Conhecer os fatores que limitam a produtividade de uma cultura é de extrema importância para que se possa melhorar o manejo de modo a explorar ao máximo seu potencial produtivo.
A nutrição de plantas e a fertilidade do solo são fatores considerados primordiais para garantir uma produtividade de qualidade. É fundamental entender quais as demandas nutricionais da cultura, qual a dinâmica dos nutrientes no solo e na planta, suas funções e sintomas de deficiência. Para isso, é preciso fazer a correta amostragem e análise do solo e da planta, e sabendo como estão os nutrientes em determinado momento é possível se fazer a correta recomendação de correção e adubação do solo visando suprir as necessidades da cultura da soja, atingindo assim produções cada vez melhores.
2. Índice
• Introdução:
- Classificação e absorção dos nutrientes;
- Leis da fertilidade;
- Disponibilidade dos nutrientes;
- Necessidades nutricionais da soja.
• Nutrientes no solo e na soja;
• Avaliação do solo e da planta;
• Correção e adubação do solo.
4. Definição
• O crescimento e o desenvolvimento das plantas dependem
de um fluxo contínuo de sais minerais;
**Estudo de como as plantas absorvem, transportam,
assimilam e utilizam os íons.
Fonte: Sustentabiliarte, 2018.
5. Classificação
• Elementos essenciais:
- Não completa seu ciclo de vida na ausência deste
elemento;
- A função de um elemento não pode ser realizada por
outro;
- O elemento deve estar diretamente envolvido no
metabolismo vegetal ou ser necessário para realizar um
“processo metabólico”.
6. Classificação
• Macronutrientes:
- Constituintes de compostos orgânicos (proteínas, ac.
nucléicos) ou atuam em processos metabólicos.
• Micronutrientes:
- Geralmente são constituintes de enzimas e são
necessários em pequenas quantidades.
7. Classificação
•Elementos benéficos:
-Compensar os efeitos tóxicos de outros elementos;
-Substituir outros elementos em algumas funções menos
específicas;
-Podem contribuir para o crescimento, produção ou para a
resistência a condições desfavoráveis do meio.
8. Absorção
•Existem 3 maneiras com que os nutrientes na solução do
solo entram em contato com as raízes das plantas:
-Interceptação radicular;
-Fluxo de massa;
-Difusão.
Fonte: Sintrainduscafe, 2018.
14. -Umidade do solo;
-Interações entre os nutrientes mais comuns:
Nitrogênio e Enxofre;
Nitrogênio e Potássio;
Potássio, Cálcio e Magnésio;
Fósforo e Nitrogênio.
Fonte: Terra saiba por aqui, 2018.
15. • Fatores da planta:
- Abaixamento do pH da rizosfera (excreção de íons H+
);
- Excreção de compostos orgânicos redutores;
- Excreção de ácidos orgânicos capazes de aumentar a
solubilidade dos micronutrientes catiônicos ou seu
transporte até as raízes das plantas.
16. Necessidades nutricionais
• Extração de nutrientes pela parte aérea da planta
(grãos + palha): N > K > S > Ca > Mg = P;
• Dos macronutrientes, são exportados pelos grãos: N >
K > S > P > Ca > Mg.
Fonte: Biosoja - Agrociência, 2018.
19. Nitrogênio
• Disponibilidade: teor de matéria orgânica, pluviosidade,
secas prolongadas, acidez;
• Funções: desenvolvimento vegetativo, síntese de
compostos nitrogenados, produção da clorofila, estimula
a formação e o desenvolvimento das gemas floríferas.
21. Fósforo
• O P encontra-se na solução e na fase sólida do solo;
• A maior parte do P do solo encontra-se na fase sólida e é
dividida em P-lábil e P-não lábil;
• Transporte: difusão, sendo absorvido na forma de íon
fosfato (H2PO4-
).
22. Fósforo
• Disponibilidade: principalmente adsorção aos colóides;
• Funções: armazenamento e transferência de energia,
metabolismo energético das plantas, acelera o
enraizamento e atua na divisão celular, favorece o vigor e
a frutificação.
24. Potássio
• K da solução do solo - é reposto pelo K trocável e pelo K
não-trocável;
• Nos solos intemperizados, a contribuição do K não-
trocável e o K dos minerais primários para a reposição do
K na solução do solo é muito pequena;
• Transporte: difusão, sendo absorvido na forma iônica de
K+
.
25. Potássio
• Disponibilidade: é afetada pelo pH do solo - o pH do
solo, a disponibilidade de K;
• Solos com desequilíbrio nos teores de cátions básicos -
disponibilidade de K;
• Em solos arenosos, com baixa CTC, e alta precipitação,
podem ocorrer perdas de K.
28. Cálcio
• O Ca do solo é proveniente de rochas minerais;
• Em solos intemperizados é perdido por lixiviação;
• O Ca disponível às plantas está na forma iônica de Ca2+
e
encontra-se na solução do solo e adsorvido aos colóides;
• Transporte: fluxo de massa.
29. Cálcio
• Disponibilidade: pH entre 6 e 6,5;
• Nos solos com desequilíbrio entre os cátions básicos (altos
teores de Mg2+
e/ou K+
e baixos teores de Ca2+
) ocorre
redução na disponibilidade de Ca à cultura da soja.
32. Magnésio
• O Mg do solo é proveniente de rochas minerais;
• Em solos intemperizados é perdido por lixiviação – Baixa
concentração;
• O Mg é o terceiro cátion mais abundante, superado
apenas pelo Ca2+
e pelo H+
;
• Transporte: fluxo de massa.
33. Magnésio
• Disponibilidade: pH acima de 5,4.
• Saturação por magnésio mais adequada à cultura da soja:
CTC < 80 mmolc dm3-
situa-se na faixa de 13 a 18%;
CTC > 80 mmolc dm3-
, é de 13 a 20%.
34. Magnésio
Funções: É constituinte da clorofila, ativador das enzimas
relacionadas à síntese de carboidratos e outras, está
envolvido com o metabolismo do fosfato na soja e é o
carreador do P nas plantas.
Fonte: Teralternat, 2018.
36. Enxofre
• A maior parte do S nos solos está na forma orgânica -
sulfato (SO42-
), forma prontamente disponível às plantas;
• Sulfato é lixiviado de forma similar ao N, acumulando-se
nas camadas mais profundas do solo;
• Transporte: fluxo de massa.
39. Micronutrientes
Boro Cobalto Cobre Ferro
Solo M.O.; fluxo de massa
de H3BO3
Derivados de rochas
ígneas – pouco em
solos arenosos;
difusão de Co2+
; pH
Rochas ígneas; difusão
de Cu2+
; pH; M.O.
desfavorece; Fe, Mn e
Zn atrapalham
+ abundante;
reduzido – Fe2+
;
oxidado – Fe3+
;
difusão; M.O.
atrapalha; teores de
Cu, Mn e P
Planta Baixa mobilidade;
não está em
compostos vitais
Baixa mobilidade;
elemento benéfico
Baixa mobilidade Baixa mobilidade
Funções Translocação de
açúcares; divisão e
maturação celular;
formação da P.C.
FBN
(leghemoglobina)
Ativador ou
constituinte de
enzimas; fotossíntese,
respiração e outros
Constituinte da
clorofila
Sintomas
Morte da gema
apical –
superbrotamento;
amarelecimento e
necrose (toxidez)
Semelhantes aos do
N
Acúmulo de composto
fenólicos, redução de
lignina; inibe a síntese
de etileno
Clorose internerval
da ponta para a
base; folhas
cloróticas e
esbranquiçadas
40. Micronutrientes
Manganês Molibdênio Níquel Zinco
Solo Rochas ígneas –
pouco em solos
arenosos; difusão de
Mn2+
Rochas ígneas –
pouco em solos
arenosos; difusão de
MoO4
2-
; pH
Rochas ígneas; difusão
de Ni2+
; pH;
atrapalham Ca, Mg, Cu,
Fe, Mn, Zn e P;
complexado pelo
glifosato
Rochas ígneas;
difusão de Zn2+
; pH;
atrapalham P
Planta Baixa mobilidade Móvel no floema Baixa/intermediária
mobilidade
Baixa mobilidade
Funções Ativador de enzimas
da síntese de
metabólitos
secundários
Componente da
redutase e
nitrogenase do
nitrato - FBN
FBN (hidrogenase);
inibe etileno;
germinação de
sementes; controle de
doenças
Síntese do
triptofano –
precursor de AIA
(crescimento
vegetal)
Sintomas
Clorose internerval
com tom amarelo-
esverdeado e
nervuras vede
escuro
Pequenas estrias
cloróticas
longitudinais no
terço apical da folha
Acúmulo de teores
tóxicos de uréia
provocando necrose
nas extremidades de
folhas e folíolos
Folhas pequenas,
estreitas e
alongadas, com
clorose internerval;
encurtamento de
internódios
47. Calagem
• Eleva o pH;
• Fornece Ca e Mg como nutrientes;
• Diminui ou elimina os efeitos tóxicos do Al, Mn e Fe;
• Diminui a “fixação” de P;
• Disponibilidade do N, P, K, Ca, Mg, S e Mo; e eficiência
dos fertilizantes;
• Aumenta a atividade microbiana e a liberação de
nutrientes;
• Soja responde bem a calagem.
48. Calagem
• Saturação por Bases:
- Relação entre pH, saturação por bases e levando em
consideração parâmetros referentes à solo, corretivo e
cultura específica.
Onde:
NC = necessidade de calcário;
T = capacidade de troca de cátions = meq(K+Ca+Mg+H+Al)/100 cm3
;
V2 = saturação por bases desejada;
V1 = saturação por bases atual do solo = S x 100/T;
S = soma de bases = meq (K + Ca + Mg)/100 cm3
;
F = 100/PRNT.
51. Calagem
• Sistema Convencional:
- Quantidade de calcário- correção de 20cm de
profundidade de solo, por meio de incorporação com
aração e gradagem.
• SPD:
- Antes de iniciar o sistema de semeadura direta em áreas
sob cultivo convencional;
- Corrigir integralmente a acidez do solo.
52. Gessagem
• Camadas mais profundas do solo podem apresentar
excesso de alumínio tóxico;
• A aplicação de gesso agrícola diminui a saturação por
alumínio nas camadas mais profundas, num tempo menor;
• Gesso não neutraliza a acidez do solo.
Fonte: Calcarionutrical, 2018.
53. Gessagem
• Saturação por alumínio maior que 20% (m > 20%) e/ou
quando o teor de cálcio for menor que 0,5 cmolcdm3
;
• A dose máxima (15% de S) é de 700, 1200, 2200 e 3200
kg/h;
• Para solos de textura arenosa (<20% de argila), média
(20% a 40% de argila), argilosa (40% a 60% de argila) e
muito argilosa (>60% de argila);
• O efeito residual destas dosagens é de cinco anos, no
mínimo.
55. Adubação nitrogenada
• Inoculação – FBN: Principal fonte de N para a cultura da
soja;
• Supre toda a necessidade de N da planta;
• Fertilizantes:
• Reduz a nodulação e a eficiência da FBN;
• > perdas;
• > custo;
• Não aplicar mais do que 20 kg de N/ha.
56. Adubação nitrogenada
• Fontes de N:
• Uréia (45% de N);
• Sulfato de amônio (20% de N e 22% de enxofre – S);
• Nitrato de potássio (12% de N e 44% de K2O);
• Fosfato monoamônico ou MAP (11% de N e 48% de P2O5);
• Fosfato diamônico ou DAP (17% de N e 45% de P2O5).
58. Tomada de decisão
adequado ou alto: adubação de manutenção de 45 a 60 kg ha
de P2O5 no sulco de semeadura ou lanço em superfície antes
da semeadura.
Fonte: Embrapa, 2016.
59. Tomada de decisão
• Fontes minerais de fósforo:
• MAP (11% de N e 48% de P2O5);
• DAP (17% de N e 45% de P2O5);
• Super simples (18% de P2O5, 16% de Ca e 10% de S);
• Super triplo (41% de P2O5 e 10% de Ca);
• Termofosfato magnesiano (17 % de P2O5, 4% de Mg, 16% de
Ca e 8% de SiO4).
65. Tomada de decisão
• Níveis médios a baixos - correção da seguinte forma:
- Em áreas de abertura: aplicar a lanço e incorporar com a
última grade niveladora até 8-10 cm juntamente com a
fosfatagem;
- Nas áreas em cultivo sob plantio direto: aplicar a lanço ou,
com semeadora no espaçamento de 17 a 20 cm e
profundidade de 2-3 cm.
66. Tomada de decisão
• Fontes minerais de potássio:
• Cloreto de potássio (50% de K2O);
• Nitrato de potássio (12% de N e 44% de K2O).
69. Tomada de decisão
• Análise de solo - 0 a 20 cm e 20 a 40 cm, devido à mobilidade
deste nutriente no solo e acúmulo na camada de 20 a 40 cm;
• Fontes: gesso agrícola (15 a 18% de S), super simples (10% S),
enxofre elementar pó (95% S), enxofre elementar granulado
(90% S), o enxofre elementar peletizado (90% S).
71. Adubação com micronutrientes
• Aplicar: a lanço quando dose total, no sulco de semeadura –
1/3 da dose recomendada por 3 anos consecutivos;
• Efeito residual –5 anos.
• Dificuldade de aplicação devido pequena quantidade:
- Formulações NPK com micronutrientes;
- FTE–adubo exclusivo de micronutrientes;
- Aplicação via semente;
- Aplicação via foliar.
72. Via semente: 2 a 3 g de Co/ha e 12 a 25 g de Mo/ha;
Via foliar:
-2 a 3 g de Co/ha e 12 a 25 g de Mo/ha;
-Aplicar antes do florescimento (V3 –V5);
-350 g de Mn/ha (1,5 kg de MnSO4) diluído em 200 litros de
água com 0,5% de uréia;
-Aplicar nos estádios iniciais da cultura –até R1.
O crescimento e o desenvolvimento das plantas dependem, de um fluxo contínuo de sais minerais; desempenham as principais funções metabólicas das células.
Os nutrientes são adquiridos primariamente na forma de íons inorgânicos e entram na biosfera predominantemente através do sistema radicular da planta.
A exigência varia em função do elemento, mas em geral são exigidos em quantidades superiores às dos micronutrientes.
Excreção de compostos orgânicos redutores. Por exemplo, os íons Fe3+ e Mn3+ são reduzidos para as formas Fe2+ e Mn3+; que são disponíveis às plantas;
Fluxo de massa**
É componente de ácidos nucleicos, enzimas, coenzimas e vitaminas.
O teor de P da solução do solo é muito baixo e está em equilíbrio com o P da fase sólida.
O P-lábil é aquele que está adsorvido aos coloides minerais e orgânicos do solo, mas em equilíbrio com o P da solução do solo, podendo ser considerado como disponível às plantas.
O P-não lábil é o P precipitado em compostos insolúveis com o Ca, Fe e Al ou adsorvido em sítios de elevada energia e, deste modo, o seu aproveitamento pelas plantas é incerto.
Atp fundamental no processo de fotossíntese
proporciona maior uniformidade na maturação dos grãos e reduz a incidência de grãos defeituosos.
K trocável (K adsorvido aos coloides minerais e orgânicos)
Atp fundamental no processo de fotossintese
K trocável (K adsorvido aos coloides minerais e orgânicos)
Atp fundamental no processo de fotossintese
Atp fundamental no processo de fotossintese
Atp fundamental no processo de fotossintese
Atp fundamental no processo de fotossíntese
melhora a absorção do P dos solos, atua na síntese de proteínas, transferência de energia aos aminoácidos.
Nas últimas décadas, houve aumento na incidência da deficiência de S na soja devido à utilização de fertilizantes com alta concentração de N, P e K e baixos teores de S.
A maior parte do S nos solos está na forma orgânica (60 a 90% do S total) - sulfato (SO42-), forma prontamente disponível às plantas;