1. O CONTO E A PSICANÁLISE
INFANTIL
Pós-freudianos e Pós-kleinianos
2. Introdução
Contos: estímulo a simbolização infantil
Ateliê de Contos
Eixo Lúdico;
Eixo Reflexivo;
Efeito terapêutico da contação de histórias
Autores pós-freudianos e pós-kleinianos:
H. Segal
D. Winnicott
W. Bion
4. H. Segal: a simbolização
Relação
Objetal
Primordial
Medo da Perda
/ Ausência
Recriação
Através do
Símbolo
Representação
do Objeto
Primordial
5. H. Segal: a simbolização
Posição Depressiva (M. Klein):
Pulsões agressivas e libidinais dirigidas ao
mesmo objeto (ambivalência).
Fantasias de destruição e abandono
Supera a ausência do objeto primordial e
estimula a simbolização
Contos favorecem o processo de formação de
símbolos e a representação das primeiras
angústias e desejos da criança.
7. Winnicott: o lúdico e o transicional
Lúdico = proporciona prazer.
O ateliê de contos é um espaço lúdico:
brincadeiras, invenção, imaginação, mas
também refúgio em momentos difíceis.
Mãe Bebê
Objeto Transicional
9. Winnicott: o lúdico e o transicional
Objeto transicional = fronteira entre a criança
e o não-eu (interior x exterior)
Estimula a atividade criativa
Defesa contra a angústia (depressivo) nos
momentos de solidão e adormecimento
Fundamental no processo de aceitação da
realidade
10. Winnicott: o lúdico e o transicional
A criança que conta histórias já está situada
no espaço transicional
Representação dos pais ausentes através dos
contos
Terapeuta-contador e setting do ateliê de
contos reproduzem a relação objetal
Imaginação supre a privação real
12. Bion: a reflexão e o pensamento
Elementos Alfa
Pensamento
Função Alfa
Transformação
Elementos Beta
As coisas em si
13. Bion: a reflexão e o pensamento
Os contos ajudam a organizar os arcaísmos
da criança
Função alfa = barreira de contato (consciente
x inconsciente) – torna abstração possível
Terapeuta-contador e setting auxiliam a
criança a digerir os elementos beta tornando-
os passíveis de representação consciente.
14. Efeito terapêutico dos contos
Psicanálise: importância da narrativa na
constituição psíquica do sujeito
Crianças utilizam-se de personagens para
traduzir seus sentimentos, dando-lhes sentido.
17. Princípio do Prazer x Princípio da Realidade
Contos “realistas”
Dramatização das consequências da
preguiça e da falta de planejamento.
“Um planejamento e previsão inteligentes
combinados a um trabalho árduo nos fará
vitoriosos até mesmo sobre nosso inimigo
mais feroz – o lobo”. (BETTELHEIM, 2000)
18. Princípio do Prazer x Princípio da Realidade
Princípio do Prazer:
Improviso, pouco esforço, gratificação imediata
Porquinho do meio: + amadurecimento.
Princípio da Realidade:
Adia o brincar para planejar o futuro
Prevê as ações do inimigo e não cai na armadilha
O lobo representa as pulsões, o inconsciente
devorador contra os quais devemos aprender
a se proteger através da força do próprio ego
(casa).
19. Conclusão
H. Segal:
importância dos contos infantis na construção simbólica da
criança que, para constituir-se como sujeito, precisa
representar a relação afetiva primordial e através da
imaginação superar a ausência real.
D. Winnicott:
Objeto transicional: recurso lúdico, intermediário, instalado
para superar a angústia de separação, e que auxiliará no
processo de diferenciação do mundo interior e exterior.
Gutfreind: o conto como objeto transicional que pode
auxiliar a criança na representação dos pais ausentes e na
elaboração das angústias e desejos.
20. Conclusão
W. Bion:
Função reflexiva do conto
Organiza elementos beta (relativos aos impulsos primitivos) e
transforme-os (função alfa) em elementos alfa (do pensamento)
para assim serem narrados, produzindo sentidos.
Prazer literário:
Para além do prazer de ouvir e relatar histórias, ou elaborar
pensamentos e sentimentos sobre elas, é necessário a estrutura
literária seja atrativa, que contenha proposições provocadoras.
Efeitos terapêuticos, segundo Gutfreind (2010):
a representação dos arcaísmos psíquicos infantis
a reflexão sobre os conflitos propostos (e que, no fundo, são os
seus próprios conflitos)
forma de lidar com a angústia.
21. Conclusão
O lúdico tem um papel fundamental na infância,
de completar falta de informações ou
inconformidades com a realidade das crianças.
Isso ajuda as crianças a terem uma melhor
convivência com suas realidades e estimula a
criatividade e raciocínio não só para criar um
mundo paralelo onde possam fugir da realidade
mas também para resolução de problemas reais
que enfrentarão no decorrer de suas vidas.