1. Geotecnia
Lisângela Kati do Nascimento
Vitor Vieira Vasconcelos
Disciplina de Estudos do Meio Físico
Universidade Federal do ABC
São Bernardo do campo-SP
Março de 2023
2. Conteúdo
●
Avaliação de Risco
●
Tipos de desastres
●
Estabilidade de encostas
●
Tipos de escorregamento de massa
●
Gestão de riscos de desastres
geotécnicos
3. Textos de referência
Leitura base:
FORNASARI FILHO, N., FARIA, M. S.C. Relevo e
Dinâmica Superficial. Em: Geologia de Engenharia e
Ambiental. ABGE, v.2, 2019.
MACEDO, E.S., MIRANDOLA, F.A. Gestão de Riscos
Geológicos. Em: Geologia de Engenharia e Ambiental.
ABGE, v. 3, 2019.
Leitura recomendada (opcional)
CARVALHO, E. T. et al. Gestão municipal. Em: Geologia
de Engenharia e Ambiental. ABGE, v.2, 2019.
4. Ameaça (Hazard)
Ameaça (Hazard)
§ Processo, fenômeno ou atividade com potencial de
causar danos -> ameaça
§ Infortunadamente traduzido como Perigo
(que mais propriamente é “Danger”)
§ Podem ser de origem humana, natural ou combinada
§ Um dano é a realização concreta de uma ameaça
§ Exemplos de “Ameaças”
• Tempestades, inundações, acidentes tecnológicos, movimentos
de massa
§ Exemplos de Danos
• Mortes, ferimentos, impactos na saúde, prejuízos sociais,
prejuízos em propriedades, desequilíbrio econômico,
degradação ambiental
UNISDR, 2017. Terminology: Basic terms of disaster risk reduction. Available at:
https://www.unisdr.org/we/inform/terminology
5. RISCO = PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA
X MAGNITUDE DO IMPACTO
X VULNERABILIDADE
Vulnerabilidade: grau em que um sistema está susceptível a
sofrer danos
Exemplo: comunidades mais pobres têm menos acesso a serviços
de saúde, menos educação formal, e possuem residências menos
resistentes.
Lei, Y., Yue, Y., Zhou, H., & Yin, W. (2014). Rethinking the relationships of vulnerability, resilience, and adaptation from a disaster risk
perspective. Natural hazards, 70(1), 609-627.
Proag, Virendra. The concept of vulnerability and resilience. Procedia Economics and Finance, v. 18, p. 369-376, 2014.
6. Desastre
Materialização de uma ameaça, que
ultrapassa a capacidade da comunidade
em lidar com os danos.
Exemplo:
Município decreta calamidade pública,
buscando apoio do governo federal
UN General Assembly: Report of the open-ended intergovernmental expert working group on
indicators and terminology relating to disaster risk reduction. 2016. Disponível em:
https://www.preventionweb.net/files/50683_oiewgreportenglish.pdf
7. Construção Social do Risco
•Discursos sobre causalidade
oCausalidade acidental
§ Os eventos são uma fatalidade causada pela natureza
oCausalidade por “ignorância”
§ Formulada por autoridades públicas
§ Foco em ocupações em áreas propensas a desastres, sem
a compreensão do morador
oCausalidade por descuido ou negligência
§ A causa dos desastres é por falhas na administração
pública e falta de infraestrutura de engenharia
oCausalidade estrutural
§ Fatores sociais (como pobreza e analfabetismo) criam
vulnerabilidade aos desastres
§ Foco em políticas sociais de empoderamento popular
ARAGÓN-DURAND, Fernando. A gestão do risco de inundação e os desafios da adaptação urbana a mudanças climáticas discursos e
respostas institucionais. In: NÚNEZ, X.; RAMOS, G; SPRING, Ú. México ante la urgencia climática: ciencia, política y sociedad.
México: Colección Alternativas, 2015. p. 139-161.
8. Conteúdo
●
Avaliação de Risco
●
Tipos de desastres
●
Estabilidade de encostas
●
Tipos de escorregamento de massa
●
Gestão de riscos de desastres
geotécnicos
10. Desastres no mundo
(média anual de 2001 a 2022)
CRED. 2022 Disasters in numbers. Brussels: CRED; 2023.https://cred.be/sites/default/files/2022_EMDAT_report.pdf
11. Pessoas afetadas
(bilhões de pessoas)
(média anual de 2001 a 2022)
CRED. 2022 Disasters in numbers. Brussels: CRED; 2023.https://cred.be/sites/default/files/2022_EMDAT_report.pdf
12. Mortes
(média anual de 2001 a 2022)
CRED. 2022 Disasters in numbers. Brussels: CRED; 2023.https://cred.be/sites/default/files/2022_EMDAT_report.pdf
13. Prejuízo econômico
(bilhões de dólares)
(média anual de 2001 a 2021)
CRED. 2022 Disasters in numbers. Brussels: CRED; 2023.https://cred.be/sites/default/files/2022_EMDAT_report.pdf
14. Danos (R$) causados por desastres climatológicos,
hidrológicos e meteorológicos no Brasil de 1995 a 2019
CEPED/UFSC. Relatório de danos materiais e prejuízos decorrentes de desastres naturais no Brasil: 1995 –
2019. 2. ed., Florianópolis: FAPEU, 2020. https://ftp.ceped.ufsc.br/danos_e_prejuizos_versao_em_revisao.pdf
15. Desastres no Brasil
●
Secas
– Maior número de registros,
– Maior número de pessoas afetadas
– Maior dano econômico
●
Hidrogeodinâmicos
– Chuvas gerando inundações e deslizamentos
– Segundo maior número de registros, pessoas afetadas e
dano econômico
– Maior risco de perda de vidas humanas
CEPED/UFSC. Relatório de danos materiais e prejuízos decorrentes de desastres naturais
no Brasil: 1995 – 2019. 2. ed., Florianópolis: FAPEU, 2020. Disponível em:
https://ftp.ceped.ufsc.br/danos_e_prejuizos_versao_em_revisao.pdf
Salvador, Mozart de Araújo. Danos sociais e econômicos decorrentes de desastres naturais
em consequência de fenômenos meteorológicos no Brasil: 2010 – 2019. INMET. Disponível
em: https://portal.inmet.gov.br/uploads/publicacoesDigitais/impactos-clima-2010-20192.pdf
16. GU, D. et al. Risks of exposure and vulnerability to natural disasters at the city level: A
global overview. UN.Population Division Technical Paper, n. 2015/2, 2015.
Risco a Secas
Decis de Ameaça
Sem ameaça
1º-4º decil
5º-7º decil
8º – 10º decil
População
300-500 mil
500-1000 mil
1-5 milhões
5-10 milhões
10 milhões ou mais
Risco a Enchentes
19. NOAA. Tsunami sources. 2017.
Tsunamis
Mortes
> 1001
101 a 1000
51 e 100
1 a 50
Sem mortes
20. Conteúdo
●
Avaliação de Risco
●
Tipos de desastres
●
Estabilidade de encostas
●
Tipos de escorregamento de massa
●
Gestão de riscos de desastres
geotécnicos
21. GROTZINGER, John; JORDAN, Tom. Para Entender a Terra. Bookman Editora, 2013.
O movimento de massa depende da:
●
natureza do material
●
quantidade de água
●
declividade da encosta
24. Atuação do Instituto Geológico na prevenção de desastres naturais. Maria José Brollo (Instituto Geológico),
2012. https://www.slideshare.net/mjbrollo/atuao-do-instituto-geolgico-na-preveno-de-desastres-naturais
25. Colapso de solos
Atuação do Instituto Geológico na prevenção de desastres naturais. Maria José Brollo (Instituto Geológico),
2012. https://www.slideshare.net/mjbrollo/atuao-do-instituto-geolgico-na-preveno-de-desastres-naturais
30. Hutchinson J. N.. Keynote paper: Landslide hazard assessment. 1995, 3, Proc. 6th Int. Symp.
Landslides, Chistchurch, Balkema, Rotterdam, 1805–1841
Deslizamentos em relação ao déficit de umidade do solo (SMD)
em Southend-on-Sea, Londres, Inglaterra, 1967-1976
Déficit
de
umidade
do
solo
(mm)
Deslizamentos
por
mês
Anos
31. Estágios dos movimentos de massa
Leroueil, S. "Natural slopes and cuts: movement and failure mechanisms." Géotechnique 51.3 (2001): 197-243.
32. Deslizamento rotacional comfluxo
de detritos emLa Conchita
(Califórnia, USA)
em1995 (12 casas)
comreativação em2005
(15 casas, 10 mortos).
Regmi, N. et al. Hazardousnesss of a place. In: Bobrowsky, P. T. Encyclopedia of Natural
Hazards. Springer. 2013.
ABBOTT, Patrick L. Natural Disasters, 10e. 2017. McGraw Hill
1995 2005
33. IRAWAN, A. M. et al. Rainfall threshold and soil moisture indexes for the initiation of landslide in Banjarmangu sub-district,
central Java, Indonesia. In: IOP conference series: earth and environmental science. IOP Publishing, 2019. p. 012028.
Limiares de precipitação para
movimentos de massa
Deslizamentos
Limiar
Intensidade
média
da
chuva,
em
mm/h
Duração da chuva, em horas
34. Limiares de precipitação para
movimentos de massa
Deslizamentos superficiais Deslizamentos profundos
BERTI, M. et al. Probabilistic rainfall thresholds for landslide occurrence using a Bayesian
approach. Journal of Geophysical Research: Earth Surface, v. 117, n. F4, 2012.
Deslizamento
Sem deslizamento
Intensidade
da
chuva
Intensidade
da
chuva
Duração da chuva Duração da chuva
35. Deslizamentos e critérios de decisão com base na
intensidade de chuvas no Rio de Janeiro
d'Orsi R., d'Avila C., Ortigao J. A. R., Dias A., Moraes L., Santos M. D.. Rio-Watch: the Rio de Janeiro
landslide watch system. 1997, 1, Proc. 2nd Pan-American Symp. Landslides, Rio de Janeiro, 21–30.
Chuva
diária
(mm/24h)
Chuva acumulada em 96 horas (mm/96h)
Nível de escorregamento
Sem deslizamento
Com deslizamento
Nivel de decisão
75% do nível de escorregamento
36. Conteúdo
●
Avaliação de Risco
●
Tipos de desastres
●
Estabilidade de encostas
●
Tipos de escorregamento de
massa
●
Gestão de riscos de desastres
geotécnicos
39. Rastejamento
Thompson e Turk, 2007. Earth Science and the Environment
REYNOLDS, Stephen. Exploring physical geography. McGraw-Hill US Higher Ed USE, 2019.
Colorado Springs, CO
40. Entortamento de troncos como histórico de rastejamento
Migón, Piotr. Creep. In: Bobrowsky, P. T. Encyclopedia of Natural Hazards. Springer. 2013.
43. Fluxo de lama em Caraballeda
(Venezuela) em 1999
Carlos Uchôa. 2019. facebook.com/uchoamaster
44. Escorregamento
rotacional
GROTZINGER, John; JORDAN, Tom. Para Entender a Terra.
Bookman Editora, 2013.
CHRISTOPHERSON, R.; BIRKELAND, G.H.
Geosystems: An Introduction to Physical Geography,
10th ed. 2018
https://www3.nd.edu/~cneal/planetearth/Chapt-16-Marshak.pdf
The Oso landslide and North Fork of
the Stillaguamish River valley.
45. Leroueil, S. "Natural slopes and cuts: movement and failure mechanisms." Géotechnique 51.3 (2001): 197-243.
46. ABBOTT, Patrick L. Natural
Disasters, 10e. 2017. McGraw Hill
FORNASARI FILHO, N., FARIA,
M. S.C. Relevo e Dinâmica
Superficial. Em: Geologia de
Engenharia e Ambiental. ABGE,
v.2, 2019.
48. Área susceptível a deslizamento planar em
Wyoming, USA
PETERSEN, James; SACK, Dorothy; GABLER, Robert E.
Fundamentals of physical geography. Cengage Learning, 2014.
49. Atuação do Instituto Geológico na prevenção de desastres naturais. Maria José Brollo (Instituto Geológico),
2012. https://www.slideshare.net/mjbrollo/atuao-do-instituto-geolgico-na-preveno-de-desastres-naturais
50. Taiwan, 26 de janeiro de 2010
Petley, D. The mechanism of the Highway 3 landslide in Taiwan AGU: The Landslide Blog. April 26, 2010
51. Giletycz, S.J., Chang, C.P. and Huang, C.C., 2012. Geological structure as a crucial factor
facilitating the occurrence of typhoon-triggered landslides: Case from Hsiaolin Village, 2009
Typhoon Morakot. West. Pac. Earth Sci, 12(1), pp.21-38.
Ângulo crítico de
declividade
Escorregmento
em cunha
52. Atuação do Instituto Geológico na prevenção de desastres naturais. Maria José Brollo (Instituto Geológico),
2012. https://www.slideshare.net/mjbrollo/atuao-do-instituto-geolgico-na-preveno-de-desastres-naturais
53. Marinho, Felipe, 2020. Estabilidade de taludes: deslizamentos de terra.
https://www.guiadaengenharia.com/estabilidade-taludes-deslizamentos/
56. Intemperismo esferoidal e
rolamento de boulderes
Husein, S.; Novian, M. I. Guide Book of Geological Excursion - Bayat, Central Java - October 2014.
57. CHIGIRA, Masahiro et al. Landslides in weathered granitic rocks in Japan and Malaysia. 2011.
Intemperismo esferoidal e
rolamento de boulderes
58. Evolução de boulder em subsuperfície no Paraná.
Foto: Pedro Hauck. https://altamontanha.com/origens-e-evoluao-da-serra-do-mar/
60. Atuação do Instituto Geológico na prevenção de desastres naturais. Maria José Brollo (Instituto Geológico),
2012. https://www.slideshare.net/mjbrollo/atuao-do-instituto-geolgico-na-preveno-de-desastres-naturais
61. Atuação do Instituto Geológico na prevenção de desastres naturais. Maria José Brollo (Instituto Geológico),
2012. https://www.slideshare.net/mjbrollo/atuao-do-instituto-geolgico-na-preveno-de-desastres-naturais
62. Atuação do Instituto Geológico na prevenção de desastres naturais. Maria José Brollo (Instituto Geológico),
2012. https://www.slideshare.net/mjbrollo/atuao-do-instituto-geolgico-na-preveno-de-desastres-naturais
63. Conteúdo
●
Avaliação de Risco
●
Tipos de desastres
●
Estabilidade de encostas
●
Tipos de escorregamento de massa
●
Gestão de riscos de desastres
geotécnicos
64. BRILHANTE, O.M.; CALDAS, L.Q.A. Gestão e avaliação de risco em saúde ambiental. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2002.
Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental [CETESB]. Procedimento para utilização de resíduos em fornos de produção de cliquer. São Paulo:
Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Janeiro. 1998.
Gestão de riscos
Avaliação Gerenciamento Comunicação e
educação
Identificação de ameaças
(probabilidade)
Magnitude do Impacto
Exposição
Medidas
de redução
de risco
Caracterização do risco
Vulnerabilidade
Planejamento
de ações
Implementação
das ações
Reavaliação
dos resultados
Planejamento
de estratégias
Execução
Treinamento e
capacitação
Reavaliação
dos resultados
65. Medidas de redução de risco
Medidas de redução de risco
Duras (hard)
Obras de engenharia
Macias (soft)
DU, Shiqiang et al. Hard or soft flood adaptation? Advantages of a hybrid strategy for
Shanghai. Global Environmental Change, v. 61, p. 102037, 2020.
66. Medidas de redução de risco
Medidas de redução de risco
Duras (hard)
Obras de engenharia
§ Contenção / armazenagem
§ Isolamento
§ Transferência / drenagem
§ Remoção
Macias (soft)
§ Sistemas de monitoramento
e alerta
§ Educação / comunicação
§ Capacitação
§ Gestão / planejamento
§ Melhor custo/benefício
DU, Shiqiang et al. Hard or soft flood adaptation? Advantages of a hybrid strategy for
Shanghai. Global Environmental Change, v. 61, p. 102037, 2020.
● Baixos riscos residuais
67. ABBOTT, Patrick L. Natural Disasters, 10e. 2017. McGraw Hill
Como evitar um deslizamento
a) Aliviar a cabeça
b) Fortalecer o corpo
c) Escorar a base
Remover o
solo
Inserir
ancoragens
Adicionar
material Inserir pinos de
cisalhamento
Direção da
massa
Superfície
de
deslizam
ento
potencial
Massa de
resistência
70. Cartas geotécnicas
Susceptibilidade
Escala: 1:25.000
Probabilidade de movimentos de massa e inundações
Aptidão à urbanização
Escala: 1:10.000
Potencialidades, restrições e diretrizes de ocupação
Risco
Escala: 1:2.000
Ameaça e vulnerabilidade de conjuntos de edificações
Indicações de medidas de mitigação
72. Usual (simples)
Com restrições
Inaptas ou
muito complexas
Prioridade para
conservação ambiental
Aptidão à urbanização ou
consolidação urbana
Aptidão à
urbanização
São Bernardo do
Campo
UFABC (2016)
73. Grau de risco
R1 – Baixo ou
inexistente
R2 – Médio
R3 – Alto
R4 – Muito alto
Setores
de Risco
São
Bernardo
do Campo
UFABC (2021)
75. Às vezes é preciso um desastre natural
para revelar um desastre social
Jim Wallis
"What the Waters Have Revealed" by Jim Wallis, www.huffingtonpost.com. September 12, 2005.
Salvador, BA, 2015. Foto: Manu Dias, governo da Bahia/EBC.
https://www.ecodebate.com.br/2020/03/11/deslizamentos-enchentes-mortes-e-o-apartheid-urbano-artigo-de-alvaro-rodrigues-dos-santos/