sinal de respostas de auto-relato quanto a análise de variância de dados de latência suporta a idéia de que o voto de auto-relatado baseado na latência pode ser usado para prever resultados na Escala de Desejabilidade Social de Crown- Marlowe. Aqueles que eram lentos para dizer que tinham votado também tenderam a dar a resposta socialmente desejável itens de Crown-Marlowe e foram mais lentos do que o outros dois grupos de voto para responder. Esta análise suporta ainda mais o valor do uso da latência em dados de reação para realçar o auto-relato. TABELA 26.2 Outras análises mostraram algumas associações intrigantes entre a latência para responder à questão sobre votação e tanto a auto-eficácia politica quanto ao uso meios de comunicação, revelando possíveis polarizações de desejabilidade social entre as questões que não tenham sido previamente consideradas. Auto eficácia Política. Auto eficácia politica é a capacidade lidar e operar de maneira eficaz com o sistema político e é distinto de julgamentos sobre a o desempenho do sistema em si. A bateria de seis perguntas, incluindo itens como "Eu sinto que eu tenho uma boa compreensão das questões políticas importantes que nosso país enfrenta" e "Eu me considero bem qualificado para participar na política", foram incluídos (para uma explicação dos itens de eficácia utilizados neste estudo, ver Craig, Niemi, & Silver, 1990). A Figura 26,3 mostra que o auto-relato tanto para
  • 13. eleitores "rápidos" quanto "lentos" foram quase idênticos e bem acima das pontuações de não-eleitores. Por outro lado, a Figura 26.4 mostra eleitores "rápidos" e não votantes levaram uma quantidade quase idêntica de tempo para responder à pergunta, enquanto eleitores "lentos" levaram um segundo (1000 ms) a mais que qualquer um desses grupos. Olhando os dados de latência para esta pergunta e comparando ao auto-relato evidencia-se uma clara tendência para a polarização da desejabilidade social que não seria óbvia olhando somente para auto-relatos. Esta tendência persistiu em todas as outras cinco variáveis de eficácia. Estes resultados estão em linha com a noção de que, como acontece com a votação, a nossa sociedade promove envolvimento ativo dos cidadãos no sistema político e que relatar elevada auto-eficácia política seria socialmente desejável. FIGURA 26.3/26.4 O Uso de Meios de Comunicação. A mesma tendência encontrada para respostas de auto-eficácia apareceram em questões relacionadas ao uso de meios de comunicação. Aqui, a norma social seria a de que os cidadãos devem monitorar notícias para manterem-se bem informados sobre os acontecimentos atuais. Os dados mostram que os eleitores "lentos" tiveram praticamente a mesma pontuação dos eleitores "rápidos", e bem acima dos não-eleitores, no item de auto-relato sobre telejornais (Figura 26.5). No entanto, os eleitores "lentos" novamente levaram um segundo mais para responder à pergunta que tanto os eleitores "rápidos" ou não-eleitores (Figura 26.6). Tal como acontece com a bateria de auto-eficácia, esta tendência persiste entre outras questões sobre uso de meios de comunicação. Sexo e estado civil. Apesar do viés de resposta evidente para os itens sobre votação e uso da midia, a questão que permanece é se há uma categoria de perguntas factuais sem o componente de desejabilidade social. Se tal categoria de perguntas existe, a lista pode incluir variáveis demográficas onde há menos incentivo social para deturpar a realidade, como renda, mas não em outros, onde há algum benefício perceptual plausível, como idade, sexo e estado civil. Para testar esse conceito, as pontuações de latência para a questão de gênero foram comparadas à votação ajustada para a latência. Como se viu, os entrevistados que estavam lentos para dizer "sim" à pergunta sobre votação também eram consideravelmente mais lentos respondendo à questão de gênero (para ambos os sexos masculino e feminino). Por outro lado, não houve diferença significativa entre a votação ajustada para a latência e pontuações de latência para questão sobre estado civil . Isto pode sugerir que a questão de gênero leva os respondentes a pensar sobre questões relacionadas que foram destaque na política contemporânea e no discurso cultural. Os direitos dos homossexuais e os direitos das mulheres
  • 14. representam duas questões em que há uma divisão consistentemente significativa na opinião entre os entrevistados, às vezes chamado de "Fosso cultural" (Fiorina, 2005). Dessa forma, os entrevistados com tendência a polarização da desejabilidade social podem despender esforço mental adicional ao responder o que parece ser uma pergunta simples, simplesmente porque evoca a análise de questões colaterais que têm respostas socialmente corretas. FIGURA 26.5 3 26.6 Efeitos de Interação. Finalmente, examinando a complexidade da atual cobertura jornalística associada à definição de eventos na política nacional mostra como latência de resposta pode revelar interações entre os fatores que não seriam aparentes olhando unicamente para dados de auto-relato. A análise da interação foi realizada através da comparação de dados a partir de três ciclos deste projeto. O primeiro ciclo foi tomado perto do final do segundo mandato do ex-presidente Bill Clinton. Naquela ocasião, o tema que dominava o noticiário era seu caso com estagiária Monica Lewinsky. Enquanto a Imprensa de Washington parecia obcecada com o escândalo, dada a quantidade de atenção que foi dada ao tema, pesquisas de opinião pública mostraram que a maioria das pessoas não era tão interessada no assunto ou persuadida pela cobertura (ou eles claramente distinguiram entre a vida privada do presidente e a performance pública no escritório). O índice de aprovação de Clinton, assim, manteve-se elevado. O segundo ciclo foi administrado na sequência das eleições presidenciais de 2000 entre George W. Bush e Al Gore. Essa eleição também recebeu uma grande quantidade de cobertura da midia, à medida que se arrastava por semanas a decisão sobre quem ganhou a eleição finalmente ser decidido no tribunal. Finalmente, um terceiro ciclo de dados foram coletados uma semana após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, um evento que consumiu a consciência americana. Pode ser dito que o ciclo Clinton constituiu uma era de noticias de baixa compleo xidade, a Eleição Bush-Gore representou uma era de noticias de complexidade moderada, e 11 de Setembro marca um momento de notícias de complexidade extrema. A comparação entre as pontuações de latência para as variáveis relatadas, incluindo a auto-eficácia política e uso dos meios de comunicação, revelou um interessante conjunto de interações, onde o efeito de desejabilidade social foi mais forte quando a intensidade da notícia era baixa ou moderada. No entanto, em momentos de crise, as pontuações de latência convergiram, especialmente para o uso de meios de comunicação. Essas interações sugerem que até mesmo os eleitores "lentos" sabem que o que agrupam a obrigação cívica de prestar atenção aos acontecimentos em tempos de crise, e responder a perguntas sobre mídia com a consciência tranquila, porque
  • 15. eles estão engajados como cidadãos. Eles são, no entanto, propensos à polarização de suas respostas às normas sociais em momentos menos estressantes. Estas interações não foram detectadas baseando-se exclusivamente em auto-relato. Uma discussão completa destes resultados podem ser encontrados em Newhagen (2002). DENTRO DA CAIXA PRETA DAS RESPOSTAS DAS PERGUNTAS DE PESQUISA A Polarização da Desejabilidade social tem sido um espinho perene no que se refere à pesquisa de opinião porque, pela sua própria natureza, freqüentemente produz respostas imprecisas para questões centrais para a comunicação política. Embora todos os tipos de estratégias têm sido empregadas para prender ou corrigir o problema no contexto de auto-relato, tais como conjuntos de formulação de respostas de uma forma que retira o estigma de respostas socialmente incorretas, nenhum tem realmente sido amplamente aceito como uma solução. Outras alternativas requerem enganos, tais como manipulação de auto impressão dos entrevistados com um "canalizador falso" (Paulhus, 1990). A técnica envolve dizer aos sujeitos que suas respostas estão sendo monitoradas por uma máquina ou um polígrafo (detector de mentiras), resultando em respostas mais verdadeiras. Eletrodos e fios conectados aos participantes, que representam um meio confiável para detectar a verdade, não são necessariamente reais. Krosnick (1999) sugere alternativas como medidas psicofisiológicas que poderiam medir os processos cognitivos mais diretamente, mas suas sugestões requerem equipamento elaborado adequado para experimentos em pequena escala em um ambiente de laboratório e não seria viável em um contexto de uma pesquisa. Ele também questiona a validade de técnicas estatísticas post hoc, como a ponderação. A análise aqui apresentada testa uma alternativa bastante simples para detectar a polarização da desejabilidade social - atentando para o tempo que os entrevistados levam para responder as perguntas da pesquisa. Os resultados para a pergunta sobre votação, itens de uso de mídia e interações de complexidade entre noticias apoiam a noção de que latência pode ser uma medida útil para a detecção de entrevistados que podem não estar relatando seus comportamentos ou atitudes com precisão. Identificar este grupo pode ter importantes aplicações teóricas e práticas. Pesquisadores políticos esperam prever resultados eleitorais, por exemplo, dependem fortemente da questão de voto e outras semelhantes a ela como questões de filtro para identificar "prováveis eleitores." (Para a lista completa de perguntas de filtragem do Washington Post, ver Morin, 2004.).
  • 16. A Psicologia clínica tem contribuído substancialmente em pesquisas sobre a polarização da desejabilidade social baseada no Minnesota Multiphasic Personality Inventory (MMPI), um instrumento que tem sido utilizado na indústria há décadas para avaliar a aptidão psicológica de potenciais funcionários (por exemplo, ver Holden, 1995). Uma óbvia fraqueza do instrumento é a preocupação de que os candidatos podem conscientemente fazer-se parecer tão desejável quanto possível para potenciais empregadores. No entanto, a polarização na opinião pública e pesquisas políticas tem de ser vistas como algo distinto ao tipo de engano consciente empregado por respondentes tortuosos do MMP. As apostas e sanções não são tão elevadas e, consequentemente, a condução do processo de polarização subjacente pode ser diferente também. Isto leva a uma discussão sobre a consideração dos limites de auto-relato e as vantagens de medidas indiretas de esforço mental. Aceitando a latência como ferramenta metodológica viável para detectar e controlar, a polarização da conveniência social repousa sobre pressupostos teóricos importantes sobre a questões que às vezes vão além dos limites usuais de conversas sobre o tema. Uma proposição de dados aqui apresentados sugerem que a polarização de desejabilidade social não se limita a uma faixa estreita de tópicos onde existem problemas óbvios de constrangimento do respondente. De fato, os traços de polarização foram encontrados em muitas variáveis neste projeto. Mesmo as perguntas tão simples como o gênero do entrevistado não estão imunes. Uma explicação alternativa de todos estes dados poderiaa revelar simplesmente que algumas pessoas levam mais tempo para responder às perguntas do que outras. Mas isso só torna a questão mais problemática. Um exame cuidadoso da votação auto-relatado ajustado para a latência mostra que as distribuições de latência para eleitores "rápidos" e não-eleitores são muito semelhantes, enquanto as pontuações para os eleitores "lentos" são singularmente distintas delas. Resposta lenta é mais do que um estilo cognitivo - destaca-se como uma característica proeminente de respostas entre um subconjunto dos entrevistados que relataram ter votado, mas não aparece entre os que disseram que não votaram. Há uma riqueza na literatura da comunicação política e psicologia elaborando a importância da complexidade esquemática na cognição (para exemplos, ver Collins & Loftus, 1988; Fiske, 1986; Garramone, Steele, e Pinkleton, 1991; Lau, 1986; McGuire, 1990). A premissa básica do modelo de processamento de informação de comunicação é que a complexidade cognitiva gera esforço que leva tempo, que pode ser medido. Modelos esquemáticos da memória e da atitude propoem que dois fatores devem ser levados em conta a respeito de recuperação da memória ou geração de atitude - tanto a complexidade do esquema como a força das associações dentro deles. Assim, as informações de esquema simples devem estar prontamente disponíveis. Este cenário
  • 17. pode representar esquema político para muitos não-eleitores que não prestam muita atenção à ecologia política. Mesmo quando há um aumento da complexidade, se as ligações entre os nós são fortes, a recuperação ainda deve ser rápida. Isso descreve a controvérsia de (1964) "ideólogos", os entrevistados que têm enquadramentos ideológicos complexos bem formados disponíveis para processar a informação política. Mas o que dizer de entrevistados impulsionados por esquema fracamente ligados a relativas questões específicas, tais como o controle de armas, ou circunstâncias temporais, como a situação da economia? A teoria do processamento de informações poderia prever que este grupo irá geralmente levar mais tempo para responder a muitos dos tópicos que aparecem nas pesquisa de opinião pública ou de estudos políticos, porque eles não têm opiniões formadas sobre certas questões. Poderia ser ainda postulado que este grupo não só leva mais tempo, bem como dá vazão a um sistema de crenças que estaria mais inclinado a depender da referência de normas externas. Este grupo seria, portanto, mais apto a dar respostas socialmente desejáveis em quase qualquer assunto. Tempos de processamento longos dependentes em pesquisas para as normas sociais de base também podem correr o risco de ter estados emocionais, tais como culpa ou vergonha, colorindo as respostas porque eles iriam evocar processos mais complexos de geração de resposta do que uma busca de memória simples. Este grupo pode ser pensado como "ruminadores", ou entrevistados que despendem de um maior esforço mental e portanto, mais tempo para avaliar suas atitudes e opiniões. Eles representam mais de um terço de todos os entrevistados, um percentual que direciona grosseiramente para o modelo de conversão para as pessoas que observam o cenário político com mais rigor. Isso eleva a polarização da desejabilidade social a um estado de incômodo metodológico para uma aspecto teoricamente impulsionado do processo de respostas a perguntas, e deve ser considerado como tal na interpretação dos resultados de pesquisa gerais. Essa compreensão pode mudar o discurso sobre pesquisa de opinião dramaticamente. Se sabemos, por exemplo, que alguns entrevistados sistematicamente reportam um excessso de leitura de jornais, o problema vai além de simplesmente como controlar erros estatísticos. Bartels (1993), por exemplo, argumenta que os erros de medição da exposição na mídia auto-relatada é provável que seja de substancial magnitude, imprevisível em termos de direção, e propenso a correlações enviesadas com opiniões políticas. Ele propõe que mesmo as estatísticas mais comuns podem subestimar os efeitos globais das notícias de televisão, em 50%.
  • 18. Se a sociedade atribui mais valor a alguns meios de comunicação do que para outros (por exemplo, ler mais jornais e assistir menos televisão e preferir noticias de qualquer tipo a conteúdos de entretenimento) e um grupo de respondentes que entendem as normas, mas não está de acordo com elas, o resultado é propenso a produzir viés de resposta sistemática em pesquisas. Esta situação vai muito além de questões sobre voto. Dirigindo-se ao chamado problema de efeitos fracos em pesquisa de comunicação política exige não só reconhecimento de artefatos estatísticos decorrentes de metodologias favorecidas, mas também um foco nas implicações do descumprimento de normas sociais e políticas na medição de opinião e atitude. Talvez entrevistados que sabem o que é a norma, mas não a cumprem estão realmente nos dando as respostas certas; pode ser que nós estejamos fazendo as perguntas erradas. Qual seria a resposta padrão e pontuações de latência para que a pergunta "Pessoas como eu deveriam votar?" se assemelhasse comparativamente a questionar se os entrevistado realmente votam? ANEXO 26.1 Captura de Latência em informações de resposta em uma pesquisa online A principal diferença entre arquivos HTML básicos e softwares usados para recuperar dados de uma pesquisa na internet é a inclusão de alguns pequenos programas executáveis escritos em linguagem de programação Java. Os dados para este projeto foram recuperados dentro de arquivos CGI do servidor do sistema da mesma forma utilizada por muitos programas de recuperação de dados com base em servidores. A seqüência de eventos a seguir ocorreu durante uma sessão de entrevista: • Primeiramente, os entrevistados foram recrutados para a participação em um estudo de pesquisa na web. Acerca do acesso à URL fornecida pelo recrutador, foi mostrada aos entrevistados uma página perguntando se eles podiam ver um relógio em sua tela. Esta operação determinava se o computador do respondente tinha um plug-in instalado capaz de ler a linguagem de programação Java utilizada para recuperar os tempos de latência. Se o relógio (com base em um miniaplicativo Java) aparecesse, o entrevistado era instruído a clicar em um botão "continuar". Se o relógio não aparecesse, o entrevistado era instruído a clicar em um link levando-os para um site onde o plug-in Java necessário podia ser baixado gratuitamente. Depois eles foram convidados a continuar.
  • 19. • Para continuar, os entrevistados foram solicitados a digitar um número de identificação do recrutador e um número de identificação de entrevistado anônimo fornecidos pelo recrutador, que foram registrado para fins de escrituração. • Após o processo, o navegador do entrevistado ativava um arquivo HTML com um miniaplicativo embutido nele para cada pergunta da pesquisa. Estes miniaplicativos foram carregados nos computadores dos respondentes e foram executados em segundo plano enquanto a sessão ocorreu. • Os entrevistados, em seguida, viram uma breve página introdutória. Na parte inferior da página eles eram instruídos a clicar em um botão "continuar". Ao clicar no botão Continuar, o miniaplicativo correspondente à primeira questão seria executado, exibindo o texto da pergunta e uma resposta alinhada verticalmente definido com um botão ao lado de cada resposta. • Para responder, os entrevistados clicaram no botão apropriado, em seguida clicando em um link na parte inferior da página dizendo "próximo". Um miniaplicativo caomputa e armazena o tempo, em milissegundos, a partir do momento a questão apareceu pela primeira vez até o botão "next" ser seleccionado. O miniaplicativo também registrou um valor numérico correspondente ao item do conjunto de respostas selecionado pelo entrevistado. Esta seqüência foi repetida para cada pergunta na pesquisa. No final da pesquisa aorespondente clicava em um botão "enviar", neste momento os dados de latência e de auto-relato de cada miniaplicativo eram transferidos para um único arquivo no servidor de pesquisa. Este processo fez a cronometragem latência função local para o computador do entrevistado e isolados-lo de variação na rede desempenho. Os dados para cada entrevistado foram posteriormente concatenados em um arquivo mestre delimitada por separadores que foi lido pelo programa de estatística SPSS. A mecânica da parte HTML do projeto deve estar bem dentro da experiência de um nível intermediário de Web designer. A criação dos miniaplicativos Java requerem um experiente programador de Java. Além disso, os modelos para conjuntos de resposta de vários comprimentos tinham de ser criados, juntamente com arquivos de biblioteca e outros programas de apoio no servidor pesquisa. O custo desta porção do programa de desenvolvimento é relativamente modesto e representa uma despesa de uma só vez. Uma vez que o sistema está instalado e funcionando o investigador ou assistente treinado deve ser capaz de gerenciar a coleta de dados sem maiores custos de programação.