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Comunicação Pública e política: perspectivas teóricas e metodológicas 
Tariana Brocardo Machado 
II Análise secundária e meta-análise 
Capítulo 5 – Análise secundária em comunicação política vista como ato criativo 
R. Lance Holbert 
School of Communication 
The Ohio State University 
Jay D. Hmielowski 
School of Communication 
The Ohio State University 
O emprego de dados pré-existentes coletados por outros pesquisadores para uso em 
um projeto de pesquisa corrente tem sido uma prática há tanto tempo quanto existe o 
campo da comunicação política. Estudiosos de comunicação política frequentemente 
optam por análises secundárias a fim de endereçar uma gama de questões de pesquisa. 
Alguns exemplos recentes de análises secundárias incluem o uso de dados do American 
National Election Study (ANES) por Kiousis e McCombs (2004) para avaliar a capacidade 
da atitude de resistência para servir como mediadora do processo tradicional de 
transferência de saliência descrito pela teoria do agenda-setting; uso dos dados do 
National Annenberg Election Study (NAES) para entender melhor a influência de se 
assistir na televisão a programas de humor de fim de noite no consumo tradicional de 
notícias na TV (ou seja, hipótese de gateway de Baum); e o uso feito por Putnam (2000) 
de dados do DDB-Needham Lifestyle Study para atualizar a discussão sobre o presente 
estado do capital social na sociedade americana. Dados adicionais coletados por Pew 
Charitable Trusts (ex.: Christie, 2007), Wisconsin Media Analysis Group (ex.: Shah, Cho, 
et al., 2007) e General Social Survey (ex.: Robinson, Rivers, & Brecht, 2006) têm sido 
usados por especialistas em comunicação política e comunicação pública da mesma 
forma para abordar uma gama de questões de pesquisa, tópicos e agendas . 
As potenciais vantagens e desvantagens de se conduzirem análises secundárias já foram 
abordadas em publicações anteriores (ex.: Boruch, 1978; Carter, 2003; Hakim, 1982) e 
serão brevemente resumidas neste capítulo. Entretanto, Kiecolt e Nathan (1985) 
levantaram uma armadilha potencial peculiar à análise secundária quando discutem que 
pesquisa desse tipo pode causar uma “possível inibição de criatividade” (p. 14). Em 
contraste a Kiecolt e Nathan, nós devotamos nossos esforços aqui em defender o 
argumento de que estudiosos da comunicação política têm sido extremamente criativos 
em seu uso de análise secundária como um modo por meio do qual fazem avançar a 
disciplina. Na verdade, gostaríamos de argumentar que a energia criativa do
pesquisador é uma condição necessária, mas não suficiente para se conduzir uma 
análise secundária de qualidade. 
Este capítulo delineia os aspectos básicos para a condução de uma análise secundária – 
os principais estágios envolvidos nesse tipo de pesquisa e os assuntos -chave sobre os 
quais um pesquisador precisa ter conhecimento quando da condução de uma análise 
secundária. O espaço, então, será dedicado a um resumo do presente estado da análise 
secundária no campo – em que medida a nossa pesquisa pode ser classificada como 
análise secundária e em que especialidades no âmbito da comunicação política esse tipo 
de trabalho pode ser encontrado. Posteriormente, daremos atenção ao estudo da 
criatividade usando o campo da psicologia positiva (ver Simonton, 2002, para um 
resumo). A criatividade será mostrada como consistindo de três dimensões: novidade, 
eficácia e autenticidade (Averill, 2002). As três dimensões da criatividade serão 
colocadas lado a lado com três importantes componentes da análise secundária: escolha 
de conjunto de dados, criação variável e análise de dados. Uma tipologia de criatividade 
resultante da análise secundária, formada por nove partes, será utilizada para mostrar 
como a escola da comunicação política tem sido altamente criativa em seu uso da 
análise secundária. Artigos recentemente publicados sobre comunicação política serão 
conectados a cada área da tipologia para detalhar e reforçar nosso argumento de que a 
condução de uma análise secundária (se bem feita) é um ato inerentemente criativo. O 
capítulo será fechado com reflexões acerca de como os pesquisadores deveriam abordar 
análises secundárias e as possibilidades de pesquisa que existem para esse método. 
ANÁLISE SECUNDÁRIA 
A análise secundária, como definida por Hyman (1972), é “a extração de conhecimento 
de temas outros que não aqueles em que está o foco das pesquisas originais” (p. 3). Esta 
definição não descreve o processo, mas, em vez disso, toca no objetivo da análise 
secundária (ou seja, extrair conhecimento). Há inúmeros benefícios e limitações que 
uma comunidade acadêmica tem ao desenvolver análises secundárias. Carter (2003) 
aborda diversas qualidades básicas do uso de dados secundários para um determinado 
projeto de pesquisa. Em primeiro lugar, os especialistas economizam tempo e dinheiro 
quando usam dados já coletados por outros. Em segundo lugar, como Bryman (2001) 
notou, é provável que a qualidade conjuntos de dados disponíveis publicamente (ex.: 
ANES, NAES) exceda qualquer resultado que um pesquisador ou pequeno grupo de 
pesquisadores com recursos limitados poderia atingir por meio da realização de 
pesquisa primária. Claramente, os assistentes de pesquisa e fundos disponíveis para a 
coleta de conjuntos de dados nacionais, que foram concebidos com vistas ao uso 
público, excedem em abundância os recursos disponíveis para qualquer equipe de 
pesquisa. Em terceiro lugar, outro benefício derivado de análises secundárias é que os 
conjuntos de dados mais comumente usados por pesquisadores em ciências sociais são
frequentemente grandes o suficiente em tamanho para permitir que os especialistas 
conduzam significativas análises de subgrupo (Bryman, 2001). 
Diversos dos benefícios derivados de análises secundárias existem não apenas no nível 
do pesquisador individual, mas também podem ser encontrados em um nível macro de 
comunidade de pesquisa. Hyman (1972) levantou um ponto profético quando afirmou 
que as pressões sobre o público para responder a uma gama de assuntos diferentes por 
parte de várias empresas de pesquisa e pesquisadores acadêmicos independentes 
acabou por saturar os cidadãos. Nos anos que se passaram desde que essa afirmação foi 
feita, esse argumento cresceu a ponto de tornar-se ainda mais relevante. Muitos dos 
estudiosos de comunicação política da atualidade sentiram a reação do público a essa 
crescente pressão por meio de altas taxas de rejeição em suas pesquisas. Apenas 
imagine o número adicional de estudos que haveria no campo, especialmente por volta 
do período eleitoral, se estudiosos de comunicação política não pudessem recorrer a 
uma variedade de dados secundários de qualidade publicamente disponíveis. Dados 
secundários permitem que o campo contenha a onda de excesso de amostragem, pelo 
menos em pequeno grau. 
As limitações inerentes a qualquer análise secundária podem ser bem conhecidas, ou 
pelo menos intuídas, pelos estudiosos de comunicação política. Uma limitação 
frequentemente mencionada é a de se ter pouco ou nenhum controle sobre a qualidade 
dos dados. Por exemplo, em sua busca por ser todas as coisas para todas as pessoas, 
uma grande pesquisa nacional pode perguntar uma série de questões dicotômicas, 
enquanto um pesquisador individual mais frequentemente desejaria que a organização 
de coleta de dados tivesse usado operacionalizações que refletem níveis mais altos de 
mensuração (ou seja, ordinal, intervalo ou razão). Bryman (2001) também observa que 
conjuntos de dados podem excluir variáveis-chave. Muitos estudiosos têm amaldiçoado 
os deuses da pesquisa por oferecerem um conjunto de dados que contenha a maioria 
dos itens necessários para testar uma determinada hipótese ou questão de pesquisa, 
exceto por um único e central interesse variável. Adicionalmente, é quase sempre difícil 
de entender as técnicas usadas para limpar e organizar os dados. Pesquisadores que não 
dispõem de certo grau de familiaridade com um determinado conjunto de dados podem 
ficar atolados ao tentar decifrar como os pesquisadores primários construíram variáveis 
específicas e se dados faltantes deveriam ser entendidos como uma sistemática (ex.: 
decisões de se usarem técnicas de seleção amostral) versus aleatória. A inexperiência 
com um determinado conjunto de dados abre a porta para pesquisadores produzindo 
fundamentalmente trabalhos falhos. É essencial para estudiosos de comunicação 
política a condução de análise secundária para conhecer seus conjuntos de dados. 
Quando dados são apresentados a pesquisadores com tanta facilidade, é muito tentador 
partir diretamente para diversas análises. Entretanto, pesquisadores têm a obrigação de 
se fazerem plenamente conscientes dos potenciais passos em falso compreendidos 
nesse cenário.
Agora que os pontos fortes e fracos básicos da análise secundária foram delineados, um 
espaço pode ser dedicado aos passos envolvidos na condução de análise de dados 
secundários. Carter (2003) apontou um processo de cinco passos que envolve a análise 
secundária do início ao fim. O primeiro passo da análise secundária, como acontece em 
qualquer esforço de investigação, é identificar a questão da pesquisa. É imperativo que 
as questões de pesquisa venham antes dos dados – análise secundária não envolve 
pesquisadores primeiro encontrando dados e depois buscando gerar questões de 
pesquisa a partir do conjunto de dados (baseado em que questões foram feitas). Falta 
desenvolvimento de teoria nesse tipo de pesquisa e frequentemente leva a resultados 
que são improváveis de serem replicados em estudos subsequentes. Uma vez que o 
pesquisador identifique a questão da pesquisa, ele pode buscar e assegurar o uso de 
dados apropriados para endereçar a questão da pesquisa. Esse processo pode ser 
trabalhoso, consumir tempo e ser frustrante. Entretanto, lançar uma ampla rede para 
procurar por um determinado conjunto de dados existentes muitas vezes produz 
resultados que valem a pena. Confiança apenas nos conjuntos de dados mais usados 
(ex.: dados do ANES para o estudo de comunicação política) pode criar limitações 
severas no que tange os tipos de perguntas de pesquisa que podem ser feitas. Em 
terceiro lugar, um desenho de pesquisa é delineado, isolando um conjunto determinado 
de itens do total de dados secundários e os procedimentos analíticos apropriados para 
testar as questões de pesquisa ou hipóteses propostas. Esses três primeiros passos 
representam a fundação de qualquer análise secundária sólida. 
Carter (2003) insiste que estudiosos devem completar os dois passos finais (ou seja, 
preparação formal de dados e análise de dados) com o máximo de cautela e diligência. 
A preparação dos dados requer a geração de uma lista de variáveis decorrentes da 
fundamentação teórica do pesquisador, identificando os itens -chave em dados 
secundários que serão usados para formar essas variáveis, fazendo as transformações 
necessárias para formatar os dados para o uso correto, e selecionando uma amostra-alvo 
se o pesquisador estiver fazendo algum tipo de análise de subgrupo. A fase da 
análise de dados funciona muito como qualquer outro projeto de pesquisa, mas Carter 
(2003) enfatiza a importância de replicar resultados usando múltiplos conjuntos de 
dados secundários se estiverem disponíveis. 
Com a análise secundária definida e com o processo básico desenhado, incluindo pontos 
fortes e fracos inerentes ao método, é importante ter uma ideia do estado da análise 
secundária no cenário atual da pesquisa em comunicação política. 
ANÁLISE SECUNDÁRIA NA PESQUISA EM COMUNICAÇÃO POLÍTICA ATUAL 
Comunicação política é uma área vasta de pesquisa que compreende uma gama de 
áreas temáticas. O campo inclui o estudo de campanhas políticas, notícias e assuntos da 
mídia, opinião pública, novas mídias, mídia de entretenimento e análises de audiência 
(para nomear apenas alguns exemplos). Análises secundárias podem ser encontradas
referentes a cada uma dessas áreas de pesquisa. Entretanto, a área de pesquisa em 
comunicação política que tem tido mais que seu quinhão de análise secundária é o 
estudo de efeitos de campanha política. O fenômeno é lógico dado que os grandes 
conjuntos de dados nacionais relevantes politicamente coletados e disponibilizados 
publicamente para avançar os estudos – o American National Election Study (ANES) e o 
National Annenberg Election Study (NAES) – são desenhados em coordenação com as 
eleições nacionais. Uma área de pesquisa que é rica em análises de dados secundários 
e foca na influência do debate político. Por exemplo, Holbert, LaMarre e Landreville 
(2009) analisaram dados de 2004 do estudo Annenberg para avaliar o papel da audiência 
do debate como reforço partidário e os efeitos desse reforço partidário em percepções 
pós-eleições da acurácia da contabilidade do voto pessoal. Kensi e Stroud (2005) 
também usaram dados do Annenberg para melhor entender quem entre o eleitorado 
gravita na direção do maior consumo de debates presidenciais televisionados 
nacionalmente. Holbert (2005ª) usou dados do ANES de 2000 e de 2004 para avaliar o 
papel da audiência de debate no fortalecimento da escolha de voto e como mediador 
do relacionamento entre o uso tradicional da televisão para noticiar e a escolha do voto 
como comportamento político. Esses trabalhos são apenas alguns exemplos recentes de 
análises secundárias conduzidas em relação ao estudo das eleições em geral e debates 
políticos em particular. 
Análises secundárias também são usadas no estudo de notícias como comunicação 
política. Por exemplo, Kiousis e McCombs (2004) usaram dados do ANES para avaliar a 
influência da força de atitude como um potencial mediador do relacionamento entre a 
aparição de mídia noticiosa e da aparição pública de grandes figuras políticas. Dalrymple 
e Scheufele (2007) usaram dados do ANES para comparar a influência de fontes 
tradicionais de notícias a novas mídias fontes de notícias nas estruturas de 
conhecimento político dos cidadãos. De forma similar, Liu e Eveland (2005) empregaram 
dados para introduzir detalhes adicionados ao estudo de efeitos de notícias nas lacunas 
de conhecimento frequentemente estudados. Por fim, Holbert (2005b) usou dados do 
ANES para estudar como as notícias influenciam percepções do tamanho real do 
governo e como o governo deveria estar gastando sua verba em termos de programas 
sociais. 
Em termos de pesquisa de opinião pública, análises secundárias são abundantes. O 
relatório Public Opinion Quarterly (POQ) oferece regularmente uma funcionalidade de 
“tendências de pesquisa” que permite a pesquisadores compilar dados de múltiplas 
fontes secundárias, coletadas ao longo de diversos anos, focando em um único tema. 
Todos os estudos de tendências desse tipo são exemplos de análises secundárias. 
Adicionalmente a peças individuais de tendência, o pesquisador pode encontrar análises 
secundárias espalhadas por todo o restante do POQ. Por exemplo, Haider-Markel e 
Joslyn (2008) usaram dados do Pew para observar as percepções públicas referentes à 
homossexualidade. Hetherington e Smith (2007) usaram dados do GSS para observar a
opinião pública sobre a Suprema Corte dos Estados Unidos em relação a preferências 
temáticas entre o público norte-americano ao longo do tempo. McDonald (2007) usou 
uma variedade de fontes de dados (ex.: Current Population Survey) para observar o 
presente estado do eleitorado norte-americano e tendências atuais em comportamento 
político. Em resumo, o estudo da opinião pública está saturado com análises secundárias 
usando uma variedade de fontes de dados populares e amplamente disponíveis. 
Para além dos estudos mais tradicionais de debates políticos, notícias e várias questões 
de opinião pública, várias áreas emergentes de pesquisa em comunicação política 
abraçaram a análise secundária como meio pelo qual endereçar uma variedade de 
questões de pesquisa. O estudo de novas mídias é uma área de pesquisa que tem usado 
uma variedade de conjuntos de dados secundários para endereçar de maneira criativa 
as questões de pesquisa. Por exemplo, Wu e Bechtel (2002) analisaram dados coletados 
pelo departamento de pesquisa do New York Times online para obter as taxas de clique 
para os mais importantes sites de notícia para estudar a relação entre o comportame nto 
online e o conteúdo oferecido em um site noticioso. Shah, Kwak e Holbert (2001) usaram 
dados do DDB-Needham Lifestyle para observar valores preditivos de uma variedade de 
variáveis individuais de diferença em relação ao uso geral da Internet e a relação entre 
o uso da Internet e o capital social. Esses são apenas dois exemplos de estudos usando 
dados secundários para olhar para novas mídias dentro do contexto de temas 
politicamente relacionados. 
Como o estudo dos novos meios, o estudo da mídia de entretenimento tem crescido em 
estatura no campo da comunicação política. Por exemplo, há vários estudos feitos por 
Danna Young e colegas (Feldman & Young, 2008; Young & Tisinger, 2006) usando análise 
secundária para endereçar questões centrais relacionadas a como o uso das notícias em 
programas de fim de noite da televisão afetam vários processos e resultados 
democráticos. Holbert, Shah e Kwak (2003, 2004) usaram dados do estudo DDB-Needham 
Lyfestyle para endereçar uma séria de relações entre várias formas de uso da 
mídia baseada em entretenimento e opinião pública acerca de uma variedade de 
questões de políticas públicas (ex.: meio ambiente, direitos das mulheres, armas, pena 
de morte; ver também Holbert, Kwak & Shah, 2003). Muito do trabalho de Baum (2003) 
também usou análise secundária para observar uma variedade de efeitos de soft news 
sobre os resultados democráticos. Em resumo, o estudo de mídia de entretenimento e 
política está repleto de análises secundárias. 
Com o uso de dados secundários claramente em evidência no campo, quão prevalente 
é a confiança em dados secundários por parte de estudiosos de comunicação política? 
Graber (2005) conduziu uma análise de conteúdo de veículos de grande circulação e 
periódicos científicos da área de ciência política a fim de chegar a um entendimento 
sobre a prevalência de pesquisa relacionada à comunicação política nesses veículos 
acadêmicos. Seu estudo revelou uma maior proporção do espaço em periódicos
científicos de comunicação dedicado à pesquisa em comunicação política quando 
comparado aos esforços de pesquisa do subcampo em periódicos de ciência política. 
Dado o pouco fornecimento de pesquisa relacionada à comunicação política em 
periódicos científicos de ciência política, decidimos focar em três periódicos de 
comunicação identificados por Graber para a nossa própria breve análise: 
Communication Research (CR), Journalism & Mass Communication Quarterly (J&MCQ) 
e Journal of Communication (JoC). Isolamos todas as edições disponíveis dos três 
periódicos no período 2003-2008 (apenas as duas primeiras edições de 2008 do J&MCQ 
estavam disponíveis quando da redação desse capítulo), isolamos todos os artigos 
publicados que lidavam com tópicos relacionados ao estudo de comunicação política e 
fizemos uma determinação dicotômica (sim/não) de se o artigo continha qualquer 
atividade de análise secundária. Nossas análises revelaram que 32 dos 89 (36%) artigos 
de comunicação política que apareceram nesses três periódicos ao longo de um período 
de seis anos podem ser classificados como análise secundária. Esse é um percentual 
saudável e essa estatística revela que análise secundária é uma técnica metodológica 
robusta usada pelos pesquisadores contemporâneos de comunicação política. 
Gostaríamos de adicionar uma breve nota: esse percentual teria sido muito maior se 
tivéssemos focado somente nos esforços de pesquisa baseados em audiência e efeitos, 
com a exclusão de pesquisa baseada em conteúdo. Um grande número de análise de 
conteúdo orientado à comunicação política, maioria que apareceu no J&MCQ, não 
envolveu o uso de análise secundária. Um foco em trabalhos somente de audiência e 
efeitos renderia um percentual muito mais próximo aos 50%, sinalizando um uso ainda 
maior de análise secundária por parte de estudiosos de comunicação política. 
A conclusão a que se pode chegar com essa visão panorâmica do presente estado da 
análise secundária na pesquisa em comunicação política é de que nenhuma área do 
campo é destituída do método. Todos os tipos de estudiosos de comunicação política 
abraçaram a análise secundária como ferramenta legítima para endereçar suas agendas 
de pesquisa (e com todo o direito de fazê-lo). Análise secundária existe há tanto tempo 
quanto o campo e há toda a indicação de que análises secundárias permanecerão 
prevalecendo ainda por muitos anos. Entretanto, o que é necessário é um 
reconhecimento formal de que a análise secundária representa uma atividade de 
pesquisa. Adicionalmente, é necessário que haja uma valorização do que compõe uma 
análise secundária solidamente conduzida. Em particular, gostaríamos de chamar a 
atenção ao fato de que uma análise secundária bem feita representa fundamentalmente 
uma atividade criativa e que os pesquisadores que conduzem análises secundárias 
robustas estão se engajando em atos criativos que servem para avançar a disciplina. 
CRIATIVIDADE 
O conceito de criatividade tem sido o foco de muita pesquisa no campo da psicologia 
(ex.: Campbell, 1960; James, 1880; Kohler, 1925, Simon, 1986). Criatividade também é
recebida com grande atenção em diversos campos relacionados, incluindo educação 
(Kim, 2008), negócios (ex.: Dahlen, Rosengren & Torn, 2008) e sociologia (ex.: 
Murayama, 2003; Uzzi & Spiro, 2005), apenas para dar alguns exemplos. De fato, há 
periódicos acadêmicos inteiramente dedicados devotados a esse conceito, incluindo o 
Journal of Creative Behavior e o Creativity Research Journal. 
Como identificado por Simonton (2002), a maioria dos trabalhos acadêmicos sobre o 
conceito de criatividade pode ser inserida em três cestos. Primeiramente, existe uma 
grande quantidade de pesquisa conduzida sobre criatividade como uma variável de 
diferença individual e sobre como as pessoas podem ser treinadas para ser mais criativas 
em tarefas que realizam. A questão de se a criatividade é uma peculiaridade ou algo que 
pode ser adquirido ao longo do tempo está relacionada à questão natureza-nutrição e 
estudos desse tipo se debatem com esse problema. Em segundo lugar, há estudos sobre 
criatividade que tendem a focar em um resultado ou produto. Julgamentos são feitos 
nesses trabalhos sobre o que exibe as qualidades de ser (ou não ser) criativo. Em terceiro 
lugar, há diversas linhas de pesquisa em criatividade que tendem a focar no processo 
criativo em si, e não tanto nos indivíduos que estão se engajando na atividade ou nos 
produtos finais que advêm de vários processos. Alguns trabalhos recentes de Sawyer 
(2006) poderiam se encaixar nessa última área de pesquisa sobre criatividade. Esses 
trabalhos sobre criatividade focam em como existem alguns pontos comuns no processo 
criativo de indivíduos socialmente reconhecidos como inovadores nas artes, negócios e 
ciências (Sawyer, 2006). Essas três áreas da pesquisa sobre criatividade não são 
totalmente unidimensionais, mas representam diferentes focos para pesquisa 
conduzida nesse importante conceito. 
O foco desse capítulo não será nos níveis de criatividade conservados por acadêmicos 
de comunicação política que se engajaram no uso de análise secundária. Em vez disso, 
a atenção será sobre os produtos criativos produzidos por estudiosos de comunicação 
política na forma de artigos sobre comunicação política que foram publicados. 
Adicionalmente, prestaremos atenção na análise secundária como processo criativo. Em 
particular, a análise foca na criatividade relacionada à escolha de dados, criação de 
variáveis e análise de dados, que são os principais estágios da análise de dados 
secundários. Criatividade pode existir em qualquer um desses ou em todos esses 
estágios de análise secundária e poderia haver debate considerável acerca de se todos 
os estágios deveriam ser tratados como igualmente influenciadores no julgamento da 
criatividade em geral de uma análise secundária. Entretanto, a proposta des te capítulo 
não é entrar esse debate. Em vez disso, o foco é em observar como o nível de 
criatividade é evidente em análises secundárias que vêm sendo produzidas por 
estudiosos de comunicação política. 
Como acontece com qualquer conceito importante, existe um debate considerável 
acerca de como se conceitua e operacionaliza a criatividade. A conceituação escolhida
para nossos propósitos observa a criatividade como consistindo em três elementos: 
novidade, eficácia e autenticidade (Averill, 2002). Novidade foca no quão novo é o 
produto ou parte do processo usado para criar o produto. Averill observa que essa 
dimensão é “um conceito relativo” em que um julgamento inerentemente comparativo 
é feito entre o produto em questão e o que veio antes do produto em questão. Em 
resumo, novidade é sinônimo de originalidade. 
Entretanto, no longo prazo, novidade apenas pelo fato de ser original não tem muita 
relevância. Como o trabalho de Sawyer (2006) sobre criatividade revelou, há sempre 
uma proposta direcionando indivíduos engajados em atos criativos. Como resultado, 
precisamos julgar a eficácia global de um ato criativo para poder determinar se o ato 
criativo serviu para atingir um objetivo global. Para esse ensaio, uma questão central 
decorrente dessa dimensão da criatividade é se a pesquisa em análise secundária 
produziu resultados válidos e confiáveis que impulsionaram o avanço do campo. 
Por fim, existe a autenticidade. O foco aqui é no grau em que a análise secundária é 
autêntica no campo da comunicação política e o que essa área de pesquisa social 
científica representa no âmbito maior da comunidade de ciências sociais. Existem 
elementos distintos de pesquisa em comunicação política – os tipos de perguntas de 
pesquisa que fazemos, as variáveis independentes e dependentes em que focamos e o 
processo que chama a nossa atenção – que nos permite nos destacar em relação a 
outras áreas. Nossas análises secundárias podem refletir quem somos como 
pesquisadores em comunicação política e esse aspecto do nosso trabalho deveria ser 
parte do nosso julgamento da criatividade inerente a qualquer análise secundária dada. 
Enfim, nossa pesquisa sobre a existência de criatividade em análises secundárias 
realizadas por pesquisadores de comunicação política não é a criatividade que existe 
sem limites específicos. A escolha de um particular conjunto de dados original, o uso de 
operacionalização única de uma determinada variável ou a escolha de uma técnica 
analítica relativamente rara precisam ser observados juntamente com a questão de se 
o campo tem sido eficaz como resultado de engajamento nessas parcelas de 
originalidade e se o que é original sobre nossas análises secundárias permanece 
autêntico no campo. É apenas por meio da investigação combinada de todas as três 
dimensões (novidade, eficácia e autenticidade) que podemos ganhar pleno 
entendimento do grau de criatividade no âmbito das análises secundárias sendo 
conduzidas em comunicação política. 
TIPOLOGIA DE ANÁLISE SECUNDÁRIA POR CRIATIVIDADE 
Com muita frequência os acadêmicos caracterizam análise secundária como uma 
maneira barata ou preguiçosa de se fazer pesquisa. De fato, o uso de dados de alta 
qualidade coletados por outra pessoa a fim de endereçar algumas de suas hipóteses ou 
questões de pesquisa não é tão simples como possa parecer a princípio. Engajar-se em
tal esforço de pesquisa frequentemente requer que o pesquisador seja extremamente 
criativo. Fica claro a partir da nossa enquete sobre o cenário da comunicação política 
que a análise secundária pode ser vista como um verdadeiro ato criativo. Para esse 
capítulo, isolamos nove trabalhos diferentes de autoria de renomados pesquisadores 
em comunicação política no âmbito da tipologia da análise secundária por criatividade 
para dedicar a esse ponto a atenção que ele merece (ver Figura 5.1). A tipologia tem três 
elementos de uma análise secundária (escolha de dados, criação de variáveis e análise 
de dados) em seu eixo vertical e três dimensões da criatividade (novidade, eficácia e 
autenticidade) no eixo horizontal. A próxima seção é dedicada a detalhamento de como 
esses trabalhos publicado incorporam atos criativos no âmbito do contexto da condução 
de análises secundárias. 
TIPOLOGIA APLICADA A RECENTES PESQUISAS EM COMUNICAÇÃO POLÍTICA 
Novidade 
Fonte de dados. O artigo que escolhemos para esta seção da nossa tipologia é o “The 
Engagement Model of Opinion Leadership: Testing Validity within a European Context” , 
por Erikl Nisbet (2006). Esse artigo testa o modelo de engajamento de opinião de 
liderança ao longo de 15 países europeus usando a European Social Survey (ESS), uma 
survey bienal conduzida em 22 nações europeias. 
O uso que Nisbet faz da ESS é original em comparação aos mais recentes artigos em 
comunicação política feitos por seus pares usando dados secundários e presentes em 
periódicos científicos. Como discutimos anteriormente, as duas principais fontes de 
dados secundários para a pesquisa em comunicação política são a American National 
Election Survey e a National Annenberg Election Survey. Essas são fontes dominantes por 
causa de suas amostras amplas e representativas, a inclusão de métricas comumente 
usadas em comunicação política, consistência de mensuração ao longo do tempo, 
especialmente em relação à ANES, e questões abordando eventos de campanha 
imprevistos, uma funcionalidade da NAES (ver capítulo 6 desse volume).
Apesar de sua qualidade, o uso excessivo da ANES e da NAES restringe a pesquisa em 
comunicação política porque suas amostras incluem apenas pessoas que moram nos 
Estados Unidos. O uso de conjuntos de dados secundários inter-nações, como o ESS, 
permite que pesquisadores respondam a questões de pesquisa alternativas e 
determinem a validade e generalização das teorias e modelos fora dos Estados Unidos. 
Como mostrou o artigo de Nisbet (2006), o modelo de engajamento funciona melhor 
em países da Europa Ocidental que compartilham similaridades culturais e estruturais 
com os Estados Unidos, mas encontra problemas em países que não compartilham dos 
mesmos traços. 
Criação de variáveis. Em seguida, focamos em um exemplo original de criação de 
variáveis a partir de análise de dados secundários. Artigos com dados secundários 
requerem que os pesquisadores usem itens existentes para criar medidas para suas 
variáveis de interesse. Às vezes, esse ato requer pouco de esforço, como a criação de 
mensuração de conhecimento político; outras vezes, requer mais que um pouco de 
criatividade. Um exemplo de variáveis criativamente construídas vem de “Ambivalent 
Social Networks and the Consequences for Participation”, por Lilach Nir (2005). Esse 
artigo examina a relação entre a ambivalência em nível individual e ambivalência 
percebida em nível de rede em participação política e preferências por candidatos à 
presidência. 
Para testar sua hipótese, Nir criou duas medidas de ambivalência usando itens 
existentes da ANES de 2000. Para construir sua medida de ambivalência em nível 
individual, Nir colocou as taxas do termômetro de sentimento dos respondentes sobre 
George W. Bush e Al Gore em uma fórmula que calculou um nível individual de 
ambivalência em relação aos dois candidatos. Para criar uma medida de ambivalência 
percebida em rede, Nir (2005) primeiramente criou uma medida do tamanho da rede 
por meio da adição do número de pessoas presentes na rede de discussão de um 
respondente. Em seguida, Nir calculou o número de pessoas com preferências 
semelhantes e diferentes para presente na rede do indivíduo e colocou esses números 
na mesma fórmula usada para medir o nível individual de ambivalência. Isso deu a Nir a 
medida de ambivalência em nível de rede. 
As mensurações de Nir são excelentes exemplos de criação original de variáveis a partir 
de dados existentes. Essas variáveis são originais porque a observação seleciona itens 
existentes da survey e usa-os de forma única para criar duas medidas de ambivalência. 
Ainda, a observação de Nir (2005) de que a ambivalência em nível individual, e não 
aquela medida em nível de rede, previu menos engajamento no processo político e o 
adiamento da decisão em quem apoiar na eleição presidencial de 2000 ajudou no 
avanço da área. 
Análise de dados. Acadêmicos precisam ser criativos quando analisam conjuntos de 
dados secundários. Para essa seção da nossa tipologia, analisamos o artigo “Intramedia
Mediation: The Cumulative and Complementary Effects of News Media Use” , por R. 
Lance Holbert (2005c), que examina os efeitos indiretos e cumulativos do uso de 
televisão e de jornal para conhecimento político. Usando dados da NAES, Holbert 
(2005c) dedicou-se ao uso de uma variante única de modelagem de equação estrutural, 
modelagem composta latente, que não é muito comum no campo da comunicação 
(Holbert & Stephenson, 2002). Um modelo latente composto “constrói um modelo de 
variável latente por meio da especificação de um composto dado como única variável 
observável carregando seu respectivo construto latente e consertando a variação de 
erro do composto para (1-confiabilidade) vezes a variação do indicador” (Holbert, 2005c, 
p. 453; ver também Matsunaga, 2008). 
Nesse caso, o uso de modelagem de composto latente rendeu algumas descobertas 
interessantes. Os resultados de Holbert (2005c) indicaram uma “função cumulativa e 
complementar” do uso de televisão e rádio ao longo do tempo. Isso significa que houve 
um grande efeito da mídia no conhecimento político quando responsável pela relação 
entre o uso de televisão e jornal. Considerando-se que a modelagem composta latente 
é uma técnica de análise de dados incomum no campo da comunicação política e que 
os resultados agregaram à literatura sobre efeitos da mídia revela que a criatividade de 
um pesquisador ao analisar dados secundários pode produzir resultados capazes de 
fazer avançar o campo. 
Eficácia 
Fonte de dados. Começamos por olhar uma escolha eficaz de dados no artigo “Modeling 
Patterns of News Recognition and Recall”, por Vincent Price e Edward Czilli (1996). Price 
e Czilli (1996) usaram itens do estudo piloto da ANES de 1989 que fez perguntas de 
reconhecimento e memória aos respondentes sobre diversas notícias. Para medir o 
reconhecimento, eles usaram um item que apresentou aos respondentes uma lista de 
notícias e pediu a eles que identificassem aquelas que eles reconheciam. Se eles 
reconhecessem as notícias, a suvey então perguntaria se eles poderiam se lembrar de 
qualquer detalhe sobre a notícia. Por exemplo, se o respondente reconheceu uma 
notícia sobre o conflito em Gaza entre palestinos e israelenses, era solicitado ao 
respondente que desse qualquer informação de que pudesse se lembrar, como a razão 
para os ataques de Israel aos palestinos. Para determinar se a lembrança da informação 
era precisa, Price e Czilli (1996) também fizeram análise de conteúdo das notícias que 
apareceram no noticiário da época da survey ANES. 
Os resultados obtidos pelos pesquisadores indicaram que esse foi um uso eficaz de 
dados secundários. Seu primeiro modelo de regressão logística estimando 
reconhecimento de notícias classificou com sucesso 81% dos respondentes, uma 
melhora de 58% sobre o modelo de oportunidade (Price e Czilli, 1996). Similarmente, 
seu segundo modelo de regressão logística estimando memória de uma notícia 
classificou com sucesso 80% dos respondentes, o que está 61% acima da taxa de sucesso
de modelo de oportunidade. O sucesso de seus modelos para prever reconhecimento e 
memória de notícia indica que isso foi apropriado para o estudo de dados realizado. Dito 
de maneira sucinta, esse conjunto de dados secundários foi altamente eficaz ao 
endereçar as questões de pesquisa dos acadêmicos. 
Criação de variáveis. “Reliable and Valid Measure of Opinion Quality: Electronic Dialogue 
During Campaign 2000”, por Joseph Cappella, Vincent Price, e Lilach Nir (2002), foi 
selecionado como uma peça de análise secundária representativa da criação de 
variáveis altamente efetiva. Nesse artigo, os autores introduzem uma nova medida de 
qualidade de opinião que eles chamaram de “repertório de argumentos” (AR). 
Capella e colegas (2002) definiram AR como consistindo em duas dimensões: as razões 
relevantes para a sua própria opinião e as razões relevantes para as opiniões de outros. 
Essas razões para a opinião devem ser “reconhecidas em discurso público como razão 
plausível” para embasar um partido político ou política pública (p. 77). Por exemplo, um 
republicano pode dizer que ele apoia o Partido Republicano porque ele acredita em 
redução do Estado e impostos mais baixos, e que os democratas discordam dos 
republicanos porque eles apoiam entidades de classe e os direto das mulheres à escolha 
(Capella et al., 2002). 
Para criar uma medida de AR, Capella e seus colegas (2002) usaram dados do projeto 
Electronic Dialogue 2000. Eles usaram taxas de favorabilidade de três tópicos políticos 
relevantes: os dois partidos políticos, o plano de impostos dos candidatos à presidência 
e a decisão da Suprema Corte em favor do fim da recontagem de votos na Flórida. 
Depois de fornecer as taxas de favorabilidade, a survey solicitou aos respondentes que 
listassem as razões para suas opiniões favoráveis ou contrárias e os motivos para as 
opiniões favoráveis ou contrárias de terceiros. Os autores codificaram essas respostas 
abertas e atribuíram valores para perguntas não respondidas, respostas irrelevantes, 
declarações vagas e respostas substantivas. Depois de obter a confiança em seu 
esquema de codificação, eles adicionaram os valores para cada declaração individual e 
criaram índices para a opinião do indivíduo e de terceiros. Foi avaliada a confiabilidade 
para essas duas medidas, com scores alpha de .77 e .80, respectivamente. 
Capella e seus colegas (2002) testaram AR para validade convergente e preditiva. Para 
validade convergente, eles previram – e seus resultados demonstraram – que aqueles 
com maior AR tendiam a ser mais interessados e ter mais conhecimento sobre política, 
e estavam mais propensos a prestar atenção ao noticiário político e a ler mais jornal. 
Para testar a validade preditiva, eles observaram se AR poderia prever certos 
comportamentos dos participantes. Resultados de modelos de regressão mostraram 
que os indivíduos com maior AR estavam mais propensos a participar e contribuir com 
grupos de discussão online. Com esses resultados, os autores concluíram que suas 
medidas de AR encontraram o limiar para validade convergente e preditiva.
Colocamos esse estudo de Capella e colegas na categoria de criação eficaz de variáveis 
de nossa tipologia por diversas razões. Primeiramente, o estudo usa as medidas de um 
conjunto de dados existente para criar uma nova medida de AR. Além disso, seus 
testes para confiabilidade e validade convergente e preditiva revelam que sua medida 
de AR é tanto confiável quanto válida. Por fim, sua pesquisa sobre AR agrega uma nova 
medida de qualidade de opinião ao campo de comunicação política. 
Análise de dados. “Late-Night Comedy as a Gateway to Traditional News: An Analysis of 
Time Trends in News Attention Among Late-Night Comedy Viewers During the 2004 
Presidential Primaries”, por Lauren Feldman e Dannagal Goldthwaite Young (2008), é 
um exemplo do uso eficaz de análise de dados no contexto da condução de análise 
secundária. Esses pesquisadores observaram a relação entre o ato de se assistir a 
programas de humor que são veiculados já tarde da noite e a atenção às notícias de 
campanha durante as prévias presidenciais de 2004. 
Para testar sua hipótese, Feldman e Young (2008) empregaram dados do NAES de 2004. 
Duas variáveis foram de interesse primário. A primeira era a observação dos programas 
de humor de fim de noite, que foram medidos com itens em que se perguntava aos 
respondentes quantas vezes eles assistiram a esse tipo de programa na semana anterior 
e a que programa eles assistiram com maior frequência. A segunda era a atenção às 
notícias, o que eles mediram usando apenas um item perguntando aos respondentes 
sobre seu nível de atenção a notícias sobre a campanha presidencial. 
Para determinar a relação entre o ato de assistir aos programas de humor de fim de 
noite e a atenção às notícias sobre política, Feldman e Young (2008) usaram uma 
combinação de regressão OLS e análise de séries temporais. Primeiramente, Feldman e 
Young usaram regressão OLS para estabelecer a relação entre o ato de assistir a 
programas de humor de fim de noite e a atenção às notícias. Então, usaram a análise de 
séries temporais para mostrar que o ato de assistir a programas de humor de fim de 
noite levou a níveis maiores de atenção a notícias sobre a campanha presidencial. 
O uso de análise de séries temporais fez desse trabalho um excelente exemplo para a 
categoria de análise eficaz de dados da nossa tipologia. O artigo se encaixa bem aqui 
porque a análise de séries temporais revelou descobertas robustas de que o ato de 
assistir a programas de humor de fim de noite leva ao aumento da atenção a notícias de 
campanha. Os resultados também agregaram ao crescimento do corpo da literatura que 
observa os efeitos da mídia de entretenimento em variáveis resultantes da comunicação 
política. 
Autenticidade 
Fonte de dados. Agora abordamos a última característica da criatividade: autenticidade. 
O primeiro artigo, intitulado “Priming Effects of Late-Night Comedy”, por Patricia Moy, 
Michael Xenos e Verena Hess (2005), representa o uso de fonte de dados autêntica.
Nesse estudo, Moy e colegas examinaram até que ponto o ato de se assistir a programas 
de humor de fim de noite influenciou as avaliações das pessoas sobre os candidatos 
depois de aparecerem nesses programas durante a eleição presidencial de 2000. 
Os autores empregaram dados da NAES de 2000 e, para a sua medição de 
favorabilidade, eles usaram taxas de termômetro de sentimento dos dois candidatos à 
presidência: George W. Bush e Al Gore. Eles também usaram medidas de características 
pessoais dos candidatos, em que pediram aos respondentes que descrevessem o quanto 
as diversas características como honestidade eram atribuíveis ao respectivo candidato. 
Eles então pegaram um item que solicitava aos respondentes com que frequência eles 
haviam assistido a programas de humor de fim de noite na semana anterior para criar 
uma variável binária que indica se uma pessoa assistiu a tais programas. 
Esse uso da NAES é uma escolha autêntica de dados para o campo da comunicação 
política por algumas razões: (1) a NAES é feita pelo Annenberg Public Policy Center da 
University of Pennsylvania – que tem ligações com a sua escola de comunicação – por 
Kathleen Hall Jamieson e Diana Mutz, duas reconhecidas pesquisadoras de comunicação 
política, e (2) a NAES contém um grande número de itens que têm melhor desempenho 
que a ANES de mensuração de conceitos-chave de comunicação. Wagner (capítulo 6 
desse volume) apoia esse segundo ponto. Ele argumenta que a NAES faz um trabalho 
melhor de mensuração de exposição a tipos específicos de mídia, com questões 
interrogando respondentes acerca de suas fontes de conteúdo de mídia. Por exemplo, 
a NAES pede aos respondentes que forneçam suas fontes programação de notícias de 
TV aberta e a cabo, o jornal em que confiam para a obtenção de notícias e se eles 
assistem a programas de humor de fim de noite. Isso vai além das métricas de uso de 
mídia incluídas na ANES. Essa grande ênfase em mensuração de comunicação faz da 
NAES mais autêntica para o campo da comunicação. Por causa da afil iação da survey a 
uma escola para comunicação e ênfase em mensuração de comunicação, acreditamos 
que isso represente uma escolha autêntica de dados para o campo da comunicação 
política. 
Criação de variáveis. O próximo artigo cria uma autenticidade de variáveis de 
comunicação a partir de dados secundários. O artigo é “Communication, Context, and 
Community: An Exploration of Print, Broadcast, and Internet Influences”, por William P. 
Eveland Jr. e Dietram Scheufele (2000). Usando dados da ANES de 1996, os autores 
examinaram se o uso da mídia afeta as lacunas de conhecimento político e participação 
entre as pessoas com maiores e menores níveis de educação. 
Para a sua análise, Eveland e Scheuffe (2000) construíram medidas de uso de mídia de 
notícias de televisão e jornais usando métricas existentes da ANES. A medida de uso da 
televisão foi um índice de quatro itens que consistem em dois itens de exposição à mídia 
que perguntavam aos respondentes com que frequência eles assistiam notícias locais e 
internacionais e dois itens que questionavam os participantes sobre seu nível de atenção
à campanha no noticiário local e nacional. A métrica de uso de jornal usou itens similares 
que perguntavam aos respondentes sobre a exposição a jornais e seu nível de atenção 
à campanha em jornais. Ambas as métricas foram demonstradas como sendo confiáveis, 
com scores alpha de .81 e .71, respectivamente. Essas mensurações chegam a dois 
componentes latentes – exposição e atenção – que, quando combinados, produzem 
melhor mensuração de uso de mídia que uma simples medição de exposição 
isoladamente. Esse clamor por uma métrica de uso de mídia vem de um estudo de 
Chaffee e Schleuder (1986), que observou que a combinação da exposição e atenção 
respondiam por mais variações quando se observavam os ganhos em conhecimento da 
mídia que a exposição isoladamente. Esses resultados apoiam a afirmação de Chaffee e 
Schleuder de que os pesquisadores de comunicação precisam ir além das medições de 
exposição à mídia quando da observação dos efeitos da mídia. Para que a métrica seja 
autêntica, ela deve ter raízes no campo da comunicação. A medida de uso de mídia 
criada por Eveland e Scheufele (2000) atende a essa necessidade porque foi 
desenvolvida em comunicação e por estudiosos da comunicação. 
Análise de dados. Concluímos com uma técnica de análise de dados autêntica ao campo 
da comunicação política. Para essa seção da nossa tipografia, escolhemos o artigo “The 
Impact of the News Media on Public Opinion: American Presidential Election 1987– 
1988”, por David Fan and Albert Tims (1989). Os autores testaram o quão bem o modelo 
ideodinâmico, criado por Fan, previu a opinião pública dos dois candidatos à presidência 
– George W. Bush e Michael Dukakis – durante a eleição presidencial de 1988. 
Muitos passos foram envolvidos na criação e teste de modelo ideodinâmico. Fan e Tims 
(1989) construíram seu modelo por meio da coleta de amostras aleatórias de matérias 
do serviço de notícias AP e selecionando todas as matérias relacionadas a George W. 
Bush e Michael Dukakis. A partir dessas matérias, eles removeram parágrafos que não 
se referiam a Bush ou Dukakis e fizeram análise de conteúdo do restante dos parágrafos 
em informação positiva ou negativa sobre os dois candidatos. Fan e Tims somaram o 
volume de informação positiva e negativa para cada candidato e colocaram os 
resultados compilados em uma equação que aproximou a opinião pública de Bush e 
Dukakis durante a campanha. Para examinar a precisão de seu modelo, eles 
compararam sua aproximação da opinião pública às pesquisas de opinião de fato 
coletadas durante a eleição. Resultados indicam que seu modelo ficou próximo das 
pesquisas de opinião pública. Em média, seu modelo variava 2,7 pontos em relação à 
pesquisa. 
Acreditamos que esse artigo se encaixe na porção de análise autêntica de dados da 
nossa tipologia. As razões são, primeiramente, que Fan é membro afiliado à School of 
Journalism and Mass Communication da University of Minnesota, fazendo com que essa 
técnica tenha raízes na comunicação política. Além disso, a técnica de análise de dados 
focou em variáveis de comunicação política. A variável independente, cobertura de
notícias de candidatos políticos, e a variável dependente, inclinação da opinião pública 
em relação aos candidatos à presidência, são um interesse central para pesquisadores 
da comunicação política. 
CONCLUSÃO 
A tipologia que oferecemos disponibiliza um quadro para mostrar como pesquisadores 
de comunicação política têm sido criativos na condução de análise secundária. Há 
muitas desvantagens potenciais na condução de análises secundárias em relação à 
condução de pesquisa primária, mas um ponto que gostaríamos de salientar é que a 
energia criativa do pesquisador tem o potencial de superar muitas dessas fraquezas. Um 
pesquisador em busca de conjuntos de dados que já tenham sido coletados com a 
proposta de endereçar uma questão de pesquisa específica não pode criar algo que 
venha do vácuo (ex.: materializar um item específico que não tenha sido coletado). 
Entretanto, como um pouco de criatividade, os pesquisadores podem criar variáveis 
explanatórias a partir de itens existentes (às vezes itens mesmo aparentemente 
discrepantes) e empregar técnicas de análise de dados únicas a fim de endereçar uma 
dada agenda de pesquisa com um conjunto de dados exis tente. Pesquisadores também 
precisam usar sua criatividade para buscar fontes alternativas de dados existentes e não 
permanecerem amarrados aos poucos conjuntos de dados mais comumente usados no 
campo. Como discutimos anteriormente, a criatividade é uma condição necessária, mas 
não suficiente para se conduzir uma análise secundária de qualidade. 
Como resultado, a análise secundária deveria ser reconhecida adequadamente como 
forma de exploração científica social que é tão válida quanto a pesquisa primária. 
Análises secundárias deveriam ser tratadas da mesma forma que pesquisas primárias, 
especialmente quando se trata de fazer julgamentos sobre que tipo de trabalho, em 
última análise, faz avançar a disciplina. Pesquisa sólida é pesquisa sólida, e se um dado 
pesquisador coletou seus próprios dados ou optou pelo uso de conjuntos de dados já 
existentes, isso deveria contar pouco durante o processo de revisão para publicação. 
Sim, pesquisadores que conduzem análises secundárias são capazes de ignorar as fases 
do desenho, da coleta de dados, da digitação dos dados e do tratamento dos dados 
associadas à pesquisa primária, mas isso não significa que essa seja uma maneira 
preguiçosa de um pesquisador conduzir sua pesquisa. Justamente o contrário, visto que 
uma enorme quantidade de tempo e energia intelectual é requerida para a condução 
de uma análise secundária sólida. É nossa esperança que o campo da comunicação 
política reconheça esse simples fato. 
Também gostaríamos de encorajar o treinamento formal em análise secundária no 
campo da comunicação política. Pesquisadores incipientes deveriam ser treinados em 
como abordar a análise secundária, o que será demandado no curso do esforço de 
pesquisa, e as dificuldades que podem esperar encontrar ao longo do curso de vários 
estágios da análise secundária. Estudantes de pós-graduação ambiciosos em busca de
fazer o nome e abordar um dado conjunto de perguntas de pesquisa com muito pouco 
recurso financeiro disponível para pesquisa podem se voltar para dados secundários 
como meio pelo qual podem buscar publicações e encontrar respostas às questões que 
os levaram a querer se tornar acadêmicos em primeiro lugar. Qualquer pesquisador que 
busque conduzir uma análise secundária pela primeira vez estaria bem servido para dar 
uma breve olhada em qualquer um dos muitos livros sobre o assunto (ver lista de 
referências para textos sobre análise secundária e capítulos oferecidos no começo desse 
capítulo), bem como conversar com pesquisadores experientes que tenham experiência 
na condução de análises secundárias no passado e tenham aprendido bastante ao longo 
do caminho. Análise secundária não é algo em que alguém deveria mergulhar de cabeça 
logo de início – todos os pesquisadores de comunicação política deveriam reconhecer 
que a condução de análises secundárias requer um certo conjunto de habilidades e 
treinamento sólido para que estudos desse tipo sejam bem feitos. Acima de tudo, a 
condução de análise secundária robusta requer que o pesquisador seja criativo do início 
ao fim do projeto. Análises secundárias recentes em comunicação política 
demonstraram muito bem esse ponto.

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Análise Secundária Comunicação Política

  • 1. Comunicação Pública e política: perspectivas teóricas e metodológicas Tariana Brocardo Machado II Análise secundária e meta-análise Capítulo 5 – Análise secundária em comunicação política vista como ato criativo R. Lance Holbert School of Communication The Ohio State University Jay D. Hmielowski School of Communication The Ohio State University O emprego de dados pré-existentes coletados por outros pesquisadores para uso em um projeto de pesquisa corrente tem sido uma prática há tanto tempo quanto existe o campo da comunicação política. Estudiosos de comunicação política frequentemente optam por análises secundárias a fim de endereçar uma gama de questões de pesquisa. Alguns exemplos recentes de análises secundárias incluem o uso de dados do American National Election Study (ANES) por Kiousis e McCombs (2004) para avaliar a capacidade da atitude de resistência para servir como mediadora do processo tradicional de transferência de saliência descrito pela teoria do agenda-setting; uso dos dados do National Annenberg Election Study (NAES) para entender melhor a influência de se assistir na televisão a programas de humor de fim de noite no consumo tradicional de notícias na TV (ou seja, hipótese de gateway de Baum); e o uso feito por Putnam (2000) de dados do DDB-Needham Lifestyle Study para atualizar a discussão sobre o presente estado do capital social na sociedade americana. Dados adicionais coletados por Pew Charitable Trusts (ex.: Christie, 2007), Wisconsin Media Analysis Group (ex.: Shah, Cho, et al., 2007) e General Social Survey (ex.: Robinson, Rivers, & Brecht, 2006) têm sido usados por especialistas em comunicação política e comunicação pública da mesma forma para abordar uma gama de questões de pesquisa, tópicos e agendas . As potenciais vantagens e desvantagens de se conduzirem análises secundárias já foram abordadas em publicações anteriores (ex.: Boruch, 1978; Carter, 2003; Hakim, 1982) e serão brevemente resumidas neste capítulo. Entretanto, Kiecolt e Nathan (1985) levantaram uma armadilha potencial peculiar à análise secundária quando discutem que pesquisa desse tipo pode causar uma “possível inibição de criatividade” (p. 14). Em contraste a Kiecolt e Nathan, nós devotamos nossos esforços aqui em defender o argumento de que estudiosos da comunicação política têm sido extremamente criativos em seu uso de análise secundária como um modo por meio do qual fazem avançar a disciplina. Na verdade, gostaríamos de argumentar que a energia criativa do
  • 2. pesquisador é uma condição necessária, mas não suficiente para se conduzir uma análise secundária de qualidade. Este capítulo delineia os aspectos básicos para a condução de uma análise secundária – os principais estágios envolvidos nesse tipo de pesquisa e os assuntos -chave sobre os quais um pesquisador precisa ter conhecimento quando da condução de uma análise secundária. O espaço, então, será dedicado a um resumo do presente estado da análise secundária no campo – em que medida a nossa pesquisa pode ser classificada como análise secundária e em que especialidades no âmbito da comunicação política esse tipo de trabalho pode ser encontrado. Posteriormente, daremos atenção ao estudo da criatividade usando o campo da psicologia positiva (ver Simonton, 2002, para um resumo). A criatividade será mostrada como consistindo de três dimensões: novidade, eficácia e autenticidade (Averill, 2002). As três dimensões da criatividade serão colocadas lado a lado com três importantes componentes da análise secundária: escolha de conjunto de dados, criação variável e análise de dados. Uma tipologia de criatividade resultante da análise secundária, formada por nove partes, será utilizada para mostrar como a escola da comunicação política tem sido altamente criativa em seu uso da análise secundária. Artigos recentemente publicados sobre comunicação política serão conectados a cada área da tipologia para detalhar e reforçar nosso argumento de que a condução de uma análise secundária (se bem feita) é um ato inerentemente criativo. O capítulo será fechado com reflexões acerca de como os pesquisadores deveriam abordar análises secundárias e as possibilidades de pesquisa que existem para esse método. ANÁLISE SECUNDÁRIA A análise secundária, como definida por Hyman (1972), é “a extração de conhecimento de temas outros que não aqueles em que está o foco das pesquisas originais” (p. 3). Esta definição não descreve o processo, mas, em vez disso, toca no objetivo da análise secundária (ou seja, extrair conhecimento). Há inúmeros benefícios e limitações que uma comunidade acadêmica tem ao desenvolver análises secundárias. Carter (2003) aborda diversas qualidades básicas do uso de dados secundários para um determinado projeto de pesquisa. Em primeiro lugar, os especialistas economizam tempo e dinheiro quando usam dados já coletados por outros. Em segundo lugar, como Bryman (2001) notou, é provável que a qualidade conjuntos de dados disponíveis publicamente (ex.: ANES, NAES) exceda qualquer resultado que um pesquisador ou pequeno grupo de pesquisadores com recursos limitados poderia atingir por meio da realização de pesquisa primária. Claramente, os assistentes de pesquisa e fundos disponíveis para a coleta de conjuntos de dados nacionais, que foram concebidos com vistas ao uso público, excedem em abundância os recursos disponíveis para qualquer equipe de pesquisa. Em terceiro lugar, outro benefício derivado de análises secundárias é que os conjuntos de dados mais comumente usados por pesquisadores em ciências sociais são
  • 3. frequentemente grandes o suficiente em tamanho para permitir que os especialistas conduzam significativas análises de subgrupo (Bryman, 2001). Diversos dos benefícios derivados de análises secundárias existem não apenas no nível do pesquisador individual, mas também podem ser encontrados em um nível macro de comunidade de pesquisa. Hyman (1972) levantou um ponto profético quando afirmou que as pressões sobre o público para responder a uma gama de assuntos diferentes por parte de várias empresas de pesquisa e pesquisadores acadêmicos independentes acabou por saturar os cidadãos. Nos anos que se passaram desde que essa afirmação foi feita, esse argumento cresceu a ponto de tornar-se ainda mais relevante. Muitos dos estudiosos de comunicação política da atualidade sentiram a reação do público a essa crescente pressão por meio de altas taxas de rejeição em suas pesquisas. Apenas imagine o número adicional de estudos que haveria no campo, especialmente por volta do período eleitoral, se estudiosos de comunicação política não pudessem recorrer a uma variedade de dados secundários de qualidade publicamente disponíveis. Dados secundários permitem que o campo contenha a onda de excesso de amostragem, pelo menos em pequeno grau. As limitações inerentes a qualquer análise secundária podem ser bem conhecidas, ou pelo menos intuídas, pelos estudiosos de comunicação política. Uma limitação frequentemente mencionada é a de se ter pouco ou nenhum controle sobre a qualidade dos dados. Por exemplo, em sua busca por ser todas as coisas para todas as pessoas, uma grande pesquisa nacional pode perguntar uma série de questões dicotômicas, enquanto um pesquisador individual mais frequentemente desejaria que a organização de coleta de dados tivesse usado operacionalizações que refletem níveis mais altos de mensuração (ou seja, ordinal, intervalo ou razão). Bryman (2001) também observa que conjuntos de dados podem excluir variáveis-chave. Muitos estudiosos têm amaldiçoado os deuses da pesquisa por oferecerem um conjunto de dados que contenha a maioria dos itens necessários para testar uma determinada hipótese ou questão de pesquisa, exceto por um único e central interesse variável. Adicionalmente, é quase sempre difícil de entender as técnicas usadas para limpar e organizar os dados. Pesquisadores que não dispõem de certo grau de familiaridade com um determinado conjunto de dados podem ficar atolados ao tentar decifrar como os pesquisadores primários construíram variáveis específicas e se dados faltantes deveriam ser entendidos como uma sistemática (ex.: decisões de se usarem técnicas de seleção amostral) versus aleatória. A inexperiência com um determinado conjunto de dados abre a porta para pesquisadores produzindo fundamentalmente trabalhos falhos. É essencial para estudiosos de comunicação política a condução de análise secundária para conhecer seus conjuntos de dados. Quando dados são apresentados a pesquisadores com tanta facilidade, é muito tentador partir diretamente para diversas análises. Entretanto, pesquisadores têm a obrigação de se fazerem plenamente conscientes dos potenciais passos em falso compreendidos nesse cenário.
  • 4. Agora que os pontos fortes e fracos básicos da análise secundária foram delineados, um espaço pode ser dedicado aos passos envolvidos na condução de análise de dados secundários. Carter (2003) apontou um processo de cinco passos que envolve a análise secundária do início ao fim. O primeiro passo da análise secundária, como acontece em qualquer esforço de investigação, é identificar a questão da pesquisa. É imperativo que as questões de pesquisa venham antes dos dados – análise secundária não envolve pesquisadores primeiro encontrando dados e depois buscando gerar questões de pesquisa a partir do conjunto de dados (baseado em que questões foram feitas). Falta desenvolvimento de teoria nesse tipo de pesquisa e frequentemente leva a resultados que são improváveis de serem replicados em estudos subsequentes. Uma vez que o pesquisador identifique a questão da pesquisa, ele pode buscar e assegurar o uso de dados apropriados para endereçar a questão da pesquisa. Esse processo pode ser trabalhoso, consumir tempo e ser frustrante. Entretanto, lançar uma ampla rede para procurar por um determinado conjunto de dados existentes muitas vezes produz resultados que valem a pena. Confiança apenas nos conjuntos de dados mais usados (ex.: dados do ANES para o estudo de comunicação política) pode criar limitações severas no que tange os tipos de perguntas de pesquisa que podem ser feitas. Em terceiro lugar, um desenho de pesquisa é delineado, isolando um conjunto determinado de itens do total de dados secundários e os procedimentos analíticos apropriados para testar as questões de pesquisa ou hipóteses propostas. Esses três primeiros passos representam a fundação de qualquer análise secundária sólida. Carter (2003) insiste que estudiosos devem completar os dois passos finais (ou seja, preparação formal de dados e análise de dados) com o máximo de cautela e diligência. A preparação dos dados requer a geração de uma lista de variáveis decorrentes da fundamentação teórica do pesquisador, identificando os itens -chave em dados secundários que serão usados para formar essas variáveis, fazendo as transformações necessárias para formatar os dados para o uso correto, e selecionando uma amostra-alvo se o pesquisador estiver fazendo algum tipo de análise de subgrupo. A fase da análise de dados funciona muito como qualquer outro projeto de pesquisa, mas Carter (2003) enfatiza a importância de replicar resultados usando múltiplos conjuntos de dados secundários se estiverem disponíveis. Com a análise secundária definida e com o processo básico desenhado, incluindo pontos fortes e fracos inerentes ao método, é importante ter uma ideia do estado da análise secundária no cenário atual da pesquisa em comunicação política. ANÁLISE SECUNDÁRIA NA PESQUISA EM COMUNICAÇÃO POLÍTICA ATUAL Comunicação política é uma área vasta de pesquisa que compreende uma gama de áreas temáticas. O campo inclui o estudo de campanhas políticas, notícias e assuntos da mídia, opinião pública, novas mídias, mídia de entretenimento e análises de audiência (para nomear apenas alguns exemplos). Análises secundárias podem ser encontradas
  • 5. referentes a cada uma dessas áreas de pesquisa. Entretanto, a área de pesquisa em comunicação política que tem tido mais que seu quinhão de análise secundária é o estudo de efeitos de campanha política. O fenômeno é lógico dado que os grandes conjuntos de dados nacionais relevantes politicamente coletados e disponibilizados publicamente para avançar os estudos – o American National Election Study (ANES) e o National Annenberg Election Study (NAES) – são desenhados em coordenação com as eleições nacionais. Uma área de pesquisa que é rica em análises de dados secundários e foca na influência do debate político. Por exemplo, Holbert, LaMarre e Landreville (2009) analisaram dados de 2004 do estudo Annenberg para avaliar o papel da audiência do debate como reforço partidário e os efeitos desse reforço partidário em percepções pós-eleições da acurácia da contabilidade do voto pessoal. Kensi e Stroud (2005) também usaram dados do Annenberg para melhor entender quem entre o eleitorado gravita na direção do maior consumo de debates presidenciais televisionados nacionalmente. Holbert (2005ª) usou dados do ANES de 2000 e de 2004 para avaliar o papel da audiência de debate no fortalecimento da escolha de voto e como mediador do relacionamento entre o uso tradicional da televisão para noticiar e a escolha do voto como comportamento político. Esses trabalhos são apenas alguns exemplos recentes de análises secundárias conduzidas em relação ao estudo das eleições em geral e debates políticos em particular. Análises secundárias também são usadas no estudo de notícias como comunicação política. Por exemplo, Kiousis e McCombs (2004) usaram dados do ANES para avaliar a influência da força de atitude como um potencial mediador do relacionamento entre a aparição de mídia noticiosa e da aparição pública de grandes figuras políticas. Dalrymple e Scheufele (2007) usaram dados do ANES para comparar a influência de fontes tradicionais de notícias a novas mídias fontes de notícias nas estruturas de conhecimento político dos cidadãos. De forma similar, Liu e Eveland (2005) empregaram dados para introduzir detalhes adicionados ao estudo de efeitos de notícias nas lacunas de conhecimento frequentemente estudados. Por fim, Holbert (2005b) usou dados do ANES para estudar como as notícias influenciam percepções do tamanho real do governo e como o governo deveria estar gastando sua verba em termos de programas sociais. Em termos de pesquisa de opinião pública, análises secundárias são abundantes. O relatório Public Opinion Quarterly (POQ) oferece regularmente uma funcionalidade de “tendências de pesquisa” que permite a pesquisadores compilar dados de múltiplas fontes secundárias, coletadas ao longo de diversos anos, focando em um único tema. Todos os estudos de tendências desse tipo são exemplos de análises secundárias. Adicionalmente a peças individuais de tendência, o pesquisador pode encontrar análises secundárias espalhadas por todo o restante do POQ. Por exemplo, Haider-Markel e Joslyn (2008) usaram dados do Pew para observar as percepções públicas referentes à homossexualidade. Hetherington e Smith (2007) usaram dados do GSS para observar a
  • 6. opinião pública sobre a Suprema Corte dos Estados Unidos em relação a preferências temáticas entre o público norte-americano ao longo do tempo. McDonald (2007) usou uma variedade de fontes de dados (ex.: Current Population Survey) para observar o presente estado do eleitorado norte-americano e tendências atuais em comportamento político. Em resumo, o estudo da opinião pública está saturado com análises secundárias usando uma variedade de fontes de dados populares e amplamente disponíveis. Para além dos estudos mais tradicionais de debates políticos, notícias e várias questões de opinião pública, várias áreas emergentes de pesquisa em comunicação política abraçaram a análise secundária como meio pelo qual endereçar uma variedade de questões de pesquisa. O estudo de novas mídias é uma área de pesquisa que tem usado uma variedade de conjuntos de dados secundários para endereçar de maneira criativa as questões de pesquisa. Por exemplo, Wu e Bechtel (2002) analisaram dados coletados pelo departamento de pesquisa do New York Times online para obter as taxas de clique para os mais importantes sites de notícia para estudar a relação entre o comportame nto online e o conteúdo oferecido em um site noticioso. Shah, Kwak e Holbert (2001) usaram dados do DDB-Needham Lifestyle para observar valores preditivos de uma variedade de variáveis individuais de diferença em relação ao uso geral da Internet e a relação entre o uso da Internet e o capital social. Esses são apenas dois exemplos de estudos usando dados secundários para olhar para novas mídias dentro do contexto de temas politicamente relacionados. Como o estudo dos novos meios, o estudo da mídia de entretenimento tem crescido em estatura no campo da comunicação política. Por exemplo, há vários estudos feitos por Danna Young e colegas (Feldman & Young, 2008; Young & Tisinger, 2006) usando análise secundária para endereçar questões centrais relacionadas a como o uso das notícias em programas de fim de noite da televisão afetam vários processos e resultados democráticos. Holbert, Shah e Kwak (2003, 2004) usaram dados do estudo DDB-Needham Lyfestyle para endereçar uma séria de relações entre várias formas de uso da mídia baseada em entretenimento e opinião pública acerca de uma variedade de questões de políticas públicas (ex.: meio ambiente, direitos das mulheres, armas, pena de morte; ver também Holbert, Kwak & Shah, 2003). Muito do trabalho de Baum (2003) também usou análise secundária para observar uma variedade de efeitos de soft news sobre os resultados democráticos. Em resumo, o estudo de mídia de entretenimento e política está repleto de análises secundárias. Com o uso de dados secundários claramente em evidência no campo, quão prevalente é a confiança em dados secundários por parte de estudiosos de comunicação política? Graber (2005) conduziu uma análise de conteúdo de veículos de grande circulação e periódicos científicos da área de ciência política a fim de chegar a um entendimento sobre a prevalência de pesquisa relacionada à comunicação política nesses veículos acadêmicos. Seu estudo revelou uma maior proporção do espaço em periódicos
  • 7. científicos de comunicação dedicado à pesquisa em comunicação política quando comparado aos esforços de pesquisa do subcampo em periódicos de ciência política. Dado o pouco fornecimento de pesquisa relacionada à comunicação política em periódicos científicos de ciência política, decidimos focar em três periódicos de comunicação identificados por Graber para a nossa própria breve análise: Communication Research (CR), Journalism & Mass Communication Quarterly (J&MCQ) e Journal of Communication (JoC). Isolamos todas as edições disponíveis dos três periódicos no período 2003-2008 (apenas as duas primeiras edições de 2008 do J&MCQ estavam disponíveis quando da redação desse capítulo), isolamos todos os artigos publicados que lidavam com tópicos relacionados ao estudo de comunicação política e fizemos uma determinação dicotômica (sim/não) de se o artigo continha qualquer atividade de análise secundária. Nossas análises revelaram que 32 dos 89 (36%) artigos de comunicação política que apareceram nesses três periódicos ao longo de um período de seis anos podem ser classificados como análise secundária. Esse é um percentual saudável e essa estatística revela que análise secundária é uma técnica metodológica robusta usada pelos pesquisadores contemporâneos de comunicação política. Gostaríamos de adicionar uma breve nota: esse percentual teria sido muito maior se tivéssemos focado somente nos esforços de pesquisa baseados em audiência e efeitos, com a exclusão de pesquisa baseada em conteúdo. Um grande número de análise de conteúdo orientado à comunicação política, maioria que apareceu no J&MCQ, não envolveu o uso de análise secundária. Um foco em trabalhos somente de audiência e efeitos renderia um percentual muito mais próximo aos 50%, sinalizando um uso ainda maior de análise secundária por parte de estudiosos de comunicação política. A conclusão a que se pode chegar com essa visão panorâmica do presente estado da análise secundária na pesquisa em comunicação política é de que nenhuma área do campo é destituída do método. Todos os tipos de estudiosos de comunicação política abraçaram a análise secundária como ferramenta legítima para endereçar suas agendas de pesquisa (e com todo o direito de fazê-lo). Análise secundária existe há tanto tempo quanto o campo e há toda a indicação de que análises secundárias permanecerão prevalecendo ainda por muitos anos. Entretanto, o que é necessário é um reconhecimento formal de que a análise secundária representa uma atividade de pesquisa. Adicionalmente, é necessário que haja uma valorização do que compõe uma análise secundária solidamente conduzida. Em particular, gostaríamos de chamar a atenção ao fato de que uma análise secundária bem feita representa fundamentalmente uma atividade criativa e que os pesquisadores que conduzem análises secundárias robustas estão se engajando em atos criativos que servem para avançar a disciplina. CRIATIVIDADE O conceito de criatividade tem sido o foco de muita pesquisa no campo da psicologia (ex.: Campbell, 1960; James, 1880; Kohler, 1925, Simon, 1986). Criatividade também é
  • 8. recebida com grande atenção em diversos campos relacionados, incluindo educação (Kim, 2008), negócios (ex.: Dahlen, Rosengren & Torn, 2008) e sociologia (ex.: Murayama, 2003; Uzzi & Spiro, 2005), apenas para dar alguns exemplos. De fato, há periódicos acadêmicos inteiramente dedicados devotados a esse conceito, incluindo o Journal of Creative Behavior e o Creativity Research Journal. Como identificado por Simonton (2002), a maioria dos trabalhos acadêmicos sobre o conceito de criatividade pode ser inserida em três cestos. Primeiramente, existe uma grande quantidade de pesquisa conduzida sobre criatividade como uma variável de diferença individual e sobre como as pessoas podem ser treinadas para ser mais criativas em tarefas que realizam. A questão de se a criatividade é uma peculiaridade ou algo que pode ser adquirido ao longo do tempo está relacionada à questão natureza-nutrição e estudos desse tipo se debatem com esse problema. Em segundo lugar, há estudos sobre criatividade que tendem a focar em um resultado ou produto. Julgamentos são feitos nesses trabalhos sobre o que exibe as qualidades de ser (ou não ser) criativo. Em terceiro lugar, há diversas linhas de pesquisa em criatividade que tendem a focar no processo criativo em si, e não tanto nos indivíduos que estão se engajando na atividade ou nos produtos finais que advêm de vários processos. Alguns trabalhos recentes de Sawyer (2006) poderiam se encaixar nessa última área de pesquisa sobre criatividade. Esses trabalhos sobre criatividade focam em como existem alguns pontos comuns no processo criativo de indivíduos socialmente reconhecidos como inovadores nas artes, negócios e ciências (Sawyer, 2006). Essas três áreas da pesquisa sobre criatividade não são totalmente unidimensionais, mas representam diferentes focos para pesquisa conduzida nesse importante conceito. O foco desse capítulo não será nos níveis de criatividade conservados por acadêmicos de comunicação política que se engajaram no uso de análise secundária. Em vez disso, a atenção será sobre os produtos criativos produzidos por estudiosos de comunicação política na forma de artigos sobre comunicação política que foram publicados. Adicionalmente, prestaremos atenção na análise secundária como processo criativo. Em particular, a análise foca na criatividade relacionada à escolha de dados, criação de variáveis e análise de dados, que são os principais estágios da análise de dados secundários. Criatividade pode existir em qualquer um desses ou em todos esses estágios de análise secundária e poderia haver debate considerável acerca de se todos os estágios deveriam ser tratados como igualmente influenciadores no julgamento da criatividade em geral de uma análise secundária. Entretanto, a proposta des te capítulo não é entrar esse debate. Em vez disso, o foco é em observar como o nível de criatividade é evidente em análises secundárias que vêm sendo produzidas por estudiosos de comunicação política. Como acontece com qualquer conceito importante, existe um debate considerável acerca de como se conceitua e operacionaliza a criatividade. A conceituação escolhida
  • 9. para nossos propósitos observa a criatividade como consistindo em três elementos: novidade, eficácia e autenticidade (Averill, 2002). Novidade foca no quão novo é o produto ou parte do processo usado para criar o produto. Averill observa que essa dimensão é “um conceito relativo” em que um julgamento inerentemente comparativo é feito entre o produto em questão e o que veio antes do produto em questão. Em resumo, novidade é sinônimo de originalidade. Entretanto, no longo prazo, novidade apenas pelo fato de ser original não tem muita relevância. Como o trabalho de Sawyer (2006) sobre criatividade revelou, há sempre uma proposta direcionando indivíduos engajados em atos criativos. Como resultado, precisamos julgar a eficácia global de um ato criativo para poder determinar se o ato criativo serviu para atingir um objetivo global. Para esse ensaio, uma questão central decorrente dessa dimensão da criatividade é se a pesquisa em análise secundária produziu resultados válidos e confiáveis que impulsionaram o avanço do campo. Por fim, existe a autenticidade. O foco aqui é no grau em que a análise secundária é autêntica no campo da comunicação política e o que essa área de pesquisa social científica representa no âmbito maior da comunidade de ciências sociais. Existem elementos distintos de pesquisa em comunicação política – os tipos de perguntas de pesquisa que fazemos, as variáveis independentes e dependentes em que focamos e o processo que chama a nossa atenção – que nos permite nos destacar em relação a outras áreas. Nossas análises secundárias podem refletir quem somos como pesquisadores em comunicação política e esse aspecto do nosso trabalho deveria ser parte do nosso julgamento da criatividade inerente a qualquer análise secundária dada. Enfim, nossa pesquisa sobre a existência de criatividade em análises secundárias realizadas por pesquisadores de comunicação política não é a criatividade que existe sem limites específicos. A escolha de um particular conjunto de dados original, o uso de operacionalização única de uma determinada variável ou a escolha de uma técnica analítica relativamente rara precisam ser observados juntamente com a questão de se o campo tem sido eficaz como resultado de engajamento nessas parcelas de originalidade e se o que é original sobre nossas análises secundárias permanece autêntico no campo. É apenas por meio da investigação combinada de todas as três dimensões (novidade, eficácia e autenticidade) que podemos ganhar pleno entendimento do grau de criatividade no âmbito das análises secundárias sendo conduzidas em comunicação política. TIPOLOGIA DE ANÁLISE SECUNDÁRIA POR CRIATIVIDADE Com muita frequência os acadêmicos caracterizam análise secundária como uma maneira barata ou preguiçosa de se fazer pesquisa. De fato, o uso de dados de alta qualidade coletados por outra pessoa a fim de endereçar algumas de suas hipóteses ou questões de pesquisa não é tão simples como possa parecer a princípio. Engajar-se em
  • 10. tal esforço de pesquisa frequentemente requer que o pesquisador seja extremamente criativo. Fica claro a partir da nossa enquete sobre o cenário da comunicação política que a análise secundária pode ser vista como um verdadeiro ato criativo. Para esse capítulo, isolamos nove trabalhos diferentes de autoria de renomados pesquisadores em comunicação política no âmbito da tipologia da análise secundária por criatividade para dedicar a esse ponto a atenção que ele merece (ver Figura 5.1). A tipologia tem três elementos de uma análise secundária (escolha de dados, criação de variáveis e análise de dados) em seu eixo vertical e três dimensões da criatividade (novidade, eficácia e autenticidade) no eixo horizontal. A próxima seção é dedicada a detalhamento de como esses trabalhos publicado incorporam atos criativos no âmbito do contexto da condução de análises secundárias. TIPOLOGIA APLICADA A RECENTES PESQUISAS EM COMUNICAÇÃO POLÍTICA Novidade Fonte de dados. O artigo que escolhemos para esta seção da nossa tipologia é o “The Engagement Model of Opinion Leadership: Testing Validity within a European Context” , por Erikl Nisbet (2006). Esse artigo testa o modelo de engajamento de opinião de liderança ao longo de 15 países europeus usando a European Social Survey (ESS), uma survey bienal conduzida em 22 nações europeias. O uso que Nisbet faz da ESS é original em comparação aos mais recentes artigos em comunicação política feitos por seus pares usando dados secundários e presentes em periódicos científicos. Como discutimos anteriormente, as duas principais fontes de dados secundários para a pesquisa em comunicação política são a American National Election Survey e a National Annenberg Election Survey. Essas são fontes dominantes por causa de suas amostras amplas e representativas, a inclusão de métricas comumente usadas em comunicação política, consistência de mensuração ao longo do tempo, especialmente em relação à ANES, e questões abordando eventos de campanha imprevistos, uma funcionalidade da NAES (ver capítulo 6 desse volume).
  • 11. Apesar de sua qualidade, o uso excessivo da ANES e da NAES restringe a pesquisa em comunicação política porque suas amostras incluem apenas pessoas que moram nos Estados Unidos. O uso de conjuntos de dados secundários inter-nações, como o ESS, permite que pesquisadores respondam a questões de pesquisa alternativas e determinem a validade e generalização das teorias e modelos fora dos Estados Unidos. Como mostrou o artigo de Nisbet (2006), o modelo de engajamento funciona melhor em países da Europa Ocidental que compartilham similaridades culturais e estruturais com os Estados Unidos, mas encontra problemas em países que não compartilham dos mesmos traços. Criação de variáveis. Em seguida, focamos em um exemplo original de criação de variáveis a partir de análise de dados secundários. Artigos com dados secundários requerem que os pesquisadores usem itens existentes para criar medidas para suas variáveis de interesse. Às vezes, esse ato requer pouco de esforço, como a criação de mensuração de conhecimento político; outras vezes, requer mais que um pouco de criatividade. Um exemplo de variáveis criativamente construídas vem de “Ambivalent Social Networks and the Consequences for Participation”, por Lilach Nir (2005). Esse artigo examina a relação entre a ambivalência em nível individual e ambivalência percebida em nível de rede em participação política e preferências por candidatos à presidência. Para testar sua hipótese, Nir criou duas medidas de ambivalência usando itens existentes da ANES de 2000. Para construir sua medida de ambivalência em nível individual, Nir colocou as taxas do termômetro de sentimento dos respondentes sobre George W. Bush e Al Gore em uma fórmula que calculou um nível individual de ambivalência em relação aos dois candidatos. Para criar uma medida de ambivalência percebida em rede, Nir (2005) primeiramente criou uma medida do tamanho da rede por meio da adição do número de pessoas presentes na rede de discussão de um respondente. Em seguida, Nir calculou o número de pessoas com preferências semelhantes e diferentes para presente na rede do indivíduo e colocou esses números na mesma fórmula usada para medir o nível individual de ambivalência. Isso deu a Nir a medida de ambivalência em nível de rede. As mensurações de Nir são excelentes exemplos de criação original de variáveis a partir de dados existentes. Essas variáveis são originais porque a observação seleciona itens existentes da survey e usa-os de forma única para criar duas medidas de ambivalência. Ainda, a observação de Nir (2005) de que a ambivalência em nível individual, e não aquela medida em nível de rede, previu menos engajamento no processo político e o adiamento da decisão em quem apoiar na eleição presidencial de 2000 ajudou no avanço da área. Análise de dados. Acadêmicos precisam ser criativos quando analisam conjuntos de dados secundários. Para essa seção da nossa tipologia, analisamos o artigo “Intramedia
  • 12. Mediation: The Cumulative and Complementary Effects of News Media Use” , por R. Lance Holbert (2005c), que examina os efeitos indiretos e cumulativos do uso de televisão e de jornal para conhecimento político. Usando dados da NAES, Holbert (2005c) dedicou-se ao uso de uma variante única de modelagem de equação estrutural, modelagem composta latente, que não é muito comum no campo da comunicação (Holbert & Stephenson, 2002). Um modelo latente composto “constrói um modelo de variável latente por meio da especificação de um composto dado como única variável observável carregando seu respectivo construto latente e consertando a variação de erro do composto para (1-confiabilidade) vezes a variação do indicador” (Holbert, 2005c, p. 453; ver também Matsunaga, 2008). Nesse caso, o uso de modelagem de composto latente rendeu algumas descobertas interessantes. Os resultados de Holbert (2005c) indicaram uma “função cumulativa e complementar” do uso de televisão e rádio ao longo do tempo. Isso significa que houve um grande efeito da mídia no conhecimento político quando responsável pela relação entre o uso de televisão e jornal. Considerando-se que a modelagem composta latente é uma técnica de análise de dados incomum no campo da comunicação política e que os resultados agregaram à literatura sobre efeitos da mídia revela que a criatividade de um pesquisador ao analisar dados secundários pode produzir resultados capazes de fazer avançar o campo. Eficácia Fonte de dados. Começamos por olhar uma escolha eficaz de dados no artigo “Modeling Patterns of News Recognition and Recall”, por Vincent Price e Edward Czilli (1996). Price e Czilli (1996) usaram itens do estudo piloto da ANES de 1989 que fez perguntas de reconhecimento e memória aos respondentes sobre diversas notícias. Para medir o reconhecimento, eles usaram um item que apresentou aos respondentes uma lista de notícias e pediu a eles que identificassem aquelas que eles reconheciam. Se eles reconhecessem as notícias, a suvey então perguntaria se eles poderiam se lembrar de qualquer detalhe sobre a notícia. Por exemplo, se o respondente reconheceu uma notícia sobre o conflito em Gaza entre palestinos e israelenses, era solicitado ao respondente que desse qualquer informação de que pudesse se lembrar, como a razão para os ataques de Israel aos palestinos. Para determinar se a lembrança da informação era precisa, Price e Czilli (1996) também fizeram análise de conteúdo das notícias que apareceram no noticiário da época da survey ANES. Os resultados obtidos pelos pesquisadores indicaram que esse foi um uso eficaz de dados secundários. Seu primeiro modelo de regressão logística estimando reconhecimento de notícias classificou com sucesso 81% dos respondentes, uma melhora de 58% sobre o modelo de oportunidade (Price e Czilli, 1996). Similarmente, seu segundo modelo de regressão logística estimando memória de uma notícia classificou com sucesso 80% dos respondentes, o que está 61% acima da taxa de sucesso
  • 13. de modelo de oportunidade. O sucesso de seus modelos para prever reconhecimento e memória de notícia indica que isso foi apropriado para o estudo de dados realizado. Dito de maneira sucinta, esse conjunto de dados secundários foi altamente eficaz ao endereçar as questões de pesquisa dos acadêmicos. Criação de variáveis. “Reliable and Valid Measure of Opinion Quality: Electronic Dialogue During Campaign 2000”, por Joseph Cappella, Vincent Price, e Lilach Nir (2002), foi selecionado como uma peça de análise secundária representativa da criação de variáveis altamente efetiva. Nesse artigo, os autores introduzem uma nova medida de qualidade de opinião que eles chamaram de “repertório de argumentos” (AR). Capella e colegas (2002) definiram AR como consistindo em duas dimensões: as razões relevantes para a sua própria opinião e as razões relevantes para as opiniões de outros. Essas razões para a opinião devem ser “reconhecidas em discurso público como razão plausível” para embasar um partido político ou política pública (p. 77). Por exemplo, um republicano pode dizer que ele apoia o Partido Republicano porque ele acredita em redução do Estado e impostos mais baixos, e que os democratas discordam dos republicanos porque eles apoiam entidades de classe e os direto das mulheres à escolha (Capella et al., 2002). Para criar uma medida de AR, Capella e seus colegas (2002) usaram dados do projeto Electronic Dialogue 2000. Eles usaram taxas de favorabilidade de três tópicos políticos relevantes: os dois partidos políticos, o plano de impostos dos candidatos à presidência e a decisão da Suprema Corte em favor do fim da recontagem de votos na Flórida. Depois de fornecer as taxas de favorabilidade, a survey solicitou aos respondentes que listassem as razões para suas opiniões favoráveis ou contrárias e os motivos para as opiniões favoráveis ou contrárias de terceiros. Os autores codificaram essas respostas abertas e atribuíram valores para perguntas não respondidas, respostas irrelevantes, declarações vagas e respostas substantivas. Depois de obter a confiança em seu esquema de codificação, eles adicionaram os valores para cada declaração individual e criaram índices para a opinião do indivíduo e de terceiros. Foi avaliada a confiabilidade para essas duas medidas, com scores alpha de .77 e .80, respectivamente. Capella e seus colegas (2002) testaram AR para validade convergente e preditiva. Para validade convergente, eles previram – e seus resultados demonstraram – que aqueles com maior AR tendiam a ser mais interessados e ter mais conhecimento sobre política, e estavam mais propensos a prestar atenção ao noticiário político e a ler mais jornal. Para testar a validade preditiva, eles observaram se AR poderia prever certos comportamentos dos participantes. Resultados de modelos de regressão mostraram que os indivíduos com maior AR estavam mais propensos a participar e contribuir com grupos de discussão online. Com esses resultados, os autores concluíram que suas medidas de AR encontraram o limiar para validade convergente e preditiva.
  • 14. Colocamos esse estudo de Capella e colegas na categoria de criação eficaz de variáveis de nossa tipologia por diversas razões. Primeiramente, o estudo usa as medidas de um conjunto de dados existente para criar uma nova medida de AR. Além disso, seus testes para confiabilidade e validade convergente e preditiva revelam que sua medida de AR é tanto confiável quanto válida. Por fim, sua pesquisa sobre AR agrega uma nova medida de qualidade de opinião ao campo de comunicação política. Análise de dados. “Late-Night Comedy as a Gateway to Traditional News: An Analysis of Time Trends in News Attention Among Late-Night Comedy Viewers During the 2004 Presidential Primaries”, por Lauren Feldman e Dannagal Goldthwaite Young (2008), é um exemplo do uso eficaz de análise de dados no contexto da condução de análise secundária. Esses pesquisadores observaram a relação entre o ato de se assistir a programas de humor que são veiculados já tarde da noite e a atenção às notícias de campanha durante as prévias presidenciais de 2004. Para testar sua hipótese, Feldman e Young (2008) empregaram dados do NAES de 2004. Duas variáveis foram de interesse primário. A primeira era a observação dos programas de humor de fim de noite, que foram medidos com itens em que se perguntava aos respondentes quantas vezes eles assistiram a esse tipo de programa na semana anterior e a que programa eles assistiram com maior frequência. A segunda era a atenção às notícias, o que eles mediram usando apenas um item perguntando aos respondentes sobre seu nível de atenção a notícias sobre a campanha presidencial. Para determinar a relação entre o ato de assistir aos programas de humor de fim de noite e a atenção às notícias sobre política, Feldman e Young (2008) usaram uma combinação de regressão OLS e análise de séries temporais. Primeiramente, Feldman e Young usaram regressão OLS para estabelecer a relação entre o ato de assistir a programas de humor de fim de noite e a atenção às notícias. Então, usaram a análise de séries temporais para mostrar que o ato de assistir a programas de humor de fim de noite levou a níveis maiores de atenção a notícias sobre a campanha presidencial. O uso de análise de séries temporais fez desse trabalho um excelente exemplo para a categoria de análise eficaz de dados da nossa tipologia. O artigo se encaixa bem aqui porque a análise de séries temporais revelou descobertas robustas de que o ato de assistir a programas de humor de fim de noite leva ao aumento da atenção a notícias de campanha. Os resultados também agregaram ao crescimento do corpo da literatura que observa os efeitos da mídia de entretenimento em variáveis resultantes da comunicação política. Autenticidade Fonte de dados. Agora abordamos a última característica da criatividade: autenticidade. O primeiro artigo, intitulado “Priming Effects of Late-Night Comedy”, por Patricia Moy, Michael Xenos e Verena Hess (2005), representa o uso de fonte de dados autêntica.
  • 15. Nesse estudo, Moy e colegas examinaram até que ponto o ato de se assistir a programas de humor de fim de noite influenciou as avaliações das pessoas sobre os candidatos depois de aparecerem nesses programas durante a eleição presidencial de 2000. Os autores empregaram dados da NAES de 2000 e, para a sua medição de favorabilidade, eles usaram taxas de termômetro de sentimento dos dois candidatos à presidência: George W. Bush e Al Gore. Eles também usaram medidas de características pessoais dos candidatos, em que pediram aos respondentes que descrevessem o quanto as diversas características como honestidade eram atribuíveis ao respectivo candidato. Eles então pegaram um item que solicitava aos respondentes com que frequência eles haviam assistido a programas de humor de fim de noite na semana anterior para criar uma variável binária que indica se uma pessoa assistiu a tais programas. Esse uso da NAES é uma escolha autêntica de dados para o campo da comunicação política por algumas razões: (1) a NAES é feita pelo Annenberg Public Policy Center da University of Pennsylvania – que tem ligações com a sua escola de comunicação – por Kathleen Hall Jamieson e Diana Mutz, duas reconhecidas pesquisadoras de comunicação política, e (2) a NAES contém um grande número de itens que têm melhor desempenho que a ANES de mensuração de conceitos-chave de comunicação. Wagner (capítulo 6 desse volume) apoia esse segundo ponto. Ele argumenta que a NAES faz um trabalho melhor de mensuração de exposição a tipos específicos de mídia, com questões interrogando respondentes acerca de suas fontes de conteúdo de mídia. Por exemplo, a NAES pede aos respondentes que forneçam suas fontes programação de notícias de TV aberta e a cabo, o jornal em que confiam para a obtenção de notícias e se eles assistem a programas de humor de fim de noite. Isso vai além das métricas de uso de mídia incluídas na ANES. Essa grande ênfase em mensuração de comunicação faz da NAES mais autêntica para o campo da comunicação. Por causa da afil iação da survey a uma escola para comunicação e ênfase em mensuração de comunicação, acreditamos que isso represente uma escolha autêntica de dados para o campo da comunicação política. Criação de variáveis. O próximo artigo cria uma autenticidade de variáveis de comunicação a partir de dados secundários. O artigo é “Communication, Context, and Community: An Exploration of Print, Broadcast, and Internet Influences”, por William P. Eveland Jr. e Dietram Scheufele (2000). Usando dados da ANES de 1996, os autores examinaram se o uso da mídia afeta as lacunas de conhecimento político e participação entre as pessoas com maiores e menores níveis de educação. Para a sua análise, Eveland e Scheuffe (2000) construíram medidas de uso de mídia de notícias de televisão e jornais usando métricas existentes da ANES. A medida de uso da televisão foi um índice de quatro itens que consistem em dois itens de exposição à mídia que perguntavam aos respondentes com que frequência eles assistiam notícias locais e internacionais e dois itens que questionavam os participantes sobre seu nível de atenção
  • 16. à campanha no noticiário local e nacional. A métrica de uso de jornal usou itens similares que perguntavam aos respondentes sobre a exposição a jornais e seu nível de atenção à campanha em jornais. Ambas as métricas foram demonstradas como sendo confiáveis, com scores alpha de .81 e .71, respectivamente. Essas mensurações chegam a dois componentes latentes – exposição e atenção – que, quando combinados, produzem melhor mensuração de uso de mídia que uma simples medição de exposição isoladamente. Esse clamor por uma métrica de uso de mídia vem de um estudo de Chaffee e Schleuder (1986), que observou que a combinação da exposição e atenção respondiam por mais variações quando se observavam os ganhos em conhecimento da mídia que a exposição isoladamente. Esses resultados apoiam a afirmação de Chaffee e Schleuder de que os pesquisadores de comunicação precisam ir além das medições de exposição à mídia quando da observação dos efeitos da mídia. Para que a métrica seja autêntica, ela deve ter raízes no campo da comunicação. A medida de uso de mídia criada por Eveland e Scheufele (2000) atende a essa necessidade porque foi desenvolvida em comunicação e por estudiosos da comunicação. Análise de dados. Concluímos com uma técnica de análise de dados autêntica ao campo da comunicação política. Para essa seção da nossa tipografia, escolhemos o artigo “The Impact of the News Media on Public Opinion: American Presidential Election 1987– 1988”, por David Fan and Albert Tims (1989). Os autores testaram o quão bem o modelo ideodinâmico, criado por Fan, previu a opinião pública dos dois candidatos à presidência – George W. Bush e Michael Dukakis – durante a eleição presidencial de 1988. Muitos passos foram envolvidos na criação e teste de modelo ideodinâmico. Fan e Tims (1989) construíram seu modelo por meio da coleta de amostras aleatórias de matérias do serviço de notícias AP e selecionando todas as matérias relacionadas a George W. Bush e Michael Dukakis. A partir dessas matérias, eles removeram parágrafos que não se referiam a Bush ou Dukakis e fizeram análise de conteúdo do restante dos parágrafos em informação positiva ou negativa sobre os dois candidatos. Fan e Tims somaram o volume de informação positiva e negativa para cada candidato e colocaram os resultados compilados em uma equação que aproximou a opinião pública de Bush e Dukakis durante a campanha. Para examinar a precisão de seu modelo, eles compararam sua aproximação da opinião pública às pesquisas de opinião de fato coletadas durante a eleição. Resultados indicam que seu modelo ficou próximo das pesquisas de opinião pública. Em média, seu modelo variava 2,7 pontos em relação à pesquisa. Acreditamos que esse artigo se encaixe na porção de análise autêntica de dados da nossa tipologia. As razões são, primeiramente, que Fan é membro afiliado à School of Journalism and Mass Communication da University of Minnesota, fazendo com que essa técnica tenha raízes na comunicação política. Além disso, a técnica de análise de dados focou em variáveis de comunicação política. A variável independente, cobertura de
  • 17. notícias de candidatos políticos, e a variável dependente, inclinação da opinião pública em relação aos candidatos à presidência, são um interesse central para pesquisadores da comunicação política. CONCLUSÃO A tipologia que oferecemos disponibiliza um quadro para mostrar como pesquisadores de comunicação política têm sido criativos na condução de análise secundária. Há muitas desvantagens potenciais na condução de análises secundárias em relação à condução de pesquisa primária, mas um ponto que gostaríamos de salientar é que a energia criativa do pesquisador tem o potencial de superar muitas dessas fraquezas. Um pesquisador em busca de conjuntos de dados que já tenham sido coletados com a proposta de endereçar uma questão de pesquisa específica não pode criar algo que venha do vácuo (ex.: materializar um item específico que não tenha sido coletado). Entretanto, como um pouco de criatividade, os pesquisadores podem criar variáveis explanatórias a partir de itens existentes (às vezes itens mesmo aparentemente discrepantes) e empregar técnicas de análise de dados únicas a fim de endereçar uma dada agenda de pesquisa com um conjunto de dados exis tente. Pesquisadores também precisam usar sua criatividade para buscar fontes alternativas de dados existentes e não permanecerem amarrados aos poucos conjuntos de dados mais comumente usados no campo. Como discutimos anteriormente, a criatividade é uma condição necessária, mas não suficiente para se conduzir uma análise secundária de qualidade. Como resultado, a análise secundária deveria ser reconhecida adequadamente como forma de exploração científica social que é tão válida quanto a pesquisa primária. Análises secundárias deveriam ser tratadas da mesma forma que pesquisas primárias, especialmente quando se trata de fazer julgamentos sobre que tipo de trabalho, em última análise, faz avançar a disciplina. Pesquisa sólida é pesquisa sólida, e se um dado pesquisador coletou seus próprios dados ou optou pelo uso de conjuntos de dados já existentes, isso deveria contar pouco durante o processo de revisão para publicação. Sim, pesquisadores que conduzem análises secundárias são capazes de ignorar as fases do desenho, da coleta de dados, da digitação dos dados e do tratamento dos dados associadas à pesquisa primária, mas isso não significa que essa seja uma maneira preguiçosa de um pesquisador conduzir sua pesquisa. Justamente o contrário, visto que uma enorme quantidade de tempo e energia intelectual é requerida para a condução de uma análise secundária sólida. É nossa esperança que o campo da comunicação política reconheça esse simples fato. Também gostaríamos de encorajar o treinamento formal em análise secundária no campo da comunicação política. Pesquisadores incipientes deveriam ser treinados em como abordar a análise secundária, o que será demandado no curso do esforço de pesquisa, e as dificuldades que podem esperar encontrar ao longo do curso de vários estágios da análise secundária. Estudantes de pós-graduação ambiciosos em busca de
  • 18. fazer o nome e abordar um dado conjunto de perguntas de pesquisa com muito pouco recurso financeiro disponível para pesquisa podem se voltar para dados secundários como meio pelo qual podem buscar publicações e encontrar respostas às questões que os levaram a querer se tornar acadêmicos em primeiro lugar. Qualquer pesquisador que busque conduzir uma análise secundária pela primeira vez estaria bem servido para dar uma breve olhada em qualquer um dos muitos livros sobre o assunto (ver lista de referências para textos sobre análise secundária e capítulos oferecidos no começo desse capítulo), bem como conversar com pesquisadores experientes que tenham experiência na condução de análises secundárias no passado e tenham aprendido bastante ao longo do caminho. Análise secundária não é algo em que alguém deveria mergulhar de cabeça logo de início – todos os pesquisadores de comunicação política deveriam reconhecer que a condução de análises secundárias requer um certo conjunto de habilidades e treinamento sólido para que estudos desse tipo sejam bem feitos. Acima de tudo, a condução de análise secundária robusta requer que o pesquisador seja criativo do início ao fim do projeto. Análises secundárias recentes em comunicação política demonstraram muito bem esse ponto.