2. A Unidade de Terapia Intensiva é um recurso hospitalar
destinado ao tratamento de graves enfermidades. O paciente que
está na UTI recebe um tratamento especial pelas suas condições, e
por toda a demanda de cuidados que lhe são propostos pela terapia
intensiva.
ψ Não está internado somente por um comprometimento
específico;
ψ Mas um comprometimento sistêmico, em todo o seu
organismo.
3.
4. Nas unidades de tratamento intensivo neonatal, em seus
primórdios, existiu a ideia de que a separação do bebê e sua mãe
não deveria ocorrer.
Pierre Budin, em 1907, observou que um certo número de
mães abandonava os bebês que haviam permanecido isolados para
os cuidados neonatais, pois não lhes era permitido estarem
próximas e acompanharem o desenvolvimento ou a recuperação de
seus filhos.
Budin dizia que a vida do pequenino fora salva, mas às
custas de acabar perdendo a mãe. Recomendou, então, que elas
fossem encorajadas a amamentar os próprios bebês e até outros
que tivessem nascido a termo, a fim de aumentar sua produção de
leite.
5. Idealizou e promoveu o uso de incubadoras com paredes
de vidro, que permitiam que seus filhos pudessem ser observados.
Em razão dessas mudanças, as mães passaram a ficar mais atentas
às necessidades de seus recém-nascidos, mesmo quando estes
permaneciam no hospital por um período de tempo prolongado.
“Em todos os sentidos, dizia ele, é melhor colocar o
pequenino em uma incubadora ao lado da cama de sua
mãe; a supervisão que esta exerce não deve, jamais, ser
subestimada” (Klaus & Kennell, 1993).
6. Em sua maioria, as internações são feitas imediatamente
após o parto, sendo menor o número de internações de pacientes
que passaram um pequeno período em casa.
Portanto, a separação física bebê/família é imediata à saída
do útero materno, configurando uma experiência de
descontinuidade muito precoce para todos, seja bebê, seja família.
7. As rotinas das UTI-N tradicionais impedem, de certa
forma, que o bebê receba os cuidados que o bebê a termo e
saudável tem, determinando super estimulação sensorial, dor,
estresse e principalmente alteração dos ritmos comportamentais:
estados de sonolência interrompidos, choro não consolado,
posição supina, manuseio rotineiro e excessivo, ruído ambiental
inadequado, pouca oportunidade de sucção e absoluta falta de
interação com o olhar, do toque contingente e da linguagem
articulada que nomeia o mundo. Esta vivência poderá influenciar
nos desenvolvimento do bebê. Porém, por meio de mudanças nos
cuidados na UTI-N, pode ser possível a obtenção de melhorias de
diversos aspectos do desenvolvimento do bebê internado (Cunha,
2002; Silva, 2002, Cunha 2012).
8. Segundo Winnicott (2013) uma relação de dependência,
em que os bebês precisam de uma mãe que esteja identificada
com eles e que seja capaz de atender suas necessidades.
Zimerman (2010) complementa que não é somente o bebê
quem depende maciçamente da estrutura de maternagem da mãe,
visto que a mãe também depende fortemente de ser reconhecida
pelo bebê: de que ela seja amada pelo seu filho, de que seu leite
materno seja de boa qualidade nutritiva, que exista um vínculo
harmônico corporal e afetivo entre ambos.
9. ψ Deparar com o bebê real, que é diferente do bebê imaginário;
ψ O contato com um ambiente estranho;
ψ O medo da perda do filho;
ψ A insegurança de lidar com um “bebê problema”;
ψ O sentimento de culpa e fracasso;
ψ O relacionamento com outros profissionais;
ψ A falta de informação sobre o estado de saúde do filho e
tratamento, dentre outros.
Segundo Winnicott (1969/1999), não chegar ao
final de uma gestação e acabar vivenciando um
parto que não é o esperado pode significar
modificações nas experiências psicoafetivas,
sobretudo para a mulher.
10. A importância da equipe de saúde
A equipe de saúde tem um papel importante na formação
dos laços afetivos, facilitando o contato da mãe com o bebê,
adequando o horário da mamada com o da visita, tornando o
ambiente da UTI mais acolhedor aos pais, apresentando o RN aos
pais, deixando a mãe participar da vida do bebê sempre que
possível e principalmente tornando possível o contato pele-a-pele
assim que o quadro clínico permitir.
11. Relação psicólogo com os Pais
O psicólogo deverá então ajudá-los a fazer esta integração,
possibilitando-os falar sobre essa vivencia, a falarem sobre este
nascimento e internação, que provavelmente não era esperado,
ajudá-los a abrir espaço para o bebê real e fazer o luto do bebê
imaginário.
Para isso é de fundamental importância à presença dos pais no
ambiente da UTIN, a presença deles neste ambiente é tão
importante para o bebê quanto para eles próprios.
12. Trabalho com a Família
O psicólogo deverá ajudar os irmãos dos bebês de UTIN a
lidarem com esta nova situação. A chegada de um bebê saudável já
provoca mudanças que podem trazer sofrimento para os filhos mais
velhos do casal, a internação do bebê poderá agravar este sofrimento,
pois certamente irá levar a uma separação maior com os pais.
incentivando na participação dessa experiência junto com a família;
ajudar na compreensão do que ocorre com o bebê; auxiliar para
reforçar seu lugar na família (Valansi & Morsch, 2004). ).
A principal função desse trabalho com a família na UTIN é
proporcionar a psicoprofilaxia ao desenvolvimento das relações desse
grupo familiar, além de minimizar o sofrimento daqueles que têm um
bebê internado (Brasil, 2002), incluindo seus irmãos.
13. Atendimento ao Óbito Perinatal
É papel dos psicólogos hospitalares favorecer para que o
luto possa ser elaborado. Primeiramente abrindo espaço para que
se fale deste filho que as pessoas tendem a desconsiderar;
verificar se há um desejo dos pais de realizarem algum
procedimento ritualístico e favorecer para que o mesmo possa ser
realizado; explicando-lhes que este luto pode levar tempo ao
contrário do que as pessoas costumam considerar. Estes
procedimentos devem levar em consideração as diferenças entre
os pais, não devendo ser algo padronizado.
14. Atendimento ao Óbito Perinatal
Cabe a psicologia ajudar com que os pais e familiares se
apropriem da situação que estão vivendo, para posteriormente
conseguirem falar e aos poucos assimilar, e bem posteriormente
aceitar. Arrais; Muza; Sousa e Iaconelli (2012), trazem que os
rituais fúnebres ajudam no processo de luto, pois a recuperação é
centrada na aceitação, e o velório permite que as pessoas se
despeçam e que o enlutado seja considerado como tal.
15. Carvalho (2010) e Chatelard e Freire (2012), o processo de luto
envolve um trabalho pessoal de adaptação à perda. É através do luto que
aprendemos a lidar com a morte, com as perdas e com o sofrimento
causado por estas.
Este período de adaptação caracterizado pela dor e sofrimento
deve ser encarado como normal e necessário, sendo fundamental sua
elaboração, para que a perda seja enfrentada de forma saudável, não
evoluindo de maneira patológica (Bortoletti, 2007) Para Arrais Muza;
Souza e Iaconelli (2012), o papel do psicólogo nesse contexto é então o
de “prevenir” possíveis psicopatologias relacionadas à vida ou morte do
bebê, além do esclarecimento e atenção às fantasias dos pacientes.
Atendimento ao Óbito Perinatal
16.
17. Área Física
A área física da UTI-A é composta por um salão que concentra leitos
dispostos um ao lado do outro, serarados por divisórias. O objetivo desta
disposição é a necessidade de observação, controle e pronto atendimento
constantes aos pacientes pelos profissionais da saúde.
Além do grande salão existem leitos especializados para isolamento,
separado por uma porta, onde o tempo torna-se uma incerteza, e, às vezes,
nesses locais, não existe nem mesmo relógio para orientar os pacientes.
Nestes últimos anos, com avanço tecnológico, medicamentosos e
novas técnicas de intervenção, os objetivos vem se modificando. Atualmente,
uma das maiores preocupações dos profissionais de saúde com o paciente,
refere-se aos aspectos da humanização, bem como a melhoria das relações
humanas em ambientes de saúde, atendimento personalizado, inclusive ao
indivíduo inconsciente. (PREGNOLATTO e AGOSTINHO, 2006).
18. Pacientes
O paciente ao adentrar no hospital, perde muitas de suas
referências do meio externo onde ele vive. Ao adoecer, o ser humano
deixa de ocupar sua posição frente a sociedade, impedindo-o muitas
vezes de realizar suas funções.
O psicólogo deve considerar que o paciente enfrenta a
gravidade da doença, um ambiente físico desconhecido, muitos
equipamentos, sons e ruídos específicos, além disso, o paciente
enfrenta a ideia errada de não se recuperar e a possibilidade de morte
iminente. (Bedran, 1985).
Considerar também os principais fatores estressantes para
paciente: sentir dor, estar intubado no nariz ou na boca, estar contido e
não conseguir dormir; além das reações psicológicas apresentadas pelo
paciente que podem variar de choro, medo, apatia, desorientações e
euforia.
19. Pacientes
A ansiedade apresentada pelo paciente está relacionada às
limitações das atividades físicas e sociais, afastamento físico e
prolongado de pessoas significativas afetivamente, medo e
insegurança diante dos procedimentos hospitalares.
O paciente necessita adaptar-se ao novo momento e o
psicólogo pode auxiliar neste processo. Pode intervir em relação às
mudanças concretas e objetivas quanto à rotina e os hábitos no
ambiente da UTI-A, a nível cognitivo, na avaliação dos estímulos
a sua volta: seus limites pessoais, sua imagem corporal, sua
impotência, seu sentimento de solidão e falta de privacidade.
20. Familiares
Para o paciente e seus familiares, esses procedimentos são
assustadores e invasivos, considerando a UTI um lugar frio, impessoal
e mecanizado, visto por muitas pessoas até mesmo como sinônimo de
morte.
Takahashi (1986), sita que é necessária uma maior assistência e
atenção ao familiar que tem um membro da família internado na UTI-
A. Entende-se que a ansiedade deste familiar é esperada, uma vez que a
internação nessa unidade esta associada no risco de vida. Então, parte-
se do principio de que todo trabalho que possa minimizar essa
ansiedade deve ser proposto à unidade de terapia intensiva.
21. Familiares
Verifica-se que em muitas unidades de terapia intensiva as
visitas são proibidas ou acontece num curto espaço de tempo.
A respeito desta afirmação, observa –se que, geralmente,
o familiar representa uma segurança favorecendo o paciente uma
compreensão do processo de internação, doença e suas
consequências.
Essa representação aproxima o paciente de seu meio e de
sua história, servindo de ponte entre a situação de doença e vida
externa.
22. O Psicólogo
"Poucas experiências na vida nos forçam tanto a conhecer nossa vulnerabilidade e
nossos limites, nos tiram tanto do controle de nossas próprias vidas ou da vida de
quem nós amamos, como uma internação na UTI." (A Prática da Psicologia Hospitalar
na Santa Casa de São Paulo: novas páginas em uma antiga história, Wilze Laura
Bruscato et al).
Objetivamente, essa atuação terapêutica visa favorecer o alívio
das angústias e a melhora da qualidade da permanência na UTI,
amenizar e dar sentido aos sentimentos, fantasias e dificuldades geradas
na situação estressante em que se encontra.
Considerando as transformações profundas na vida do
indivíduo, que a doença pode trazer, faz-se necessário possibilitar a
elaboração das mesmas para uma otimização da adaptação psicossocial.
23. O Psicólogo
O Psicólogo deve estar atento, portanto à grande mobilização de
conteúdos internos e sensíveis para o atendimento nesse lugar a despeito
das limitações do paciente, da batalha concreta entre a vida e a morte, da
resistência da própria equipe.
Novas formas de falar emergem nesse contexto e o paciente fala
no seu silêncio, reações físicas, gemidos... Avaliar e intervir junto ao
paciente também aos familiares é tarefa do psicólogo que vão facilitar,
criar e garantir a comunicação entre paciente, família e equipe. Aqui,
esse profissional dá sentido e significado à palavra dita e não dita.
Segundo Ford (1994, apud Romano, 1999), os aspectos
emocionais podem alterar as reações e habilidades do paciente,
modificando a adesão ao tratamento e possibilitando a tomada de
decisões que influenciarão suas chances de sobreviver. Além de avaliar e
intervir junto ao paciente, é preciso atuar com os familiares.
24. No Óbito
Percebe-se que essa modalidade de acompanhamento
ocasiona maior acolhimento dos aspectos psicoemocionais
presentes diante da morte, buscando auxiliar no começo de um
processo saudável de luto, tanto por parte dos familiares das
crianças, quanto da equipe.
Acompanhar estes familiares permite ao psicólogo
observar o momento e a maneira mais adequada para intervir, de
acordo com as características emocionais de cada familiar
enlutado, bem como ajudar na realização do enfrentamento desse
processo, vivenciando as fases peculiares do luto.
25. No Óbito
É comum a observação de que a vivência assemelha-se a uma
ferida física que precisa de atenção e cuidados. Neste momento, é possível
acolher e auxiliar aos familiares que se defrontam com a dor da perda de
um filho a manifestarem suas dores, entenderem a perda e
a “tranquilizarem-se”. Além disso, cabe ao psicólogo apontar a importância
de seus papéis de pais, investimentos realizados e limitações inerentes do
ser humano, aliviando possíveis sentimentos de culpa que já são naturais
pela patologia, em muitos casos.
Nos casos em que, tanto a família como o paciente, vinham sendo
assistidos ao longo da internação existe um vínculo estabelecido através
das sessões psicoterapêuticas realizadas. No caso dos familiares, as
observações auxiliam no trabalho pela maior proximidade e conhecimento
das características do caso e dos perfis de personalidade. Nestas situações
é comum que o profissional também seja exigido afetivamente por
enfrentar um processo de luto por seu paciente falecido.
26.
27.
28. Paciente com 56 anos, casada, três filhos, encontrava-se há cinco dias na
UTI, após uma cirurgia para transplante de fígado. A equipe médica solicitou a
presença da psicologia, pois a paciente apresentava-se ansiosa, queixosa em relação
a dores e sem perspectiva de sair da UTI nas 24 horas seguintes. Em entrevista com
a paciente, esta relatou suas dificuldades em permanecer em ambiente de UTI por
muitas horas: estar em um leito sem poder mudar de posição (dores da cirurgia e
posição da própria cama); a rotina dos cuidados da UTI interrompendo o sono e
impedindo o descanso; os outros pacientes agitados principalmente no período
noturno; o barulho da equipe e dos aparelhos ligados ao próprio corpo.
A paciente compreendia as necessidades que justificavam sua
permanência na UTI e mostrava-se tolerante. Contudo, referia muitas dores e estava
assustada, sentindo-se sozinha, com medo e vulnerável a tudo. Contou que recebeu
o fígado de uma sobrinha e temia por ela ou pela perda do fígado que havia
recebido. Referiu que os filhos estavam também assustados e que, no horário da
visita, permaneciam por pouco tempo, por não saberem como lidar com essa
situação. A paciente e seus familiares encontravam-se paralisados frente ao seu
adoecimento e ao seu sofrimento.
29. Associado às dificuldades descritas, a paciente apresentava problemas para
controle da dor e a equipe via sua resposta à analgesia como inadequada. Essa situação
aguda, a tensão, as dores no corpo e a privação do sono estavam gerando um estado de
enorme desconforto que, por sua vez, dificultava a aproximação da família e da equipe
das reais necessidades da paciente.
O medo e a ansiedade são sentimentos habitualmente presentes em um
ambiente de UTI; a impossibilidade de comunicá-los pode gerar maior estresse e
respostas pouco adaptativas. Diante tal quadro, a conduta da psicóloga foi realizar o
exercício de relaxamento, técnica autógena de J.H. Schultz, com objetivo de promover a
diminuição da ansiedade e o alívio desse desconforto, para que a paciente pudesse
sentir-se melhor e investir afetivamente nas relações com os cuidadores e com a família.
Após a aplicação do exercício, a paciente dormiu por um período de duas
horas, acordando muito agradecida e menos tensa. Essa experiência pôde propiciar à
paciente contato com sua real condição clínica e emocional, assim como o
fortalecimento de sua defesa psíquica e melhoria para enfrentar a situação. A
experiência emocional, propiciada pelo exercício, favoreceu a retomada de controle
sobre as emoções e as sensações do corpo, auxiliando a paciente a detectar e a expressar
suas reais necessidades. Em decorrência da melhoria do estado emocional, pôde
permanecer com os familiares, pois estar diante deles significava ver-se como uma
pessoa que necessitava de cuidados de outros, fato esse que, até aquele momento, não
tinha concebido.
30. Os familiares, por sua vez, também puderam contribuir para a
adaptação da paciente ao seu tempo de permanência na UTI, após algumas
orientações de manejo fornecidas pela psicóloga, como, por exemplo,
ajudarem-na detectar o que traria a ela melhor conforto, realizando, junto à
paciente, cuidados com o cabelo, com a pele, propiciando a aproximação.
Assim, a técnica de relaxamento serviu como um instrumento valioso na
aproximação da paciente com seu mundo interno.
À psicóloga transferiram-se conteúdos bons que possibilitaram o
sentimento de segurança, o que fortaleceu o vínculo com a equipe,
potencializando a tolerância ao ambiente e às exigências de sua internação.
31. SERVIÇO DE PSICOLOGIA HOSPITALAR - AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
( SEBASTIANI, R.W. & FONGARO, M.L - in ANGERAMI, V. A . [org] -"E a Psicologia
Entrou no Hospital", SP, Ed. Pioneira, 1996 )
IDENTIFICAÇÃO:
Nome: Pamela (fictício)
nº...........
Idade: 56 sexo: feminino est.civil: casada
religião.............................................. Data internação ....../....../......
Psicólogo................................................
Médico..................................................... Serviço/depto........................................
Diag.médico......................................... Data (atendimento) ...../...../......
32. 1- ESTADO EMOCIONAL GERAL
BOM REG. RUIM S/DADOS
Auto conceito (X) ( ) ( ) ( )
Auto estima ( ) ( ) (x) ( )
Ansiedade ( ) ( ) (x) ( )
Depressão ( ) (x) ( ) ( )
Inform. Sobre a doença (x) ( ) ( ) ( )
Inform. Sobre tratamento (x) ( ) ( ) ( )
Relação com a doença ( ) ( ) (x) ( )
Estrutura emocional básica ( ) (x) ( ) ( )
Defesas predominantes (X) positivas ( ) negativas
Ruptura psicótica ( ) sim (x) não
33. 2. SEQUELAS EMOCIONAIS DO PACIENTE
PRESENTE AUSENTE
forte leve
Com internação anterior ( ) ( ) (x)
Com tratamento anterior ( ) ( ) (x)
Com cirurgia anterior ( ) ( ) (x)
Com separações ( ) ( ) (x)
Com perdas / óbitos ( ) ( ) (x)
3. TEMPERAMENTO EMOCIONAL OBSERVADO
Introvertido (x) acentuado ( )
Extrovertido ( ) compensado ( )
34. 4. POSTURA FRENTE À DOENÇA E A VIDA
Tendência biófila (x) tendência necrófila ( )
Obs.: pois sua falta de perspectiva estava relacionada com a dificuldade de
permanência no hospital por muitas horas, porém compreendia a necessidade da
mesma.
5. ESTADO ATUAL FRENTE À DOENÇA/ HOSPITALIZAÇÃO E A VIDA
( ) negação
( ) revolta
( ) barganha
( ) depressão
(x) aceitação
( ) ganho secundário
35. 6. QUESTIONÁRIO ESPECÍFICO (HISTÓRIA DA PESSOA)
1. Como era o paciente antes de adoecer?
.....................................................................................................................................
2. Relate um dia na vida do paciente antes dele adoecer:
.....................................................................................................................................
3. Como foi descoberto o diagnóstico?
.....................................................................................................................................
4. 0 paciente sabe de seu diagnóstico? Se não sabe, porque?
Sim.
36. 5- houve algum fato marcante na vida do paciente e/ou família,antes ou depois do
aparecimento da doença? Data.
ANTES DEPOIS
Doença do paciente ( ) (x)
Doença na família ( ) ( )
Separação na família ( ) ( )
Morte na família ( ) ( )
Desemprego ( ) ( )
Mudança de casa ( ) ( )
Mudança de escola ( ) ( )
Nascimento de irmão ( ) ( )
Hospitalizações na família ( ) ( )
Acidentes domésticos ( ) ( )
Acidentes de trânsito ( ) ( )
Viagens ( ) ( )
Mudanças de emprego ( ) ( )
Brigas familiares ( ) ( )
Dificuldades econômicas ( ) ( )
Outros............................................. ( ) ( )
37. 6- houve mudança no comportamento do paciente ou na dinâmica familiar após o
aparecimento da doença?
Obs.: após o transplante de fígado houveram dificuldades na aproximação da família e
a paciente ao se depararem com a falta de conhecimento sobre qual comportamento
tinham que ter frente a situação, ou seja, se encontravam paralisados diante do
sofrimento.
7. AVALIAÇÃO PSICOSSOCIAL (HISTÓRIA DA PESSOA)
A. Infância - (composição familiar, relação com os pais, vivências, acontecimentos
relevantes )
B. Adolescência - hábitos, sexualidade, grupos, vivências, acontecimentos relevantes
C. Vida adulta - ( rotina diária, situação conjugal, relações com parceiros, contato com
filhos, vivências, organização do lar, expectativas de vida )
Obs.: transplante de fígado.
D. Contatos sociais - (empregos, amigos, participação na comunidade, lazer,
atividades )
38. 8- EXAME PSÍQUICO
Identificação:
Nome: Pamela Leito......
Idade: 56 sexo: Feminino est.civil: Casada religião...............
Data int..../..../.....
Psicólogo.............................................médico.........................................
Diagnóstico médico..................................................................................
Data....../....../.....
1. Consciência ( clínica - quantitativa )
( x ) normal ( ) torpor ( ) turvação
( ) obnubilação ( ) coma I (vigil) ( ) coma II
( ) coma III ( ) coma IV (decerebração)
Índice glasgow : ....................
39. 2. Senso percepção
( x ) normal ( ) alucinação olfativa
( ) ilusão ( ) alucinação gustativa
( ) alucinação visual ( ) alucinação táctil
( ) alucinação auditiva ( ) alucinação Cenestopático
3. Pensamento
( x ) normal
( ) alteração do curso qual:................................
( ) alteração da forma qual:.................................
( ) alteração do conteúdo ( ) confusão mental
( ) delírio persecutório
( ) delírio religioso
( ) delírio de referência
( )delírio de interpretação
( )delírio hipocondríaco
40. 4- linguagem
( x ) normal ( ) afasia
( ) dislalia ( ) ecolalia
( ) disartria ( ) outras : ......................................
5. Memória :
( x ) normal
( ) alteração de fixação ( ) amnésia anterógrada
( ) dificuldades de fixação
( ) alteração de evocação ( ) amnésia retrógrada total
( ) amnésia lacunar
( ) amnésia pós-traumática
( ) hipomnésia
( ) hipermnésia
41. 6. Inteligência/ cognição:
( x ) normal
( ) alteração na inteligência verbal
( ) alteração na inteligência não verbal
( ) alterações cognitivas específicas : quais:........................
7- consciência do eu (qualitativa) :
( ) normal
(X ) alteração no eu físico
( ) alteração no eu psíquico
( ) ruptura psicótica
( ) alteração na orientação auto-psíquica:
( ) estranheza de si mesmo
( ) desor. Tempo psicológico
( ) desor. Espaço psicológico
42. ( ) alteração na orientação alo-psíquica:
( ) estranheza do outro
( ) desor. Tempo físico
( ) desor. Espaço físico
( ) despersonalização
Obs.: houve alteração do eu físico em decorrência do transplante por temer a perda do
fígado que havia recebido.
8. Afetividade ( humor )
( X ) normal
( )depressão ( )maior ( )reativa
( ) labilidade afetiva
( ) mania ( ) leve ( ) moderada ( ) aumentada
( ) ambivalência afetiva
( ) amorfismo afetivo
( X ) angústia ( ) de morte (X) existencial
( X ) ansiedade (X) reativa ( ) neurótica
43. 9- motivação e volição
(x) deseja e operacionaliza ( normal )
( ) deseja e não operacionaliza
( ) não deseja
9. MANIFESTAÇÕES PSÍQUICAS E COMPORTAMENTAIS:
LEVE MODERADA ACENTUADA
CULPA do pai ( ) ( ) ( )
NEGAÇÃO ( ) ( ) ( )
RAIVA ( ) ( ) ( )
HOSTILIDADE ( ) ( ) ( )
FANTASIAS ( ) ( ) ( )
FANTASIAS MÓRBIDAS ( ) ( ) ( )
FRUSTRAÇÃO ( ) ( ) ( )
IMPOTÊNCIA ( ) ( ) ( )
45. SENSAÇÃO DE ABANDONO ( ) ( ) ( )
LIMITAÇÃO DE ATIVIDADES (X) ( ) ( )
CONFLITOS QTO A PRIVACIDADE (X) ( ) ( )
PRIVAÇÃO DA LIBERDADE ( ) (X) ( )
PERDA DA AUTONOMIA ( ) ( ) ( )
ESQUEMA CORPORAL MODIFICADO ( ) (X) ( )
CONFLITOS C/ SEXUALIDADE ( ) ( ) ( )
OUTRAS
......................................................................................................................................
10. DIAGNÓSTICO PSICOLÓGICO :
Hipóteses Diagnósticas :
O paciente apresentou uma ansiedade reativa em decorrente à cirurgia de transplante
de fígado.
46. 11. FOCOS PRINCIPAIS :
Ansiedade reativa de Pamela
Fortalecimento dos mecanismos de enfrentamento diante da hospitalização possibilitando
aproximação entre família, paciente e da equipe hospitalar.
12. CONDUTA
Realizar exercício de relaxamento com o objetivo de promover a diminuição da ansiedade e o
alivio do desconforto, informação terapêutica.
13. SÍNTESE
Após uma cirurgia de transplante de fígado, a paciente de 56 anos, encontrava-se a 5 dias na UTI-
A. Apresentava-se ansiosa e sem perspectivas de sair da mesma, pois tinha dificuldade de
permanecer em ambientes hospitalares por muitas horas, sentia-se sozinha com medo e
vulnerável a tudo. Tanto a paciente quanto os familiares encontravam-se paralisados por não
saberem lidar com a situação; a paciente com situação aguda de tensão, com estado de enorme
desconforto, dificultava a aproximação da família e da equipe.
A psicóloga realizava então, exercícios de relacionamento, técnica autógena, promovendo a
diminuição da ansiedade e o alívio desse desconforto, para a paciente investir afetivamente nas
relações com os cuidadores e com a família, o fortalecimento de sua defesa psíquica para o
enfrentamento da situação e aproximação da paciente com seu mundo interno.
47. Arrais, A.R; Muza, J. C.; Sousa, E. M. & Iaconelli, V. (2012). Quando a morte
visita a maternidade: papel do Psicólogo Hospitalar no atendimento ao luto
perinatal. Revista Psicologia Teoria e Prática. No prelo.
Baltazar, D. V. S.; Gomes, R. F. S.; Cardoso, T. B. D. (2010). Atuação do psicólogo
em unidade neonatal: rotinas e protocolos para uma prática humanizada1.
Rev. SBPH, 13(1): 02-18.
Bartilotti, M. R. M. B. (2007). Intervenção Psicológica em Luto perinatal. In
Bortoletti, F. F (Org.). Psicologia na prática obstétrica – abordagem
interdisciplinar. São Paulo: Manole.
Bedran, J.N. (1985). O centro de tratamento intensivo como fonte de stresse
psicologico. An.fac.Méd.Univ.Fed.Minas Gerais, 34(1): 43-58.
Bortoletti, F. F. (2007). Psicoprofilaxia no Ciclo Gravídico Puerperal. In:
Bortoletti, F. F. et al., Psicologia na prática obstétrica: abordagem
interdisciplinar. Barueri: Manole, p. 37-46.
48. BRASIL. Ministerio da Saúde. Manual do Programa de Anteção Humanizada ao Recém-
nascido de baixo peso – Método Canguru. Brasilia : Ministério da Saúde, 2002
Budin P. The Nursling. The fuding and hygiene of premature e full-term infantis.
Translated by WJ Maloney. London : Caxton, 1997
Camarotti, Maria do Carmo. De braços vazios: uma separação precoce. In: Rohenkohl,
Cláudia Mascarenhas Fernandes. A clínica com o bebê. São Paulo: Casa do Psicólogo,
2000.
Carvalho, C. et al. (2010). Luto por morte perinatal emoções em saúde contributos.
Corrente Dinâmica. Pág 170 < http: //www. correntedinamica.com/pubfatout.pdf>
Acesso 1 Junho 2012.
Carvalho, F. T. & Meyer, L. (2007). Perda gestacional tardia: aspectos a serem
enfrentados por mulheres e conduta profissional frente a essas situações. Boletim de
Psicologia, 57 (126), 33- 48.
Centa, M. L., Moreira, E. C., & Pinto, M. N. G. H. R. (2004). A experiência vivida pelas
familias de crianças hospitalizadas em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal.
Texto Contexto – Enfermagem. 13(3), 444-451. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0104-
07072004000300015.
49. Cunha, I. Neurobiologia do Vínculo (2002). In: Correia Filho, L.; et al (orgs). Novos
Olhares Sobre a Gestação e a Criança até os 3 anos: Saúde Perinatal, Educação e
Desenvolvimento do Bebê. p. 353-387 Brasília: L.G.E.
Druon, Catherine. Ajuda ao bebê e aos seus pais em terapia intensiva neonatal. In:
Wanderley, Daniele de Brito (org.). Agora eu era o rei: os entraves da prematuridade.
Salvador: Ágalma, 1999.
Guedeney, A. e Lebovici, S. Intervenções psicoterápicas pais/bebê. Porto Alegre:
Artmed, 1999.
Iaconelli, V. (2007). Luto Insólito, desmentido e trauma: clínica psicanalítica com mães
de bebês. Revista Latino Americana de Psicopatologia Fundamental, São Paulo, 10(4),
614- 623.
Klaus, M. H., & Kennel, J. H. (1993). Pais/bebê: A formação do apego. Porto Alegre, PA:
Artes Médicas.
KLOCK, P., ERDMANN, A. L. Cuidando do recém-nascido em UTIN: convivendo com a
fragilidade do viver/sobreviver à luz da complexidade. Rev. Esc. Enferm. USP, São Paulo:
EEUSP, v. 46, n. 1, p. 45-51, 2012.
50. KNOBEL, E. Condutas no Paciente Grave. São Paulo: Ed. Atheneu, 2ª edição, 1998.
Morsch, D. S. & Delamonica, J. (2005). Análise das repercussões do Programa de
Acolhimento aos Irmãos de Bebês Internados em UTI Neonatal: “Lembraram-se de
Mim!”. Ciência & Saúde Coletiva, 10(3), 677-687.
Mourão, M. A. (2006). O Sentido Subjetivo das Mães de UTIN. Monografia (Graduação
em Psicologia) – Universidade Católica de Brasília, DF.
PREGNOLATTO, Ana P. F.; AGOSTINHO, Valéria B. M. O psicólogo na unidade de terapia
intensiva – adulto. In: BAPTISTA, Makilim N. Psicologia hospitalar: teoria, aplicações e
casos clínicos. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
RODRIGUES, K.R.B. “Atuação do Psicólogo Hospitalar na Unidade de Terapia Intensiva.
Rio Verde – GO, p 3. 2006.
RODRIGUEZ, A. S. Abordagem Psicológica em uma Unidade de Terapia Intensiva. In
Revista do Hospital de São Francisco da Penitência. RJ: julho/dezembro-1998.
51. Scochi, C. G. S., Kokuday, M. L. P., Riul, M. J. S., Rossanez, L. S. S., Fonseca, L. M. M., &
Leite, A. M. (2005). Incentivando o vínculo mãe-filho em situação de prematuridade: As
intervenções de enfermagem no hospital das clínicas de Ribeirão Preto. Revista Latino-
Americana de Enfermagem, 11 (4), 539-543.
Silva, R. N. M. (2002). Aspectos Comportamentais Pré-termo na UTIN. In: Correia Filho,
L.; et al (orgs). Novos Olhares Sobre a Gestação e a Criança até os 3 anos: Saúde
Perinatal, Educação e Desenvolvimento do Bebê. (1ª ed., pp. 407-421). Brasília: L.G.E
SOUZA, Aniele Lima de et al . O acompanhamento psicológico a óbitos em unidade
pediátrica. Rev. SBPH, Rio de Janeiro , v. 10, n. 1, p. 151-160, jun. 2007 . Disponível
em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-
08582007000100011&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 24 mar. 2016.
TAKAHASHI, E.I.U. Visitas em unidade de terapia intensiva. Rev. Paul. Enf., São Paulo, v.6,
n.3, p.113-115, 1986.
52. Winnicott D.W. (1999). De la pédiatrie à la psychanalyse. Paris: Payot.
Publicado originalmente em 1969.
ZIMERMAN, David E. Os quatro vínculos: amor, ódio, conhecimento,
reconhecimento na psicanálise e em nossas vidas. Porto Alegre: Artmed,
2010.