Qual a diferença entre fertilidade do solo e nutrição da planta josé laercio favarn
1. Prof. José Laércio FavarinProf. José Laércio Favarin
USP/ESALQ
Produção Vegetal
março - 2015
Qual a diferença entre fertilidade do soloQual a diferença entre fertilidade do solo
e nutrição da planta?e nutrição da planta?
Ecofisiologia e Nutrição em Sistema de ProduçãoEcofisiologia e Nutrição em Sistema de Produção
Departamento de Produção VegetalDepartamento de Produção Vegetal
Setor agriculturaSetor agricultura
2. Qual a diferença entre fertilidade do solo e nutrição da planta?
Composição da planta...
440
440
1000 kgComposição
C - carbono
O - oxigênio
H - hidrogênio 60
CH2O - fotossíntese 940
N, P, K 3535
60
Ca, Mg, S
Micronutrientes
Não nutrientes
1515
88
2
Origem
Atmosfera
Água
Solo
Compilado vários autores
3. Qual a diferença entre fertilidade do solo e nutrição da planta?
Nutrientes são elementos químicos sem os quais o café não
completa o ciclo de vida. São eles: C, O, H (94%), N, P, K, Ca, Mg,
S, B, Cl, Cu, Fe, Mn, Mo, Ni e Zn (6%). Cafeicultura moderna!
Fertilidade do solo é difícil conceituar. Pode-se afirmar que a
mesma diz respeito à capacidade do solo fornecer quantidades
suficientes e assimiláveis de nutrientes à planta, em ambiente
adequado, sem elementos em quantidade tóxica (pH, Al, Mn,...).
Nutrição da planta resulta da absorção e uso metabólico dos
nutrientes extraídos do solo pelas raízes da planta. A planta não
escolhe o que absorve, razão de na sua composição encontrar-se
nutrientes, não nutrientes e até mesmo elementos tóxicos.
Conceituação de termos...
4. Qual a diferença entre fertilidade do solo e nutrição da planta?
O termo fertilidade está associado ao solo. E a nutrição, por
sua vez, diz respeito à planta. Trata-se de conceitos dinâmicos!
A fertilidade avalia-se por “extratores artificiais” que “tenta”
simular as raízes, e não se obtém o “teor disponível real”. E na
nutrição são as próprias raízes os extratores de nutrientes do
solo. Se não se têm “teores reais”, é confiável a análise solo?
Sim. Porque se faz a calibração entre fertilidade e nutrição.
E, assim, estabelece-se a correlação entre o teor no solo (X) e a
resposta da cultura ao nutriente (Y, colheita relativa). A
correlação é obrigatória para fim de fertilidade do solo. Se não
há, não faz sentido a análise de solo!
Vários fatores interferem nos resultados da análise de solo
(fertilidade) e da planta (nutrição). A quantidade de água no
solo merece atenção especial!
Comparação entre ambos...
5. Fertilidade do solo e nutrição da planta
Exemplo de correlação...ProduçãoRelativa-%
100
80
60
40
20
0
10 20 30 40 50 60 70
Nutriente disponível – mg dm-
³
Limite crítico
Cate & Nelson (1965)
ProduçãoRelativa-%
Produção devida
ao fertilizante
Efeito depressivo
fertilizante
Teor de nutriente no solo
Raij (1981)
X
Médio
2X
Mb B Alto Ma
50
90
70
100
6. Fertilidade do solo e nutrição de planta
A existência da correlação entre o teor de nutriente e a produção relativa
dá segurança no valor atribuído ao teor no solo pelo método usado. Esses
valores continuam os mesmos na cafeicultura atual?
ProduçãoRelativa-%
100
90
70
M-aDmB B A - mA
Correção
Manterounão
adubar
Nãoadubar,reserva
16 307
Médio
Fósforo – mg dm-3
Teor de nutrientes
Potássio – cmol dm-3
Magnésio – cmol dm-3
16 a 30
0,16 a 0,3
0,5 a 0,8
Enxofre – mg dm-3
5 a 10
7. Indicadores da fertilidade do solo
Teor no solo ou relação de nutriente?
Relação como fração da CTC não é indicador da fertilidade. Este conceito
aplica-se às regiões antigas de café (CTC ≥ 10 cmolc dm-3
). Pode ser usado!
4%CTC (10 cmolc dm-3
) = 0,4 cmolc dm-3
(teor alto) = 156 mg dm-3
K
4%CTC (3 cmolc dm-3
) = 0,12 cmolc dm-3
(teor baixo) = 47 mg dm-3
K
Qual solo é mais produtivo? À planta importa o teor do nutriente no solo!
FraçãoCasolução-%
Ca/CTC - %
10020 40 60 80
100
20
60
100% 2:1
Mehlich (1955)
15% 1:1 e 85% óxido
80
8. Fertilidade do solo e nutrição da planta
Efeito da água sobre a fertilidade do solo e, consequentemente,
na nutrição da planta. A água esconde muitos erros técnicos!
46
4,6 mg dm-3
4,2pH – CaCl2
Café irrigado x dose
fósforo
P - resina
Al - %
0,15 cmolc dm-3
Mg
Reis (2009)
130
100
50
0 100 200 300 400
P2O5 – kg ha-1
Sacasha-1
Reis (2009)
9. jun/11
0,04
Águanosolo–gg-
¹
jul/11 ago/11 set/11
0,08
0,10
0,06
Favarin & Pedrosa (2013)
sem resíduo
com resíduocom resíduo
Temperatura do solo e água na nutrição da planta
Café não gosta de terra quente, nem água morna. A absorção de N do adubo
pelo café sem resíduo foi bem inferior (38,6%) ao do café com resíduo (53,3%).
Temperatura solo
Franco (1982)1515
2323
99
3333
33
3838
Massaderaízes-g
115,8 (38,6%)80,0 (53,3%)
150CF+150BQBalanço N 300CF, sem BQ
Cafeeiro
NBQ - NCF 1,8 (1,2%) -
Sacas/ha 28,0a
Favarin e Pedrosa (2013)
N - kg ha-1
(%)
17,6b
10. Estado nutricional do cafezal
Saiba a história de “vida” da folha diagnóstica. A amostra foliar é uma foto tirada na
coleta, e o que esta folha passou até ser colhida precisa ser conhecido. Isto remete
aos últimos dois a três meses. A interpretação será dinâmica e não estática como é
feito!
O mesmo par de folhas avalia a nutrição da planta, em relação a todos os
nutrientes? Nutriente móvel (Mg) folha mais velha é mais adequada e para
nutriente “imóvel” (B) folha mais nova deve ajustar melhor. E os parâmetros
foliares continuam os mesmos?
11. Fertirrigação em citros
Dados extraídos da apresentação de Matos (2014) na Esalq, disciplina da
PG: Nitrogênio em sistemas de produção.
12. Matos (2014)
Fertirrigação em citros
Dados extraídos da apresentação de Matos (2014) na Esalq, disciplina da
PG: Nitrogênio em sistemas de produção. Aumenta teor na solução!
13. Até...Até...
Prof. José Laércio Favarin
favarin.esalq@usp.br
Departamento de Produção Vegetal
Piracicaba/SP
ESALQ - USP
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março - 2015
14. E os parâmetros de comparação são os mesmos?
Mudanças na cafeicultura nos últimos 20 anos. Trata-se de uma “nova
cafeicultura”. E os parâmetros para avaliar a fertilidade do solo e a nutrição
da planta continuam os mesmos?
Densidade de plantas: acréscimo de 3 a 5 mil plantas/ha. De 2,2
mil plantas (1980) a 5,3 mil (1990). Hoje há lavouras com mais
de 6 mil plantas/ha.
Cafezal irrigado: a área irrigada passou de 10 mil para 250 mil
hectares (Santinato & Fernandes, 2012), quase 10% do cafezal do
país (2,2 milhões ha).
Produtividade por planta: diminuiu de mais de 12 L de frutos
para 5 L por planta.
Produtividade: a média varia entre 30 a 40 sacas beneficiadas,
mas não é raro obter 100 sacas ou até mais.
Adoção de poda (“sistema safra zero”): contribuiu para manter
a produtividade alta. Antes o cafeicultor era avesso à poda.
15. Base teórica da análise foliar
Dentro de limites há relação entre o teor no solo x produção; teor no solo x teor foliar;
e, por analogia, entre produção x teor foliar. Noutras palavras, maior teor no solo,
maior teor foliar e, assim, mais produção (Malavolta, 1992). Tudo isso só vale na faixa
de deficiência leve, fora dela nada se aplica. Cuidado com as relações entre nutrientes!
Deficiência
leve
Nível crítico ou faixa de teor
Concentração foliar de nutriente
Consumo/absorção
de luxo
Crescimentoouproduçãodaplanta Deficiência
acentuada
“diluição”
Efeito
tóxico