O documento discute as principais críticas sobre o uso do computador nas escolas e formas de contorná-las. Apresenta 3 críticas comuns: 1) que o computador não terá grande efeito na educação; 2) que seu efeito pode ser desastroso; e 3) que sua introdução não deve ser prioridade no Brasil. Refuta estas críticas e sugere maneiras de usar computadores positivamente na educação.
2. Principais críticas sobre o uso
do computador nas escolas
1) O computador não terá, realmente, um efeito muito
grande sobre a educação, e que acham, portanto, que a
importância da questão tem sido superdimensionada;
2) O computador poderá, realmente, ter um efeito muito
poderoso sobre a educação, mas que estão receosas de
que esse efeito possa ser desastroso;
3) O computador pode ter efeitos bastante positivos
sobre o processo educacional, mas que acreditam que
sua introdução na educação, neste momento, num país
nas condições em que o Brasil se encontra, não deve ser
prioritárias.
3. Refutações da crítica 1
Segundo Seymour Papert, ao invés de focalizarem
os efeitos culturais mais amplos que o contato com o
computador pode produzir, esses críticos imaginam o
potencial do computador como sendo somente o de uma
máquina de ensinar, que apenas repassa informações,
transmite conhecimentos.
Além disso, Muitas pessoas são relativamente céticas
acerca do potencial educacional do computador, porque pensam
que sua única função pedagógica seria a de ajudar o professor e
ensinar os conteúdos tradicionais do currículo: matemática, física,
biologia etc.
Entretanto, o computador pode e deve ser utilizado
primariamente como a excelente ferramenta de aprendizagem que
é (e não como uma mera máquina de ensinar), ferramenta essa
que pode ser de inestimável valia para ajudar a criança no seu
desenvolvimento intelectual.
4. Refutação da crítica 2
Uma das principais críticas nesse sentido é a de que
o contato constante com o computador poderia levar a
criança a desenvolver formas de pensar "mecanizadas".
Se Marshall McLuhan está certo, quando afirma que "o
meio é a mensagem", dizem os críticos, as crianças poderiam estar
aprendendo, em seu contato com o computador, que pensar _
pensar como o computador "pensa", isto é, de forma
absolutamente precisa, lógica, automatizada.
Ao invés, porém, de ficarmos lamentando os possíveis
efeitos funestos que a presença do computador na educação
poderia, quem sabe, produzir nas crianças, devemos explorar
maneiras de orientar a influência que, nesse caso, o próprio crítico
admite que o computador pode ter sobre a aprendizagem e a forma
de pensar da criança, para direções positivas e desejáveis.
5. Refutações da crítica 3
Nem mesmo o mais ardoroso defensor da
utilização de computadores na educação discorda de que
as necessidades apontadas pelo crítico são de fato
prioritárias (infraestrutura adequada para as escolas,
condições mínimas de saúde, alimentação, habitação,
saneamento etc., para os alunos, melhores salários para
os professores). Porém, essas não são as únicas
prioridades. O que ele afirma é que preparar nossos
alunos adequadamente para viver e atuar
profissionalmente no século XXI também é prioritário.
6. Maneiras de utilizar o
computador na educação
A - Instrução Programada;
B - Simulações e Jogos;
C - Aprendizagem por Descoberta;
D - Pacotes Aplicativos.
A - Instrução Programada
7. Principais dificuldades para
a introdução do
computador na educação
1) Custo do Equipamento (alto valor dos software);
2) Inexistência de Software (dificuldade será a produção de
software educacional de qualidade);
3) Recursos Humanos (o treinamento de, de especialistas nas
várias áreas da educação, para trabalhar conjuntamente com
analistas e programadores, e de especialistas em computação,
para trabalhar conjuntamente com especialistas em educação);
4) Barreiras às Inovações Tecnológicas (escolas, enquanto
instituições sociais, são muito conservadoras, resistindo sempre, às
vezes com vigor, mesmo às mais tímidas tentativas de mudança da
ordem estabelecida);
5) A Falta de Paciência (de pais, de alunos, de professores, de
fabricantes de computadores, de produtores de softwares, da
sociedade em geral).
8. Sugestões para contornar as
dificuldades
1) A dificuldade relativa ao custo do equipamento poderia ser
diminuída através de planos e projetos especiais dos
fabricantes nacionais para a venda de equipamentos para
escolas;
2) através de incentivos às "software-houses" interessadas, de
financiamentos às universidades;
3) oferecer cursos de especialização, aperfeiçoamento,
extensão, com o objetivo de preparar, tão bem quanto possível,
dentro das limitadas possibilidades desses cursos, os
profissionais interdisciplinares de que necessitamos;
4) programas nos meios de comunicação de massa, como os
que já começam a acontecer em nosso meio;
5) É preciso que o governo continue a incentivar a pesquisa
séria nas universidades, em especial o projeto EDUCOM.
9. Informática educativa
A Informática Educativa se caracteriza pelo uso da
informática como suporte ao professor, como um
instrumento a mais em sua sala de aula, no qual o
professor possa utilizar esses recursos colocados a sua
disposição. Nesse nível, o computador é explorado pelo
professor especialista em sua potencialidade e
capacidade, tornando possível simular, praticar ou
vivenciar situações, podendo até sugerir conjecturas
abstratas, fundamentais a compreensão de um
conhecimento ou modelo de conhecimento que se está
construindo. (BORGES, 1999: 136).
10. Mudança da função do
computador
A mudança da função do computador como meio
educacional acontece juntamente com um
questionamento da função da escola e do papel do
professor. A verdadeira função do aparato educacional
não deve ser a de ensinar, mas sim a de criar condições
de aprendizagem. Isso significa que o professor precisa
deixar de ser o repassador de conhecimento – o
computador pode fazer isso e o faz tão eficiente quanto
professor – e passar a ser o criador de ambientes de
aprendizagem e o facilitador do processo de
desenvolvimento intelectual do aluno. (VALENTE, 1993:
06).