1) O documento discute diferentes abordagens à interpretação da Bíblia entre adventistas e pentecostais, que utilizam a mesma escritura para justificar posições opostas. 2) A hermenêutica é definida como a ciência da interpretação bíblica que estabelece princípios para compreender corretamente os textos levando em conta fatores como contexto e objetivo. 3) São apresentadas regras como analisar o sentido usual das palavras e considerar passagens paralelas para evitar interpretações errôneas das escrit
2. A igreja adventista defende que a lei não foi abolida e deve ser seguida pelos cristãos.
Já as igrejas pentecostais discordam, e dizem que a lei era para a velha aliança.
Ambas utilizam o mesmo livro para justificarem suas posições.
Se existem duas posições opostas, é claro que uma esta certa e a outra errada.
Podem até as duas estarem erradas, mas é completamente impossível ambas estarem certas.
Posições divergentes existem devido a livre interpretação das escritura.
a) Conduzir ou ser conduzido (motorista).
b) Em assuntos espirituais é importante que tenhamos princípios sólidos de interpretação da
Bíblia para evitar os transtornos da heresias por interpretação errada.
c) (2Tm 2:15) Linha reta (arar um sulco reto no arado “maneja bem”); (ser diligente, esforça-te
“Procura”); ou zigue-zague (seu corte reto cruza diretamente nossas teorias e convicções
prediletas).
d) Palavra = Espada de dois gumes
e) Interpretar contextualmente – atenção para divisão de versículos
3.
4. HERMENÊUTICA DEFINIÇÃO:
É “a ciência da interpretação; principalmente, no ramo da teologia que trata dos
princípios da exegese”.
Ter o método correto de interpretação da Palavra de Deus significa a diferença
entre sua correta compreensão e heresias nas crenças e comportamento.
Verbo grego hermeneuein, “interpretar”
Substantivo hermeneia, “interpretação”
“ A hermenêutica não é apenas a arte ou a ciência da interpretação de qualquer
texto; antes de tudo, é uma ciência que procura também o significado da palavra
como evento histórico, social e de vida. O que representa um fóssil para o
arqueólogo e paleontólogo, tal é a palavra fossilizada através dos séculos nas
Escrituras para o intérprete.”
HERMENÊUTICA BÍBLICA:
É a disciplina da TEOLOGIA EXEGÉTICA que ensina as regras para interpretar as
Escrituras e a maneira de aplicá-las corretamente.
É a ciência da compreensão de textos bíblicos.
5. EXEGESE:
Grego eksegesis, “explicar, interpretar, contar, descrever, relatar”.
Aplicação dos princípios hermenêuticos para chegar a um entendimento correto
sobre o texto. É extrair do texto que realmente ele quer dizer.
É o estudo do sentido literal do texto.
É a ciência da interpretação. É a extração dos pensamentos que assistiam ao
escritor ao redigir determinado documento.
Em Lc 24.35; Atos 10.8; 15.12,14; 21.19, aparece como “explicar, interpretar,
contar, descrever, relatar”.
Na exegese o exame do texto é feito para extrair entendimento
Eisegese incutir no texto o seu entendimento.
DIFERENÇAS ENTRE HERMENÊUTICA E EXEGESE
Hermenêutica Bíblica: Analisa o sentido que o texto tem hoje para nós.
Exegese: Procura estudar o sentido que o autor quis atribuir ao texto sagrado.
6. PROPÓSITO DA HERMENÊUTICA:
Usar métodos de interpretações confiáveis, além de estabelecer os princípios
fundamentais da exegese bíblica, como base para o estudo do texto na sua
diversidade linguística, cultural e histórica.
FUNÇÃO DA HERMENÊUTICA E DA EXEGESE BÍBLICA
Traduzir o texto original tornando-o compreensível em língua vernácula, sem
sangrar o sentido primário.
Compreender o sentido do texto dentro de seu ambiente histórico-cultural e
léxico-sintático (estrutura informação, significado palavra na linguagem);
Explicar o verdadeiro sentido do texto, em todas as dimensões possíveis (autor,
audiência, condições sociais, religiosas, etc.).
Tornar a mensagem das Escrituras inteligível ao homem moderno.
Conduzir-nos a Cristo
7. A BÍBLIA:
Não é o que a maioria de nós espera de um livro religioso ou texto sagrado.
Ela é mais uma biblioteca que um único volume.
Ela abrange histórias, parábolas, leis, orações, poemas, cartas, visões, profecias
e outros tipo de literatura.
Não são obras de um único autor, mas de uma variedade de autores humanos
que escreveram em mais de um continente, viveram em mais de um milênio e
falaram em mais de uma língua.
Esta “mensagem de Deus” é diferente do que algumas outras religiões acreditam
ter.
Deus fala através de pessoas.
Entender as pessoas pode nos ajudar a entender a Bíblia.
8. QUE TIPO DE LIVRO É ESSE?
Leremos a correspondência cada uma a luz do que é – uma propaganda, uma
conta, uma carta de amor, ou uma carta contendo uma oração.
Se vem de nossa cultura, sabemos instintivamente como lê-las. Se vem de outra
cultura, é mais provável que as entendamos mal.
A história da Bíblia tem mais a ver com o que Deus fez com as pessoas do que
com aquilo que as pessoas fizeram.
Os eventos ocorrem apesar das pessoas tanto quanto por intermédio delas.
Os livros da Bíblia vem de culturas diferentes da nossa.
Normas diferentes se aplicam a tipos diferentes de literatura, mais da metade da
Bíblia é história.
9. O QUE NÃO FAZER:
Tirar um trecho do contexto
Fundamentar uma doutrina que foi mal interpretada.
Dizer que ela é muito distante e difícil para os leigos.
Lê-la apenas como literatura, geografia ou histórias.
Lê-la como mágica, ou fábulas, ou conto de fadas.
10. DISPOSIÇÃO PARA ESTUDO PROVEITOSO
- Espírito respeitoso (1 Tes. 2:13).
- Espírito dócil (1 Cor. 2:14).
- Amante da verdade (1 Pe. 2:1-2).
- Paciente nos Estudos (At. 17:11).
- Prudência - Devemos ser prudentes em nosso Estudo ( Lc. 24:45).
- Pedir Sabedoria (Tg. 1:5)
11. REGRAS DA HERMENÊUTICA PARA INTERPRETARMOS A PALAVRA
I. Regra fundamental;
II. Palavras em seu sentido usual e comum;
III. Palavras no sentido que indicam o conjunto da frase;
IV. Palavras indicadas no contexto;
V. Palavras levando em conta os objetivos ou desígnios do livro ou passagem;
VI. Passagens paralelas.
12. REGRA FUNDAMENTAL:
I. A Escritura é Explicada pela própria escritora.
II. A bíblia explica a si mesma.
III. Sua interpretação não vem de fora, deve vir de dentro dela
IV. A dúvida na interpretação bíblica de um texto deve ser sanada utilizando outro
texto bíblico relacionado. Ex: Ap 5:6 > Ap 4:5 > Is11:2
V. Não devemos nos esquecer que a primeira pessoa a interpretar as
Escrituras, de forma distorcida, foi o diabo. Ele deu à palavra divina um sentido que
ela não tinha, falseando astutamente a verdade. (Gn 3:1)
13. PRIMEIRA REGRA:
É PRECISO TOMAR AS PALAVRAS EM SEU SENTINDO USUAL E COMUM.
Interpretar as Escrituras, enxergando palavras, frases e sentenças com seu
sentido comum, normal, natural e costumeiro.
Os autores da Bíblia sempre falaram a linguagem do povo, a popular.
A fala não era técnica ou científica.
Todos deveriam entender claramente o que estava sendo dito.
Ninguém deveria ser privado de entender a mensagem por falta de
conhecimentos específicos.
Por isso que entender os usos e costumes e a linguagem do mundo Bíblico
nos ajudam a compreender o sentido usual das palavras, consequentemente o
sentido correto. (quantas vezes é citada nos textos: analisar “fermento” Mt 13:3)
HÁ DOIS TIPO DE INTERPRETAÇÃO LITERAL:
I. Literal sem rodeios - linguagem normal e não figurativa.
II. Figurativamente literal - se utiliza de figuras de linguagem ou palavras simbólicas
que comunica uma ideias, conceito, verdade ou significado claro.
14. PRIMEIRA REGRA (A):
LINGUAGEM OU A REGRA DA ESTRUTURA GRAMATICAL.
Considerar a importância que diferentes tempos, modo verbal, número, voz,
pontuação, etc., têm na interpretação apropriada das Escrituras.
Palavra de Deus é totalmente inspirada, e portanto podemos esperar que toda
partícula dela tenha uma significação digna de nossa maior atenção.
Estudar as Escrituras em suas línguas originais, pois as línguas que a Inspiração
escolheu nas quais registrar a Palavra de Deus — o hebraico do Antigo
Testamento e o grego do Novo Testamento — são ambas mais precisas do que
nossa língua portuguesa.
15. SEGUNDA REGRA:
É DE TODO NECESSÁRIO TOMAR AS PALAVRAS NO SENTIDO QUE INDICA O
CONJUNTODA FRASE.
Aqui trabalha o sentido da palavra dentro da frase.
Saber o significado de cada palavra, pois nem sempre a mesma palavra é usada no
mesmo sentido.
Averiguar e determinar sempre qual seja o pensamento, especial que o escritor se
propõe expressar e o assunto que o autor está desenvolvendo.
Tomar alguns exemplos quando a mesma palavra apresenta diferentes sentidos.
As palavras mudam de sentido dependendo do assunto tratado.
Por exemplo, as palavras sangue e corpo variam dependendo do assunto imediato.
Também vemos que a palavra “salvo” no AT geralmente se referia a algum
livramento; já no NT, a salvação em Jesus Cristo.
16. TERCEIRA REGRA:
É PRECISO TOMAR AS PALAVRAS EM SEU SENTIDO INDICADO NO CONTEXTO.
A palavra “contexto” significa literalmente “tecer junto”, e lida com aquilo que vai
antes e depois de uma palavra ou passagem específica das Escrituras.
O contexto de um texto das Escrituras são os versículos ao redor que têm relação
com o mesmo assunto ou tema.
Quando se acha um texto obscuro na sua interpretação é preciso ver toda a
unidade lógica e inteira em que o texto em apreço está inserido.
Interprete cada versículo ou passagem das Escrituras em seu contexto, levando
em conta onde se encontra na Bíblia, o que vem antes, o que vem a seguir.
Aqui trabalha o sentido da palavra dentro do contexto.
17. QUARTA REGRA (A):
É PRECISO TOMAR AS PALAVRAS CONSIDERANDO O OBJETIVO DO LIVRO.
considerar o objetivo ou desígnio do livro ou passagem em que ocorrem as
palavras ou expressões obscuras.
O desígnio de um livro ou passagem se adquire lendo-o e o estudando, tendo em
conta em que ocasião e a que pessoas originalmente foi escrito.
O desígnio nos oferece auxilio para a explicação de pontos obscuros, para a
aclaração de textos que parecem contraditórios e para conseguir um conhecimento
mais profundo de passagens em si claras.
Exemplo as cartas escritas aos Gálata se aos Colossenses, elas foram escritas na
ocasião dos erros que os judaizantes ou “falsos mestres” procuravam implantar
nas igrejas apostólicas. Estas cartas tem por desígnio expor com toda clareza a
salvação pela morte expiatória de Cristo, contrariamente aos ensinos dos
judaizantes, que pregavam as obras, a observância de dias e cerimônias judaicas,
a disciplina do corpo e a falsa filosofia
18. QUINTA REGRA :
REFERÊNCIA PARALELA; TEXTO QUE TRATEM DO MESMO ASSUNTO QUE O
TEXTO EM QUESTÃO. (1Cor 2:13)
Nenhuma doutrina deve ser afirmada em cima de uma única passagem, ela
deve considerar toda a Bíblia, considerar seus ensinamentos gerais.
O uso comum: tem relação com as outras vezes em que a mesma palavra ou frase
Paralela: tem a ver com termos diferentes, mas que se relacionam com o mesmo
assunto.
A palavra “paralelo” significa lado a lado, lida com o agrupamento de todas as
passagens que se relacionam com determinado assunto, quer elas usem a mesma
terminologia ou não.
O assunto de oração – referências “oração”: “intercessão”, “louvor”, “adoração”,
“confissão”, “ações de graça”, “petições”, “súplicas”, etc. Referências paralelas
que têm relação com o assunto geral de oração.
Referência Paralela exige muita comparação das “coisas espirituais com as
espirituais”, se quisermos chegar a entender plenamente as Escrituras, pois o
Senhor jamais colocou toda a verdade de algum assunto numa só passagem.
A razão disso é talvez desencorajar que Seu povo fique preguiçoso, e incentivá-los
a estudar diligentemente todas as Escrituras.
19. QUINTA REGRA :
TRÊS TIPOS DE PARALELO:
De palavras: recorrer a outro texto que contenha palavra idêntica e assim,
entendemos o seu significado.
De idéias – consultar não somente as palavras paralelas, mas os ensinos, as
narrativas e fatos contidos em textos ou passagens que se relacionem com o dito
texto obscuro ou discutível. Tais textos ou passagens chamam-se paralelos de
idéias.
De ensinos gerais – Para a correta interpretação de determinadas passagens não
são suficientes os paralelos de palavras e de idéias, é preciso recorrer ao teor
geral, ou seja, aos ensinos erais das Escrituras.
20. FIGURAS DE LINGUAGEM:
1) Metáfora: Tem por base alguma semelhança entre dois objetos ou fatos,
caracterizando-se um com o que é próprio do outro. Ao dizer Jesus: “Eu sou a
videira verdadeira”, Jesus se caracteriza com o que é próprio e essencial da
videira; e ao dizer aos discípulos: “Vós sois as varas”.
2) Sinédoque: Faz-se uso desta figura quando se toma a parte pelo todo, ou o todo
pela parte, plural pelo singular, o gênero pela espécie, ou vice-versa. “Minha carne
repousará segura”, em lugar de dizer: meu corpo ou meu ser, que seria o todo,
sendo a carne só parte do ser (Salmo 16.9)
3) Prosopopeia: Usa-se esta figura quando se personificam as coisas inanimadas,
atribuindo-lhes os feitos e ações das pessoas. Exemplo: “Onde está, ó morte, o
teu aguilhão? ; “o amor cobre multidão de pecados”.
4) Metonímia, ironia, hipérbole, alegoria, fábula, parábolas, antítese, provérbio,
paradoxo, acróstico, hebraísmo, tipo, símile, enigma, interrogação, etc.
21. RESUMO:
1º) Qual é o significado de suas palavras?
Se não têm mais significado, estamos de imediato esclarecidos: possuímos já o
verdadeiro sentido. Porém se há alguma que tem mais de um sentido, perguntemos:
2º) Que sentido requer o restante da frase?
Só em resposta encontramos dois ou três sentidos, perguntemos:
3º) Qual é o sentido que requer o contexto para que tenha um sentido harmônico toda
a passagem? Se ainda couber dar-lhe mais de um sentido, perguntemos:
4º) Qual é o sentido que requer o desígnio ou objetivo geral da passagem ou livro em
que se encontra?
E se a todas estas perguntas se oferece ainda mais de uma resposta, perguntemos:
5º) Qual é o sentido que requerem outras passagens das Escrituras?
Se, por acaso, em resposta a tantas averiguações, ainda fosse possível encontrar
mais de um significado alguma palavra da passagem, podem considerar-se
verdadeiros ambos os significados ou ambas as interpretações, devendo-se, por
certo, preferir a que mais condições reuna para ser aceita como verdadeira.