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A CLÍNICA
PSICOLÓGICA DO
TRABALHO
Bruna Freitas - Deisiane Cazaroto - Debora Souza - Jessica Sanches - Nathalia Bortoletto - Noemy Rodrigues - Sandra Batistella - Sanmia Marques - Victória Druzian
A CLÍNICA NA CONFLUÊNCIA DA
HISTORIA PESSOAL E PROFISSIONAL
◦Esse capítulo visa compreender a relação clínica-trabalho a
partir de uma longa prática na clínica psicológica com pessoas
que sofriam por várias questões inclusive as que tinham sua
origem na profissão. As pessoas passam um terço da vida
diretamente no trabalho, que interage, promove ou interfere na
identidade, auto-estima, satisfação e sofrimento do indivíduo,
daí a importância do psicólogo clínico.
A TENSÃO CLÍNICA-TRABALHO: UMA
CONCEPÇÃO GERAL DO PROBLEMA
Parte da dificuldade de integrar as visões da psicologia clínica e do
trabalho está em superar a divisão estabelecida por uma visão parcial
que externaliza a fonte de problemas pessoais, e a coloca nas
relações sociais, especialmente no trabalho, contraposta a fonte de
problemas no sujeito, em sua história ou estrutura. Origem da crítica
de Dejours e Le Guillant.
A TENSÃO CLÍNICA-TRABALHO
Foco na interação do sujeito, dois polos: a) alguns aspectos reais
da situação de trabalho são produtores de sofrimento para
muitas pessoas e configuram-se como um problema de trabalho,
cuja superação requer investimento interno na transformação da
realidade do mundo externo; b) experiências que resultam da
experiência de vida do sujeito em contexto externos à situação
de trabalho e que, mesmo e apesar de poderem ter expressão na
situação de trabalho, constituem-se problemas em função de
aspectos subjetivos, cuja superação requer mudanças da
experiência e na transformação do mundo interno.
A TENSÃO CLÍNICA-TRABALHO
Características do sujeito: podem operar como fatores de risco e fatores
de proteção a determinadas situações. Conhecido os fatores de risco de
uma função ou profissão, a identificação dos fatores de proteção pode
levar ao desenvolvimento de ações coletivas de promoção de saúde
(prevenção primária-foco no contexto); vulnerabilidades e fatores de
risco pessoais são conhecidos, a identificação precoce destes pode
fundamentar uma intervenção preventiva com grupo de risco
(prevenção secundária-foco na pessoa).
A TENSÃO CLÍNICA-TRABALHO
Características do processo de mudança na psicoterapia: novas
associações, ressignificar novos eventos importantes na
história pessoal e de atribuir novos significados às situações e
experiências, possibilidade do sujeito modificar sua conduta
diante de situações importantes de sua vida, e que esta
mudança produza modificações em seu ambiente, coerente
com suas necessidades, aumentando a probabilidade de
sucesso e bem-estar.
A TENSÃO CLÍNICA-TRABALHO
Portanto este texto pretende examinar elementos da teoria (conceito) e
técnica psicoterápica (intervenção terapêutica) mostrando que há nelas
elementos suficientes para abordar questões relativas ao trabalho, como
foco clínico prioritário, quando a situação assim o requerer. Para isso
será necessário demonstrar como a psicoterapia psicodinâmica está
preparada para lidar com aspectos contemporâneos da interação
sujeito-realidade como foco no trabalho psicoterapêutico.
A TENSÃO CLÍNICA-TRABALHO
Trabalho está divido em três partes: 1- conceitos psicanalíticos
fundamentais da teoria das Relações Objetais (TRO)-Melaine
Klein, finalidade de demonstrar como os aspectos da realidade
contemporânea interagem, formam e transformam aspectos
subjetivos significativos. 2- como funciona o modelo de
intervenção em psicoterapia psicodinâmica com base na TRO,
definição de conflitos e formação sintomas, relativos às relações
atuais e passadas. 3- apresenta o exemplo, demonstrando como a
situação contemporânea de trabalho interage com aspectos da
historia do sujeito para produção de sintomas.
Fundamentos da Teoria Psicanalítica das Relações Objetais
ψ Fantasia – Status de realidade interior
ψ Visão Kleiniana = aspecto da realidade / interna (subjetiva) e externa (objetiva).
ψ Se interagem, se influenciam e se complementam.
◦ Os conceitos psicanalíticos fornecidos para lidar com a interação dessa realidade
contemporânea interna e externa são relativos ao método de observação.
◦ Os acontecimentos cotidianos podem ser examinados e transformados na medida
em que a relação do sujeito com essa realidade é mediada pela Psicoterapia.
◦ Métodos de observação:
ψ Atenção aos pormenores (detalhes)
ψ Atenção ao contexto
ψ Continuidade Genética
◦ Permitindo a compreensão da transferência, dos processos de identificação projetiva e de
outros conceitos que também dizem respeito à interação com o mundo interno e externo,
como mecanismos de defesa e de enfrentamento atuando seus impulsos ou
desenvolvendo sintomas como forma de lidar com a situação provocadora de ansiedade.
Definindo a situação total
no foco analítico.
Fundamentos da Teoria Psicanalítica das Relações Objetais
Elementos de Métodos: A Observação dos pormenores, do Contexto e da
continuidade Genética
“A observação dos pormenores e do Contexto estão intimamente ligadas no trabalho analítico e podem ser
tratadas em conjunto” (ISAACS, 1952, p. 89 apud TAVARES, 2004).
◦ Pois o pormenor (detalhe) adquire sua significação no contexto, e o contexto provê
cadeias associativas que permitem o esclarecimento da significação de aspectos da
realidade ou da história do sujeito.
◦ O contexto é todo o enquadramento imediato do comportamento que esta sendo
estruturado, em sua situação social e emocional (ISAACS, 1952, p.83 apud TAVARES,
2004). O contexto representa acontecimentos antigos, toda a sequência histórica da
experiência do sujeito (corte longitudinal) e os mais recentes percorrendo todos os
elementos de sua atualidade, elementos estes de seu mundo interno e externo,
incluindo o aqui-e-agora.
◦ Elementos Fundamentais para a elucidação do material clínico:
Ѱ A ênfase
Ѱ Repetição
Ѱ Tom afetivo
Ѱ Escolha de palavras
Ѱ Ato falho
Ѱ Sequência da apresentação dos fatos
Ѱ Apego a pormenores e a incidentes no cotidiano
Ѱ Lembranças e associações
Ѱ Metáforas
Ѱ Simbolizações
Ѱ Idiossincrasia - predisposição particular do organismo que faz que um indivíduo reaja de maneira pessoal à influência de
agentes exteriores (alimentos, medicamentos, etc.)
Elementos de Métodos: A Observação dos pormenores, do Contexto e da
continuidade Genética
◦ A Continuidade genética complementa os elementos de métodos anteriores, se
refere à gênese da experiência ou do comportamento (TAVARES, 2004). Esse
principio baseia-se na ideia de que toda resposta, emoção, sentimento,
pensamento ou comportamento é motivado; não há geração espontânea e que
todas as manifestações da experiência íntima deve ser considerada como um
dado de uma série evolutiva.
◦ Sendo assim, com esses elementos (instrumentos) – pormenor, contexto e
continuidade- podemos ter acesso à situação particular da vida interna do
paciente, entender o modo como este interage com seu mundo imediato, seu
comportamento como elemento de uma cadeia de significados em movimento.
Elementos de Métodos: A Observação dos pormenores, do Contexto e da
continuidade Genética
Fantasias ICS, Relações objetais, Identificação projetiva e Transferência
◦ A fantasia é o resultado de impulsos inconscientes, mas também uma função das
operações defensivas contra eles (TAVARES, 2004).
◦ A fantasia inconsciente é o instrumento pelo qual o sujeito processa sua realidade, vis-à-
vis suas necessidades internas, a fim de exercer operações transformadoras dessa
realidade e modificar seu estado interno de necessidade (TAVARES, 2004).
◦ A ansiedade ou angustia não emergem fora de contexto, manifesta-se na interação desses
dois mundos (interno e externo) e nela encontra seu destino.
Etapas do processo do destino da excitação na experiência humana:
1º Interação-Contado de impulsos internos e estimulação externa; 2º produzindo Sensação que pode ser de prazer ou dor; 3º
pela “expressão mental” de uma excitação; 4º mobilizando: desejo, angustia e necessidade; 5º criando uma formação
simbólica; 6º manifestada na fantasia ICS podendo ser de amor ou ódio; 7º gerando respostas (agir ou reagir); 8º resposta de
agir na tentativa de controle interno; 9º Gratificação alucinatória (interna e externa); 10º Mundo interno= experiência de
tolerância à frustração; 11º resposta de reagir no comportamento externamente dirigido (choro); 12º Gratificação na
realidade (interno-realização e externo); 13º Mundo externo= satisfação da necessidade e redução da excitação e .ansiedade.
Para que serve o conceito de Fantasia Inconsciente para a compreensão dos fenômenos do cotidiano
e das relações de trabalho?
◦ Segundo Joan Riviere (1952), a vida de fantasia nunca é fantasia pura, essa
consiste em verdadeiras percepções e falsas interpretações, ou seja, são misturas
de realidade interna e externa.
◦ Algumas situações de trabalho irão colocar um número significativo de pessoas
em dificuldades, enquanto outras colocarão em dificuldades pessoas com certas
predisposições, na medida em que as ansiedades e angústias internas puderem
ser mobilizadas pela situação de trabalho. É na ressonância entre aspectos da
realidade com as angústias fundamentais do sujeito que surge o potencial para o
adoecimento e que pode ser agravado pela falta ou insuficiência de suporte na
situação. (TAVARES, 2004, p 68).
Qual é, então, o conteúdo dessa vida mental inconsciente, que tipos de ansiedade ela
guarda? Afinal, qual é sua natureza?
◦ Os conteúdos da vida mental inconsciente são as fantasias, que são
cenas afetivamente carregadas de relações com objetos, nas quais uma
parte identificada com o Self mantém um certo tipo de vínculo com
uma outra parte, identificada como objeto (projetada). As ansiedades
são aquelas geradas pela pressão das necessidades internas e pelas
demandas ou contingências externas a qual o sujeito deve responder.
A natureza é modificada pela totalidade do contexto na qual é
produzida, de como o paciente se identifica e se projeta nos aspectos
da situação de vida, modificando também a compreensão do
fenômeno da transferência.
◦ Esta compreensão é vista por Freud como um deslocamento de um modo de
relacionar-se com figuras originais localizadas no passado para figuras atuais,
particularmente o terapeuta, portanto, de objeto externo (passado) para objeto
externo (atual).
◦ Já as observações realizadas por Klein em crianças a conduziu ao conceito de
identificação projetiva, mecanismo em que o ego procura situar fora de si
objetos e partes cindidas do ego com o propósito de regular a ansiedade. Esta
noção de transferência a coloca como um fenômeno espacial, de objeto interno
(atual) para o objeto externo (atual), da realidade interna à externa, e não como
um fenômeno temporal do passado para o presente, como empregava Feud.
(TAVARES, 2004).
◦ A identificação projetiva pode ser vista como uma armadilha que alivia, mas
também reedita continuamente o conflito, a menos que algum evento venha a
influenciar e transformar este processo.
◦ Para uma compreensão dos processos de identificação projetiva e transferência
é imprescindível uma compreensão dos processos contratransferências para a
qualidade e adequação da escuta psicoterapêutica.
◦ Como a totalidade da situação participa das fantasias inconscientes do paciente,
e cada elemento da situação pode adquirir relevância, dependendo dos
processos e dos contextos de identificação, identificação projetiva e
transferência, o terapeuta deve considerar a situação total, e não restringir-se
aos aspectos imediatos da relação, pois a totalidade da situação (inclusive as
situações externas à análise), conforme assimilada pelo sujeito, interage e
influência seu modo particular de responder. (TAVARES, 2004).
Situação provocadora de ansiedade e as respostas e operações
estruturantes
◦ Tanto a criança quanto o adulto pressionados pelas necessidades internas ou contingências
externas devem responder pelos mecanismos de defesas e de enfrentamento. Quando estes
falham, suas respostas podem ser caracterizadas como atuação ou sintomas.
◦ Fica claro que o terapeuta não poderá ser absolutamente ignorante em relação a realidade
externa a qual o sujeito esta submetido. (TAVARES, 2004). Sabe-se que a distorção da
realidade é uma questão de grau, e que a interpretação subjetiva tende a alinhar-se no sentido
de manter coerência com as pressões das ansiedades e das angústias do sujeito.
◦ Contudo, Tavares (2004) concluí que a realidade nos ajuda a delimitar o grau de distorção
que o paciente apresenta que são as situações provocadoras de ansiedade (SPAs).
4 FUNDAMENTOS DA TÉCNICA DE PSICOTERAPIA
PSICANALITICA
•Foi responsável por determinar quais os aspectos da técnica
eram responsáveis pela mudança em psicoterapia.
•Os resultados desse trabalho nos deixou um legado que nos
permite dizer em que sentido a técnica deve ser adaptada às
necessidades do paciente para maximizar o potencial
terapêutico.
A primeira entrevista psicodinâmica: A definição do foco psicodinâmico e o
desenvolvimento de um projeto terapêutico.
◦A conduta terapêutica mais adequada é uma interação
entre contexto e o paciente a qual estruturas e traços
de caráter do paciente são elementos fundamentais.
◦Ansiedade.
Primeiro passo na escuta terapêutica é a busca pelo
motivo ao qual o paciente busca a psicoterapia,
chegando assim a buscas reais do sofrimento ou
patologia, uma vez que determinada avaliação fica
limitada somente a queixa do paciente, mas será
investigado contexto e a história, conforme necessário.
◦ Desse modo deve-se valorizar:
- Exame da história do desenvolvimento;
- Avaliação da estrutura ou capacidade do Ego;
- Sofisticação psicológica e capacidade para
mudança;
◦O ajuste técnico que define a abordagem como sendo breve ou de
longa duração, faz se referências às técnicas de insight. A abordagem
analítica depende de uma formulação psicodinâmica das dificuldades do
paciente.
◦A avalição na entrevista inicial tem por objetivo explicitar a partir das
queixas do contexto e da história do paciente o foco psicodinâmico que
define os elementos do conflito que serão objeto de projeto
psicoterapêutico. (TAVARES, 2004, pg. 76).
O modelo para a interpretação e a aplicação técnica dos conceitos à
psicoterapia psicanalítica
A atenção aos conceitos nos permite apresentar uma formulação psicodinâmica do conflito na qual
uma situação faz emergir uma ansiedade que mobiliza o sujeito ao acionar uma relação de objeto em
fantasia que o impulsiona a reagir de certas formas, enfrentando criatividade, atuando, defendendo ou
apresentando sintomas. São três elementos:
◦ situação provocadora de ansiedade (corte transversal – contexto atual interno e externo; corte
longitudinal – contexto histórico interno)
◦ relações objetais em fantasia (imagem de self; do objeto; afeto, impulso, vínculo)
◦ resposta do sujeito (mecanismos de enfrentamento; de defesa; sintomas)
Estes elementos representam as formas do sujeito reagir às demandas internas e externas da situação.
◦ A situação provocadora de ansiedade (SPA) é o contexto desencadeador da ansiedade, pode-se referir a
qualquer coisa com a qual uma pessoa tenha que lidar (uma ideia, uma lembrança, um aspecto de si
mesmo, ter uma função ou estar em uma relação). Ao apreciar a situação provocadora de ansiedade, deve-
se ter me mente a situação total, incluindo os aspectos históricos e atuais.
◦ A resposta do sujeito são os modos usuais da pessoa reagir a estas situações. Estes modos de colocar-se
revela elementos de estrutura do sujeito, como: criatividade, força de ego, flexibilidade ou rigidez
defensiva, entre outros.
◦ Enquanto os elementos representativos das relações de objeto na fantasia inconsciente são relativos à
autoimagem, autoestima; o objeto introjeção ou projetado; a questão do vínculo que especifica o tipo e a
qualidade da relação; o amor e ódio; enquanto ao impulso, a excitação ou carga psíquica que mobiliza e
impede o sujeito a responder à situação.
O modelo para a interpretação e a aplicação técnica dos conceitos à
psicoterapia psicanalítica
◦ Na entrevista psicodinâmica, o exame das queixas principais do sujeito e do contexto que
faz emergir suas angústias cria oportunidades para explicitar as relações de objeto
representadas nas situações atuais e na história do sujeito.
Exemplo
Uma paciente relata dificuldades com sua mãe e o modo submisso com o qual atende suas demandas.
Permite a interferência dela na sua relação com seu marido e filhos. Passa então a falar de como seu chefe e
colegas de trabalham a sobrecarregam. Toca no fato de que seus filhos, agora adolescentes, não a obedecem
mais, e que todo o trabalho doméstico ultimamente esta sobrando só para ela. Observa-se que ela tem
dificuldade em dizer "não".
O modelo para a interpretação e a aplicação técnica dos conceitos à
psicoterapia psicanalítica
A semelhança entre estas situações sugere que se trata de um mesmo problema, oriundo de
uma mesma fonte: seu modo de colocar-se nas relações interpessoais. A SPA desta forma, esta
explicita.
Segundo seu relato também esta produzindo sintomas (ficando triste, desanimada, isolando-se) pensando em
parar de trabalhar por sentir-se culpada em relação a sua família, por não poder fazer mais por ela.
Assim, nota-se que esta solução em sua fantasia apenas adia tratar da fonte do problema, a
forma com que ela internaliza e processa suas relações e seu mundo relacional concreto, pois é
possível que as pessoas se relacionam com ela abusando dela. Tem que ocorrer uma interação
da paciente com a realidade.
O modelo para a interpretação e a aplicação técnica dos conceitos à
psicoterapia psicanalítica
Característica relacional do modelo e a interpretação transferencial
◦ Triângulo das Relações
◦ As relações com figuras originais: pai, irmãos e pessoas significativas da vida precoce do
sujeito.
◦ Temos as figuras atuais: chefe, conjugue, colegas de trabalho, amigos, que representam as
relações contemporâneas do sujeito.
◦ Relação aqui-e-agora com o terapeuta, ou seja, a situação típica da transferência.
◦ Em cada vértice sobrepõe-se um triângulo, representando o Triângulo do Conflito que se manifesta
em cada um dos três tipos de relação, inserindo, portanto, em cada relação, as noções de situação
provocadora de ansiedade, fantasia inconsciente e resposta ou reação à situação interna e externa.
Portanto, o foco não recai sobre os vértices do triângulo, mas sobre os segmentos que os unem.
◦ Ao longo dessa exploração, conflito vai ficando cada vez mais claro para o paciente, até que uma
interpretação completa possa ser vislumbrada. Mais frequentemente, antes que seja possível uma
interpretação completa do conflito, o psicoterapeuta faz algo mais, apontando a característica
relacional do conflito. Ele associa as vivências dos segmentos do conflito (ligação contexto-resposta)
nos diversos tipos de relação, pontuando nelas a semelhança (repetição) da reação a um conflito. Ou
seja, o psicoterapeuta localiza o segmento do conflito nos segmentos das relações: um mesmo tipo de
reação (submissão) a uma situação análoga (confronto) com uma figura original (pai, irmãos) revivida
com uma figura atual (esposo), ou vice-versa.
Característica relacional do modelo e a interpretação transferencial
Característica relacional do modelo e a interpretação transferencial
◦ Então, de modo análogo, a semelhança entre os diversos elementos do conflito deve
ser pontada nos diversos tipos de relação. Uma forma de continuar explorando este
conflito seria examinando mais um de seus elementos, por exemplo, perguntando a ele
como se sente (afeto) ou o que teria vontade de fazer, se pudesse (impulso), em cada
relação poderia ainda falar da imagem que tem de si (self) ou do outro (objeto) nessas
relações, o que nos daria elementos para aliviar aspectos de identificação, projeção e a
natureza das relações objetais. Este processo ajuda o paciente a contextualizar e dar
significado as suas experiências atuais.
◦ Quando todos os elementos do conflito tiverem sido examinados em todos os tipos
de relação, teremos alcançado uma interpretação completa do conflito.
A CLÍNICA NA
CONFLUÊNCIA DA
HISTÓRIA PESSOAL E
PROFISSIONAL
Primeira Sessão: A queixa
◦ Somatização de Sintomas: Náuseas e Vômitos ( horas ou dias )
◦ Possibilidades Medicas esgotadas ( exames )
◦ Psicoterapia ( resistência )
◦ Mudanças gerem estressores
◦ Quando perguntado sobre o efeito de todas essas mudanças recentes em sua vida, o paciente discorre
longamente a cerca de como superou as várias etapas de sua vida sem grandes dificuldades – citando
investimentos positivos; diz que nada do que está enfrentando parece fora de sua competência e que
tais dificuldades lhe parecem não terem motivo.
◦ Apesar de todo esse relato positivo sobre o enfrentamento de mudanças o mesmo pareceu perplexo a
cerca do que poderia estar dando errado, pois sempre se destacou em tudo que havia feito.
◦Como na primeira sessão discorreu-se muito sobre a queixa
psicossomática foi elaborado um acordo para que se pudesse conhecer
mais detalhes de sua história de vida e do entendimento do contexto
profissional atual.
◦Apesar do paciente reconhecer sua reação ( sintomas ) não tinha
nenhum insight acerca da existência de um estressor especifico ou de
motivos pessoais que levariam responder com a formação de sintomas.
◦Que situação estaria provocando ansiedade suficiente para fazer emergir
uma reação psicossomática persistente e de tamanha força?
◦O que impede esse conhecimento venha a sua consciência?
Relações objetais na fantasia ICS Situação provocadora de ansiedade
? ?
Resposta do Sujeito
◦ Náuseas e Vômitos persistentes e incapacitantes
Elementos do Conflito na Primeira Sessão
Segunda Sessão: O contexto
◦ Foram tratados: Historia de vida, Desenvolvimento psicossocial e Consolidação da identidade e
formação da família
◦ Nessa investigação paciente não apresentou nenhum dado que pudesse inferir vinculo ao
sintomas.
◦ Sobre trabalho: Discorre que foi bem recebido, após poucos semanas os sintomas apareceram e
se intensificaram; explicou que antes suas funções dependiam somente de uma pessoa que se
reportava ao alto escalão da instituição e que agora, com a nova estrutura, essa pessoa manteve
sua posição e benefícios, mas as funções que exercia foram divididas, sendo que para ele , ficou
as funções mais significativas. ( Ex – chefe geral, passou a ter que dividir poder e prestigio com
um jovem recém chegado ).
◦ Dificuldades enfrentadas
◦ Obs: paciente não aparenta indignação ao relatar as dificuldades.
◦ Como lidava com a situação: evitar contado, lidando somente o necessário com a pessoa. Achava melhor
evitar confronto – Coerente com o movimento de Somatização.
◦ Sintomas X Elemento Comportamental – A FUGA
◦ Objeto visto como persecutório, invasivo, agressivo, dominador, rígido ou inflexível – dificuldade de lidar
com figura de autoridade.
◦ Vinculo tem a natureza de combate ou de luta e fuga
◦ Afeto esperado seria a raiva ou ódio, porem não emergiam no paciente.
◦ Hipótese psicanalítica é de que o sentimento de ódio existe em todos, porem em vicissitudes e graus de
elaboração e sublimação diferentes. Mas neste paciente, parece que foi remetido ao ICS e emergiu n forma
de manobras evasivas e de sintomas psicossomáticos.
◦ O ódio seria um identificação projetiva, pois o ódio que não aceita em si, esta no teme enfrentar; portanto
perde proteger-se por evitar confronto, pois a fantasia significa o risco da aniquilação do eu.
◦ Ganho secundário buscar preservar o self. Qual a imagem do self desse paciente, diante deste objeto para
que se preserve assim, submetendo-se, evadindo e produzindo sintomas e riscos para o próprio
desenvolvimento pessoal e profissional, arriscando inclusive a segurança de sua família?
Terceira Sessão: O sonho
◦ Conteúdo : Morte do pai
◦ O sonho pode trazer a situação da sessão anterior, onde a imagem do colega de trabalho, foi explorada,
desta forma, o trabalho fará paralelo com as relações familiares ( pai- chefe)
◦ História da infância contada com rancor
◦ Culpa por não enfrentar o pai e consequentemente não proteger a mãe.
◦ Revela medo perante enfrentamento com o pai, pelo fato de não saber o que o mesmo poderia fazer
◦ Identificação com a mãe e o paralelo pai e colega
◦ Self identificado com a mãe que sofre passivamente as investidas do objeto, portanto ele a mãe usavam
de evitação. A raiva estava bem contida pela racionalização e esta protegia o self.
◦ Ao decorrer da sessão, ainda não encontrava-se o elemento chave – a AGRESSIVIDADE.
◦ ( sonho emergem das angustias da sessão anterior)
◦ Pediu-se para que o paciente descrevesse o que aconteceria se de fato o seu pai morresse – pareceu
animado- disse que assumiria todo trabalho das consequências da morte, venderia os bens do pai, saldarias
as dividas e daria destaque para sua mãe , buscando assim reparar danos.
◦ Entusiasmo da morte do pai- sugere agressividade
◦ Morte do pai – é vista como resolução de seus problemas, logo há um desejo da morte do mesmo.
◦ Porem não lhe fazia sentido a ideia de desejar a morte de alguém, pois raramente era agressivo
◦ Não podia se ver agressivo pois temia identificar-se cm seu pai, sua raiva contra seu pai manifestava-se pela
recusa de tudo que se parecesse com ele, foi dito que se ele se permitisse identificar com o pai o ódio que
sentia poderia perder o controle e isso fazia com que ele temesse os danos.
◦ Teria perdido o controle das forças, por isso, não impunha limites, então não era capaz de enfrentar as
pessoas.
◦ Conclui-se então que o conflito com o pai expresso no sonho é análogo a situação com o colega de
trabalho
Elementos do Conflito na Segunda e Terceira Sessão
Relações objetais na fantasia ICS Situação provocadora de ansiedade
? - investidas invasivas no trabalho (chefe –pai)
- investidas invasivas na família ( pai- chefe)
Resposta do Sujeito
◦ Náuseas e Vômitos persistentes e incapacitantes
Quarta a Sétima Sessão: elaboração do
conflito
◦ Atitude diferente: questionamento do que fazer com o problema
◦ Foi percebida uma evolução do caso, onde paciente mostra interesse em
resolver o conflito, há uma diminuição dos sintomas e o mesmo reconhece
suas dificuldades. Seu interesse esta em elaborar situações dirigidas a relação
com o colega, agora não mais evita situações.
◦ Sétima sessão – Assintomático
Oitava a Décima Sessão: a resolução
◦ Atenção voltada para família
◦ Atento a questões psicológicas
◦ Abertura maior com a mãe
◦ As três ultimas sessões tiveram ganhos de consolidação e fechamento do
trabalho psicoterapêutico
◦ Recapitulação do processo e avaliação dos ganhos
◦ Sentimento do paciente
Elementos do Conflito: Final
Afetos: raiva, ódio
Impulsos : lutar, matar X fugir e evadir
Relações objetais na fantasia ICS Situação provocadora de ansiedade
- self ( identificação com a mãe) ICS - investidas invasivas no trabalho (chefe –pai)
- investidas invasivas na familia ( pai- chefe)
Resposta do Sujeito
◦ Náuseas e Vômitos persistentes e incapacitantes
LIGACAO INTERPRETATIVA
SITUAÇÃO - FANTASIA
LIGAÇÃO INTERPRETATIVA
FANTASIA - RESPOSTA
LIGAÇÃO INTERPRETATIVA
SITUAÇÃO - RESPOSTA
CONCLUSÃO
◦Trabalho:
◦contexto no qual grande parte das experiências do sujeito acontece
◦importante papel na constituição subjetiva do indivíduo, nos seus
relacionamentos interpessoais e na formação da sua identidade
◦ O sofrimento que tem origem no trabalho deve ser incorporado na
prática clínica
CONCLUSÃO
◦“A psicologia clínica é o espaço onde o sujeito pode
ter a si mesmo como projeto”
◦A psicologia trabalha nas questões relacionais e o
problema psicológico gerado na situação de trabalho é
relacional
CONCLUSÃO
◦A psicologia clínica não trabalha com os problemas estruturais do
trabalho
◦a resolução desses problemas se encontra fora da possibilidade
de transformação de um único indivíduo
A clínica pode auxiliar o indivíduo a realizar uma transformação
no seu modo de agir diante daquele ambiente e/ou situação
CONCLUSÃO
◦ Desafio: psicólogo não incluso na situação de trabalho
◦ não observa diretamente o problema relatado pelo paciente
◦ deverá ter cautela para distinguir as distorções do paciente (mecanismos de defesa),
esclarecer e confrontar
Mecanismos de defesa destinados a valorizar a autoimagem
Desqualifica colegas e chefias
CONCLUSÃO
◦ Problemas psicológicos mais comuns mapeados
◦ estratégias de promoção de saúde
◦ clínica = espaço para trabalhar com situações de vulnerabilidades individuais
 O mundo do trabalho
◦ Complexo
◦ “as relações e a organização do trabalho não são uniformes”
◦ Psicólogo deve se especializar

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A clínica psicológica do trabalho

  • 1. A CLÍNICA PSICOLÓGICA DO TRABALHO Bruna Freitas - Deisiane Cazaroto - Debora Souza - Jessica Sanches - Nathalia Bortoletto - Noemy Rodrigues - Sandra Batistella - Sanmia Marques - Victória Druzian
  • 2. A CLÍNICA NA CONFLUÊNCIA DA HISTORIA PESSOAL E PROFISSIONAL ◦Esse capítulo visa compreender a relação clínica-trabalho a partir de uma longa prática na clínica psicológica com pessoas que sofriam por várias questões inclusive as que tinham sua origem na profissão. As pessoas passam um terço da vida diretamente no trabalho, que interage, promove ou interfere na identidade, auto-estima, satisfação e sofrimento do indivíduo, daí a importância do psicólogo clínico.
  • 3. A TENSÃO CLÍNICA-TRABALHO: UMA CONCEPÇÃO GERAL DO PROBLEMA Parte da dificuldade de integrar as visões da psicologia clínica e do trabalho está em superar a divisão estabelecida por uma visão parcial que externaliza a fonte de problemas pessoais, e a coloca nas relações sociais, especialmente no trabalho, contraposta a fonte de problemas no sujeito, em sua história ou estrutura. Origem da crítica de Dejours e Le Guillant.
  • 4. A TENSÃO CLÍNICA-TRABALHO Foco na interação do sujeito, dois polos: a) alguns aspectos reais da situação de trabalho são produtores de sofrimento para muitas pessoas e configuram-se como um problema de trabalho, cuja superação requer investimento interno na transformação da realidade do mundo externo; b) experiências que resultam da experiência de vida do sujeito em contexto externos à situação de trabalho e que, mesmo e apesar de poderem ter expressão na situação de trabalho, constituem-se problemas em função de aspectos subjetivos, cuja superação requer mudanças da experiência e na transformação do mundo interno.
  • 5. A TENSÃO CLÍNICA-TRABALHO Características do sujeito: podem operar como fatores de risco e fatores de proteção a determinadas situações. Conhecido os fatores de risco de uma função ou profissão, a identificação dos fatores de proteção pode levar ao desenvolvimento de ações coletivas de promoção de saúde (prevenção primária-foco no contexto); vulnerabilidades e fatores de risco pessoais são conhecidos, a identificação precoce destes pode fundamentar uma intervenção preventiva com grupo de risco (prevenção secundária-foco na pessoa).
  • 6. A TENSÃO CLÍNICA-TRABALHO Características do processo de mudança na psicoterapia: novas associações, ressignificar novos eventos importantes na história pessoal e de atribuir novos significados às situações e experiências, possibilidade do sujeito modificar sua conduta diante de situações importantes de sua vida, e que esta mudança produza modificações em seu ambiente, coerente com suas necessidades, aumentando a probabilidade de sucesso e bem-estar.
  • 7. A TENSÃO CLÍNICA-TRABALHO Portanto este texto pretende examinar elementos da teoria (conceito) e técnica psicoterápica (intervenção terapêutica) mostrando que há nelas elementos suficientes para abordar questões relativas ao trabalho, como foco clínico prioritário, quando a situação assim o requerer. Para isso será necessário demonstrar como a psicoterapia psicodinâmica está preparada para lidar com aspectos contemporâneos da interação sujeito-realidade como foco no trabalho psicoterapêutico.
  • 8. A TENSÃO CLÍNICA-TRABALHO Trabalho está divido em três partes: 1- conceitos psicanalíticos fundamentais da teoria das Relações Objetais (TRO)-Melaine Klein, finalidade de demonstrar como os aspectos da realidade contemporânea interagem, formam e transformam aspectos subjetivos significativos. 2- como funciona o modelo de intervenção em psicoterapia psicodinâmica com base na TRO, definição de conflitos e formação sintomas, relativos às relações atuais e passadas. 3- apresenta o exemplo, demonstrando como a situação contemporânea de trabalho interage com aspectos da historia do sujeito para produção de sintomas.
  • 9. Fundamentos da Teoria Psicanalítica das Relações Objetais ψ Fantasia – Status de realidade interior ψ Visão Kleiniana = aspecto da realidade / interna (subjetiva) e externa (objetiva). ψ Se interagem, se influenciam e se complementam. ◦ Os conceitos psicanalíticos fornecidos para lidar com a interação dessa realidade contemporânea interna e externa são relativos ao método de observação. ◦ Os acontecimentos cotidianos podem ser examinados e transformados na medida em que a relação do sujeito com essa realidade é mediada pela Psicoterapia.
  • 10. ◦ Métodos de observação: ψ Atenção aos pormenores (detalhes) ψ Atenção ao contexto ψ Continuidade Genética ◦ Permitindo a compreensão da transferência, dos processos de identificação projetiva e de outros conceitos que também dizem respeito à interação com o mundo interno e externo, como mecanismos de defesa e de enfrentamento atuando seus impulsos ou desenvolvendo sintomas como forma de lidar com a situação provocadora de ansiedade. Definindo a situação total no foco analítico. Fundamentos da Teoria Psicanalítica das Relações Objetais
  • 11. Elementos de Métodos: A Observação dos pormenores, do Contexto e da continuidade Genética “A observação dos pormenores e do Contexto estão intimamente ligadas no trabalho analítico e podem ser tratadas em conjunto” (ISAACS, 1952, p. 89 apud TAVARES, 2004). ◦ Pois o pormenor (detalhe) adquire sua significação no contexto, e o contexto provê cadeias associativas que permitem o esclarecimento da significação de aspectos da realidade ou da história do sujeito. ◦ O contexto é todo o enquadramento imediato do comportamento que esta sendo estruturado, em sua situação social e emocional (ISAACS, 1952, p.83 apud TAVARES, 2004). O contexto representa acontecimentos antigos, toda a sequência histórica da experiência do sujeito (corte longitudinal) e os mais recentes percorrendo todos os elementos de sua atualidade, elementos estes de seu mundo interno e externo, incluindo o aqui-e-agora.
  • 12. ◦ Elementos Fundamentais para a elucidação do material clínico: Ѱ A ênfase Ѱ Repetição Ѱ Tom afetivo Ѱ Escolha de palavras Ѱ Ato falho Ѱ Sequência da apresentação dos fatos Ѱ Apego a pormenores e a incidentes no cotidiano Ѱ Lembranças e associações Ѱ Metáforas Ѱ Simbolizações Ѱ Idiossincrasia - predisposição particular do organismo que faz que um indivíduo reaja de maneira pessoal à influência de agentes exteriores (alimentos, medicamentos, etc.) Elementos de Métodos: A Observação dos pormenores, do Contexto e da continuidade Genética
  • 13. ◦ A Continuidade genética complementa os elementos de métodos anteriores, se refere à gênese da experiência ou do comportamento (TAVARES, 2004). Esse principio baseia-se na ideia de que toda resposta, emoção, sentimento, pensamento ou comportamento é motivado; não há geração espontânea e que todas as manifestações da experiência íntima deve ser considerada como um dado de uma série evolutiva. ◦ Sendo assim, com esses elementos (instrumentos) – pormenor, contexto e continuidade- podemos ter acesso à situação particular da vida interna do paciente, entender o modo como este interage com seu mundo imediato, seu comportamento como elemento de uma cadeia de significados em movimento. Elementos de Métodos: A Observação dos pormenores, do Contexto e da continuidade Genética
  • 14. Fantasias ICS, Relações objetais, Identificação projetiva e Transferência ◦ A fantasia é o resultado de impulsos inconscientes, mas também uma função das operações defensivas contra eles (TAVARES, 2004). ◦ A fantasia inconsciente é o instrumento pelo qual o sujeito processa sua realidade, vis-à- vis suas necessidades internas, a fim de exercer operações transformadoras dessa realidade e modificar seu estado interno de necessidade (TAVARES, 2004). ◦ A ansiedade ou angustia não emergem fora de contexto, manifesta-se na interação desses dois mundos (interno e externo) e nela encontra seu destino. Etapas do processo do destino da excitação na experiência humana: 1º Interação-Contado de impulsos internos e estimulação externa; 2º produzindo Sensação que pode ser de prazer ou dor; 3º pela “expressão mental” de uma excitação; 4º mobilizando: desejo, angustia e necessidade; 5º criando uma formação simbólica; 6º manifestada na fantasia ICS podendo ser de amor ou ódio; 7º gerando respostas (agir ou reagir); 8º resposta de agir na tentativa de controle interno; 9º Gratificação alucinatória (interna e externa); 10º Mundo interno= experiência de tolerância à frustração; 11º resposta de reagir no comportamento externamente dirigido (choro); 12º Gratificação na realidade (interno-realização e externo); 13º Mundo externo= satisfação da necessidade e redução da excitação e .ansiedade.
  • 15. Para que serve o conceito de Fantasia Inconsciente para a compreensão dos fenômenos do cotidiano e das relações de trabalho? ◦ Segundo Joan Riviere (1952), a vida de fantasia nunca é fantasia pura, essa consiste em verdadeiras percepções e falsas interpretações, ou seja, são misturas de realidade interna e externa. ◦ Algumas situações de trabalho irão colocar um número significativo de pessoas em dificuldades, enquanto outras colocarão em dificuldades pessoas com certas predisposições, na medida em que as ansiedades e angústias internas puderem ser mobilizadas pela situação de trabalho. É na ressonância entre aspectos da realidade com as angústias fundamentais do sujeito que surge o potencial para o adoecimento e que pode ser agravado pela falta ou insuficiência de suporte na situação. (TAVARES, 2004, p 68).
  • 16. Qual é, então, o conteúdo dessa vida mental inconsciente, que tipos de ansiedade ela guarda? Afinal, qual é sua natureza? ◦ Os conteúdos da vida mental inconsciente são as fantasias, que são cenas afetivamente carregadas de relações com objetos, nas quais uma parte identificada com o Self mantém um certo tipo de vínculo com uma outra parte, identificada como objeto (projetada). As ansiedades são aquelas geradas pela pressão das necessidades internas e pelas demandas ou contingências externas a qual o sujeito deve responder. A natureza é modificada pela totalidade do contexto na qual é produzida, de como o paciente se identifica e se projeta nos aspectos da situação de vida, modificando também a compreensão do fenômeno da transferência.
  • 17. ◦ Esta compreensão é vista por Freud como um deslocamento de um modo de relacionar-se com figuras originais localizadas no passado para figuras atuais, particularmente o terapeuta, portanto, de objeto externo (passado) para objeto externo (atual). ◦ Já as observações realizadas por Klein em crianças a conduziu ao conceito de identificação projetiva, mecanismo em que o ego procura situar fora de si objetos e partes cindidas do ego com o propósito de regular a ansiedade. Esta noção de transferência a coloca como um fenômeno espacial, de objeto interno (atual) para o objeto externo (atual), da realidade interna à externa, e não como um fenômeno temporal do passado para o presente, como empregava Feud. (TAVARES, 2004). ◦ A identificação projetiva pode ser vista como uma armadilha que alivia, mas também reedita continuamente o conflito, a menos que algum evento venha a influenciar e transformar este processo.
  • 18. ◦ Para uma compreensão dos processos de identificação projetiva e transferência é imprescindível uma compreensão dos processos contratransferências para a qualidade e adequação da escuta psicoterapêutica. ◦ Como a totalidade da situação participa das fantasias inconscientes do paciente, e cada elemento da situação pode adquirir relevância, dependendo dos processos e dos contextos de identificação, identificação projetiva e transferência, o terapeuta deve considerar a situação total, e não restringir-se aos aspectos imediatos da relação, pois a totalidade da situação (inclusive as situações externas à análise), conforme assimilada pelo sujeito, interage e influência seu modo particular de responder. (TAVARES, 2004).
  • 19. Situação provocadora de ansiedade e as respostas e operações estruturantes ◦ Tanto a criança quanto o adulto pressionados pelas necessidades internas ou contingências externas devem responder pelos mecanismos de defesas e de enfrentamento. Quando estes falham, suas respostas podem ser caracterizadas como atuação ou sintomas. ◦ Fica claro que o terapeuta não poderá ser absolutamente ignorante em relação a realidade externa a qual o sujeito esta submetido. (TAVARES, 2004). Sabe-se que a distorção da realidade é uma questão de grau, e que a interpretação subjetiva tende a alinhar-se no sentido de manter coerência com as pressões das ansiedades e das angústias do sujeito. ◦ Contudo, Tavares (2004) concluí que a realidade nos ajuda a delimitar o grau de distorção que o paciente apresenta que são as situações provocadoras de ansiedade (SPAs).
  • 20. 4 FUNDAMENTOS DA TÉCNICA DE PSICOTERAPIA PSICANALITICA •Foi responsável por determinar quais os aspectos da técnica eram responsáveis pela mudança em psicoterapia. •Os resultados desse trabalho nos deixou um legado que nos permite dizer em que sentido a técnica deve ser adaptada às necessidades do paciente para maximizar o potencial terapêutico.
  • 21. A primeira entrevista psicodinâmica: A definição do foco psicodinâmico e o desenvolvimento de um projeto terapêutico. ◦A conduta terapêutica mais adequada é uma interação entre contexto e o paciente a qual estruturas e traços de caráter do paciente são elementos fundamentais. ◦Ansiedade.
  • 22. Primeiro passo na escuta terapêutica é a busca pelo motivo ao qual o paciente busca a psicoterapia, chegando assim a buscas reais do sofrimento ou patologia, uma vez que determinada avaliação fica limitada somente a queixa do paciente, mas será investigado contexto e a história, conforme necessário.
  • 23. ◦ Desse modo deve-se valorizar: - Exame da história do desenvolvimento; - Avaliação da estrutura ou capacidade do Ego; - Sofisticação psicológica e capacidade para mudança;
  • 24. ◦O ajuste técnico que define a abordagem como sendo breve ou de longa duração, faz se referências às técnicas de insight. A abordagem analítica depende de uma formulação psicodinâmica das dificuldades do paciente. ◦A avalição na entrevista inicial tem por objetivo explicitar a partir das queixas do contexto e da história do paciente o foco psicodinâmico que define os elementos do conflito que serão objeto de projeto psicoterapêutico. (TAVARES, 2004, pg. 76).
  • 25. O modelo para a interpretação e a aplicação técnica dos conceitos à psicoterapia psicanalítica A atenção aos conceitos nos permite apresentar uma formulação psicodinâmica do conflito na qual uma situação faz emergir uma ansiedade que mobiliza o sujeito ao acionar uma relação de objeto em fantasia que o impulsiona a reagir de certas formas, enfrentando criatividade, atuando, defendendo ou apresentando sintomas. São três elementos: ◦ situação provocadora de ansiedade (corte transversal – contexto atual interno e externo; corte longitudinal – contexto histórico interno) ◦ relações objetais em fantasia (imagem de self; do objeto; afeto, impulso, vínculo) ◦ resposta do sujeito (mecanismos de enfrentamento; de defesa; sintomas) Estes elementos representam as formas do sujeito reagir às demandas internas e externas da situação.
  • 26. ◦ A situação provocadora de ansiedade (SPA) é o contexto desencadeador da ansiedade, pode-se referir a qualquer coisa com a qual uma pessoa tenha que lidar (uma ideia, uma lembrança, um aspecto de si mesmo, ter uma função ou estar em uma relação). Ao apreciar a situação provocadora de ansiedade, deve- se ter me mente a situação total, incluindo os aspectos históricos e atuais. ◦ A resposta do sujeito são os modos usuais da pessoa reagir a estas situações. Estes modos de colocar-se revela elementos de estrutura do sujeito, como: criatividade, força de ego, flexibilidade ou rigidez defensiva, entre outros. ◦ Enquanto os elementos representativos das relações de objeto na fantasia inconsciente são relativos à autoimagem, autoestima; o objeto introjeção ou projetado; a questão do vínculo que especifica o tipo e a qualidade da relação; o amor e ódio; enquanto ao impulso, a excitação ou carga psíquica que mobiliza e impede o sujeito a responder à situação. O modelo para a interpretação e a aplicação técnica dos conceitos à psicoterapia psicanalítica
  • 27. ◦ Na entrevista psicodinâmica, o exame das queixas principais do sujeito e do contexto que faz emergir suas angústias cria oportunidades para explicitar as relações de objeto representadas nas situações atuais e na história do sujeito. Exemplo Uma paciente relata dificuldades com sua mãe e o modo submisso com o qual atende suas demandas. Permite a interferência dela na sua relação com seu marido e filhos. Passa então a falar de como seu chefe e colegas de trabalham a sobrecarregam. Toca no fato de que seus filhos, agora adolescentes, não a obedecem mais, e que todo o trabalho doméstico ultimamente esta sobrando só para ela. Observa-se que ela tem dificuldade em dizer "não". O modelo para a interpretação e a aplicação técnica dos conceitos à psicoterapia psicanalítica
  • 28. A semelhança entre estas situações sugere que se trata de um mesmo problema, oriundo de uma mesma fonte: seu modo de colocar-se nas relações interpessoais. A SPA desta forma, esta explicita. Segundo seu relato também esta produzindo sintomas (ficando triste, desanimada, isolando-se) pensando em parar de trabalhar por sentir-se culpada em relação a sua família, por não poder fazer mais por ela. Assim, nota-se que esta solução em sua fantasia apenas adia tratar da fonte do problema, a forma com que ela internaliza e processa suas relações e seu mundo relacional concreto, pois é possível que as pessoas se relacionam com ela abusando dela. Tem que ocorrer uma interação da paciente com a realidade. O modelo para a interpretação e a aplicação técnica dos conceitos à psicoterapia psicanalítica
  • 29. Característica relacional do modelo e a interpretação transferencial ◦ Triângulo das Relações ◦ As relações com figuras originais: pai, irmãos e pessoas significativas da vida precoce do sujeito. ◦ Temos as figuras atuais: chefe, conjugue, colegas de trabalho, amigos, que representam as relações contemporâneas do sujeito. ◦ Relação aqui-e-agora com o terapeuta, ou seja, a situação típica da transferência.
  • 30. ◦ Em cada vértice sobrepõe-se um triângulo, representando o Triângulo do Conflito que se manifesta em cada um dos três tipos de relação, inserindo, portanto, em cada relação, as noções de situação provocadora de ansiedade, fantasia inconsciente e resposta ou reação à situação interna e externa. Portanto, o foco não recai sobre os vértices do triângulo, mas sobre os segmentos que os unem. ◦ Ao longo dessa exploração, conflito vai ficando cada vez mais claro para o paciente, até que uma interpretação completa possa ser vislumbrada. Mais frequentemente, antes que seja possível uma interpretação completa do conflito, o psicoterapeuta faz algo mais, apontando a característica relacional do conflito. Ele associa as vivências dos segmentos do conflito (ligação contexto-resposta) nos diversos tipos de relação, pontuando nelas a semelhança (repetição) da reação a um conflito. Ou seja, o psicoterapeuta localiza o segmento do conflito nos segmentos das relações: um mesmo tipo de reação (submissão) a uma situação análoga (confronto) com uma figura original (pai, irmãos) revivida com uma figura atual (esposo), ou vice-versa. Característica relacional do modelo e a interpretação transferencial
  • 31. Característica relacional do modelo e a interpretação transferencial ◦ Então, de modo análogo, a semelhança entre os diversos elementos do conflito deve ser pontada nos diversos tipos de relação. Uma forma de continuar explorando este conflito seria examinando mais um de seus elementos, por exemplo, perguntando a ele como se sente (afeto) ou o que teria vontade de fazer, se pudesse (impulso), em cada relação poderia ainda falar da imagem que tem de si (self) ou do outro (objeto) nessas relações, o que nos daria elementos para aliviar aspectos de identificação, projeção e a natureza das relações objetais. Este processo ajuda o paciente a contextualizar e dar significado as suas experiências atuais. ◦ Quando todos os elementos do conflito tiverem sido examinados em todos os tipos de relação, teremos alcançado uma interpretação completa do conflito.
  • 32. A CLÍNICA NA CONFLUÊNCIA DA HISTÓRIA PESSOAL E PROFISSIONAL
  • 33. Primeira Sessão: A queixa ◦ Somatização de Sintomas: Náuseas e Vômitos ( horas ou dias ) ◦ Possibilidades Medicas esgotadas ( exames ) ◦ Psicoterapia ( resistência ) ◦ Mudanças gerem estressores ◦ Quando perguntado sobre o efeito de todas essas mudanças recentes em sua vida, o paciente discorre longamente a cerca de como superou as várias etapas de sua vida sem grandes dificuldades – citando investimentos positivos; diz que nada do que está enfrentando parece fora de sua competência e que tais dificuldades lhe parecem não terem motivo. ◦ Apesar de todo esse relato positivo sobre o enfrentamento de mudanças o mesmo pareceu perplexo a cerca do que poderia estar dando errado, pois sempre se destacou em tudo que havia feito.
  • 34. ◦Como na primeira sessão discorreu-se muito sobre a queixa psicossomática foi elaborado um acordo para que se pudesse conhecer mais detalhes de sua história de vida e do entendimento do contexto profissional atual. ◦Apesar do paciente reconhecer sua reação ( sintomas ) não tinha nenhum insight acerca da existência de um estressor especifico ou de motivos pessoais que levariam responder com a formação de sintomas. ◦Que situação estaria provocando ansiedade suficiente para fazer emergir uma reação psicossomática persistente e de tamanha força? ◦O que impede esse conhecimento venha a sua consciência?
  • 35. Relações objetais na fantasia ICS Situação provocadora de ansiedade ? ? Resposta do Sujeito ◦ Náuseas e Vômitos persistentes e incapacitantes Elementos do Conflito na Primeira Sessão
  • 36. Segunda Sessão: O contexto ◦ Foram tratados: Historia de vida, Desenvolvimento psicossocial e Consolidação da identidade e formação da família ◦ Nessa investigação paciente não apresentou nenhum dado que pudesse inferir vinculo ao sintomas. ◦ Sobre trabalho: Discorre que foi bem recebido, após poucos semanas os sintomas apareceram e se intensificaram; explicou que antes suas funções dependiam somente de uma pessoa que se reportava ao alto escalão da instituição e que agora, com a nova estrutura, essa pessoa manteve sua posição e benefícios, mas as funções que exercia foram divididas, sendo que para ele , ficou as funções mais significativas. ( Ex – chefe geral, passou a ter que dividir poder e prestigio com um jovem recém chegado ). ◦ Dificuldades enfrentadas ◦ Obs: paciente não aparenta indignação ao relatar as dificuldades.
  • 37. ◦ Como lidava com a situação: evitar contado, lidando somente o necessário com a pessoa. Achava melhor evitar confronto – Coerente com o movimento de Somatização. ◦ Sintomas X Elemento Comportamental – A FUGA ◦ Objeto visto como persecutório, invasivo, agressivo, dominador, rígido ou inflexível – dificuldade de lidar com figura de autoridade. ◦ Vinculo tem a natureza de combate ou de luta e fuga ◦ Afeto esperado seria a raiva ou ódio, porem não emergiam no paciente. ◦ Hipótese psicanalítica é de que o sentimento de ódio existe em todos, porem em vicissitudes e graus de elaboração e sublimação diferentes. Mas neste paciente, parece que foi remetido ao ICS e emergiu n forma de manobras evasivas e de sintomas psicossomáticos. ◦ O ódio seria um identificação projetiva, pois o ódio que não aceita em si, esta no teme enfrentar; portanto perde proteger-se por evitar confronto, pois a fantasia significa o risco da aniquilação do eu. ◦ Ganho secundário buscar preservar o self. Qual a imagem do self desse paciente, diante deste objeto para que se preserve assim, submetendo-se, evadindo e produzindo sintomas e riscos para o próprio desenvolvimento pessoal e profissional, arriscando inclusive a segurança de sua família?
  • 38. Terceira Sessão: O sonho ◦ Conteúdo : Morte do pai ◦ O sonho pode trazer a situação da sessão anterior, onde a imagem do colega de trabalho, foi explorada, desta forma, o trabalho fará paralelo com as relações familiares ( pai- chefe) ◦ História da infância contada com rancor ◦ Culpa por não enfrentar o pai e consequentemente não proteger a mãe. ◦ Revela medo perante enfrentamento com o pai, pelo fato de não saber o que o mesmo poderia fazer ◦ Identificação com a mãe e o paralelo pai e colega ◦ Self identificado com a mãe que sofre passivamente as investidas do objeto, portanto ele a mãe usavam de evitação. A raiva estava bem contida pela racionalização e esta protegia o self.
  • 39. ◦ Ao decorrer da sessão, ainda não encontrava-se o elemento chave – a AGRESSIVIDADE. ◦ ( sonho emergem das angustias da sessão anterior) ◦ Pediu-se para que o paciente descrevesse o que aconteceria se de fato o seu pai morresse – pareceu animado- disse que assumiria todo trabalho das consequências da morte, venderia os bens do pai, saldarias as dividas e daria destaque para sua mãe , buscando assim reparar danos. ◦ Entusiasmo da morte do pai- sugere agressividade ◦ Morte do pai – é vista como resolução de seus problemas, logo há um desejo da morte do mesmo. ◦ Porem não lhe fazia sentido a ideia de desejar a morte de alguém, pois raramente era agressivo ◦ Não podia se ver agressivo pois temia identificar-se cm seu pai, sua raiva contra seu pai manifestava-se pela recusa de tudo que se parecesse com ele, foi dito que se ele se permitisse identificar com o pai o ódio que sentia poderia perder o controle e isso fazia com que ele temesse os danos. ◦ Teria perdido o controle das forças, por isso, não impunha limites, então não era capaz de enfrentar as pessoas. ◦ Conclui-se então que o conflito com o pai expresso no sonho é análogo a situação com o colega de trabalho
  • 40. Elementos do Conflito na Segunda e Terceira Sessão Relações objetais na fantasia ICS Situação provocadora de ansiedade ? - investidas invasivas no trabalho (chefe –pai) - investidas invasivas na família ( pai- chefe) Resposta do Sujeito ◦ Náuseas e Vômitos persistentes e incapacitantes
  • 41. Quarta a Sétima Sessão: elaboração do conflito ◦ Atitude diferente: questionamento do que fazer com o problema ◦ Foi percebida uma evolução do caso, onde paciente mostra interesse em resolver o conflito, há uma diminuição dos sintomas e o mesmo reconhece suas dificuldades. Seu interesse esta em elaborar situações dirigidas a relação com o colega, agora não mais evita situações. ◦ Sétima sessão – Assintomático
  • 42. Oitava a Décima Sessão: a resolução ◦ Atenção voltada para família ◦ Atento a questões psicológicas ◦ Abertura maior com a mãe ◦ As três ultimas sessões tiveram ganhos de consolidação e fechamento do trabalho psicoterapêutico ◦ Recapitulação do processo e avaliação dos ganhos ◦ Sentimento do paciente
  • 43. Elementos do Conflito: Final Afetos: raiva, ódio Impulsos : lutar, matar X fugir e evadir Relações objetais na fantasia ICS Situação provocadora de ansiedade - self ( identificação com a mãe) ICS - investidas invasivas no trabalho (chefe –pai) - investidas invasivas na familia ( pai- chefe) Resposta do Sujeito ◦ Náuseas e Vômitos persistentes e incapacitantes LIGACAO INTERPRETATIVA SITUAÇÃO - FANTASIA LIGAÇÃO INTERPRETATIVA FANTASIA - RESPOSTA LIGAÇÃO INTERPRETATIVA SITUAÇÃO - RESPOSTA
  • 44. CONCLUSÃO ◦Trabalho: ◦contexto no qual grande parte das experiências do sujeito acontece ◦importante papel na constituição subjetiva do indivíduo, nos seus relacionamentos interpessoais e na formação da sua identidade ◦ O sofrimento que tem origem no trabalho deve ser incorporado na prática clínica
  • 45. CONCLUSÃO ◦“A psicologia clínica é o espaço onde o sujeito pode ter a si mesmo como projeto” ◦A psicologia trabalha nas questões relacionais e o problema psicológico gerado na situação de trabalho é relacional
  • 46. CONCLUSÃO ◦A psicologia clínica não trabalha com os problemas estruturais do trabalho ◦a resolução desses problemas se encontra fora da possibilidade de transformação de um único indivíduo A clínica pode auxiliar o indivíduo a realizar uma transformação no seu modo de agir diante daquele ambiente e/ou situação
  • 47. CONCLUSÃO ◦ Desafio: psicólogo não incluso na situação de trabalho ◦ não observa diretamente o problema relatado pelo paciente ◦ deverá ter cautela para distinguir as distorções do paciente (mecanismos de defesa), esclarecer e confrontar Mecanismos de defesa destinados a valorizar a autoimagem Desqualifica colegas e chefias
  • 48. CONCLUSÃO ◦ Problemas psicológicos mais comuns mapeados ◦ estratégias de promoção de saúde ◦ clínica = espaço para trabalhar com situações de vulnerabilidades individuais  O mundo do trabalho ◦ Complexo ◦ “as relações e a organização do trabalho não são uniformes” ◦ Psicólogo deve se especializar