O documento descreve a síndrome de Anemia de Fanconi, uma doença genética rara caracterizada por instabilidade cromossômica e predisposição ao câncer. Discutem-se os aspectos genéticos, clínicos, epidemiológicos e o manejo, incluindo testes genéticos, cuidados médicos e cirúrgicos. Treze genes estão associados à doença, que causa anormalidades congênitas e insuficiência medular progressiva. O tratamento envolve fatores de crescimento, transplante de medula
1. Anemia de Fanconi
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde
Escola de Medicina e Cirurgia
Disciplina de Genética II
2. Introdução
• Síndrome de Instabilidade Cromossômica.
• Caracterizada por anormalidades congênitas, alta
freqüência de pancitopenia progressiva e aumento da
predisposição ao desenvolvimento de neoplasias.
• Anemia aplásica hereditária
3.
4. Aspectos Genéticos e
Fisiopatologia
• Doença autossômica recessiva em mais de 99% dos
pacientes (FANCB é recessiva ligada ao X)
• 13 grupos de genes conhecidos responsáveis pela FA.
• Os genes clonados são FANCA, B, C, D1, D2, E, F, G, I, J,
L, M e N
5.
6.
7. Aspectos Genéticos e
Fisiopatologia
• As proteínas do FANCA, B, C, E, F, G, L e M formam
um complexo nuclear, levando a ubiquitinação das
proteínas I e D2 (o último está envolvido em mecanismos
de resposta a danos ao DNA, em cooperação com
FANCD1 , FANCJ e FANCN, bem como BRCA1, RAD51,
Mre11, e outras proteínas)
8.
9. Aspectos Genéticos e
Fisiopatologia
• O fenótipo é variado e depende da mutação, se é nula ou
conduz a uma proteína parcialmente funcional e não a específica
do gene que está envolvido.
• O papel específico de mutações nos genes da anemia de
Fanconi na patogênese de defeitos de nascimento, a
insuficiência da medula óssea, ou oncogênese ainda não está
claro.
10. Epidemiologia
• Em geral, a frequência de portadores é estimada em
aproximadamente 1:300 pessoas
• Incidência: 1 em 60.000 a 300.000 nascimentos
• Maior prevalência em judeus Ashkenazi (Portadores:
1 em 89)
• Devido ao efeito fundador: inferior a 1 por 100 nos
africânderes , sub-saarianos negros e ciganos
espanhóis
11. • A idade média ao diagnóstico é de 5-7 anos
• Sobrevida média é de 20-30 anos
• Variabilidade fenotípica ocorre mesmo no seio das
famílias
Epidemiologia
12. Aspectos clínicos
Caracterizada por :
• Anormalidades congênitas
• Insuficiência medular de caráter progressivo
• Aumentado risco de malignidade
13. Anormalidade
Frequência
(%)
Esqueléticas (quadris, escoliose, costelas) 71
Cutâneas (manchas café com leite, hiper- e hipopigmentação) 64
Baixa estatura 63
Olhos (microfitalmia) 38
Renais e trato urinário 34
Genitália masculina 20
Retardo mental 16
Gastrointestinais (atresia duodenal, anoretais,etc.) 14
Anormalidades Cardíacas 13
Otológicas 11
Sistema Nervoso Central (Hidrocefalia, septo pelúcido) 8
Sem anormalidades identificadas 30
Aspectos clínicos
22. Diagnóstico e testes genéticos
Teste para detecção de quebras cromossômicas
• Quebras cromossômicas são encontradas em culturas dos
linfócitos T do sangue periférico estimuladas por agentes
como o DEB ou MMC. Estes agentes levam ao aumento do
número de quebras, falhas e/ou rearranjos.
• Alguns pacientes podem ter mosaicismo somático
hematopoéticas, com a correção do defeito da anemia de
Fanconi no sangue. Nestes casos, os fibroblastos da pele
podem ser necessários para o teste de quebras
cromossômicas.
23.
24. Diagnóstico e testes genéticos
Outros
• Mutações específicas nos genes podem ser
identificadas. Esses testes geralmente são
realizados apenas em laboratórios de pesquisa
• Diagnóstico pré-natal é possível
• O diagnóstico pré-implantatório pode ser realizado
por testes moleculares
28. Aspectos comportamentais
• Pacientes com trombocitopenia devem evitar
trauma ( como esportes de contato)
• Pacientes com anemia precisam de supervisão
médica para participar de atividades extenuantes
• Aqueles com neutropenia grave devem evitar o
contato com pessoas com infecções ativas.
29.
30.
31.
32.
33. Bibliografia
1. Taniguchi, T. and D'Andrea, A. D., (2006). The molecular pathogenesis of fanconi anemia: recent progress. Blood. 107: 4223-33
2. Casado, J. A., et al., (2007). A comprehensive strategy for the subtyping of Fanconi Anemia patients: conclusions from the Spanish
Fanconi Anemia research network. J Med Genet. 44: 241-249
3. Callen, E., et al., (2005). A common founder mutation in FANCA underlies the world's highest prevalence of Fanconi anemia in Gypsy
families from Spain. Blood. 105: 1946-9
4. Verlinsky, Y., Rechitsky, S., Schoolcraft, W., Strom, C. and Kuliev, A., (2001). Preimplantation diagnosis for Fanconi anemia combined
with HLA matching. Jama. 285: 3130-3.
5. Cavazzana-Calvo, M., et al., (2000). Gene therapy of human severe combined immunodeficiency (SCID)-X1 disease. Science. 288: 669-
72.
6. Aiuti, A., et al., (2002). Correction of ADA-SCID by stem cell gene therapy combined with. Science. 296: 2410-3.
7. Gaspar, H. B., et al., (2004). Gene therapy of X-linked severe combined immunodeficiency by use of a pseudotyped gammaretroviral
vector. Lancet. 364: 2181-7
8. Ott, M. G., et al., (2006). Correction of X-linked chronic granulomatous disease by gene therapy, augmented by insertional activation of
MDS1-EVI1, PRDM16 or SETBP1. Nat Med. 12: 401-9
9. Hacein-Bey-Abina, S., et al., (2003). A serious adverse event after successful gene therapy for X-linked severe combined
immunodeficiency. N Engl J Med. 348: 255-6
10. Hacein-Bey-Abina, S., et al., (2003). LMO2-associated clonal T cell proliferation in two patients after gene therapy for SCID-X1. Science.
302: 415-9
11. Waisfisz, Q., et al., (1999). Spontaneous functional correction of homozygous fanconi anaemia alleles reveals novel mechanistic basis
for reverse mosaicism. Nat Genet. 22: 379-83.
12. Gross, M., et al., (2002). Reverse mosaicism in Fanconi anemia: natural gene therapy via molecular self-correction. Cytogenet Genome
Res. 98: 126-35
13. Jacome, A., et al., (2006). A simplified approach to improve the efficiency and safety of ex vivo hematopoietic gene therapy in fanconi
anemia patients. Hum Gene Ther. 17: 245-50