O documento discute os fenômenos do sonambulismo natural e magnético e como eles fornecem evidências da existência e independência da alma. Através do sonambulismo, a alma pode se comunicar com outras almas e espíritos e revelar conhecimentos que vão além de sua experiência corporal. O documento também aborda fenômenos relacionados como o êxtase e a segunda vista.
3. 455 – Os fenômenos do sonambulismo natural se produzem espontaneamente
e são independentes de toda causa exterior conhecida. Todavia, em certas
pessoas dotadas de uma organização especial, eles podem ser provocados
artificialmente pela ação de um agente magnético.
O estado designado sob o nome de sonambulismo magnético não difere do
sonambulismo natural senão porque um é provocado, enquanto o outro é
espontâneo.
O sonambulismo natural é um fato notório que ninguém sonha pôr em dúvida,
malgrado a maravilha dos fenômenos que apresenta. Que tem, pois, de mais
extraordinário, ou de mais irracional, o sonambulismo magnético por ser
produzido artificialmente como tantas outras coisas? Os charlatães, diz-se, o
têm explorado; razão a mais para não deixá-lo em suas mãos. Quando a ciência
tiver se apropriado dele, o charlatanismo terá bem menos crédito sobre as
massas. Todavia, até lá, como o sonambulismo natural ou artificial é um fato, e
contra um fato não existe raciocínio possível, ele se propaga, malgrado a má
vontade de alguns, e isso dentro da própria ciência onde entra por uma
multidão de pequenas portas, em lugar de passar por uma grande. Quando lá
estiver em plenitude, será preciso conceder-lhe direito de cidadania.
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4. Para o espiritismo o sonambulismo é mais que um fenômeno
psicológico, é uma luz derramada sobre a psicologia.
É aí que se pode estudar a alma porque ela se mostra a descoberto. Ora,
um dos fenômenos pelos quais ela se caracteriza é a clarividência
independente dos órgãos ordinários da vista. Os que contestam esse fato
se apoiam em que o sonâmbulo não vê sempre, e à vontade do
experimentador, como com os olhos. Seria de admirar que os meios
sendo diferentes, os efeitos não sejam mais os mesmos? É racional exigir
efeitos idênticos, quando o instrumento não existe mais? A alma tem
suas propriedades como o olho tem as suas; é necessário julgá-las por
elas mesmas e não por analogia.
A causa da clarividência do sonâmbulo magnético e do sonâmbulo
natural é identicamente a mesma: é um atributo da alma, uma
faculdade inerente a todas as partes do ser incorpóreo que está em nós
e que não tem limites senão aqueles assinalados à própria alma. Ele vê
por toda parte onde sua alma pode se transportar, qualquer que seja a
distância.
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5. Na visão à distância, o sonâmbulo não vê as coisas do ponto onde está
seu corpo e como por um efeito telescópico. Ele as vê presentes e como
se estivesse sobre o lugar onde elas existem, porque sua alma aí está em
realidade. Por isso, seu corpo está como aniquilado e parece privado de
sentimentos, até o momento em que a alma vem retomá-lo.
Essa separação parcial da alma e do corpo é um estado anormal que
pode ter uma duração mais ou menos longa, mas não indefinida, e a
causa da fadiga que o corpo experimenta depois de um certo tempo,
sobretudo, quando a alma se entrega a um trabalho ativo.
A vista da alma, ou do Espírito, não estando circunscrita e não tendo
sede determinada, explica por que os sonâmbulos não podem lhe
assinalar um órgão especial. Eles veem porque veem, sem saber nem
porquê e nem de que forma a vista não tem sede própria para eles como
espíritos. Se eles se reportam ao seu corpo, esse centro principal lhes
parece estar nos centros onde a atividade vital é maior, principalmente
no cérebro, na região epigástrica ou no órgão que, para eles, é o ponto
de ligação, o mais tenaz, entre o espírito e o corpo.
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6. O poder da lucidez sonambúlica não é indefinido. O espírito, mesmo completamente
livre, está limitado em suas faculdades e em seus conhecimentos segundo o grau de
perfeição que atingiu, e mais ainda quando está ligado à matéria da qual sofre a
influência. Essa a causa pela qual a clarividência sonambúlica não é nem universal,
nem infalível. Pode-se tanto menos contar com sua infalibilidade quando se desvia
do objetivo proposto pela natureza e quando se faz objeto de curiosidade e de
experimentação.
No estado de desprendimento em que se encontra o espírito do sonâmbulo, ele
entra em comunicação mais fácil com os outros espíritos, encarnados ou não
encarnados. Essa comunicação se estabelece pelo contato dos fluidos que compõem
os perispíritos e servem de transmissão ao pensamento como o fio elétrico. O
sonâmbulo não tem necessidade de que o pensamento seja articulado pela palavra;
ele o sente e a adivinha. É isso que o torna eminentemente impressionável e
acessível às influências da atmosfera moral na qual se encontra. É por isso que o
concurso numeroso de espectadores, e sobretudo de curiosos mais ou menos
malévolos, prejudica essencialmente o desenvolvimento de suas faculdades que se
recolhem, por assim dizer, em si mesmas, e não se desdobram com toda a liberdade
senão na intimidade e em um meio simpático. A presença de pessoas malévolas ou
antipáticas produz sobre ele o efeito do contato da mão sobre a sensitiva*.
* Nota do Tradutor: O Autor se refere à planta chamada sensitiva, que se fecha ao contato da mão.
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7. O sonâmbulo vê, ao mesmo tempo, seu próprio espírito e seu corpo que são,
por assim dizer, dois seres que lhe representam a dupla existência, espiritual e
corporal, que, entretanto, se confundem nos laços que as unem. O sonâmbulo
nem sempre se apercebe dessa situação, e essa dualidade faz que,
frequentemente, ele fale de si mesmo como se estivesse falando de uma pessoa
estranha; é que ora é o ser corporal que fala ao ser espiritual, ora é o ser
espiritual que fala ao ser corporal.
O espírito adquire um acréscimo de conhecimento e de experiência a cada uma
de suas existências corporais. Ele os esquece em parte durante sua encarnação,
na matéria muito grosseira, mas se lembra deles como espírito.
Assim é que certos sonâmbulos revelam conhecimentos superiores ao grau de
sua instrução e mesmo de sua capacidade intelectual aparente. A inferioridade
intelectual e científica do sonâmbulo no estado de vigília não prejulga, portanto,
em nada sobre os conhecimentos que ele pode revelar no estado de lucidez.
Segundo as circunstâncias e o objetivo a que se propôs, pode hauri-las na sua
própria experiência, na clarividência das coisas presentes ou nos conselhos que
recebe de outros espíritos. Todavia, como seu próprio espírito pode ser mais ou
menos avançado, ele pode dizer coisas mais ou menos justas.
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8. Pelos fenômenos do sonambulismo, seja natural, seja magnético, a providência
nos dá a prova irrecusável da existência e da independência da alma, e nos faz
assistir ao espetáculo sublime de sua emancipação; por este meio nos abre o
livro do nosso destino. Quando o sonâmbulo descreve o que se passa à
distância, é evidente que ele vê, e isto não pelos olhos do corpo; vê a si mesmo
naquele lugar e se sente transportado para lá. Lá, tem, portanto, alguma coisa
dele, e essa alguma coisa, não sendo seu corpo, não pode ser senão sua alma ou
seu espírito. Enquanto o homem se perde nas sutilezas de uma metafísica
abstrata e ininteligível para pesquisar as causas de nossa existência moral, Deus
coloca, diariamente, sob seus olhos e sob suas mãos os meios, os mais simples e
os mais patentes, para o estudo da psicologia experimental.
O êxtase é o estado no qual a independência da alma e do corpo se manifesta
de maneira mais sensível e se torna, de alguma sorte, palpável.
No sonho e no sonambulismo a alma erra nos mundos terrestres; no êxtase ela
penetra em um mundo desconhecido, naquele dos espíritos etéreos, com os
quais ela entra em comunicação sem poder, todavia, ultrapassar certos limites
que não poderia transpor sem romper totalmente os laços que a ligam ao corpo.
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9. Um estado resplandecente, todo novo, a circunda, harmonias
desconhecidas sobre a terra a arrebatam, um bem-estar indefinível a
penetra: ela frui por antecipação da beatitude celeste, e pode-se dizer que
põe um pé sobre o limiar da eternidade.
No estado de êxtase, o aniquilamento do corpo é quase completo, não há
mais, por assim dizer, que a vida orgânica, e sente-se que a alma não se
prende a ele senão por um fio que um esforço a mais faria romper para
sempre.
Nesse estado, todos os pensamentos terrestres desaparecem para dar lugar
ao sentimento purificado que é a essência mesma de nosso ser imaterial.
Inteiramente nessa contemplação sublime, o extático não considera a vida
senão uma paragem momentânea. Para ele, os bens e os males, os prazeres
grosseiros e as misérias deste mundo não são mais que os incidentes fúteis
de uma viagem da qual está feliz de ver o termo.
Os extáticos são como os sonâmbulos: sua lucidez pode ser mais ou menos
perfeita, e seu próprio espírito, segundo sejam mais ou menos elevados,
também está mais ou menos apto a conhecer e a compreender as coisas.
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10. Há, algumas vezes, neles, mais de exaltação que de verdadeira lucidez,
ou, melhor dizendo, sua exaltação prejudica sua lucidez; é por isso que
suas revelações são, frequentemente, uma mistura de verdades e de
erros, de coisas sublimes e de coisas absurdas ou mesmo ridículas. Os
espíritos inferiores aproveitam-se, frequentemente, dessa exaltação, que
é sempre uma causa de fraqueza quando não se sabe reprimi-la, para
dominar o extático, e com esse efeito cobrem seus olhos de aparência
que o entretêm nas ideias ou preconceitos da vigília. É isso um escolho,
mas não são todos assim; cabe a nós julgar friamente e pesar suas
revelações na balança da razão.
A emancipação da alma se manifesta algumas vezes no estado de vigília
e produz o fenômeno designado sob o nome de segunda vista que dá
àqueles que dele são dotados a faculdade de ver, de ouvir e de sentir
além dos limites dos nossos sentidos. Eles percebem as coisas ausentes,
por todas as partes onde a alma estende sua ação; as veem, por assim
dizer, através da vista ordinária e como por uma espécie de miragem.
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11. No momento em que se produz o fenômeno da segunda vista, o estado
físico está sensivelmente modificado; o olho tem alguma coisa de vago:
ele olha sem ver. Toda a fisionomia reflete uma espécie de exaltação.
Constata- se que os órgãos da vista são estranhos àquilo em que a visão
persiste, malgrado a oclusão dos olhos.
Esta faculdade parece, àqueles que a possuem, natural como a de ver; é
para eles um atributo de seu ser, que não lhes parece excepcional. O
esquecimento segue, o mais frequentemente, essa lucidez passageira da
qual a lembrança, cada vez mais vaga, desaparece como a de um sonho.
O poder da segunda vista varia desde a sensação confusa até a
percepção clara e nítida das coisas presentes e ausentes. No estado
rudimentar, ela dá, a certas pessoas, o tato, a perspicácia, uma espécie
de segurança de seus atos, que se pode chamar a precisão do golpe de
vista moral.
Mais desenvolvida, ela desperta os pressentimentos. Mais desenvolvida
ainda, mostra os acontecimentos ocorridos ou em vias de ocorrer.
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12. O sonambulismo, natural ou artificial, o êxtase e a segunda vista não são
mais que variedades ou modificações de uma mesma causa. Esses
fenômenos, da mesma forma que os sonhos, estão na natureza e, por
isso, existiram em todos os tempos; a história nos mostra que eles foram
conhecidos, e mesmo explorados, desde a mais alta antiguidade, e
encontra-se neles a explicação de uma multidão de fatos que os
preconceitos fizeram considerar sobrenaturais.
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13.
14. 14
A dinâmica existencial
entre matéria e
Espírito é muito mais
complexa do que nós
imaginamos.
Somos dotados de
potencial ilimitado.
15. A maior revolução do conhecimento humano
ocorreu durante três anos, durante os quais Jesus
vivenciou e apresentou ao mundo a sua doutrina.
Ele a sintetizou na fórmula “Sou o caminho, a
verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por
mim.” Estes princípios podem ser representados
pela trindade ciência, filosofia e religião. Isto
quando percebemos que a compreensão da
verdade é a motivação da ciência, o caminho da
sabedoria é a definição da filosofia e, por fim, a
essência da vida é a religião natural.
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FIGUEIREDO, Paulo Henrique de. Mesmer – A ciência negada e os textos escondidos. 1.ª ed. Bragança Paulista - SP: Lachâtre, 2005, pag. 173.
16. Evangelho Segundo o Espiritismo
Livro religioso da doutrina
O Livro dos Espíritos
Livro filosófico da doutrina
O Livro dos Médiuns e a Gênese
Parte científica da doutrina
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O Espiritismo é uma ciência de observação
e uma filosofia com consequências
morais. A religiosidade da doutrina
espírita está nas consequências morais.
17. PILARES DO ESPIRITISMO:
1) Existência de Deus: Deus criador e eterno, bondoso, amoroso e justo.
2) Pluralidade dos mundos: a Terra não é o único planeta habitado nesse
universo. Há diversos outros mundos que não conseguimos perceber seus
habitantes devido a sua sutileza.
3) Imortalidade da alma: somos todos Espíritos imortais e não vivemos
apenas esse tempo desde o nascimento até o desenlace
4) Pluralidade das existências (reencarnação): Quase uma consequência
do ponto anterior, somos seres imortais que reencarnam aqui nesse
mundo e também em outros sempre com o objetivo de evoluir através de
experiências na matéria.
5) Comunicabilidade dos Espíritos: a mediunidade é uma característica
que permite com que nos comuniquemos com espíritos desencarnados.
6) Evolução: processo de desenvolvimento progressivo, biológico e
espiritual da Natureza, no qual os seres vivos e inanimados se
aperfeiçoam.
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19. CRÉDITOS:
Formatação: Marta Gomes P. Miranda
Referências:
FIGUEIREDO, Paulo Henrique de. Mesmer – A ciência negada e
os textos escondidos. 1.ª ed. Bragança Paulista - SP: Lachâtre,
2005, pag. 173.
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Salvador
Gentile. 182ª Ed. Araras – SP: IDE, 2009. Pág. 160 à 164.
KARDEC, Allan. A Gênese: Os Milagres e as Predições Segundo
o Espiritismo. Tradução de Salvador Gentile. 52ª Ed. Araras –
SP: IDE, 2008.
KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução De Salvador
Gentile. 85ª Ed. Araras – SP: Ide, 2008.
XAVIER, Chico. Nos Domínios Da Mediunidade. 36ª Ed.
Brasília: Feb, 2018. Pelo Espírito André Luiz.
XAVIER, Chico & Vieira, Waldo. Mecanismos Da Mediunidade.
28ª Ed. Brasília: Feb, 2018. Pelo Espírito André Luiz.
PERALVA, Martins. Estudando a Mediunidade. Rio De Janeiro:
FEB, 2009.
TAVARES, Clovis. Mediunidade dos Santos. 1.ª ed. Brasília: FEB,
2012.
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20. IMAGENS
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21. CENTRO ESPÍRITA “JOANA D’ARC”
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