1) A técnica do inseto estéril (TIE) foi desenvolvida na década de 1930 e aplicada com sucesso para controlar moscas-das-frutas em diversas regiões do mundo. 2) No Brasil, os primeiros testes da TIE ocorreram na década de 1970 e, atualmente, a empresa Moscamed Brasil aplica a técnica para controlar a mosca-das-frutas Ceratitis capitata no Vale do São Francisco. 3) A TIE envolve a liberação massiva de machos estéreis da praga para
Revisão ENEM ensino médio 2024 para o terceiro ano
Técnica do Inseto Estéril para o controle de moscas-das-frutas
1. Técnica do Inseto Estéril
A Experiência da Moscamed Brasil
Jair Fernandes Virginio
Diretor Presidente
Moscamed Brasil
2. Antecedentes
• Na década de 30 os
problemas com a
Cochliomyia hominivorax
motivaram os estudos e a
busca de soluções com a TIE,
por E.F. Knipling;
Foto: USDA
3. Antecedentes
• Em 1955, a C. hominivorax foi erradicada da
Ilha Curaçao, na costa Venezuelana;
• Em 1960, teve início ações com Ceratitis
capitata, com a supressão de 31 milhas
quadradas, em área não isolada no Hawaí.
4. Antecedentes
• Na década de 70 a TIE
chega ao Brasil, e os
primeiros testes em
escala laboratorial são
conduzidos pelo
Centro de Energia
Nuclear na Agricultura
– CENA/USP;
O pesquisador Julio Marcos Melges
Walder, do Cena/USP, com um irradiador
usado nos experimentos. CRÉDITO:
CENA/USP/DIVULGAÇÃO
5. Antecedentes
• Em 2005, a Biofábrica Moscamed Brasil
começa testes de campo no Vale do São
Francisco com machos estéreis da Argentina;
6. Antecedentes
• Em 2006, com a inauguração da BMB e com o
apoio do MAPA e da FINEP, inicia-se a
produção local do macho estéril de Ceratitis
capitata.
7. Métodos de Controle
Controle Mecânico e Cultural;
Controle Biológico;
Controle Químico;
Controle Legal (Tratamentos Quarentenários);
Controle Genético ou Autocida (Técnica do Inseto
Estéril)
8. Pomareas Infestados em Áreas Adjacentes
Outros
Hospedeiros
Comerciais
Pomares comerciais
Pomares
Abandonados
Hospedeiros
Silvestres
Hospedeiros
de fundo de
Quintal
12. Pomares Infestados em Áreas Adjacentes
Outros
Hospedeiros
Comerciais
Pomares comerciais
Pomares
Abandonados
Hospedeiros
Silvestres
Hospedeiros
de fundo de
Quintal
13. Hospedeiros
Silvestres
X
X
X X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X X
X
Outros
campos de
produção
Hospedeiros
de fundo de
Quintal
Pomares comerciais
XXX X
XX
X
X
X
X
X
X
Controle de Pragas no Conceito de Insetos Estéreis
(Controle Total da População)
Pomares
abandonados
14. Controle alcançado em área-ampla
Outros
Hospedeiros
Comerciais
Pomares comerciais
Pomares
Abandonados
Hospedeiros
Silvestres
Hospedeiros
de fundo de
Quintal
15. A Técnica do Inseto Estéril -TIE
Controle autocida ou genético, onde a
praga é empregada para seu próprio
controle;
Consiste na liberação de grande número
de machos estéreis no ambiente para
cruzar com fêmeas férteis selvagens da
mesma espécie.
16. A Técnica do Inseto Estéril -TIE
=
+
estéril selvagem Geração inviável
17. Aplicação da TIE em Insetos:
Reprodução sexuada;
Possibilidade de cria massal;
Espécie em que a fêmea não acasale
frequentemente;
Boa capacidade de se dispersar no
campo.
18. Tendência de uma população
de insetos submetidos a
liberação do inseto estéril
Geração População
Selvagem
População
Estéril
Proporção
Estéril/
Selvagem
Insetos
Reproduzindo
Progênie
Esperada
(5 X)
P 1.000.000 9.000.000 9:1 100.000 500.000
F1 500.000 9.000.000 18:1 26.316 131.579
F2 131.579 9.000.000 68:1 1.907 9.535
F3 9.535 9.000.000 942:1 10 50
F4 50 9.000.000 180.000:1 0 0
20. Ambientalmente segura;
Especificidade: dirigida a uma única
espécie (não produz efeito em organismos
benéficos);
Compatível com outros métodos de
controle.
Vantagens da TIE
21. Atua em baixa densidade populacional da
praga;
Efetivo em controle de área-ampla;
Mais econômico;
TIE + CB = 2,16 dólares/ha e
Convencional = 30,80 dólares/ha (Knipling, 1992).
Vantagens da TIE
22. Alto custo inicial (planta);
Treinamento de alto nível ao pessoal de
produção e liberação.
Desvantagens da TIE
23. 1. Prevenção e exclusão:
• barreira biológica: manter o status de área-livre
• evitar o estabelecimento de invasão em área de risco
2. Controle/Supresão:
• áreas de baixa prevalência
3. Erradicação:
• áreas-livres
Emprego da TIE
24. Exemplos de TIE
Mosca da bicheira (C. Hominivorax)
Mosca tsé-tsé (
Complexo Moscas das frutas (Anatrepha spp e
Ceratitis capitata)
Lagarta da maçã (Cydia pomonella)
Mosquito da dengue (Aedes aegypt) .
25. Principais Gêneros de Moscas-das-Frutas de
Importância Econômica e Quarentenária no
Brasil
Ceratitis capitata Wied A. fracterculus Wied.
A. oblicua Macquart
A. grandis Macquart
Bactrocera carambolae Drew & Hancock
26. Biofábrica Moscamed Brasil
92 % das exportações de manga brasileira;
98 % das exportações de uva do Brasil;
Mais de 1 bilhão de Reais investidos pelo
setor privado com a implantação de
culturas irrigadas;
O que está em jogo no Vale do
São Francisco APF
27. Biofábrica Moscamed Brasil
Uma das poucas áreas no Brasil para a
expansão da citricultura, isenta das
doenças que mais ocorrem (greening, cvc,
cancro citrico,etc);
Petrolina é maior município produtor de
frutas do País e Juazeiro-BA ocupa a
terceira posição.
O que está em jogo no Vale do
São Francisco APF
28. Biofábrica Moscamed Brasil
Vale do São Francisco
Uma nova “latitude” para o vinho
Lagoa
Grande
(PE)
Casa
Nova (BA)
•Produção de vinhos
jovens de qualidade a 8
graus de latitude Sul;
•Produção anual media: 7
milhões de litros (15% da
produção brasileira);
•Crecimento estimado:
producção anual de 20
milhões de litros/ano em
10 anos;
•Uma das atividades com
maior potencial para a
geração de emprego e
renda na região.
29. Biofábrica Moscamed Brasil
Quando o preço da manga in natura sofre
baixa, não cobrindo algumas vezes sequer os
custos de produção , os produtores com
estrutura frágil de comercialização,
abandonam os frutos nos pomares, resultando
no incremento dos níveis de infestação da
praga.
Estima-se que a área não colhida seja de 20%
da área total, com perdas de aproximadamente
75.000 toneladas de manga por safra, cujo
valor é estimado de US$ 14 milhões.
Perdas da cultura da Mangueira
31. Mosca-das-frutas “Moscamed”
É considerada uma das principais pragas
que afetam a fruticultura mundial;
Causam danos diretos ao fruto;
Grandes perdas econômicas;
O dano indireto é a restrição para as
exportações, com práticas quarentenárias
exigidas, elevando os custos de produção.
32. O Uso da TIE no controle da Moscamed
• Técnica do Inseto Estéril Clássica
• Técnica do Inseto Estéril RIDL
34. Linhagem Genéticamente ligada ao Sexo
para Moscamed
Linhagem Vienna 8 tsl
Fêmea sensível a temperatura
(fase de ovo T= 34º C)
Pupa marrom
(macho)
Pupa Branca
(fêmea)
35. Liberação de Machos
Fêmeas, ainda que estéreis, são indesejáveis porque danificam
o fruto com a punctura;
Acasalamentos dos machos estéreis no campo ocorrem apenas
com fêmeas selvagens;
Só o agente ativo é criado, manuseado, transportado e liberado
no campo;
economia de recursos ao eliminar a produção de fêmeas.
53. RIDL® (Release of Insects carrying a
Dominant Lethal gene)
• Tecnologia de controle de insetos
inovadora e não-prejudicial ao
meio ambiente
• Melhoramento Genético da TIE
(SIT em inglês)
• Alvos - pragas agrícolas e
vetores de doenças
Macho de C. capitata
Mosquito Tigre Asíático
59. TIE mais efetivo, mais disponível e aplicável a um amplo
número de insetos
RIDL - Melhoramento Genético da
Técnica do Inseto Estéril
• Esterilização genética – não mais irradiação
• Marcador genético - monitoramento
• Sexismo genético - só machos liberados
• Segurança
60. Considerações sobre o inseto
“estéril” RIDL SIT
• Não há risco dos genes das linhagens de C.
Capitata serem transferidos ou disseminados para
outras espécies de insetos ou animais no ambiente
selvagem;
• Os transgenes não serão fixados na população;
• Não haverá impacto ecológico ao meio ambiente
ou ao ser humano. C. Capitata é exótica.
61. Considerações sobre o inseto
“estéril” RIDL SIT
• Os machos somente cruzam com fêmeas da
mesma espécie, portanto, não há efeitos
negativos a outros insetos e outros animais;
• Os insetos liberados são machos e, portanto,
não causam danos aos frutos e não transmitem
patógenos.
65. Desafios para TIE no Brasil
TIE para novas espécies: agricultura, pecuária e
saúde humana;
Ampliar o uso da TIE no MIP;
Reduzir o uso de agroquímicos;
Segurança Alimentar, via a redução do LMR nas
frutas exportadas.