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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA
               CENTRO DE CIENCIAS BIOLOGICAS E DA SAÚDE
               DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA




           CONTRIBUIÇÕES DE MELANIE KLEIN
             PARA A PSICOTERAPIA INFANTIL



                                                      Rayanne Chagas
COMPONENTE CURRICULAR: PSICOTERAPIA INFANTIL          Rita Gadêlha
DOCENTE: ADRIANA SOARES NASCIMENTO
Quem foi
Melanie Klein?
Considerações Iniciais...

  Melanie Klein superou toda condição de perdas e
desamparo, conseguindo a partir de sua experiência de
vida elaborar sua valorosa obra psicanalítica.

  Foi uma mulher a frente de seu tempo. Revolucionou a
técnica de trabalho com crianças e ampliou o alcance da
psicanálise para a compreensão dos estados primitivos da
constituição do ser humano.
Percurso Analítico...
  Melanie possuía grande imaginação e valorizava o conhecimento
que se dava a observação clínica.

  Seu primeiro paciente foi seu filho Erich (eternizado por Fritz),
que apresentava inibição intelectual.

 Escreve “Contribuições à Análise da criança” e apresenta à
Sociedade Psicanalista de Budapeste.

  Anton Von Freund reconhece o caráter analítico de suas
investigações, mas crítica a falta de intervenção sob forma de
interpretação.

  Erich continua a se desenvolver, porém continua a fazer
questionamentos que já reconhece a resposta.
Klein conclui que certas questões simplesmente não são
verbalizadas e que essas preocupações não expressas verbalmente
continuam produzindo ansiedade. Começa então a suspeitar de
fantasias inconscientes e de que o brincar seja uma manifestação
delas.

   O trabalho com crianças revelava o inconsciente e o acesso a
fantasias primitivas ou inatas davam expressão a reações instintivas.

   Seu papel nessa 1ª fase seria dar liberdade as crianças para que
elas pudessem expressar suas emoções e fantasias.

   Sua função seria a de compreender e transmitir o que ocorria.
Ao divorciar-se vai para Berlim, e experimenta sua segunda
experiência analítica com Karl Abraham.

   Klein teve muita cautela com as interpretações e foi
surpreendida com o alcance das mudanças que ocorreram no
surgimento de fantasias e brincadeiras espontâneas.

  A compreensão da ansiedade foi o foco da sua atenção.

   Enfrentava resistência por não ter nenhuma formação
acadêmica.

   Ingressou na Sociedade Psicanalítica de Berlim, fato que
legitimou sua entrada no mundo da psicanálise.

   Conseguiu superar as dificuldades, publicou vários artigos e
imprimiu sua marca ao aprimorar sua técnica com crianças e
elaborar os conceitos de introjeção e projeção.
Para Klein, o bebê ao nascer ainda não tem um ego, ou um
self constituído, mas apresenta estruturas precursoras deste,
tornando o capaz de sentir ansiedade e de se defender dela
por meio de projeções e introjeções.

    Essa hipótese amplia a teoria de Freud, por proporcionar
através da interação dos processos projetivos e introjetivos,
uma concepção de um teatro interno onde os significados das
experiências emocionais são gerados, fornecendo o cenário
das experiências emocionais.
Segundo Klein, existe um mundo interno, formado a partir das
percepções do mundo externo, colorido com as ansiedades do
mundo interno. Com isso os objetos, pessoas e situações adquirem
um colorido todo especial.

   Esse conceito é muito importante no estudo da formação de
símbolos e desenvolvimento intelectual.

  Os bebês sentem, logo quando nascem, dois sentimentos
básicos: amor e ódio.

  O conjunto de ansiedade persecutória e suas respectivas
defesas são chamados por Klein de “posição esquizoparanóide”.
Com o desenvolvimento o bebê percebe que o mesmo objeto
que odeia (seio mau) é o mesmo que ama (seio bom). Agora o bebê
teme perder o seio bom.

   Esse temor da perda do objeto bom é chamado por Klein de
“ansiedade depressiva”. O conjunto de ansiedade depressiva e suas
respectivas defesas do ego são chamados por Klein de “posição
depressiva”.

   A teoria Kleniana consolida-se com a teoria das posições que
representa a ansiedade, defesa, relações com o objeto e impulsos.
O psiquismo funciona a partir destas posições, e todos os demais
desenvolvimentos são invariavelmente baseados em seu
funcionamento.
Todos os problemas emocionais, como neuroses,
esquizofrenias e depressão são analisados a partir dessas duas
posições. Por isso, em uma análise kleiniana, não se trata de
trabalhar os conteúdos reprimidos, é preciso “equacionar” as
ansiedades depressivas e ansiedades persecutórias. É necessário
que o paciente perceba que o mundo não funciona em preto e
branco, e que é possível amar e odiar o mesmo objeto, sem medo
de destruí-lo. Em outras palavras, não adianta trabalhar o sintoma
(neurose) se não trabalhar os processos que levaram seus
surgimentos (ansiedades persecutória e ansiedades depressiva),
posteriormente deve-se compreender modos de como superar essa
ansiedade.
Seu último trabalho teórico de maior importância ficou
conhecido como “Inveja e gratidão”.

   A Inveja, para Klein, é a mais radical das manifestações de
impulso destrutivo, pois leva a atacar e destruir o objeto bom
(seio).

   Ao estabelecer o sentimento de gratidão, a criança passa a ser
grata por perceber que pode usufruir o que o seio tem de bom,
assim a gratidão vai ser como um elemento de união entre o bebê
(ego) e sua mãe, fortalecendo os laços, podendo dessa maneira
diminuir os sentimentos de inveja.

  Klein acreditava que a inveja era uma característica primária, fato
que originou desavenças e rompimentos entre o grupo kleiniano.

  Em 1960, já ao final da sua carreira, especulava com colegas
sobre a vida intra-ulterina.
A técnica e a linguagem do brincar

    “Melanie Klein identificou nos jogos e nas brincadeiras
  infantis uma via simbólica de expressão dos conflitos, das
       ansiedades e das fantasias inconscientes; assim,
     desenvolveu um método de análise de crianças que
     emprega a linguagem viva e concreta e se baseia no
                   trabalho transferencial.”
                                            (Maria Celina Neto)
VAMOS BRINCAR?
1- Descobriu que nos primeiros anos de vida as crianças não só
experimentam impulsos sexuais e angustia como também profundas
____________.

2- O início da análise infantil não se dá de fato com Klein, mas sim
com Freud e o caso do pequeno _______.

3- Nome da nova ferramenta para atendimento analítico.

4- A partir da observação do brincar Klein pode ter uma visão das
conexões gerais e da dinâmica dos processos mentais que estavam
sendo apresentados. A meta é que a criança alcance, por meio do
brincar na análise e de suas interpretações, o domínio da _______
que aflige, que rouba maior parte de sua energia psíquica e lhe
causa sofrimento.

5- A tríade angústia, defesa e ______ inconsciente constitui o fio
condutor da análise kleiniana.
6- Um aspecto muito importante do ponto de vista kleiniano é a
suposição de que tudo o que realmente importa no processo
analítico é trazido na análise trabalhando na forma de __________.

7- Havia também a preocupação de que as crianças e as relações
delas com os pais deveriam ser protegidas na __________ do
analista.

8- Na clínica kleiniana o objeto de análise não é o passado, mas o
presente, o modo de funcionamento mental do paciente, como este
organiza e expõe suas _____________, fantasias e defesas na
sessão.

9- Suas descobertas sobre os mais primitivos estágios geram em
anos recentes inúmeros projetos e formas de atendimento paralelas:
alojamento conjunto de bebês e mães, presença dos pais na
enfermaria, intervenção precoce na relação pais-bebê, método
_________, todos esses tendo com base na valorização da tenra
idade e do (10) __________. (7 letras)
“Devo muito a _____. Uma coisa
Há mais divergência entre a         que ele me fez apreender e que
 concepção de ______ e                 desenvolveu em mim foi a              (...) minha prática com
   minha concepção da                  convicção da existência do           crianças, assim como os
 primeira infância do que                                                  adultos, bem como minha         Quando é levada suficientemente
                                         inconsciente e de sua
entre os pontos de vista de                                                contribuição para a teoria           longe, a análise de crianças
                                     importância na vida psíquica.”
   Freud, tomados em                                                           psicanalítica em seu       pequenas, bem como a de crianças
   conjunto e os meus.                                                          conjunto,derivam,       mais velhas, dá uma imagem de uma
                                                                          definitivamente da ____ __      complexidade extraordinária (que)
                                                                            ____ desenvolvida com         mostra que aos três anos de idade,
                                                                               crianças pequenas.            por exemplo, justamente por já
    Sua demanda de que a                                                                                serem, em enorme medida, produtos
 análise de crianças seja uma                                                                                     da cultura, as crianças já
      verdadeira análise,                                                                                      atravessaram e continuam a
 inteiramente independente                                                                                          atravessar conflitos.
      de qualquer medida                                                                                 Se compararmos essa técnica com a
  educativa, parece-me tão                                                                                     dos adultos, observaremos o
   infundada teoricamente                                                                                           seguinte: aceitamos
    quanto inadequada na
    realidade. Quanto mais
   tomo conhecimento das
                                                      Melanie Klein                                           incondicionalmente que uma
                                                                                                        verdadeira situação analítica só pode
                                                                                                               estabelecer meios analíticos.
   coisas, mais acredito que                                                                                                   *
  Melanie Klein está no mau                                                                                Mas, e a criança? Qual pode ser a
  caminho, e Anna, no bom.                                                                              repercussão da análise numa vida em
                                                                                                              plena evolução? Ao liquidar as
                                                                                                         fixações sádicas infantis, ela modera
                                                                                                        o rigor do supereu e a intensidade da
       A Sr. Klein me disse certa vez: “Graças a               Ela não encontra, nessa questão com             angústia e das necessidades
      Deus, ______, o senhor não interpretou a                  que o sujeito pontua o significante,        instintivas. (...) Ao favorecer esse
        inveja desse material, pois não havia a                outro eco senão o silêncio da pulsão         processo, a análise acompanha e
       nada que se ligasse a ela. Durante toda                  de morte, que precisou realmente           sustenta, etapa por etapa, o curso
      essa semana, tive várias pessoas que me                   entrar em jogo para provocar esse         natural do crescimento da criança.
       trouxeram material e interpretações da                   fundo de depressão, reconstituído       (...) Implicitamente, impomos limites
       inveja, embora não houvesse nenhuma                     pela Sra. Melanie Klein com o talento         às possibilidades da análise, ao
       prova clínica para isso. Sabe, não sei se                que a guiou ao longo das fantasias.      afirmar que os efeitos das primeiras
         minha obra será destruída por meus                                                             situações ansiogênicas nunca deixam
      partidários mais fervorosos ou por meus                                                              completamente de se manifestar.
                   piores inimigos!...”
FIM!

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CONTRIBUIÇÕES DE MELANIE KLEIN PARA A PSICOTERAPIA INFANTIL

  • 1. UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIENCIAS BIOLOGICAS E DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA CONTRIBUIÇÕES DE MELANIE KLEIN PARA A PSICOTERAPIA INFANTIL Rayanne Chagas COMPONENTE CURRICULAR: PSICOTERAPIA INFANTIL Rita Gadêlha DOCENTE: ADRIANA SOARES NASCIMENTO
  • 3. Considerações Iniciais... Melanie Klein superou toda condição de perdas e desamparo, conseguindo a partir de sua experiência de vida elaborar sua valorosa obra psicanalítica. Foi uma mulher a frente de seu tempo. Revolucionou a técnica de trabalho com crianças e ampliou o alcance da psicanálise para a compreensão dos estados primitivos da constituição do ser humano.
  • 4. Percurso Analítico... Melanie possuía grande imaginação e valorizava o conhecimento que se dava a observação clínica. Seu primeiro paciente foi seu filho Erich (eternizado por Fritz), que apresentava inibição intelectual. Escreve “Contribuições à Análise da criança” e apresenta à Sociedade Psicanalista de Budapeste. Anton Von Freund reconhece o caráter analítico de suas investigações, mas crítica a falta de intervenção sob forma de interpretação. Erich continua a se desenvolver, porém continua a fazer questionamentos que já reconhece a resposta.
  • 5. Klein conclui que certas questões simplesmente não são verbalizadas e que essas preocupações não expressas verbalmente continuam produzindo ansiedade. Começa então a suspeitar de fantasias inconscientes e de que o brincar seja uma manifestação delas. O trabalho com crianças revelava o inconsciente e o acesso a fantasias primitivas ou inatas davam expressão a reações instintivas. Seu papel nessa 1ª fase seria dar liberdade as crianças para que elas pudessem expressar suas emoções e fantasias. Sua função seria a de compreender e transmitir o que ocorria.
  • 6. Ao divorciar-se vai para Berlim, e experimenta sua segunda experiência analítica com Karl Abraham. Klein teve muita cautela com as interpretações e foi surpreendida com o alcance das mudanças que ocorreram no surgimento de fantasias e brincadeiras espontâneas. A compreensão da ansiedade foi o foco da sua atenção. Enfrentava resistência por não ter nenhuma formação acadêmica. Ingressou na Sociedade Psicanalítica de Berlim, fato que legitimou sua entrada no mundo da psicanálise. Conseguiu superar as dificuldades, publicou vários artigos e imprimiu sua marca ao aprimorar sua técnica com crianças e elaborar os conceitos de introjeção e projeção.
  • 7. Para Klein, o bebê ao nascer ainda não tem um ego, ou um self constituído, mas apresenta estruturas precursoras deste, tornando o capaz de sentir ansiedade e de se defender dela por meio de projeções e introjeções. Essa hipótese amplia a teoria de Freud, por proporcionar através da interação dos processos projetivos e introjetivos, uma concepção de um teatro interno onde os significados das experiências emocionais são gerados, fornecendo o cenário das experiências emocionais.
  • 8. Segundo Klein, existe um mundo interno, formado a partir das percepções do mundo externo, colorido com as ansiedades do mundo interno. Com isso os objetos, pessoas e situações adquirem um colorido todo especial. Esse conceito é muito importante no estudo da formação de símbolos e desenvolvimento intelectual. Os bebês sentem, logo quando nascem, dois sentimentos básicos: amor e ódio. O conjunto de ansiedade persecutória e suas respectivas defesas são chamados por Klein de “posição esquizoparanóide”.
  • 9. Com o desenvolvimento o bebê percebe que o mesmo objeto que odeia (seio mau) é o mesmo que ama (seio bom). Agora o bebê teme perder o seio bom. Esse temor da perda do objeto bom é chamado por Klein de “ansiedade depressiva”. O conjunto de ansiedade depressiva e suas respectivas defesas do ego são chamados por Klein de “posição depressiva”. A teoria Kleniana consolida-se com a teoria das posições que representa a ansiedade, defesa, relações com o objeto e impulsos. O psiquismo funciona a partir destas posições, e todos os demais desenvolvimentos são invariavelmente baseados em seu funcionamento.
  • 10. Todos os problemas emocionais, como neuroses, esquizofrenias e depressão são analisados a partir dessas duas posições. Por isso, em uma análise kleiniana, não se trata de trabalhar os conteúdos reprimidos, é preciso “equacionar” as ansiedades depressivas e ansiedades persecutórias. É necessário que o paciente perceba que o mundo não funciona em preto e branco, e que é possível amar e odiar o mesmo objeto, sem medo de destruí-lo. Em outras palavras, não adianta trabalhar o sintoma (neurose) se não trabalhar os processos que levaram seus surgimentos (ansiedades persecutória e ansiedades depressiva), posteriormente deve-se compreender modos de como superar essa ansiedade.
  • 11. Seu último trabalho teórico de maior importância ficou conhecido como “Inveja e gratidão”. A Inveja, para Klein, é a mais radical das manifestações de impulso destrutivo, pois leva a atacar e destruir o objeto bom (seio). Ao estabelecer o sentimento de gratidão, a criança passa a ser grata por perceber que pode usufruir o que o seio tem de bom, assim a gratidão vai ser como um elemento de união entre o bebê (ego) e sua mãe, fortalecendo os laços, podendo dessa maneira diminuir os sentimentos de inveja. Klein acreditava que a inveja era uma característica primária, fato que originou desavenças e rompimentos entre o grupo kleiniano. Em 1960, já ao final da sua carreira, especulava com colegas sobre a vida intra-ulterina.
  • 12. A técnica e a linguagem do brincar “Melanie Klein identificou nos jogos e nas brincadeiras infantis uma via simbólica de expressão dos conflitos, das ansiedades e das fantasias inconscientes; assim, desenvolveu um método de análise de crianças que emprega a linguagem viva e concreta e se baseia no trabalho transferencial.” (Maria Celina Neto)
  • 14. 1- Descobriu que nos primeiros anos de vida as crianças não só experimentam impulsos sexuais e angustia como também profundas ____________. 2- O início da análise infantil não se dá de fato com Klein, mas sim com Freud e o caso do pequeno _______. 3- Nome da nova ferramenta para atendimento analítico. 4- A partir da observação do brincar Klein pode ter uma visão das conexões gerais e da dinâmica dos processos mentais que estavam sendo apresentados. A meta é que a criança alcance, por meio do brincar na análise e de suas interpretações, o domínio da _______ que aflige, que rouba maior parte de sua energia psíquica e lhe causa sofrimento. 5- A tríade angústia, defesa e ______ inconsciente constitui o fio condutor da análise kleiniana.
  • 15. 6- Um aspecto muito importante do ponto de vista kleiniano é a suposição de que tudo o que realmente importa no processo analítico é trazido na análise trabalhando na forma de __________. 7- Havia também a preocupação de que as crianças e as relações delas com os pais deveriam ser protegidas na __________ do analista. 8- Na clínica kleiniana o objeto de análise não é o passado, mas o presente, o modo de funcionamento mental do paciente, como este organiza e expõe suas _____________, fantasias e defesas na sessão. 9- Suas descobertas sobre os mais primitivos estágios geram em anos recentes inúmeros projetos e formas de atendimento paralelas: alojamento conjunto de bebês e mães, presença dos pais na enfermaria, intervenção precoce na relação pais-bebê, método _________, todos esses tendo com base na valorização da tenra idade e do (10) __________. (7 letras)
  • 16. “Devo muito a _____. Uma coisa Há mais divergência entre a que ele me fez apreender e que concepção de ______ e desenvolveu em mim foi a (...) minha prática com minha concepção da convicção da existência do crianças, assim como os primeira infância do que adultos, bem como minha Quando é levada suficientemente inconsciente e de sua entre os pontos de vista de contribuição para a teoria longe, a análise de crianças importância na vida psíquica.” Freud, tomados em psicanalítica em seu pequenas, bem como a de crianças conjunto e os meus. conjunto,derivam, mais velhas, dá uma imagem de uma definitivamente da ____ __ complexidade extraordinária (que) ____ desenvolvida com mostra que aos três anos de idade, crianças pequenas. por exemplo, justamente por já Sua demanda de que a serem, em enorme medida, produtos análise de crianças seja uma da cultura, as crianças já verdadeira análise, atravessaram e continuam a inteiramente independente atravessar conflitos. de qualquer medida Se compararmos essa técnica com a educativa, parece-me tão dos adultos, observaremos o infundada teoricamente seguinte: aceitamos quanto inadequada na realidade. Quanto mais tomo conhecimento das Melanie Klein incondicionalmente que uma verdadeira situação analítica só pode estabelecer meios analíticos. coisas, mais acredito que * Melanie Klein está no mau Mas, e a criança? Qual pode ser a caminho, e Anna, no bom. repercussão da análise numa vida em plena evolução? Ao liquidar as fixações sádicas infantis, ela modera o rigor do supereu e a intensidade da A Sr. Klein me disse certa vez: “Graças a Ela não encontra, nessa questão com angústia e das necessidades Deus, ______, o senhor não interpretou a que o sujeito pontua o significante, instintivas. (...) Ao favorecer esse inveja desse material, pois não havia a outro eco senão o silêncio da pulsão processo, a análise acompanha e nada que se ligasse a ela. Durante toda de morte, que precisou realmente sustenta, etapa por etapa, o curso essa semana, tive várias pessoas que me entrar em jogo para provocar esse natural do crescimento da criança. trouxeram material e interpretações da fundo de depressão, reconstituído (...) Implicitamente, impomos limites inveja, embora não houvesse nenhuma pela Sra. Melanie Klein com o talento às possibilidades da análise, ao prova clínica para isso. Sabe, não sei se que a guiou ao longo das fantasias. afirmar que os efeitos das primeiras minha obra será destruída por meus situações ansiogênicas nunca deixam partidários mais fervorosos ou por meus completamente de se manifestar. piores inimigos!...”
  • 17. FIM!