O documento argumenta que computadores não devem ser usados no ensino escolar porque eles não podem substituir professores humanos, não promovem interação social e podem levar a comportamentos indesejáveis como indisciplina e falta de empatia. O autor defende que a mudança no sistema educacional deve ser humana, não tecnológica.
1. Graciete Mendes de Sousa
TECNÓFOBO
Computadores representam o oposto a um ensino
mais humano Este último deveria ser feito por
gente, e não por máquinas. As primeiras regras
para um ensino mais humano e humanista é ter
amor e o respeito pelos estudantes. Computadores
não podem fazer isto!
2. Acreditamos que a
escola é o lugar da
interação social, e
não da interação
com máquinas!
O uso cedo demais de computadores
só irá contribuir para criar adultos
insensíveis e amorais, agindo como
maquinas, incapazes de sentir
interesse e compaixão por outras
pessoas e sem responsabilidade de
agir socialmente
3. Computadores são necessários
em outros ambientes, não o
escolar!
• É uma grande falácia que crianças e jovens têm
que aprender a usar computadores agora pois
caso contrário eles ficarão para trás em sua futura
busca por empregos profissionais.
• Computadores estão ficando tão simples de usar
e de aprender que qualquer pessoa será capaz de
fazê-lo bem rapidamente em qualquer idade.
• Cremos que o uso de computadores será parte do
treinamento profissional no local de trabalho,
oferecidos pelas próprias empresas.
4. Os atrativos do computador não
são educacionais!
• Uma das razões de computadores
parecerem excelentes ferramentas para
aprendizado é a atração que eles exercem
em crianças e adolescentes. essa atração
é devida a duas razões principais: o que
chamamos de efeitos "cosmético" e de
"joguinho eletrônico".
5. Computadores induzem a
indisciplina!
• O aluno não precisa prestar atenção, nem mesmo
na ortografia, pois a própria máquina corrigirá
seus erros ortográficos.
• O resultado disso é um convite ao exercício de
indisciplina. De fato, relativamente poucas
pessoas querem ser disciplinadas, e se possível
não se comportam dessa maneira.
• Ninguém esperaria que uma criança exercite o
tipo de autocontrole necessário para usar um
computador de uma maneira adequada (o que
inclui a escolha dos locais - "sites" - adequados da
Web a serem examinados).
6. O computador não pode
substituir o Professor!
• Um software educacional não tem a
possibilidade de "saber" ou de deduzir qual o
contexto de cada estudante, o que foi
aprendido na semana ou mesmo no ano
anterior, o que está acontecendo no
ambiente próximo e a o redor do mundo, etc.
• Um professor sim é capaz de saber o
contexto social de seus alunos e
individualizar esse processo de
aprendizagem.
7. • Qualquer uso de um computador não
apresenta a realidade do professor
humano em frente da classe, esta como
um todo ouvindo um determinado assunto,
tudo altamente contextual e muito pouco
abstrato.
8. A mudança deve ser humana e
não tecnológica!
• Estamos plenamente de acordo que é
necessário mudar radicalmente o
processo educacional, mas essa mudança
deve ser humana, e não tecnológica.
• É triste ver tanta esperança posta nos
computadores como salvadores do
sistema educacional, quando vemos que
eles representam a continuidade dos seus
principais problemas.
9. O ensino ainda passa pela
história!
• Como um problema pode ser resolvido,
criativamente ou rotineiramente, sem que
seja bem estudado. Como é que, sem
estudar o legado dos que nos antecederam,
se pode saber sequer, que existem
problemas e quais.
• Iria mais longe e perguntaria se alguém pode
pensar que uma sociedade tão conformista
como a sociedade atual se vai tornar criativa.
10. Se os seres humanos passarem a dedicar
amor às máquinas poderemos esperar
atitudes sociais terríveis.
Criaremos uma sociedade insociável,
individualista, e muito possivelmente sem
amor ao próximo.
Não é esse o futuro
que queremos, ou
é?