3. DIANÓSTICO DE GRAVIDEZ
O diagnóstico de gravidez baseia-se:
Na história;
No exame físico;
Nos testes laboratoriais;
Se ocorrer amenorreia ou atraso menstrual, deve-se, antes de tudo, suspeitar da
possibilidade de uma gestação.
Na prática, para as mulheres que procuram os serviços com atraso menstrual que não
ultrapassa 16 semanas, a confirmação do diagnóstico da gravidez pode ser feita pelo
profissional de saúde da unidade básica, por meio de um teste imunológico para gravidez
(TIG).
(BRASIL, 2012)
4. DIANÓSTICO DE GRAVIDEZ
O Ministério da Saúde, por intermédio da rede cegonha, incluiu o Teste Rápido
de Gravidez nos exames de rotina realizados nas Unidades Básicas de Saúde
(UBS).
O objetivo da inclusão deste
teste nas UBS, é acelerar o
processo para confirmação da
gravidez e inicio precoce do pré-
natal.
(BRASIL,
2012)
5. DIANÓSTICO DE GRAVIDEZ
Além do Teste Rápido de Gravidez, toda mulher da área de abrangência da unidade de
saúde e com histórico de atraso menstrual de mais de 15 dias deverá ser orientada a
realizar o Teste Imunológico de Gravidez (TIG), que será solicitado pelo Médico ou
Enfermeiro.
TIG: Baseia-se no encontro na urina ou no sangue do hormônio gonadotrófico coriônico
humano (HCG). É considerado o método mais sensível e confiável.
Na gravidez normal, a secreção de HCG é detectável entre 8 a 11 dias após a
fecundação. Os níveis plasmáticos aumentam rapidamente até atingir o pico entre 60 a
90 dias de gravidez (entre 8 a 12 semanas de gestação).
(BRASIL, 2012)
6. DIANÓSTICO CLINICO: SINAIS E
SINTOMAS
Os sinais e sintomas da gravidez são agrupados nas seguintes categorias: de
presunção, de probabilidade e de certeza (positivos).
No entanto, os únicos sinais que podem determinar uma gravidez positiva com
100% de acurácia são os sinais positivos.
7. SINAIS DE PRESUNÇÃO
Sinais de presunção: são os sinais sentidos pela própria mulher;
Atraso menstrual
Manifestações clínicas :
Náusea, vômitos, tonturas, salivação
excessiva, alteração apetite, polaciúria,
sonolência
Modificações anatômicas:
aumento volume mamas, hipersensibilidade
mamilos, saída de colostro pelo mamilo,
coloração violácea vulvar, cianose vaginal e
cervical, aumento volume abdominal
8. SINAIS DE PROBABILIDADE DE
GRAVIDEZ
Sinais de probabilidade:
São aqueles detectados no exame físico realizado pelo profissional de saúde.
Amolecimento do colo uterino (sinal
goodell), com posterior aumento de seu
volume.
Paredes vaginais aumentadas com
aumento de vascularização ( sinal
klüge) + pulsação da artéria vaginal nos
fundos de saco laterais
Beta hcg sérico positivo a
partir do oitavo ou nono dia
após fertilização.
9. SINAIS DE CERTEZA DE GRAVIDEZ
Sinais de certeza (positivos):
São aqueles que confirmam que existe um feto em crescimento.
Presença de batimentos cardíacos fetais
(sonar – 12 semanas e pinard – 20
semanas)
Percepção movimentos fetais (18
a 20 semanas)
Ultrassonografia: saco gestacional (4
a 5 semanas gestacionais – via
transvaginal) e atividade cardíaca do
embrião (6 semanas)
10. FLUXOGRAMA DIAGNÓSTICO DE
GRAVIDEZ
Atraso ou irregularidade
menstrual, náuseas e
aumento do volume
abdominal
Avaliar:
Ciclo menstrual;
Data da ultima Menstruação;
Atividade sexual
Atraso menstrual em mulheres
maiores que 10 anos com atividade
sexual
SOLICITAR TESTE IMUNOLOGICO
DE GRAVIDEZ (TIG)
Resultado positivo
Gravidez confirmada
Iniciar
acompanhamento da
gestante
Resultado negativo
Repetir TIG após 15
dias
Resultado negativo
Persistindo amenorreia – encaminhar
para avaliação clinico-ginecológica
11. QUESTÃO DE FIXAÇÃO
1º) Existem diversos sinais e sintomas que podem estar relacionados com uma gestação em
curso. Estas manifestações são divididas em três categorias: sinais de presunção, probabilidade
e de certeza. Assinale a alternativa abaixo que se refere à um sinal de certeza de uma gestação
em desenvolvimento.
a) Fração do hormônio gonadotrófico coriônico humano (HCG) elevado.
b) Atraso menstrual superior a 15 dias.
c) Saída de colostro pelo mamilo.
d) Percepção de movimentos fetais.
e) Aumento do volume abdominal.
LETRA
“D”
14. CONCEITO
O pré-natal é um acompanhamento médico ou de
enfermagem oferecido à gestante desde a concepção até o
início do trabalho de parto, é o momento onde a mulher
deve receber informações sobre a própria saúde e a saúde
do bebê, apoio emocional e preparo para a maternidade.
(Rezende, 2002).
15. OBJETIVO
O principal objetivo da atenção pré-natal é
acolher a mulher desde o início da gestação,
assegurando o nascimento de uma criança saudável e
a garantia do bem-estar materno e neonatal.
(BRASIL, 2006a).
16. FINALIDADES
• Evitar complicações no parto;
• Evitar gravidez de alto risco;
• Orientar os hábitos de vida e higiene pré- natal;
• Tratar os pequenos distúrbios habituais da gravidez;
• Preparar a gestante para a maternidade.
• Confirmação da gravidez;
• Cadastro no SIS pré- natal;
• Ficha pré- natal;
• Cartão da gestante;
• Orientações quanto ao pré- natal.
17. A GESTAÇÃO É DIVIDIDA EM:
1º trimestre
1º ao 3º mês
1ª a 13ª semana
2º trimestre
4º ao 6º mês
14ª a 26ª semana
3º trimestre
7º ao 9º mês
27ª até o parto
A gestação pode chegar à 42ª semana
18. ROTEIRO DAS CONSULTAS
• O ministério da saúde preconiza o mínimo de 6 consultas.
• Intercaladas entre médicos e enfermeiros.
• Até 28ª semanas = mensal
• Entre 28 e 36ª semanas = quinzenal
• Entre 36 a 41ª = semanal
19.
20. INFORMAÇÕES PESSOAIS
Nome:
Endereço: Telefone:
Data de Nascimento: Idade: Escolaridade:
Raça: ( )Branco ( )Preta ( )Parda ( )Amarela ( )Indígena
Estado civil: ( ) Casada ( ) solteira ( ) união estável ( ) Viúva
Profissão/ocupação: Renda familiar:
Número e idade de dependentes:
Reside próximo à UBS: ( )Sim ( )Não ( ) Número de pessoas que moram na casa:
Condições de moradia (tipo, nº de cômodos):
Condições de saneamento (água, esgoto, coleta de lixo):
Cartão SUS:
Tabagista ( )Sim ( )Não ( ) Etilista ( )Sim ( )Não ( ) Uso de drogas ( )Sim ( )Não ( )
Alergias ( )Sim ( )Não ( ) Qual?
Gestação planejada: ( )Sim ( )Não ( ) Gestação desejada: ( )Sim ( )Não ( )
Peso anterior: Peso atual: Altura: IMC:
SSVV: T: P: R: PA:
Antecedentes Familiares: HAS/DM/Gemelar/ Malformações congênitas/Epilepsia/Outros:
Quem?
21. Uso de medicações prévias:
Antecedentes Pessoais:
Antecedentes Ginecológicos/ Sexuais: Menarca: Ciclo: ( ) Regular ( ) irregular
Dias?_____
Coitarca: Parceiro fixo ( )Sim ( )Não Tempo?___________
Quantidade de parceiros? Antecedentes de ISTs: ( )Sim ( )Não ( ) Qual?
Antecedentes Obstétricos: G P A DUM:____/____/_____ IG:
(DUM)
IG: (USG ____/____/_____) DPP:____/____/____
Filhos Vivos: Tipos de partos: Idade dos Filhos:
Pesos dos RNs:
Idade na primeira gestação: Intervalo entre as gestações (em meses):
Amamentou ( )Sim ( )Não ( ) Tempo/Porque?
Complicações/Internações:
Último exame citopatológico:
Vacinas: dT 1ª dose ( )___________ dTpa ( ) ________Hepatite B 1ª dose ( )___________
2ª dose ( )___________ H1N1 ( ) _________ 2ª dose ( )___________
3ª dose ( )___________ 3ª dose ( )___________
22. AS CONSULTAS DE PRÉ-NATAL
DEVEM SER REALIZADOS
• Anamnese com todos os componentes da história clínica da gestante;
• Exame físico geral e específico;
• Prescrição de medicamentos (ácido fólico e sulfato ferroso);
• Solicitação dos exames complementares;
• Condutas gerais.
23. ROTEIRO DA 1ª CONSULTA
História clínica
1- Identificação:
• idade;
• cor;
• naturalidade;
• procedência;
• endereço atual;
• situação conjugal;
• profissão/ocupação;
• prática religiosa.
24. 2 - Dados sócio-econômicos e culturais:
• grau de instrução;
• renda familiar;
• número de dependentes;
• número de pessoas na família que participam da força de trabalho;
• condições de moradia (tipo, n° de cômodos) alugada/própria.
• condições de saneamento (água, esgoto, coleta de lixo);
25. 3 - Motivos da consulta:
Se é uma consulta de rotina ou se há algum outro motivo para o comparecimento;
nesse caso, descrever as queixas.
4 - Antecedentes familiares, especial atenção para:
• hipertensão;
• diabetes;
• doenças congênitas;
• gemelaridade;
• câncer de mama;
• hanseníase;
• tuberculose e outros contatos domiciliares (anotar a doença e o grau de
parentesco).
27. 6 - Antecedentes ginecológicos:
• ciclos menstruais (duração, intervalo e regularidade);
• uso de métodos anticoncepcionais (quais, por quanto tempo e motivo do
abandono);
• infertilidade e esterilidade (tratamento);
• doenças sexualmente transmissíveis (tratamentos realizados, inclusive do
parceiro);
• cirurgias ginecológicas (idade e motivo);
• mamas (alteração e tratamento);
• última colpocitologia oncótica (Papanicolau ou "preventivo", data e resultado).
28. 7 - SEXUALIDADE
• início da atividade sexual (idade e situação frente a
• primeira relação);
• desejo sexual (libido);
• orgasmo (prazer);
• dispareunia (dor ou desconforto durante o ato sexual);
• sexualidade na gestação atual;
• número de parceiros.
29. 8 - Antecedentes obstétricos:
• número de gestações (incluindo abortamentos, gravidez ectópica, mola
hidatiforme);
• número de partos (domiciliares, hospitalares, vaginais espontâneos, fórceps,
cesáreas - indicações);
• número de abortamentos (espontâneos, provocados, complicados por infecções,
curetagem pós-abortamento);
• número de filhos vivos;
• idade da primeira gestação;
• intervalo entre as gestações (em meses);
• número de recém-nascidos: pré-termo (antes da 37ª semana de gestação), pós-
termo (igual ou mais de 42 semanas de gestação);
• experiência em aleitamento materno;
30. • data do primeiro dia da última menstruação - DUM (anotar certeza ou dúvida);
EXEMPLO:
REGRA DE NAEGELE: consiste em somar 7 ao 1° dia do último período menstrual
e diminuir 3 meses DUM = 10 / 06 / 2018
+ 7/ –3/
DPP = 17 / 03 / 2019
• data provável do parto – DPP
• data da percepção dos primeiros movimentos fetais.
31. 9 - Gestação atual:
• nomes dos medicamentos usados na gestação;
• a gestação foi ou não desejada;
• hábitos: fumo (número de cigarros/dia), álcool e uso de drogas;
• ocupação habitual (esforço físico intenso, exposição a agentes químicos e
físicos potencialmente nocivos, estresse).
32. EXAME FÍSICO
1 - Geral:
• determinação do peso e avaliação do estado nutricional da gestante;
• medida e estatura;
• determinação da freqüência do pulso arterial;
• medida da temperatura axilar;
• medida da pressão arterial; inspeção da pele e das mucosas;
• palpação da tireóide;
• ausculta cardiopulmonar;
• exame do abdome;
• exame dos membros inferiores;
• pesquisa de edema (face, tronco, membros).
33. 2 - ESPECÍFICO: GINECO-
OBSTÉTRICO
• exame mamas (orientado, também, para o aleitamento materno);
• medida da altura uterina;
• ausculta dos batimentos cardiofetais (após a 20ª semana) *; *entre a 7ª e 10ª com auxílio
do Sonar Doppler e após a 20° semana com Pinnar).
• identificação da situação e apresentação fetal (3° trimestre);
• palpação dos gânglios inguinais;
• inspeção dos genitais externos;
• exame especular;
a) inspeção das paredes vaginais;
b) inspeção do conteúdo vaginal;
c) inspeção do colo uterino;
d) coleta de material para exame colpocitológico (preventivo de câncer), conforme Manual de
prevenção de câncer cérvico-uterino e de mama;
34. TESTES REALIZADOS NA UBS
• Teste rápido de gravidez;
• Teste rápido de triagem para sífilis e sorologia para sífilis (VDRL);
• Teste rápido diagnóstico para HIV e sorologia para HIV I e II;
• Teste rápido de diagnóstico para hepatite B e C
35. EXAMES SOLICITADOS NO 1º
TRIMESTE
01ª À 13ª SEMANA
• Hemograma;
• Tipagem sanguínea e fator RH;
• Coombs indireto (se for RH negativo);
• Glicemia em jejum;
• Teste rápido de triagem para sífilis e/ou VDRL/RPR;
• Teste rápido diagnóstico anti/HIV;
• Toxoplasmose IgM e IgG;
• Sorologia para hepatite B (HbsAg);
36. • Urocultura + urina tipo I (sumário de urina;
• Ultrassonografia obstétrica;
• Citopatológico de colo de útero (se for necessário);
• Exame de secreção vaginal(se houver indicação clínica);
• Parasitológico de fezes (se houVer indicação clínica).
37. EXAMES SOLICITADOS NO 2º
TRIMESTRE
14ª À 26 SEMANAS
• Teste de tolerância para glicose com 75g. (Se a glicemia estiver acima de 85
mg/dl), ou se houver fator de risco (realizar este exame preferencialmente entre
24ª à 28ª semanas;
• Coombs indireto (se for Rh negativo);
• Proteinúria na 24ª semana.
38. EXAMES SOLICITADOS NO 3º
TRIMESTRE
27ª À 40ª SEMANAS
Hemograma;
Glicemia de jejum;
Coombs indireto (se o Rh for negativo);
VDRL;
Anti-HIV;
Sorologia para hepatite B (HbsAg);
Repetir o exame de toxoplasmose se IgM e /IgG, não for reagente;
Urocultura + urina tipo I (sumário de urina –SU + EQU);
Bacterioscopia de secreção vaginal (à partir de 37ª semanas de gestação);
39. VACINAÇÃO
1- Vacina contra influenza:
(qualquer idade gestacional)
2- Vacina dTpa :
A partir da 20ª semana
3- Vacina dT ( diftéria e tétano):
• 1ª dose – Na primeira consulta
• 2ª dose de 30 à 60 dias após a 1ª dose
• 3ª dose de 30 à 60 dias após a 2ª dose
4- Vacina contra hepatite B
Três doses e intervalo de 30 dias na 1ª e 2ª dose e 180 dias entre a 1ª e a 3ª.
É recomendada em qualquer período gestacional;
40. EXAME FÍSICO OBSTÉTRICO ESPECÍFICO
Medida da altura uterina(AU)
•Fita Métrica
•Posicionar em decúbito dorsal na maca com o abdome descoberto por
completo, protegendo as mamas e as pernas
•Delimitar a borda superior da sínfise púbica e o fundo uterino.Colocando a
mão esquerda lateralizada , você define o fundo do útero e com o dedo
indicador define à sínfise púbica.
•Colocar a extremidade inicial da fita( 0 cm) na borda superior da sínfise
púbica,passando-a entre os dedos indicadores e médio da mão esquerda,
alcançando o fundo uterino
41. TÉCNICA DE LEOPOLD-ZWEIFEL
PRIMEIRO TEMPO:
• Delimitamos o fundo do útero com ambas as mãos
deprimindo a parede abdominal com a borda cubitais (
polo pélvico, crista elíaca ou cefálico).
42. SEGUNDO TEMPO:
• Deslizar as mãos do fundo uterino, em direção ao polo inferior do
orgão, sentindo o dorso fetal e pequenas parte os membros de
lado para outro do útero.
43. TERCEIRO TEMPO:
• Explora a mobilidade do polo que se apresenta em relação com o estreito superior.
• Procura-se imprimir movimentos com o polegar e com dedo médio da mão direita com
movimentos de lateralidade que indicam o grau de penetração na bacia.
• Observa-se quando ela está alta e móvel
• Este polo balança de um lado para o outro.
44. QUARTO TEMPO:
• Exploramos o polo cefálico;
• O examinador deve voltar suas costas para a cabeço da paciente, colocando as mãos
sobre as fossas ilíacas;
• Procura-se com as mãos penetrar na pelve com as mãos afastadas cerca de 10 cm;
• Verificando se o polo é cefálico ou pélvico ou transverso.
45.
46. AUSCULTA CLÍNICA
• BCF são geralmente percebidos em torno de 20 semanas de gravidez;
• Utiliza-se o PINARD:
Auricular
Coletora
Condutora do som
• SONAR-DOPPLER- 10-12 sem do cordão umbilical ou grandes vasos fetal;
• Batimentos fetais entre 120 a 160 bpm Média 140 bpm;
• Na apresentação fetal é única( ouve-se uma só em cada revolução. TUM ou TA;
• Deve-se auscultar os batimentos da mãe e depois fetal.
47. • Manter a gestante deitada;
• Identificar o dorso fetal pela técnica de palpação;
• Questionar sobre o lado que ela sente mais os movimentos fetais. O dorso
estará do lado oposto aos batimentos;
• Colocar o instrumentos no local;
• Identificar o batimento materno e depois fetal.
48. TÉCNICA PARA AUSCULTA DOS BATIMENTOS CARDIOFETAIS
■ Posicione a gestante em decúbito dorsal, com o abdômen descoberto;
■ Identifique o dorso fetal. Além de realizar a palpação, deve-se perguntar à
gestante em qual lado ela sente mais os movimentos fetais; o dorso estará no
lado oposto;
■ Quando disponível, utilize o sonar doppler;
■ Procure o ponto de melhor ausculta dos BCF na região do dorso fetal;
■ Controle o pulso da gestante para certificar-se de que os batimentos ouvidos
são os do feto, já que as frequências são diferentes;
■ Conte os BCF por um minuto, observando sua frequência e seu ritmo;
■ Registre os BCF na ficha perinatal e no Cartão da Gestante;
■ Avalie resultados da ausculta dos BCF.
52. INTRODUÇÃO
A atenção à mulher e ao recém-nascido (RN) no
pós-parto imediato e nas primeiras semanas após
o parto é fundamental para a saúde materna e
neonatal. Esse atendimento deve ser o mais
criterioso possível no âmbito hospitalar e na
avaliação posterior, na unidade de saúde.
53. OBJETIVOS
• Avaliar o estado de saúde da mulher e do recém-nascido.
• Orientar e apoiar a família para a amamentação.
• Orientar os cuidados básicos com o recém-nascido.
• Avaliar a interação da mãe com o recém-nascido.
• Identificar situações de risco ou intercorrências e conduzi-las.
• Orientar o planejamento familiar.
54. CUIDADOS NECESSÁRIOS DURANTE O PUERPÉRIO
No puerpério imediato é importante levantar e andar
logo nas primeiras horas depois do parto para:
• Diminuir o risco de trombose;
• Melhorar o trânsito intestinal;
• Contribuir para o bem-estar da mulher.
55. ACOLHIMENTO DA MULHER E DO
RN
Deve ser realizado por profissional de saúde habilitado, de
acordo com as seguintes condutas:
• Apresentar-se, perguntar o nome da mulher e do recém-
nascido e atendê-los com respeito e gentileza;
• Escutar o que a mulher tem a dizer, incluindo possíveis
queixas, e estimulá-la a fazer perguntas;
• Informar sobre os passos da consulta e esclarecer
dúvidas.
56. ATENÇÃO À PUÉRPERA
Na anamnese, verificar o cartão da gestante e o resumo de alta hospitalar e/ou
perguntar à mulher sobre:
• Condições da gestação;
• Condições do atendimento ao parto e ao recém-nascido;
• Dados do parto (data, tipo de parto, se cesárea, qual a indicação);
• Se houve alguma intercorrência na gestação, no parto ou no pós-parto (febre,
hemorragia, hipertensão, diabetes, convulsões, sensibilização Rh);
• Se recebeu aconselhamento e realizou testagem para sífilis ou HIV durante a
gestação e/ou parto;
• Uso de medicamentos (ferro, ácido fólico, outros)
57. CONDIÇÕES PSICOEMOCIONAIS
• Tristeza materna, blues puerperal ou baby blues – manifestação
mais frequente, acometendo de 50 a 70% das puérperas no 3º dia
do pós-parto e tem duração aproximada de 2 semanas
• Depressão pós-parto – menos frequente, manifesta-se em 10 a
15% das puérperas.
• Psicose puerperal – manifestação mais rara. O início é abrupto,
os sintomas surgem até 2 ou 3 semanas pós-parto, ou seja,
quando a puérpera já se encontra fora da maternidade.
58. AVALIAÇÃO CLÍNICO-GINECOLÓGICA
Verificar dados vitais.
• Avaliar o estado psíquico da mulher.
• Observar estado geral – pele, mucosas, presença de edema, cicatriz (parto
normal com episiotomia ou laceração/cesárea) e membros inferiores.
• Examinar mamas, verificando a presença de ingurgitamento, sinais
inflamatórios, infecciosos ou cicatrizes que dificultem a amamentação.
• Examinar abdômen, verificando a condição do útero e se há dor à palpação.
• Examinar períneo e genitais externos (verificar sinais de infecção, presença e
características de lóquios).
59. AVALIAÇÃO CLÍNICO-
GINECOLÓGICA
• Retirar os pontos da cicatriz cirúrgica, quando necessário, e
orientar sobre os cuidados locais.
• Verificar possíveis intercorrências
• Observar formação do vínculo entre mãe e filho.
• Observar e avaliar a mamada para garantia do adequado
posicionamento e pega da aréola. O posicionamento errado do
bebê, além de dificultar a sucção, comprometendo a quantidade
de leite ingerido, é uma das causas mais frequentes de problemas
nos mamilos.
60. ASSISTÊNCIA AO RECÉM-NASCIDO NA PRIMEIRA CONSULTA
• Verificar a existência da Caderneta de Saúde da Criança e, caso não haja,
providenciar abertura imediata.
• Verificar se a Caderneta de Saúde da Criança está preenchida com os dados
da maternidade.
• Verificar as condições de alta da mulher e do RN.
• Observar e orientar a mamada, reforçando as orientações dadas durante o pré-
natal e na maternidade, com destaque para a necessidade de aleitamento
materno exclusivo até o 6º mês de vida do bebê, não havendo necessidade de
oferecer água, chá, ou qualquer outro alimento.
61. • Observar e avaliar a mamada para garantir o adequado posicionamento e pega
da aréola.
• Observar a criança no geral – peso, postura, atividade espontânea, padrão
respiratório, estado de hidratação, eliminações e aleitamento materno,
características da pele (presença de palidez, icterícia e cianose), crânio,
orelhas, olhos, nariz, boca, pescoço, tórax, abdômen (condições do coto
umbilical), genitália, extremidades e coluna vertebral. Caso seja detectada
alguma alteração, solicitar avaliação médica imediatamente.
62. AÇÕES NECESSÁRIAS NA CONSULTA PUERPERAL
Orientar sobre:
• Higiene, alimentação, atividades físicas;
• Atividade sexual, informando sobre prevenção de DST/Aids;
• Cuidado com as mamas, reforçando a orientação sobre o aleitamento (e
considerando a situação das mulheres que não puderem amamentar);
• Cuidados com o recém-nascido;
• Direitos da mulher (direitos reprodutivos, sociais e trabalhistas);
63. Orientar sobre planejamento familiar e uso de método
contraceptivo, se for o caso:
• informação geral sobre os métodos que podem ser
utilizados no pós-parto;
• disponibilização do método escolhido pela mulher com
instruções para seu uso e para o seguimento.
64. Uso de método anticoncepcional
durante o aleitamento
O DIU pode ser inserido imediatamente após o parto, ou a partir de 6 a 8 semanas
pósparto. O DIU está contraindicado para os casos que cursaram com infecção
puerperal, até 3 meses após a cura. O uso do preservativo masculino ou
feminino deve ser sempre incentivado pois além de boa eficácia contraceptiva,
confere proteção contra as doenças de transmissão sexual. O anticoncepcional
hormonal oral só de progesterona (minipílula) pode ser utilizado pela mulher
que está amamentando. Seu uso deve ser iniciado após 6 semanas do parto.
65. Mulheres portadoras do HIV/HTLV –
contra-indicação para o aleitamento
O risco de transmissão do HIV pelo leite materno é elevado. A transmissão ocorre
tanto pelas mães sintomáticas quanto pelas assintomáticas. O risco de
transmissão do HTLV1 e 2 (vírus linfotrófico humano de células T) pela
amamentação é variável e bastante alto, sendo mais preocupante pelo HTLV1.
Há referências que apontam para risco de 13% a 22%. Quanto mais tempo a
criança mama, maior será a chance de ela ser infectada. Assim, as gestantes
HIV+ e HTLV+ deverão ser orientadas para não amamentar. Quando, por falta
de informação, o aleitamento materno tiver sido iniciado, torna-se necessário
orientar a mãe para suspender a amamentação o mais rapidamente possível,
mesmo em mulheres em uso de terapia antirretroviral.
66. Dificuldades com o aleitamento no
período puerperal
• Pega incorreta do mamilo;
• Fissuras (rachaduras);
• Mamas ingurgitadas ;
• Mastite ;
• Ordenha manual.
67. REFERÊNCIAS
AMARAL, E; SOUSA, F; CECATTI, J. Manual Técnico do Pré-natal e Puerpério.
Secretaria Estadual da Saúde, São Paulo, 2010.
BRASIL, Ministério da Saúde. Assistência Pré -Natal. Secretaria de Políticas de
Saúde, Manual Técnico, 3ª edição. 66p. 2000.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Ações Programáticas e Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Pré-natal
e puerpério: atenção qualificada e humanizada - manual ténico. Brasília, 2005e.
68. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 569/GM, de 1º de junho de 2000. Institui
o Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento. Brasília: Ministério
da Saúde, 2000c.
BRASIL. Ministério da Saúde. Assistência pré-natal: manual técnico. 3. ed.
Brasília, 2000b.
REZENDE, Jorge - Obstetrícia Ed. Guanabara Koogan, 11ª edição, 2010.