2. INTRODUÇÃO
A ministração deste curso fundamenta-se no interesse de
fornecer à comunidade académica a oportunidade de ter um
contacto com o pensamento e posicionamento católico em
algumas áreas do saber e conduta.
Não se tem como propósito esgotar toda a reflexão
teológica, mas dar, de maneira sucinta, uma ideia de alguns
fundamentos do pensamento católico sobre as principais
áreas teológicas.
Não se pretende também fomentar o proselitismo, isto é, a
conversão de todos ao catolicismo.
3. Objectivos:
Geral: Fornecer à comunidade acadêmica a oportunidade
de ter um contacto com o pensamento católico em algumas
áreas do saber e conduta.
Específicos:
Dar a conhecer a fé católica;
Oferecer conceitos para a compreensão da pessoa humana
à luz da fé;
Transmitir o ensinamento da Igreja Católica no campo
político-social e cultural.
4. A FÉ CATÓLICA
CONCEITO DE FÉ
Entende-se por fé a convicção, confiança e abandono, que
uma pessoa alimenta na sua relação com Deus.
Uma resposta positiva à iniciativa reveladora de Deus.
Diante dos sinais reveladores da sua presença, o ser humano
é convidado a responder por uma relação de confiança e fé
neste Deus que se dá a conhecer.
5. Crenças
Chama-se crença a convicção ou a lógica de pensamento,
filosofia que sustenta uma cosmovisão e os valores
apresentados por uma determinada cultura.
As crenças representam sempre um sistema de valores
adquiridos, assimilados e proclamados como absolutos em si
mesmos e por isso mesmo inegociáveis.
A crença é uma convicção enraizada na pessoa que orienta as
atitudes e influencia a interpretação do real.
6. Teologia, ciência da fé
Os termos
Teologia= teo + logia θεōs (Deus)+ λοϒια (discurso
sobre Deus; ate de dirigir o espírito na investigação da
verdade dos discurso sobre Deus).
O dicionário de teologia define a Teologia como a ciência das
coisas divinas.
7. Breve historial de Teologia
Um pouco de história do termo Teologia
Na antiguidade a teologia era entendida como um hino,
onde Deus era glorificado mais do que explicado pelo
espírito humano.
Era o acto de louvar a Deus. Não se tratava de explicar a
Deus, que é inexplicável, mas de o Louvar sem cessar, pela
sua grandeza.
8. Este sentido continua muito vivo nos escritos dos padres da
Igreja, mesmo os que como Orígenes farão mais uso
instrumental de noções tiradas da filosofia grega ou os que
como os grandes teólogos ditos da Capadócia (São Basílio
de Cesareia, São Gregório de Nazianzo e São Gregório de
Nice) se servem das noções teológicas para lutar contra os
erros resultantes de uma ilusão racionalista sobre a nossa
capacidade de clarificar os mistérios divinos.
9. Para Pseudo-Dionísio, a teologia mística é a única plenamente
digna desse nome, ultrapassando as analogias insuficientes
numa experiência que se proclama ela mesma inexprimível.
Até antes da Idade Média latina a teologia era concebida,
particularmente na ordem monástica, não como uma ciência
propriamente dita das coisas divinas, mas como meditação dos
mistérios. A teologia nessa altura é considerada importante
apenas pelo apelo que faz à razão para afastar as falsas
interpretações, preparar a contemplação onde a razão é
simplesmente ultrapassada.
10. Santo Anselmo um dos primeiros a fazer o mais rigoroso
uso do pensamento dialético em teologia.
Pedro Abelardo, no século XII – Tende a racionalizar
completamente a teologia, ao mesmo tempo que suscita em
São Bernardo de Claraval, por exemplo, uma recusa
apaixonada.
11. Provoca noutros pensadores, mesmo próximos deste último
como Guilherme de Saint-Thierry, um esforço para utilizar
mais sistematicamente uma crítica racional dos conceitos e
uma construção racional ajustada das verdades da fé num
sistema ordenado.
12. Santo Alberto Magno no século XIII e São Tomás de
Aquino definem a teologia como a ciência sagrada, que
coloca o conjunto das verdades da fé num sistema racional, a
partir de um reconhecimento mais claro das verdades
propriamente sobrenaturais, e como tais recebidas da
revelação unicamente, por oposição às verdades sobre Deus
que podem ser atingidas pela razão sozinha.
13. Sustentam que teologia é a ciência da fé. E como tal não pode
prosseguir e se desenvolver senão à luz da fé.
Esta teologia exige que o rigor racional do pensamento
dialético seja constantemente associado a uma exploração
não somente alargada, mas também penetrante de todo o
dado revelado e tradicional, sob a salvaguarda do magistério
vivo da Igreja e num espírito de uma fé viva e vivida.
14. Como ciência sagrada, a teologia tomista não alimenta a
pretensão temerária e fútil de se substituir a Palavra de Deus
confiada à Igreja, em particular nas sagradas escrituras, mas
alimenta somente a esperança de explorar respeitosamente as
profundidades, não esvaziando o mistério mas permitindo-
nos de melhor o situar em relação aos nossos conhecimentos
simplesmente naturais.
15. É uma teologia sistemática e por isso é reflexiva e crítica.
Alimenta-se constantemente da teologia positiva, que se
contenta de fazer o inventário e a exegese da palavra de Deus
nos documentos autênticos.
Deve guardar e cultivar o contacto com os desenvolvimentos
do pensamento simplesmente humano, mas permanecendo
sempre na escola viva da Igreja em profunda comunhão de fé
com ela.
16. Assim se compreende a teologia como um discurso
sistemático, reflexivo e crítico, sobre Deus e tudo o que a
Ele se refere.
Uma teologia que se alimenta da revelação divina contida
na Palavra de Deus, proclamada e anunciada pela Igreja em
seu Magistério.
Um discurso aberto ao pensamento humano e capaz de
iluminar a razão e se deixar interpelar por ela.
Notas do Editor
1. Estudo da espiritualidade ou da crença em forças sobrenaturais2. Devoção ou vivência religiosa; religiosidade3. Qualidade de mistério, perfeição, poder ou verdade associada a uma causa, pessoa, ideia ou instituição, que desperta fascínio ou adesão incondicional em alguém: a mística do futebol, a mística da psicanálise.