O documento discute a cristologia, ou o estudo de Jesus Cristo. Apresenta diferentes perspectivas sobre a identidade de Jesus, como Filho de Deus, profeta ou salvador. Também discute a necessidade de entender Jesus histórico e Cristo da fé como um único sujeito, não separando a etapa terrena de Jesus da glorificação após a ressurreição.
2. • Falar de Jesus não é fácil porque Ele não é fácil, ou seja, ele é uma
daquelas figuras que transcendem qualquer cultura e qualquer tipo
de institucionalização acerca de sua pessoa. É inabarcável. Pois nenhuma
forma de falar sobre Ele seja teologicamente – entendido como o
discurso racional sobre Deus e sua relações com os homens - seja
espiritualmente, seja liturgicamente, seja sociologicamente
analisando os efeitos produzidos por Jesus e por seus seguidores, seja
historicamente é incapaz de exaurir todo o conteúdo de suas mensagens e
do seu significado.
• Ele, enquanto Deus encarnado, humanado - para usar uma expressão
de Santo Anselmo – é a maior “obra de arte de Deus” e, como tal,
exerce uma atração absoluta e permanente e uma rejeição absoluta e
permanente nos homens.
• A ideia que fica depois de tantas investigações sobre Jesus ao longo
desses séculos que nos separa dele é aquela segundo a qual até o final dos
tempos a imaginação dos homens sempre procurará captar algo mais do
esplendor e brilho desse mistério insondável e apaixonante. Jesus, o
Cristo.
14. Falar de Jesus
“ O povo católico vem sofrendo uma “fome crônica” do
Evangelho.[…] Mal alimentado com o leite ralo de uma
evangelizacão frequentemente superficial e fragmentaria, o
povo católico encontra-se subnutrido, também em relação
ao alimento da palavra de Deus. Ainda hoje, apesar da
renovação em andamento, são bastante frequentes as
catequeses e pregações com orientação cristológica
inadequada. Sem duvida, fala-se na pessoa de Jesus Cristo
e os dogmas cristológicos são ensinados. Mas, infelizmente,
apresenta-se um Cristo distante, perdido num emaranhado
de palavras e de ideias incompreensíveis para imensa
maioria dos nossos católicos” (RUBIO,p.06)
15. Cristologia
Cristologia deriva-se da juncão de duas palavras gregas:
Chisthos + Logia
Chisthos: Messias, Cristo
Logia: Estudo
Cristologia, portanto, é o estudo crítico, metódico e
sistemático da pessoa e obra de Jesus Cristo.
16. • Estudo a respeito de Jesus em quem vemos Deus.
• Jesus não aponta o caminho. Ele e o próprio
caminho.
• Em Jesus Cristo descobrimos Deus.
• Jesus Cristo e sinal de comunhão com Deus.
• Jesus Cristo não esgota Deus. Deus e muito mais
que Jesus .
• Deus se revela no ser humano Jesus, mas ele não
esgota o mistério Divino.
• Jesus jamais apresentou a si mesmo como Deus.
• Jesus Cristo e o ser humano pleno.
• O Deus de Jesus e Javé --- ABBA .
17. • O caminho e cristocentrico ---- Jesus Cristo e o
centro.
• Em Jesus Cristo o ser humano descobre que e
chamado a transcender-se, a divinizar-se -----
Quanto mais humano, mais divino.
• No decorrer da historia existiram varias
cristologias, cada uma buscando responder
quem e Jesus a partir de sua realidade de fe.
18. Jesus, pre-pascal
• Jesus histórico: aproximaçao da realidade em que viveu
Jesus de Nazare.
• Nasce em um contexto judaico.
• Jesus não tinha consciência que era o Messias.
• Conhece os dramas de seu tempo.
• Aproxima-se do Batista.
• Assume a missão.
• Forma discípulos e discípulas.
• Contesta as estruturas políticas, religiosas e econômicas.
• Acolhe, escuta e cura.
• Anuncia o Rino de Deus.
• E preso, julgado e condenado a morte de cruz.
• Os discípulos desaparecem.
19. Jesus, pós-pascal
• Jesus Cristo da fe/ Cristo da fe: Jesus historico visto
atraves da fe da comunidade.
• A ressurreição.
• Experiencia do Ressuscitado.
• Anuncio do ressuscitado – Querigma.
• Pentecoste- Missao dos discipulos e discipulas .
• Memoria oral da vida, morte e ressurreicao de Jesus
Cristo.
• Fatos da vida de Jesus escritos / fragmentos da vida de
Jesus.
• As comunidades vao unindos os realatos da vida, morte
e ressureicao de Jesus.
• As comunidades eleboram a imagem de Jesus Cristo.
20. Valorização unilateral - Cristo da fé
• Celebraçao liturgica desvinculada do seguimento do
caminho percorrido por Jesus.
• Exaltaçao religiosa, deixando de lado o caminho do
serviço e anuncio do Crucificado.
• Cristo afastado da vida cotidiana do cristao.
• Cristo e visto como algo sublime, abstrato e perdido na
distancia.
• Espiritualismo desencarnado.
• Supervalorização do poder de Cristo.
• Cristo glorificado.
21. Valorização unilateral/ Jesus historico
• Reduzir Jesus a um simples revolucionário.
• Jesus um sábio.
• O Jesus servidor passa a ser somente o critério
de fe crista.
• Esquece que o anuncio do Ressuscitado tem algo
de novo em relação ao Jesus terreno.
• Jesus terreno separado do Cristo ressuscitado.
22. Jesus de Nazaré / Cristo da fe
• Estas duas etapas da vida de Jesus nao podem
ser entendidas separadamente. Ambas partem
da fe na ressureiçao.
• “ A morte-ressurreicão une inseparavelmente as
duas orientações cristologicas” (Rubio,p.18).
23. Jesus terreno e Cristo da fé
• “Jesus terreno e o Cristo glorificado, se tratam de
um mesmo e único sujeito. Não podemos separar
um do outro. E, conforme a fe professada pela Igreja
no Novo Testamento, aceitamos o único Senhor
Jesus Cristo vivendo duas etapas, dois modos de
existência distintos: a etapa de serviço e a etapa de
glorificaçao […]
• No homem Jesus de Nazare, em sua etapa de
serviço, e nesse mesmo homem glorificado pela
ressurreiçao, encontramos a revelaçao plena de
Deus. A fe crista confessa a encarnaçao real de Deus
no homem Jesus de Nazare” (Rubio,p.21).