O documento discute os riscos do uso excessivo de computadores na educação escolar. Alega que as crianças ficam mais interessadas nos aspectos lúdicos dos computadores do que no conteúdo educacional. Isso pode prejudicar o desenvolvimento da criatividade e das habilidades sociais das crianças. O documento defende que a educação deve ser mais humana e menos digital, com menos ênfase no uso de computadores em sala de aula.
1. PEDRO IVO GAUDÊNCIO DE OLIVEIRA
FILOSOFIA
TECNÓFOBO, POR UMA EDUCAÇÃO MAIS HUMANA E MENOS DIGITAL
2. “... o professor deveria ser advertido de que não é justo descriminar
estudantes que não podem ter acesso a um computador. Além disso,
se um pai considera que sua criança não deveria usar
computadores...”
Qual seria o papel do professor nos dias de hoje? Além de
repassarem conhecimento, deveriam repassar valores
éticos e apresentar formas que estimulem o apetite dos
jovens a descobrirem coisas novas e assim interagirem
como seres humanos ditos normais, pois naturalmente
somos seres comunitários que necessitam de contato.
A argumentação acima esclarece em parte a
necessidade de um bom senso de um professor em sua
jornada educacional, este deve levar em conta não somente
os supostos benefícios de uma inclusão dos computadores
na escola, mas a real situação social em que a escola e
seus alunos estão inseridos. Antes de se preocupar em ter
computadores à revelia, o educador deveria se preocupar
em conhecer os alunos, para que não vá na contramão de
sua finalidade como educador.
3. “Uma das razões de computadores parecerem excelentes ferramentas
para aprendizado é a atração que eles exercem em crianças e
adolescentes. Mas se formos a fundo nesse fenômeno, é possível
detectar que essa atração é devida a duas razões principais: o que
chamamos de efeitos "cosmético" e de "joguinho eletrônico“.”
Uma das grandes dificuldades que um professor tem
dentro de sala de aula é a de conseguir a atenção
dos alunos para a matéria a ser lecionada. Embora
os alunos pareçam interessados em uma aula virtual,
na verdade estão mais interessados na
movimentação de cenas e no ambiente prazeroso
que o leva a simplesmente se desligar do que é
realmente proposto. Um exemplo prático e simples é
o da tv, os alunos entram neste estágio de só
observar o novo programa sem absorver nenhum
conhecimento. Para eles as aulas são como um novo
seriado e só comentam as cenas deste seriado e não
o conteúdo.
4. É absolutamente anti-natural para uma criança sentar numa cadeira por
longos períodos de tempo, se a criança não tem possibilidade de imaginar
ou fantasiar interiormente (o que aconteceria se ela ouvisse um conto de
fadas, por exemplo).
Com tantos vícios assolando o meio social, o do
computador também é um que preocupa de forma
contundente na formação das crianças nesta era
de pós-modernidade. A criança na utilização
frequente de computadores para fazer atividades
que deveriam ser lúdicas e não preparadas como
apresentadas pelos programas, deixam de
desenvolver uma capacidade criativa, os
computadores se introduzidos em grande massa
nas escolas, formará seres humanos dependentes
e incapazes de criar novas formas de se libertarem
do caos cotidiano.
5. “ Em nossa opinião, computadores representam o oposto a um ensino
mais humano. Este último deveria ser feito por gente, e não por
máquinas.”
O aprendizado se dá na interação entre aluno e
professor, é uma via de mão dupla em que o professor
também tem recompensa e é estimulado com o
progresso de seus alunos. O ensino por máquinas retira
a essência básica da educação, a formalizando, destrói
a construção humana e a reduz a meros formalismos
digitais.
6. “Se os computadores podem tornar crianças mais conscientes de
seu próprio processo de pensar, isso significa que essas crianças
são forçadas a se comportarem conscientemente como adultos.
Crianças não deveriam ter o mesmo grau de consciência que
adultos.”
A beleza da juventude é o frescor da ignorância. As
crianças para que tenham uma vida boa (que requer
interação social e uma boa dose de inconseqüência)
necessariamente devem ser crianças, a consciência
de se pensar como adulto gera na criança uma
angústia que beira a patologia, a levando a “travar”
em seu desenvolvimento como ser humano em fato.
7. “De fato a rede Internet traz informações difíceis de obter por
outros meios. Mas as questões fundamentais aqui são: essa
informação é importante e absolutamente essencial? Será que ela
traz algo para o processo de aprendizagem que não pode ser obtido
por outros meios, sem os problemas causados pelo uso de um
computador e da Internet, como já discutimos acima?”
De fato a internet é uma grande fonte de informação
para quem tem maturidade suficiente para utilizá-la.
Os alunos com a utilização da internet
perderam a capacidade de procurarem informações
fora da rede, perdem a capacidade de criação de
textos no que tange à pesquisa, cometendo plágios
visivelmente grotescos. Muitas vezes o foco da
pesquisa se desvia ao longo do processo, muitas
vezes o aluno se “esquece” da proposta da pesquisa
pois sempre terá algo mais interessante na rede.
Destarte em ambiente escolar ela se torna mais
prejudicial que benéfica.
8. CONCLUSÃO
O assunto discutido é amplo e cheio de vertentes que deveriam ser
discutidas e repensadas, mas para que haja uma educação mais humana e
menos digital, deveríamos de certa forma abolir os computadores do ambiente
escolar.
Como demonstrado ao longo desta apresentação, se não houver a
abolição dos computadores, estaremos aleijando nossos alunos no que tange a
criatividade, a interação social e principalmente a capacidade de serem humanos
sadios com a capacidade de desenvolverem empatia e amor próprio.
9. -REFERÊNCIA-
- W.Setzer, Valdemar. UMA REVISÃO DE ARGUMENTOS A FAVOR DO USO DE
COMPUTADORES NA EDUCAÇÃO ELEMENTAR. Depto. de Ciência da Computação,
Instituto de Matemática e Estatística da USP.