2. Conceitos
• São substâncias orgânicas oleosas, insolúveis em água, porém
solúveis em líquidos orgânicos, como clorofórmio e acetona.
• Não apresentam fórmula química definida, mas são
predominantemente formados por longas cadeias hidrocarbonadas
ou de anéis benzênicos.
• Os lipídios derivam de estruturas formadas exclusivamente por
carbono e hidrogênio e são, portanto, compostos apolares.
• A maioria dos lipídios possuem como unidade fundamental os
Ácidos Graxos – São ácidos orgânicos de cadeia longa, possuindo
de 4 a 36 átomos de carbono em cadeias lineares abertas. Abrigam
um grupo carboxila (-COOH) na composição, o qual lhe confere a
característica ácida, além de uma cadeia hidrocarbonada apolar.
• Os ácidos graxos são anfipáticos, possuem uma parte
polar/hidrofílica (grupo carboxila) e uma parte apolar/hidrofóbica
(cadeia carbônica).
3. Ácidos graxos essenciais
• Não podem ser produzidos pelo corpo humano, devem, então, ser obtidas a
partir da alimentação.
• Pertencem a duas famílias, ômega 3 e ômega 6.
Ômega 6 – São encontrados basicamente em óleos vegetais, como de milho, de
canola, de girassol e soja. Principais ácidos ômega 6:
Ácido linoleico – Essencial ao bom funcionamento dos capilares sanguíneos,
proporcionando resistência e permeabilidade.
Ácido araquidônico – Essencial para a estrutura da membrana plasmática e
precursor das prostaglandinas, importantes mediadoras durante o processo
inflamatório.
Ômega 3 – Ajudam a reduzir os altos níveis de colesterol e triglicerídeos no sangue,
bem como possuem ação anti-inflamatória. Principais ácidos ômega 3:
Ácido linolênico – Encontrado em fontes vegetais como óleos de soja e canola.
Ácido eicosapentanoico (EPA) e ácido deicosahexanoico (DHA) – Encontrado em
óleos de peixes marinhos, especialmente aqueles de águas mais frias.
5. Ácido araquidônico
Em particular, tem grande importância no processo
inflamatório. Diante de lesões celulares, a consequente
ruptura da membrana plasmática acarreta a liberação de
fosfolipídios da membrana. Esses, devido à ação da
enzima fosfolipase, são degradados, liberando ácidos
graxos como o ácido araquidônico. Esse ácido, por sua
vez, devido à ação da enzima ciclo-oxigenase (Cox), é,
então, convertido em substâncias como as
prostaglandinas, principais mediadores químicos da
inflamação. As prostaglandinas desencadeiam a
vasodilatação e o aumento da permeabilidade dos
capilares, provocando edema, febre e dor.
A maioria dos anti-inflamatórios , como AAS, paracetamol
e dipirona, agem pela inibição da enzima ciclo-oxigenase,
que leva à produção das prostaglandinas. Sem elas, os
processo inflamatório e os seus sintomas são suprimidos.
Lesão celular
Liberação de
fosfolipídios
Enzima fosfolipase
Liberação de ácido
araquidônico
Enzima ciclo-oxigenase
Liberação de
prostaglandinas
Inflamação
6.
7. Função dos lipídios
• Constituem a membrana plasmática – Fosfolipídios e colesterol.
• Atuam como isolante térmico para animais que habitam regiões polares.
• Isolam os neurônios eletricamente por meio da bainha de mielina, promovendo
uma condução mais eficiente dos impulsos nervosos.
• Fazem parte da composição dos hormônios esteroides.
• Apresentam função impermeabilizante, como nas ceras da cutículas das folhas e
no produto das glândulas uropígeas, nas aves, e das glândulas sebáceas, em
mamíferos.
• Reserva energética.
8.
9. Reserva energética
• Juntamente com os carboidratos, os lipídios formam o grupo dos alimentos
energéticos.
• Os carboidratos e proteínas liberam 4,1 kcal por grama e os lipídios 9,3 kcal por
grama.
Por mais que o lipídio libere mais energia, é o carboidrato, principalmente na forma
de glicose, o combustível mais utilizado pelas células do corpo por meio da
respiração celular. Os demais nutrientes são usados em último caso, quando as
reservas de açúcar estão muito baixas. Por isso, é difícil perder aquele excesso de
peso, pois, enquanto há carboidrato, os lipídios não são consumidos, permanecendo
armazenados. Assim, primeiro utiliza-se os carboidratos (glicose e glicogênio) e
depois os lipídios, uma vez que são a reserva de longo prazo para um animal. E, por
último, as proteínas são utilizadas, sendo removidas de estruturas corporais como
pele e músculo. Entretanto, para a utilização de lipídios e proteínas como fonte de
energia, primeiro é necessário convertê-los em carboidratos ou derivados
(gliconeogênese).
1° - Carboidratos 2° - Lipídios 3° - Proteínas
10. Classificação
Obs – Em músculos estriados esqueléticos em atividade, a sequência de utilização
de nutrientes se mostra alterada. O glicogênio muscular continua snedo a fonte
primária de energia, mas, ao esgotar, passa a haver o consumo não de lipídio, mas
de proteína. A explicação está no fato de que o músculo não apresenta reservas
significativas de gordura. Por isso, é recomendado se alimentar antes de praticar
exercícios físicos.
• Glicerídeos: São os componentes principais de armazenamento ou
depósito de gorduras nas células de plantas e animais. São
encontrados em abundância nos vegetais, principalmente na forma de
óleos e nos animais, e nos animais, principalmente com gorduras – A
pele de alguns animais possui uma camada chamada de hipoderme,
que se situa por baixo da derme, e acumula gordura.
São formados por ésteres de três ácidos graxos com o glicerol, um
triálcool.
Glicerol + 3 ácidos graxos = Glicerídeo (Éster).
Apesar das diversas funções, os glicerídeos devem ser ingeridos com
moderação, pois em excesso, se depositam nas artérias, contribuindo para
um maior risco de doenças cardiovasculares, infartos e AVC’s.
11. Rancificação – Quando deixados em contato com o ar,
muitos triglicerídios ficam rançosos, isto é, desenvolvem
sabor e odor desagradáveis. Duas reações químicas são
responsáveis por essa mudança: hidrólise das ligações
éster, produzindo ácidos graxos e livres, muitos dois quais
têm cheiro forte; e oxidação das ligações duplas, formando
aldeídos e ácidos carboxílicos de cadeia curta, que
também têm cheiro forte.
• Carotenoides: São lipídios derivados de
hidrocarbonetos com pigmentação amarela, laranja ou
vermelha, encontrados em vegetais como batata
inglesa, cenoura e beterraba. Como exemplo, existem
a vitamina A e a clorofila, que deve sua cor verde à
presença de magnésia em sua composição.
A vitamina A é um álcool lipossolúvel resistente ao calor,
porém facilmente oxidável. O álcool, também chamado
retinol, é encontrado em grande extensão na natureza na
forma de seus percussores: as provitaminas carotenoides.
A vitamina A forma-se no corpo do homem ou do peixe a
partir de tais percursores, após um processo de hidrólise.
12. • Esteroides: São lipídios bem diferentes dos glicerídios e das
ceras, apresentando moléculas complexas, com quatro anéis
carbônicos fundidos e um grupamento álcool (de cadeia
fechada, chamados esteróis, originando o tempo esteroide).
O colesterol é o esteroide mais conhecido. Junto aos
fosfolipídios, são lipídios fundamentais na composição da
membrana plasmática de animais, porém não estão presentes
nas membranas vegetais e bacterianas. O colesterol é um
importante estabilizador dessa estrutura celular, controlando a
fluidez da membrana. A partir do colesterol, formam-se vários
lipídios importantes, os quais possuem, principalmente função
hormonal. São exemplo os hormônios sexuais masculino
(testosterona) e feminino (progesterona e estrógeno), os
hormônios corticoides (aldosterona e cortisol) e a vitamina D.
No fígado, o colesterol pode ser convertido em ácido cólico, e a
partir daí, em sais biliares, enviados para a vesícula biliar, de
onde é eliminado para a emulsificação de gorduras no intestino,
e depois é eliminado junto às fezes.
Cerca de 90% do colesterol é endógeno, tendo origem no fígado.
13. Lipídios simples x Lipídios complexos
Os lipídios podem ser classificados como simples ou complexos. Essa classificação
leva em conta os átomos que compõem cada lipídio. Por exemplo, são
denominados simples os lipídios formados por átomos de carbono, hidrogênio e
oxigênio. Por outro lado, os complexos além de apresentar estes, possuem
nitrogênio, fósforo e enxofre.
• Lipropoteínas: Possuem cerca de 50% a 90% de lipídios em sua composição, e
estão associadas a proteínas. Agem principalmente no plasma sanguíneo,
auxiliando no transporte de lipídios no sangue. Se dividem em três tipos – A
VLDL (densidade muito baixa), LDL (densidade baixa) e HDL (densidade alta).
Essas substâncias são popularmente conhecidas como colesterol ruim (baixa
densidade) e bom (alta densidade). Porém essa denominação é equivocada,
pois não se trada de colesterol e sim de lipoproteínas que transportam lipídios,
inclusive o colesterol.
VLDL e LDL – Transporta o colesterol do fígado para os tecidos corporais.
HDL – Transporta o colesterol dos tecidos corporais para o fígado.
14. Aterosclerose – Acúmulo de ateromas (placas de
colesterol nas paredes dos vasos sanguíneos),
gerando um diminuição do diâmetro do vaso e
consequentemente hipertensão. Um amento da
pressão arterial pode destacar ateromas, que se
deslocam e promovem a obstrução de vasos de
menor calibre, causando embolia. A região do qual
o ateroma se destacou é lesionada, o que pode
levar à coagulação sanguínea na região, de modo a
causar trombose.
Gorduras saturadas – De origem animal e estimulam a produção de colesterol
ruim. As gorduras trans são originalmente insaturadas, recebendo hidrogênios a
mais para torná-las mais consistentes, como ocorre com a margarina, além de
serem altamente prejudiciais à saúde.
Óleos poli-insaturados – São encontrados em óleos de peixes e adicionados em
margarinas e leites na forma de ômega 3 e 6, além de diminuírem a produção do
colesterol ruim e bom.
Óleos monoinsaturados – Encontrados no azeite de oliva, nas nozes e castanhas,
diminuem as taxas de colesterol ruim e aumentam as taxas de colesterol bom.
15. • Fosfolipídios: São os principais lipídios complexos, formados a partir de
glicerídeos e fosfato.
As membranas celulares são formadas por duas camadas de fosfolipídos, que são
moléculas anfipáticas, pois possuem uma parte polar e outra apolar.
Parte hidrofílica – Fosfato ligado ao álcool.
Parte hidrofóbica – Cadeias derivadas dos ácidos graxos.
16. Lipídios simples x Lipídios complexos
Os lipídios podem ser classificados como simples ou complexos. Essa classificação
leva em conta os átomos que compõem cada lipídio. Por exemplo, são
denominados simples os lipídios formados por átomos de carbono, hidrogênio e
oxigênio. Por outro lado, os complexos além de apresentar estes, possuem
nitrogênio, fósforo e enxofre.
• Lipropoteínas: Possuem cerca de 50% a 90% de lipídios em sua composição, e
estão associadas a proteínas. Agem principalmente no plasma sanguíneo,
auxiliando no transporte de lipídios no sangue. Se dividem em três tipos – A
VLDL (densidade muito baixa), LDL (densidade baixa) e HDL (densidade alta).
Essas substâncias são popularmente conhecidas como colesterol ruim (baixa
densidade) e bom (alta densidade). Porém essa denominação é equivocada,
pois não se trada de colesterol e sim de lipoproteínas que transportam lipídios,
inclusive o colesterol.
VLDL e LDL – Transporta o colesterol do fígado para os tecidos corporais.
HDL – Transporta o colesterol dos tecidos corporais para o fígado.