O documento resume as perspectivas de um tecnófobo sobre o uso de computadores na educação básica. Ele argumenta que (1) crianças e jovens passam muito tempo ouvindo passivamente em salas de aula, ao invés de participar ativamente, e que computadores aumentam ainda mais a abstração; (2) mudanças na educação devem ser humanas, não tecnológicas, e computadores não resolvem os principais problemas; e (3) o papel do professor é essencial e insubstituível, principalmente na educação básica.
Perspectivas tecnófobas sobre computadores na educação básica
1. Perspectivas de um
Tecnófobo sobre o uso
do computador na
Educação básica
ALUNA: RÚBIA GUERRA RESENDE
POSIÇÃO: TECNÓFOBO
2. O sistema educacional de hoje não
condiz com o século XXI
‘’O simples fato de crianças e jovens terem que
sentar durante horas ouvindo o que o professor
diz, sem fazer nada além de pensar,
eventualmente quebrando esse processo ao
escrever em seus cadernos as abstrações e
definições, é absolutamente antinatural para
eles. Observe-se crianças deixando uma escola
típica: muitas vezes observa-se algo como uma
explosão, um corre-corre, um degladiar mútuo.
Isso é uma expressão do fato delas terem ficado
absorvendo durante todo o tempo de aula, e não
terem tido a chance de colocar algo para fora’’
(Setzer, 1998)
3. Computadores não são a solução para
o problema da educação
‘’(...) é necessário mudar radicalmente o
processo educacional, mas essa mudança deve
ser humana, e não tecnológica. É triste ver tanta
esperança posta nos computadores como
salvadores do sistema educacional, quando
vemos que eles representam a continuidade dos
seus principais problemas’’ (Setzer, 1998)
4. Educação básica não condiz com
abstração excessiva
‘’As aulas não são balanceadas em um ritmo de inspiração e de
expiração (...) O que acontece, nesse sentido, com os computadores?
Sendo máquinas abstratas, que apresentam um ambiente virtual, elas
introduzem ainda mais abstração no processo educacional!’’ (Setzer,
1998)
‘’Para se considerar o uso de computadores na educação é
absolutamente necessário ter-se um modelo do desenvolvimento
das crianças e dos jovens (...) De acordo com esse modelo [
modelo estabelecido por Rudolf Steiner ] somente na época do
ensino médio (colegial) a criança está preparada para exercer
pensamentos puramente abstratos, formais, lógico-simbólicos.
Antes disso, esses pensamentos prejudicam o seu
desenvolvimento sadio e equilibrado’’ (Setzer, 1998)
5. Toda criança deve poder ser criança
‘’Finalmente, nossa
preocupação está na
aceleração precoce do
desenvolvimento de uma
criança ou jovem (...)
Devemos esperar até que o
jovem tenha desenvolvido
suas habilidades e
capacidades mentais para
forçar as abstrações e o auto-
controle requeridos por
qualquer uso de
computadores’’ (Setzer, 1998)
‘’(...)apenas preservando-
se a sua infância e
juventude deliciosa,
simples, ingênua e semi-
consciente podemos
educar futuros adultos
equilibrados, criativos,
socialmente integrados e
com atuação positiva’’
(Setzer, 1998)
6. Ambientes virtuais: Notados mais pelo
design do que pelo conteúdo
Quanto ao caráter atrativo dos computadores nas escolas e supõe-se que
principalmente na Educação Básica (devido a faixa etária média de seus
componentes), a estética de tal ambiente se mostra muitas vezes o fator que chama
a atenção do público mirim, ao invés de serem as atividades educacionais propostas.
Assim, torna-se questionável, então, o quão eficaz são os computadores para alunos
da Educação Básica no que diz respeito à contribuição para o conhecimento dos
mesmos.
‘’(...)quando usado com programas "educativos", o que atrai a
criança ou adolescente não é a beleza ou interesse do conteúdo
sendo aprendido, mas esses efeitos cosmético e de video-game.
Pode-se objetar que um professor humano também tenta
apresentar cada assunto de uma maneira fascinante’’ (Setzer, 1998)
7. Cada aluno tem sua
peculiaridade e modo de
aprendizado, sendo assim é
praticamente impossível que
um computador apresente
tarefas, matérias e exercícios
que sejam dominados por
todos os alunos, sem se
fazer necessária a
intervenção de um professor.
Um computador não considera as
individualidades de quem o manuseia
8. ‘’Um software educacional
não tem a possibilidade
de ‘saber’ ou de deduzir
qual o contexto de cada
estudante, o que foi
aprendido na semana ou
mesmo no ano anterior, o
que está acontecendo no
ambiente próximo e a o
redor do mundo, etc.’’
(Setzer, 1998)
9. O papel essencial e insubstituível do
Professor no processo educacional
‘’O professor é que precisa de estar atento às
diversas propostas para utilização do computador.
Eventualmente, criticar ou rejeitar aquelas que
pareçam contraproducentes, Será bom insistir no
facto de que é o professor o eixo da Educação, é o
professor que pode avaliar a forma como trabalhar
com uma turma, o ritmo a impor, as revisões a fazer,
os meios auxiliares a recorrer. O computador é um
destes meios e não o centro do processo. Mas, se o
professor desconhece a máquina, corre o risco de
oscilar entre uma admiração beata e uma rejeição
irracional.’’ (Alves, 1987)
10. O Professor tem papel humanitário principalmente na
Educação Básica, sendo parte das suas funções essenciais
irrealizáveis por uma máquina.
EXEMPLO: O aluno como indivíduo e ser social só é formado
a partir da interação com o outro (interação essa que ocorre
grande parte no ambiente escolar, principalmente no Ensino
básico, seja com o professor ou com os demais alunos)