O documento descreve o complexo açucareiro no Brasil colonial, com ênfase na região Nordeste. O açúcar era produzido por escravos africanos nas fazendas, com financiamento holandês. Os holandeses invadiram o Brasil por duas vezes, mas foram derrotados. Maurício de Nassau governou o Brasil holandês promovendo desenvolvimento, até ser deposto. Finalmente, a Paz de Haia em 1661 devolveu o controle do Nordeste para Portugal.
2. Introdução
• A atividade econômica aqui desenvolvida estaria,
logicamente, relacionada ao interesses da
metrópole lusa e da própria economia
europeia, o que tornava o Brasil uma área de
complementariedade, fornecedora de produtos
tropicais.
• A montagem do complexo açucareiro surgiu por
vários fatores: Alta lucratividade do açúcar no
mercado internacional, oferta de crédito dos
holandeses – Promoviam o refino e a
comercialização do produto, a cultura açucareira
já era conhecida pelos portugueses e
acreditavam que essa prática poderia se tornar
um agente facilitador do povoamento.
3. • O complexo açucareiro teve suas bases no Nordeste, com forte destaque para a
região de Pernambuco e Bahia.
• O investimento nos engenhos era assegurado pelas relações entre Portugal e
Holanda.
• O campo era o centro da economia açucareira, e a fazenda, com suas divisões,
representava o lar de todas as relações socioeconômicas da colônia.
• O engenho era dividido em: Casa-grande, senzala, capela, moenda, casa de
purgar e caldeiras.
Casa-grande: Núcleo administrativo do engenho. Lá moravam os familiares do
senhor e os agregados.
Senzala: Espaço onde os escravos ficavam confinados após o trabalho.
Capela: Simbolizava o poder da igreja no engenho. Era uma forma de abençoar a
produção e manter os escravos no padrão de enquadramento das forças de
dominação colonial, uma vez que, de acordo com a pregação religiosa o escravo
deveria ser obediente aos desígnios sagrados e se manter submisso aos trabalhos
para alcançar a salvação.
Moenda, casa de purgar e caldeiras: Representavam a fábrica do açúcar.
4.
5. Mão de obra
• Com já é sabido, a mão de obra era constituída de escravos africanos.
• O tráfico negreiro era potencialmente lucrativo e o nativo indígena estava
praticamente exterminado do litoral brasileiro.
• A mão de obra livre também existia, sendo desempenhada por artesãos e
feitores (vigiavam e reprimiam possíveis fugas nas fazendas).
6. Sociedade açucareira
• A fazenda representava uma autarquia, ou seja, um núcleo praticamente
autossuficiente.
No engenho, havia áreas destinadas à atividade policultora com a presença de
trabalhadores livres, os roceiros, ou ainda com os próprios escravos, que
produziam artigos para a alimentação da fazenda.
Essa prática se assemelhava ao relacionamento entre o senhor feudal e o servo
(feudalismo); Dependendo do desempenho e da fidelidade do escravo, ele poderia
até conseguir alforria.
Brecha Camponesa
Tinha caráter patriarcal, liderada pelo senhor de engenho, que, juntamente com
seus familiares, usufruíam de todos os privilégios sociais.
Matrimônio – Só aconteciam dentro de um mesmo grupo social (sociedade
endogâmica).
7. O papel dos Holandeses
A monogamia era apregoada pela igreja, mas isso não impedia que os senhores de
engenho mantivessem relações com escravas domésticas, por vezes, tendo filhos,
os quais era ilegítimos. A fazenda se transformava, então, em um espaço de
miscigenações.
O ciclo do açúcar apresentava uma sociedade estamental (sem mobilidade
social), ficando quase restrita aos senhores de engenho, suas famílias e escravos..
• Estão intimamente ligados ao sucesso da economia açucareira no Brasil.
• Financiavam a produção açucareira e promoviam o refino e a comercialização
do produto.
• Porém, a Holanda cultivava uma grande rivalidade com a Espanha, que no
momento, mantinha domínio sobre Portugal (União Ibéria – Pela falta de
herdeiros do trono português a Espanha assume). Por isso, o rei espanhol
promoveu o bloqueio comercial marítimo, proibindo que os holandeses
continuassem sua atividade comercial com as colônias portuguesas.
8. Os holandeses entendiam que não poderiam perder
todos os investimentos que haviam feito para o cultivo
do açúcar, nem permitir que o Brasil escapasse da sua
influência.
• Primeira invasão – (1624, Salvador) Até então
capital da colônia; A Holanda achava que se
dominasse o centro administrativo, todas as outras
terras se renderiam. O movimento não obteve êxito,
sendo derrotado pela milícia dos descalços.
• Segunda invasão – (1630, Pernambuco) Chegou a
prosperar por um período mais longo. Dessa vez
estavam bem mais organizados e equipados,
invadiram o Nordeste e dominaram Pernambuco.
Muitos senhores de engenho reagiram, chegando
inclusive a pôr fogo nos engenhos, outros
abandonaram a cultura açucareira e partiram para o
interior, atuando na pecuária, o que fortaleceu a
interiorização da colônia. Muitos escravos se
aproveitaram da invasão para fugir para o Quilombo
de Palmares, em Alagoas.
9. Maurício de Nassau
• Desenvolveu políticas que agradassem os senhores de engenho.
• Governou o Brasil holandês.
• A cidade de Recife foi urbanizada, pântanos foram drenados e ruas ampliadas.
• Instituiu bibliotecas, observatórios e pesquisas científicas.
• A liberdade religiosa foi concedida aos católicos.
• Concessão de empréstimos aos senhores de engenho, para recuperar,
aparelhar e modernizar suas propriedades.
• Com o fim da União Ibérica, foi estabelecida um trégua entre Portugal e Holanda
– Trégua dos dez anos. Contudo, a trégua foi rompida com a invasão do
Maranhão e Sergipe (no Brasil), São Tomé, São Paulo de Loanda e Guiné (na
África).
• Nassau foi deposto e as políticas com os senhores de engenho foram bem
ásperas, cobrando os empréstimos e exigindo o aumento na produção.
10. Paz de Haia
Nassau foi afastado; Em seguida, os senhores com medo de terem suas
propriedades tomadas, iniciaram um levante que envolvia negros, índios e brancos,
todos contra os holandeses, fazendo – os assinarem uma rendição.
Foi assinada em 1661, por meio dela, reconhecia que o nordeste do Brasil e a
Angola pertenciam a Portugal, mediante o pagamento de uma indenização de 4
milhões de cruzados.
Com o fim do domínio holandês, o Brasil passou a ser a principal fonte econômica
portuguesa, visando suprir o déficit deixado pela União Ibérica e pelo comércio
holandês de açúcar nas Antilhas, pois agora, vendiam um açúcar de maior
qualidade e por um preço mais baixo.
O Conselho Ultramarino aumentou a fiscalização e arrecadação na colônia,
controlando a saída e entrada de navios mercantis.
Conselho Ultramarino