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Introdução à
Sagrada Escritura
A INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA
NA IGREJA
Hermenêutica - Exegese
Atualização
Esclarecimento Terminológico
Hermenêutica
Etimologicamente vem de hermeneuein, que equivale a
traduzir, declarar, explicar. Relaciona-se com Hermes,
arauto dos deuses e interprete das ordem de Zeus.
Tem significado técnico referente a de ciência e arte da
interpretação. A hermenêutica bíblica é a teoria especifica
da compreensão dos textos da Escritura.
Esclarecimento Terminológico
Exegese
A palavra exegese, do grego exageomai (equivalente em
português a conduzir para fora de, guiar, tirar de,
desenvolver, explicar), foi usada durante muito tempo com o
significado de interpretação e, portanto, quase sinônimo de
hermenêutica.
Entretanto, usa-se a expressão “exegese bíblica” para
indicar o modo concreto de interpretar os textos bíblicos
segundo modelos hermenêuticos previamente fixados e
seguido determinado métodos.
A Igreja Lugar Originário da
Hermenêutica da Bíblia
A ligação intrínseca entre Palavra e fé põe em evidência
que a autêntica hermenêutica da Bíblia só pode ser feita na
fé eclesial.
A este respeito, São Boaventura afirma que, sem a fé, não
há chave de acesso ao texto sagrado: “Esta é o
conhecimento de Jesus Cristo, do qual têm origem, como de
uma fonte, a segurança e a inteligência de toda a Sagrada
Escritura. Por isso é impossível que alguém possa entrar
para a conhecer, se antes não tiver a fé infusa de Cristo que
é lanterna, porta e também fundamento de toda a
Escritura”.
Desenvolvimento da Investigação
Bíblica e o Magistério eclesial
Em primeiro lugar, é preciso reconhecer os benefícios que a
exegese histórico-crítica e os outros métodos de análise do
texto, desenvolvidos em tempos mais recentes, trouxeram
para a vida da Igreja.
Segundo a visão católica da Sagrada Escritura, a atenção
a estes métodos é imprescindível e está ligada ao realismo
da encarnação. O fato histórico é uma dimensão
constitutiva da fé cristã. A história da salvação não é uma
mitologia, mas uma verdadeira história e, por isso, deve-se
estudar com os métodos de uma investigação histórica
séria.
A hermenêutica bíblica conciliar
A Escritura deve ser interpretada no mesmo Espírito em
que foi escrita, a Constituição (DV) dogmática indica três
critérios de base para se respeitar a dimensão divina da
Bíblia:
1) interpretar o texto tendo presente a unidade de toda a Escritura;
2) ter presente a Tradição viva de toda a Igreja;
3) observar a analogia da fé.
Somente quando se observam os dois níveis metodológicos,
histórico-crítico e teológico, é que se pode falar de uma
exegese teológica, de uma exegese adequada a este Livro.
O dualismo e o secularismo
É preciso sublinhar hoje o grave risco de um dualismo que
se gera ao abordar as Sagradas Escrituras. De facto,
distinguindo os dois níveis da abordagem bíblica, não se
pretende de modo algum separá-los, contrapô-los, ou
simplesmente justapô-los. Só funcionam em reciprocidade.
a) Antes de mais nada, se a atividade exegética se reduz só ao primeiro
nível, consequentemente a própria Escritura torna-se um texto só do
passado.
b) A falta de uma hermenêutica da fé na abordagem da Escritura leva a
convicção de que o Divino não aparece na história humana.
Sentido Literal
O sentido literal não deve ser confundido com o sentido
“literalista” ao qual aderem os fundamentalistas. Não é
suficiente traduzir um texto palavra por palavra para obter
seu sentido literal. É preciso compreendê-lo segundo as
convenções literárias da época.
O sentido literal da Escritura é aquele que foi expresso
diretamente pelos autores humanos inspirados. Sendo o
fruto da inspiração, este sentido é também desejado por
Deus, autor principal. Ele é discernido graças a uma
análise precisa do texto, situado em seu contexto literário e
histórico.
Sentido Espiritual
O acontecimento pascal, morte e ressurreição de Jesus, deu
origem a um contexto histórico radicalmente novo, que
ilumina de maneira nova os textos antigos e os faz sofrer
uma mutação de sentido.
Em regra geral, pode-se definir o sentido espiritual,
entendido segundo a fé cristã, como o sentido expresso
pelos textos bíblicos, logo que são lidos sob influência do
Espírito Santo no contexto do mistério pascal do Cristo e da
vida nova que resulta dele.
Superação da Letra
Para se recuperar a articulação entre os diversos sentidos
da Escritura, torna-se então decisivo identificar a passagem
entre letra e espírito. Não se trata de uma passagem
automática e espontânea; antes, é preciso transcender a
letra: «de fato, a Palavra do próprio Deus nunca se
apresenta na simples literalidade do texto. Para alcançá-la,
é preciso transcender a literalidade num processo de
compreensão, que se deixa guiar pelo movimento interior
do conjunto e, portanto, deve tornar-se também um
processo de vida».
Interpretação Fundamentalista
O «literalismo» constitui uma traição tanto do sentido
literal como do espiritual, abrindo caminho a
instrumentalizações de variada natureza.
O aspecto problemático da «leitura fundamentalista é que,
recusando ter em conta o caráter histórico da revelação
bíblica, torna-se incapaz de aceitar plenamente a verdade
da própria Encarnação. O fundamentalismo evita a íntima
ligação do divino e do humano nas relações com Deus. (…)
Por este motivo, tende a tratar o texto bíblico como se fosse
ditado palavra por palavra pelo Espírito e não chega a
reconhecer que a Palavra de Deus foi formulada numa
linguagem e numa fraseologia condicionadas por uma dada
época»
Os Santos e a Bíblia
A interpretação da Sagrada Escritura ficaria incompleta se
não se ouvisse também quem viveu verdadeiramente a
Palavra de Deus, ou seja, os Santos. Realmente a
interpretação mais profunda da Escritura provém
precisamente daqueles que se deixaram plasmar pela
Palavra de Deus, através da sua escuta, leitura e meditação
assídua.
O Espírito Santo que inspirou os autores sagrados é o
mesmo que anima os Santos a darem a vida pelo
Evangelho. Entrar na sua escola constitui um caminho
seguro para efectuar uma hermenêutica viva e eficaz da
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  • 1. Introdução à Sagrada Escritura A INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA NA IGREJA Hermenêutica - Exegese Atualização
  • 2. Esclarecimento Terminológico Hermenêutica Etimologicamente vem de hermeneuein, que equivale a traduzir, declarar, explicar. Relaciona-se com Hermes, arauto dos deuses e interprete das ordem de Zeus. Tem significado técnico referente a de ciência e arte da interpretação. A hermenêutica bíblica é a teoria especifica da compreensão dos textos da Escritura.
  • 3. Esclarecimento Terminológico Exegese A palavra exegese, do grego exageomai (equivalente em português a conduzir para fora de, guiar, tirar de, desenvolver, explicar), foi usada durante muito tempo com o significado de interpretação e, portanto, quase sinônimo de hermenêutica. Entretanto, usa-se a expressão “exegese bíblica” para indicar o modo concreto de interpretar os textos bíblicos segundo modelos hermenêuticos previamente fixados e seguido determinado métodos.
  • 4. A Igreja Lugar Originário da Hermenêutica da Bíblia A ligação intrínseca entre Palavra e fé põe em evidência que a autêntica hermenêutica da Bíblia só pode ser feita na fé eclesial. A este respeito, São Boaventura afirma que, sem a fé, não há chave de acesso ao texto sagrado: “Esta é o conhecimento de Jesus Cristo, do qual têm origem, como de uma fonte, a segurança e a inteligência de toda a Sagrada Escritura. Por isso é impossível que alguém possa entrar para a conhecer, se antes não tiver a fé infusa de Cristo que é lanterna, porta e também fundamento de toda a Escritura”.
  • 5. Desenvolvimento da Investigação Bíblica e o Magistério eclesial Em primeiro lugar, é preciso reconhecer os benefícios que a exegese histórico-crítica e os outros métodos de análise do texto, desenvolvidos em tempos mais recentes, trouxeram para a vida da Igreja. Segundo a visão católica da Sagrada Escritura, a atenção a estes métodos é imprescindível e está ligada ao realismo da encarnação. O fato histórico é uma dimensão constitutiva da fé cristã. A história da salvação não é uma mitologia, mas uma verdadeira história e, por isso, deve-se estudar com os métodos de uma investigação histórica séria.
  • 6. A hermenêutica bíblica conciliar A Escritura deve ser interpretada no mesmo Espírito em que foi escrita, a Constituição (DV) dogmática indica três critérios de base para se respeitar a dimensão divina da Bíblia: 1) interpretar o texto tendo presente a unidade de toda a Escritura; 2) ter presente a Tradição viva de toda a Igreja; 3) observar a analogia da fé. Somente quando se observam os dois níveis metodológicos, histórico-crítico e teológico, é que se pode falar de uma exegese teológica, de uma exegese adequada a este Livro.
  • 7. O dualismo e o secularismo É preciso sublinhar hoje o grave risco de um dualismo que se gera ao abordar as Sagradas Escrituras. De facto, distinguindo os dois níveis da abordagem bíblica, não se pretende de modo algum separá-los, contrapô-los, ou simplesmente justapô-los. Só funcionam em reciprocidade. a) Antes de mais nada, se a atividade exegética se reduz só ao primeiro nível, consequentemente a própria Escritura torna-se um texto só do passado. b) A falta de uma hermenêutica da fé na abordagem da Escritura leva a convicção de que o Divino não aparece na história humana.
  • 8. Sentido Literal O sentido literal não deve ser confundido com o sentido “literalista” ao qual aderem os fundamentalistas. Não é suficiente traduzir um texto palavra por palavra para obter seu sentido literal. É preciso compreendê-lo segundo as convenções literárias da época. O sentido literal da Escritura é aquele que foi expresso diretamente pelos autores humanos inspirados. Sendo o fruto da inspiração, este sentido é também desejado por Deus, autor principal. Ele é discernido graças a uma análise precisa do texto, situado em seu contexto literário e histórico.
  • 9. Sentido Espiritual O acontecimento pascal, morte e ressurreição de Jesus, deu origem a um contexto histórico radicalmente novo, que ilumina de maneira nova os textos antigos e os faz sofrer uma mutação de sentido. Em regra geral, pode-se definir o sentido espiritual, entendido segundo a fé cristã, como o sentido expresso pelos textos bíblicos, logo que são lidos sob influência do Espírito Santo no contexto do mistério pascal do Cristo e da vida nova que resulta dele.
  • 10. Superação da Letra Para se recuperar a articulação entre os diversos sentidos da Escritura, torna-se então decisivo identificar a passagem entre letra e espírito. Não se trata de uma passagem automática e espontânea; antes, é preciso transcender a letra: «de fato, a Palavra do próprio Deus nunca se apresenta na simples literalidade do texto. Para alcançá-la, é preciso transcender a literalidade num processo de compreensão, que se deixa guiar pelo movimento interior do conjunto e, portanto, deve tornar-se também um processo de vida».
  • 11. Interpretação Fundamentalista O «literalismo» constitui uma traição tanto do sentido literal como do espiritual, abrindo caminho a instrumentalizações de variada natureza. O aspecto problemático da «leitura fundamentalista é que, recusando ter em conta o caráter histórico da revelação bíblica, torna-se incapaz de aceitar plenamente a verdade da própria Encarnação. O fundamentalismo evita a íntima ligação do divino e do humano nas relações com Deus. (…) Por este motivo, tende a tratar o texto bíblico como se fosse ditado palavra por palavra pelo Espírito e não chega a reconhecer que a Palavra de Deus foi formulada numa linguagem e numa fraseologia condicionadas por uma dada época»
  • 12. Os Santos e a Bíblia A interpretação da Sagrada Escritura ficaria incompleta se não se ouvisse também quem viveu verdadeiramente a Palavra de Deus, ou seja, os Santos. Realmente a interpretação mais profunda da Escritura provém precisamente daqueles que se deixaram plasmar pela Palavra de Deus, através da sua escuta, leitura e meditação assídua. O Espírito Santo que inspirou os autores sagrados é o mesmo que anima os Santos a darem a vida pelo Evangelho. Entrar na sua escola constitui um caminho seguro para efectuar uma hermenêutica viva e eficaz da Palavra de Deus

Notas do Editor

  1. Moises e o Pentateuco, outras possibilidades.
  2. .