SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 9
Baixar para ler offline
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● NEUROANATOMIA
1
www.medresumos.com.br
INTRODUÇÃO À NEUROANATOMIA E NEUROFISIOLOGIA
O sistema nervoso (SN) é um aparelho único do ponto de vista funcional: ele, em conjunto com o sistema
endócrino, controla as funções do corpo praticamente sozinho. Além das funções comportamentais e motoras, o sistema
nervoso recebe milhões de estímulos a partir dos diferentes órgãos sensoriais e, então, integra-os, para determinar
respostas a serem dadas pelo corpo, permitindo ao indivíduo a percepção e interação com o mundo externo e com o
próprio organismo.
De fato, o sistema nervoso é basicamente composto por células especializadas, cuja função é receber os
estímulos sensoriais e transmiti-los para os órgãos efetores, tanto musculares como glandulares. Os estímulos
sensoriais que se originam no exterior ou no interior do corpo são correlacionados dentro do sistema nervoso, e os
impulsos eferentes são coordenados, de modo que os órgãos efetores atuam harmoniosamente em conjunto para o bem
estar do indivíduo. Ainda mais, o sistema nervoso das espécies superiores tem a capacidade de armazenar as
informações sensoriais recebidas durante as experiências anteriores.
Em resumo, dentre as principais funções do sistema nervoso, podemos destacar:
 Receber informações do meio interno e externo (função sensorial)
 Associar e interpretar informações diversas (função cognitiva)
 Ordenar ações e respostas (função motora)
 Controle do meio interno (devido a sua relação com o sistema endócrino)
 Memória e aprendizado (função cognitiva avançada)
DIVISÕES DO SISTEMA NERVOSO
Do ponto de vista anatômico, podemos dividir o sistema nervoso em duas grandes partes: o sistema nervoso
central (S.N.C.) e o sistema nervoso periférico (S.N.P.). O primeiro reúne as estruturas situadas dentro do crânio
(encéfalo) e da coluna vertebral (medula espinal), enquanto o segundo reúne as estruturas distribuídas pelo organismo
(nervos, plexos e gânglios periféricos).
Já do ponto de vista funcional, o sistema nervoso deve ser dividido em sistema nervoso somático (S.N.S.) e
sistema nervoso autonômico (S.N.A.), de modo que o primeiro está relacionado com funções submetidas a comandos
conscientes (sejam motores ou sensitivos, estando relacionado com receptores sensitivos e com músculos estriados
esqueléticos) e o segundo, por sua vez, está relacionado com a inervação inconsciente de glândulas, músculo cardíaco
e músculo liso.
Arlindo Ugulino Netto.
NEUROANATOMIA 2016
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● NEUROANATOMIA
2
www.medresumos.com.br
DIVISÃO ANATÔMICA DO SISTEMA NERVOSO
1. Sistema nervoso central (SNC).
Anatomicamente, denomina-se sistema nervoso central ou neuroeixo o conjunto representado pelo encéfalo e
pela medula espinhal dos vertebrados. Forma, junto ao sistema nervoso periférico, o sistema nervoso como um todo, e
tem papel fundamental no controle dos sistemas do corpo. Denomina-se encéfalo a parte do SNC contida no interior da
caixa craniana, e medula espinhal a parte que continua a partir do encéfalo no interior do canal vertebral.
1.1.Encéfalo: corresponde ao conjunto de cérebro, tronco encefálico e cerebelo (ou seja, todas as estruturas do SN
localizadas dentro da caixa craniana).
1.1.1. Cérebro (telencéfalo + diencéfalo)
1.1.1.1. Telencéfalo: o telencéfalo é dividido em dois hemisférios cerebrais bastante desenvolvidos e
constituídos por giros e sulcos que abrigam os centros motores, sensitivos e cognitivos. Estruturalmente, o
telencéfalo é formado pelo córtex cerebral, sistema límbico e núcleos de base.
 Núcleos da base: conjuntos de corpos de neurônios localizados na base do telencéfalo responsáveis por mediar
sinais estimuladores oriundos do córtex e que pra ele se dirige de volta, principalmente do ponto de vista motor.
 Sistema Límbico: conjunto de estruturas telencefálicas relacionadas com emoções, memória e controle do sistema
nervoso autonômico.
 Córtex cerebral: consiste no manto de corpos de neurônios que reveste todo o telencéfalo perifericamente,
distribuindo-se ao longo dos dois hemisférios: direito (não verbal) e esquerdo (verbal). Tais neurônios corticais
estão dispostos em camadas e, a depender de sua localização no telencéfalo, são responsáveis pela motricidade,
sensibilidade, linguagem (parte motora e compreensão), memória, etc. Cada hemisfério é constituído de cinco
lobos: Frontal, Parietal, Temporal, Occipital e Lobo da ínsula (esta divisão não se faz do ponto de vista funcional;
é meramente anatômica, sendo atribuída de acordo com a relação da respectiva região do telencéfalo com os
ossos do crânio).
OBS
1
: O corpo caloso é formado por um conjunto de fibras (comissura) que estabelece a comunicação entre os
hemisférios, conectando estruturas comparáveis de cada lado. Permite que estímulos recebidos em um lado sejam
processados em ambos os hemisférios ou exclusivamente no hemisfério oposto. Além disso, auxilia na coordenação e
harmonia entre os comandos motores oriundos dos dois hemisférios.
OBS²: A informação sensorial é enviada para hemisférios opostos. O princípio básico é a organização contralateral, de
modo que a maioria dos estímulos sensoriais chega ao córtex contralateral cruzando ao longo das vias ascendentes que
os conduziu. Como na visão, ocorre o crossover visual: o campo de visão esquerdo é projetado no lobo occipital direito;
o campo visual direito é projetado para o lobo esquerdo. Outros sentidos funcionam semelhantemente. Bem como ocorre
no que diz respeito às áreas motoras: o hemisfério direito controla o lado esquerdo do corpo e o hemisfério esquerdo
controla o direito, uma vez que as fibras motoras oriundas do córtex motor de um lado cruzam para o lado oposto ao
nível do bulbo na chamada decussação das pirâmides.
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● NEUROANATOMIA
3
www.medresumos.com.br
1.1.1.2. Diencéfalo: área localizada na transição entre o tronco encefálico e o telencéfalo, sendo
subdividido em hipotálamo, tálamo, epitálamo e subtálamo. Todas as mensagens sensoriais, com exceção
das provenientes dos receptores do olfato, passam pelo tálamo (e metatálamo) antes de atingir o córtex
cerebral.
 Tálamo: é uma massa ovoide predominantemente composta por substância cinzenta localizada no diencéfalo e
que corresponde à maior parte das paredes laterais do terceiro ventrículo encefálico. O tálamo atua como estação
retransmissora de impulsos nervosos para o córtex cerebral.
 Hipotálamo: também constituído por substância cinzenta, é o principal centro integrador das atividades dos órgãos
viscerais (sistema nervoso autônomo), sendo um dos principais responsáveis pela homeostase corporal. Ele faz
ligação entre o sistema nervoso/límbico e o sistema endócrino/visceral, atuando na ativação de diversas glândulas
endócrinas.
 Epitálamo: constitui a parede posterior do terceiro ventrículo e nele, está localizada a glândula pineal.
1.1.2. Cerebelo: situado posteriormente ao tronco encefálico e inferiormente ao lobo occipital, o cerebelo é,
primariamente, um centro responsável pelo controle e aprimoramento (coordenação) dos movimentos
planejados e iniciados pelo córtex motor (o cerebelo estabelece inúmeras conexões com o córtex motor e
com a medula espinhal). Assim, o cerebelo relaciona-se com os ajustes dos movimentos, equilíbrio,
postura, tônus muscular e, sobretudo, coordenação motora. O cerebelo, fundamentalmente, apresenta as
seguintes estruturas fundamentais: núcleos cerebelares profundos e córtex cerebelar.
1.1.3. Tronco encefálico: o tronco encefálico interpõe-se entre a medula e o diencéfalo, situando-se
ventralmente ao cerebelo. Possui três funções gerais: (1) recebe informações sensitivas de estruturas
cranianas e controla a maioria das funções motoras e viscerais referentes a estruturas da cabeça; (2)
contém circuitos nervosos que transmitem informações da medula espinhal até outras regiões encefálicas
e, em direção contrária, do encéfalo para a medula espinhal (lado esquerdo do cérebro controla os
movimentos do lado direito do corpo e vice-versa); (3) regula a atenção, função esta que é mediada pela
formação reticular (agregação mais ou menos difusa de neurônios de tamanhos e tipos diferentes,
separados por uma rede de fibras nervosas que ocupa a parte central do tronco encefálico). Além destas
três funções gerais, as várias divisões do tronco encefálico desempenham funções motoras e sensitivas
específicas. O tronco encefálico é subdividido em bulbo, ponte e mesencéfalo.
1.2.Medula Espinal: corresponde à porção alongada do sistema nervoso central, estabelecendo as maiores
ligações entre o SNC e o SNP. Está alojada no interior da coluna vertebral, ao longo do canal vertebral,
dispondo-se no eixo crânio-caudal. Ela se inicia ao nível do forame magno e termina na altura entre a
primeira e segunda vértebra lombar no adulto, atingindo entre 44 e 46 cm de comprimento, possuindo
duas intumescências, uma cervical e outra lombar (que marcam a localização dos grandes plexos
nervosos: braquial e lombossacral).
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● NEUROANATOMIA
4
www.medresumos.com.br
2. Sistema nervoso periférico (SNP)
O sistema nervoso periférico é
constituído por estruturas localizadas fora do
neuroeixo, sendo representado pelos nervos (e
plexos formados por eles) e gânglios nervosos
(consiste no conjunto de corpos de neurônios
fora do SNC).
No SNP, os nervos cranianos e
espinhais, que consistem em feixes de fibras
nervosas ou axônios, conduzem informações
para e do sistema nervoso central. Embora
estejam revestidos por capas fibrosas à medida
que cursam para diferentes partes do corpo, eles
são relativamente desprotegidos e são
comumente lesados por traumatismos, trazendo
déficits motores/sensitivos para grupos
musculares/porções de pele específicos.
OBS
3
: Um nervo corresponde a um cordão formado
por conglomerados de axônios que, ao longo de seu
trajeto, pode projetar diversos axônios que chegarão
às estruturas a serem inverdadas (placa motora ou
terminal sensitivo).
2.1. Gânglios nervosos.
Dá-se o nome de gânglio nervoso para qualquer aglomerado de corpos celulares de neurônios encontrado fora
do sistema nervoso central (quando um aglomerado está dentro do sistema nervoso central, é conhecido como núcleo).
Os gânglios podem ser divididos em sensoriais dos nervos espinhais e dos nervos cranianos (V, VII, VIII, IX e X) e em
gânglios autonômicos (situados ao longo do curso das fibras nervosas eferentes do SN autônomo).
2.2. Nervos espinhais.
Nos sulcos lateral anterior e lateral posterior, existem as conexões de pequenos filamentos radiculares, que se
unem para formar, respectivamente, as raízes ventral e dorsal dos nervos espinhais. As duas, por sua vez, se unem
para formar os nervos espinhais propriamente ditos. É a partir dessa conexão com os nervos espinhais que a medula
pode ser dividida em segmentos. Estes nervos são importantes por conectar o SNC à periferia do corpo.
Os nervos espinhais são assim chamados por se relacionarem com a medula espinhal, estabelecendo uma
ponte de conexão SNC-SNP.
Existem 31 pares de nervos espinhais aos quais correspondem 31 segmentos medulares assim distribuídos: 8
cervicais (existe oito nervos cervicais mas apenas sete vértebras pois o primeiro par cervical se origina entre a 1ª
vértebra cervical e o osso occipital), 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo.
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● NEUROANATOMIA
5
www.medresumos.com.br
OBS4
: Na realidade, são 33 pares de Nn. Espinhais se forem considerados os dois pares de nervos coccígeos
vestigiais, justapostos ao filamento terminal da medula.
2.3. Nervos cranianos
Os 12 nervos cranianos, também constituintes importantes do sistema nervoso periférico, apresentam funções
neurológicas diversificadas. Em resumo, temos:
I. Nervo Olfatório: se origina no teto da cavidade nasal e traz estímulos olfatórios para o bulbo olfatório e trato olfatório.
II. Nervo Óptico: seus axônios se originam de prolongamentos das células ganglionares da camada mais interna da retina e
partem para a parte posterior do globo ocular, levando impulsos relacionados com a visão até o corpo geniculado lateral e,
daí, até o lobo occipital.
III. Nervo Oculomotor: inerva a maioria dos músculos extrínsecos do olho (Mm. oblíquo inferior, reto medial, reto superior, reto
inferior e levantador da pálpebra) e intrínsecos do olho (M. ciliar e esfíncter da pupila). Indivíduos com paralisia no III par não
movem a pálpebra, que cai sobre o olho, além de apresentar outros sintomas relacionados com a motricidade do olho, como
estrabismo divergente (olho voltado lateralmente).
IV. Nervo Troclear: inerva o músculo oblíquo superior, que põe os olhos pra baixo e para dentro (ao mesmo tempo), como no
olhar feito ao se descer uma escada. Suas fibras, ao se originarem no seu núcleo (ao nível do colículo inferior do
mesencéfalo), cruzam o plano mediano (ainda no mesencéfalo) e partem para inervar os Mm. oblíquos superiores do olho,
sendo do lado oposto em relação à sua origem. Além disso, é o único par de nervos cranianos que se origina na parte dorsal
do tronco encefálico (logo abaixo dos colículos inferiores).
V. Nervo Trigêmeo: apresenta uma grande função sensitiva (por meio de seus componentes oftálmico, maxilar e mandibular) e
função motora (inervação dos músculos da mastigação por ação do nervo mandibular). É responsável ainda pela inervação
exteroceptiva da língua (térmica e dolorosa) e proprioceptiva.
VI. Nervo Abducente: Inerva o músculo reto lateral do olho, capaz de abduzir o olho (olhar para o lado), como o próprio nome
do nervo sugere. Lesões do nervo abducente podem gerar estrabismo convergente (olho voltado medialmente).
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● NEUROANATOMIA
6
www.medresumos.com.br
VII. Nervo Facial: toda inervação dos músculos da mímica da face. Paralisia de um nervo facial trará paralisia dos músculos da
face do mesmo lado (inclusive, incapacidade de fechar o olho), predominando a ação dos músculos com inervação normal,
puxando-os anormalmente. O nervo intermédio, componente do próprio nervo facial, é responsável por inervar as glândulas
submandibular, sublingual e lacrimal, além de inervar a sensibilidade gustativa dos 2/3 anteriores da língua.
VIII. Nervo Vestíbulo-coclear: sua porção coclear traz impulsos gerados na cóclea (relacionados com a audição) e sua porção
vestibular traz impulsos gerados nos canais semicirculares do órgão vestibular (relacionados com o equilíbrio).
IX. Nervo Glossofaríngeo: responsável por inervar a glândula parótida, além de fornecer sensibilidade gustativa para o 1/3
posterior da língua. Realiza, também, a motricidade dos músculos da deglutição.
X. Nervo Vago: maior nervo do corpo, que se origina no sulco lateral posterior do bulbo e se estende até o abdome. Está
relacionado com a inervação de quase todos os órgãos torácicos e abdominais. Traz fibras aferentes do pavilhão e do canal
auditivo externo.
XI. Nervo Acessório: inerva os Mm. esternocleidomastoideo e trapézio, sendo importante também devido as suas conexões
com núcleos dos nervos oculomotor e vestíbulo-coclear, por meio do fascículo longitudinal medial, o que garante um
equilíbrio do movimento dos olhos com relação à cabeça. Na verdade, a parte do nervo acessório que inerva esses músculos
é apenas o seu componente espinhal (5 primeiros segmentos medulares). O componente bulbar do acessório pega apenas
uma “carona” para se unir com o vago, formando em seguida o nervo laríngeo recorrente.
XII. Nervo Hipoglosso: inerva os músculos da língua.
DIVISÃO FUNCIONAL DO SISTEMA NERVOSO
Do ponto de vista funcional, podemos dividir o sistema nervoso em somático e autonômico. Basicamente, o SN
Somático depende da vontade do indivíduo (voluntário) e o SN Autônomo independe da vontade do indivíduo
(involuntário). Para isso, o SNP conecta o SNC às diversas partes do corpo, sendo mediado por neurônios motores
(eferentes) e neurônios sensitivos (aferentes), além de nervos mistos.
1. Sistema nervoso somático (SNS).
O SN Somático (“soma” = parede corporal) é constituido por estruturas controlam ações voluntárias, como a
contração de um músculo estriado esquelético, ou modalidades sensitivas elementares e facilmente interpretadas
(conduzidas por fibras aferentes somáticas, levando estímulos relacionados com tato, pressão, dor, temperatura, etc.).
Dentre estruturas relacionadas com esta parte da divisão funcional do sistema nervoso, podemos destacar
estruturas centrais (córtex motor primário, córtex motor secundário, núcleos da base, cerebelo, córtex somatossensorial
primário e secundário, tálamo, etc.) e estruturas periféricas (parte motora e sensitiva dos principais nervos do corpo,
principalmente daqueles que se destacam dos plexos braquial e lombossacral, além dos nervos cranianos que
conduzem fibras eferentes somáticas).
2. Sistema nervoso autonômico (SNA).
O sistema nervoso autonômico é a parte do sistema nervoso relacionada à inervação das estruturas
involuntárias, tais como o coração, o músculo liso e as glândulas localizadas ao longo do corpo. Está, portanto,
relacionado com o controle da vida vegetativa, controlando funções como a respiração, circulação do sangue, controle
de temperatura e digestão, etc. É distribuído por toda parte nos sistemas nervosos central (hipotálamo, sistema límbico,
formação reticular, núcleos viscerais dos nervos cranianos) e periférico (nervos cranianos com fibras eferentes e
aferentes viscerais e nervos distribuídos ao longo do corpo e vísceras, principalmente aqueles oriundos de plexos
viscerais).
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● NEUROANATOMIA
7
www.medresumos.com.br
O SNA pode ser subdividido em duas partes: o SNA simpático e o SNA parassimpático, e em ambas existem
fibras nervosas aferentes e eferentes. As atividades da parte simpática do SNA preparam o corpo para as emergências
(luta e fuga). As atividades da parte parassimpática do SNA são voltadas para a conservação e a restauração das
energias (repouso e digestão).
2.1 Sistema Nervoso Autonômico Simpático: prepara o corpo para respostas de “lutar ou fugir” por meio da
liberação de neurotransmissores como a adrenalina e noradrenalina. É responsável, por exemplo, pelo aumento
da pressão arterial, do trabalho e da potencia do músculo cardíaco. Desta forma, o fluxo sanguíneo aumenta para
os músculos esqueléticos e ocorre inibição das funções digestivas. Anatomicamente, sua fibra pré-ganglionar é
curta, enquanto que a pós-ganglionar é longa.
2.2 Sistema Nervoso Autonômico Parassimpático: prepara o corpo, de uma maneira geral, para o repouso e
digestão, acomodando o corpo para manter e conservar energia metabólica: diminui o trabalho cardíaco, a
respiração e a pressão sanguínea. Sua fibra pré-ganglionar é longa, enquanto que a pós-ganglionar é curta, de
modo que o gânglio parassimpático localiza-se próximo ou dentro da víscera que ele inerva (como no trato
digestivo, existem os plexos de Meissner e Auerbach).
EMBRIOGÊNESE DO SISTEMA NERVOSO
O sistema nervoso origina-
se do ectoderma embrionário e se
localiza na região dorsal. Durante o
desenvolvimento embrionário, o
ectoderma sofre uma invaginação,
dando origem à goteira neural,
que se fecha posteriormente,
formando o tubo neural. Este
possui uma cavidade interna cheia
de líquido, o canal neural.
Em sua região anterior (ou
superior), o tubo neural sofre
dilatação, dando origem ao
encéfalo primitivo. Em sua região
posterior (ou inferior), o tubo neural
dá origem à medula espinhal. O
canal neural persiste nos adultos,
correspondendo aos ventrículos
cerebrais, no interior do encéfalo,
e ao canal central da medula, no
interior da medula.
Durante o desenvolvimento embrionário, verifica-se que, a partir da vesícula única que constitui o encéfalo
primitivo, são formadas três outras vesículas: (1) prosencéfalo (encéfalo anterior); (2) mesencéfalo (encéfalo médio);
(3) rombencéfalo (encéfalo posterior).
O prosencéfalo e o rombencéfalo sofrem estrangulamento, dando origem, cada um deles, a duas outras
vesículas. O mesencéfalo não se divide. Desse modo, o encéfalo do embrião é constituído por cinco vesículas em linha
reta. O prosencéfalo divide-se em telencéfalo (hemisférios cerebrais) e diencéfalo (tálamo e hipotálamo); o
mesencéfalo não sofre divisão e o rombencéfalo divide-se em metencéfalo (ponte e cerebelo) e mielencéfalo (bulbo).
Todas as divisões do SNC se definem já na 6ª semana de vida fetal.
CÉLULAS DO SISTEMA NERVOSO
O neurônio é a unidade sinalizadora do sistema nervoso, correspondendo à principal célula deste sistema. É
uma célula especializada e dotada de vários prolongamentos para a recepção de sinais e um único para a emissão de
sinais. São basicamente divididos em três regiões: o corpo celular (ou soma), os dendritos (canal de entrada para os
estímulos) e o axônio (canal de saída).
Existem outros tipos de células que estão ligadas diretamente ao suporte e proteção dos neurônios, que em
grupo, são designadas como neuroglia ou células da Glia.
OBS
5
: Todo o SN é organizado em substância cinzenta e branca. A substância cinzenta consiste em corpos de
células nervosas infiltradas na neuroglia; tem cor cinzenta. A substância branca consiste em fibras nervosas (axônios)
também infiltradas na neuróglia; tem cor branca, devido à presença do material lipídico que compõe a bainha de
mielina de muitas das fibras nervosas. Além disso, quando falarmos de núcleo do SN, estaremos nos referindo a um
grande conjunto de corpos de neurônios isolados e circundados por substância branca.
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● NEUROANATOMIA
8
www.medresumos.com.br
NEURÔNIOS
Os neurônios são as células responsáveis pela
recepção e retransmissão dos estímulos do meio (interno e
externo), possibilitando ao organismo a execução de respostas
adequadas para a manutenção da homeostase. Seu
funcionamento depende, exclusivamente, da glicólise
(metabolismo aeróbio; ver OBS
9
).
Para exercerem tais funções, contam com duas
propriedades fundamentais: a irritabilidade (também
denominada excitabilidade ou responsividade) e a
condutibilidade. Irritabilidade é a capacidade que permite a
uma célula responder a estímulos, seja eles internos ou
externos. Portanto, irritabilidade não é uma resposta, mas a
propriedade que torna a célula apta a responder. Essa
propriedade é inerente aos vários tipos celulares do organismo.
No entanto, as respostas emitidas pelos tipos celulares distintos também diferem umas das outras. A resposta
emitida pelos neurônios assemelha-se a uma corrente elétrica transmitida ao longo de um fio condutor: uma vez
excitados pelos estímulos, os neurônios transmitem essa onda de excitação - chamada de impulso nervoso - por toda
a sua extensão em grande velocidade e em um curto espaço de tempo. Este fenômeno deve-se à propriedade de
condutibilidade.
Partindo de uma classificação funcional, têm-se três tipos de neurônios:
 Sensorial ou aferente: propaga o potencial de ação para o SNC
 Motor ou eferente: prapaga o potencial de ação a partir do SNC
 Interneurônios ou neurônios de associação: funcionam dentro do SNC, conectanto um neurônio a outro.
CÉLULAS DA GLIA
ASTRÓCITOS
Os astrócitos são as celulas da neuróglia que possuem as maiores dimensões. Existem dois tipos de
astrócitos: os protoplasmasticos (predominantes na substância cinzenta) e os fibrosos (predominantes na substância
branca). Estas células desempenham funções muito importantes, como a sustentação e a nutrição dos neurônios.
Outras funções que desempenham são:
 Preenchimento dos espaços entre os neurônios.
 Regulação da concentração de diversas substâncias com potencial para interferir nas funções neuronais normais
(ex.: concentrações extracelulares de potássio).
 Regulação dos neurotransmissores (restringem a difusão de neurotransmissores liberados e possuem proteínas
especiais em suas membranas que removem os neurotransmissores da fenda sináptica)
 Regulam a composição extracelular do fluído cerebral
 Promovem tight junctions para formar a barreira hemato-encefálica (BHE): sua membrana emite pseudópodes
que revestem o capilar sanguíneo, associando as membranas das células endoteliais e dos astrócitos,
determinando a BHE, criando uma resistência para penetração de substâncias tóxicas através do parênquima
cerebral. Quanto mais hidrofóbica (mais lipídica e menos polar) for a substância que alcançar a circulação
cerebral, mais fácil será sua difusão através da BHE.
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● NEUROANATOMIA
9
www.medresumos.com.br
CÉLULAS EPIDERMOIDES (EPENDIMÁRIAS)
Recebem esse nome por lembrarem o formato de células epiteliais. Margeiam os ventrículos cerebrais e o canal
central da medula espinhal e ajudam formar o plexo coroide, estrutura responsável por secretar e produzir o líquor
(LCR).
MICRÓGLIA
Os microgliócitos ou micróglia são as menores células da neuróglia, mas sendo muito ramificadas. Possuem
poder fagocitário e desenvolvem, no tecido nervoso, um papel semelhante ao dos macrófagos.
OLIGODENDRÓCITOS
Os oligodendrócitos (ou oligodendróglia) são as células da neuróglia responsáveis pela formação e
manutenção das bainhas de mielina dos axônios dentro do SNC, função executada pelas células de Schwann no SNP
(só que apenas um oligodendrócito contribui para formação de mielina em varios neurônios, ao contrario da célula de
Schwann, que mieliniza apenas parte de um axônio).
CÉLULAS DE SCHWANN
Células semelhantes aos oligodendrócitos, mas que se envolvem em torno de uma porção de um axônio de
neurônios do SNP, formando a bainha de mielina nesta divisão do SN (ver OBS
7
).
CÉLULAS SATÉLITES
Encontradas eventualmente no SNP envolvendo o corpo celular de neurônios nos gânglios, para fornecer
suporte estrutural e nutricional.
OBS
7
: Os axônios atuam como condutores dos impulsos nervosos. Em
toda sua extensão de alguns neurônios, o axônio é envolvido por um tipo
celular denominado célula de Schwann. Em muitos axônios, as células de
Schwann determinam a formação da bainha de mielina - invólucro lipídico
que atua como isolante elétrico e facilita a transmissão do impulso nervoso.
Entre uma célula de Schwann e outra, existe uma região de descontinuidade
da bainha de mielina, que acarreta a existência de uma constrição
(estrangulamento) denominada nódulo de Ranvier. A parte celular da
bainha de mielina, onde estão o citoplasma e o núcleo da célula de
Schwann, constitui o neurilema. Por tanto, os axônios podem ser
mielinizados (a mielina protege e isola os axônios) e amielinizados.
OBS
8
: Por vezes, o axônio sofre degeneração, mas pode realizar regeneração. O crescimento do neurônio se dá de
forma caudal: na extremidade axônica, existe uma secreção de fatores de crescimento (hormônios como o NCAM) que
estimulam a diferenciação dessa região, partindo então do soma (corpo) em direção à extremidade do axônio. Os
axônios periféricos têm capacidade regenerativa relativamente maior que os corticais. A neuroexcitotoxicidade é um
caso de excitação exacerbada no crescimento do axônio, havendo então uma destruição dessa extremidade axônica.
Isso acontece porque, nestes casos, há uma diminuição do pH na extremidade do axônio.
OBS
9
: Como o SNC depende exclusivamente do metabolismo aeróbico, quando o neurônio realiza glicólise por
metabolismo anaeróbico, produz grandes concentrações de ácido láctico. Por esta razão, ocorre degeneração ácida das
células nervosas, diminuindo a capacidade de regeneração do axônio. Isso exemplifica os quadros de sequelas por falta
de oxigenação cerebral.
OBS
10
: Caso a degeneração seja em nível de gânglios, a regeneração passa a ser mais precária, uma vez que se trata
de uma região com alta concentração de corpos neuronais, região de maior complexidade da célula.
OBS
11
: A oximetria é um parâmetro fundamental para o SNC, uma vez que suas células principais realizam quase que
exclusivamente o metabolismo aeróbico da glicose, ou seja, via Ciclo de Krebs. Essa é a explicação do fato de os
neurônios possuírem grandes quantidades de mitocôndrias. Para que o Ciclo de Krebs (CK) funcione adequadamente e
o SNC produza ATP em quantidade ideal, é necessária uma grande quantidade de O2, uma vez que o CK produz uma
grande quantidade de coenzimas reduzidas que necessitam do oxigênio para aceptar seus elétrons e, só assim,
oxidarem novamente para participarem de um novo CK. Isso explica o fato de um êmbolo na corrente sanguínea
cerebral (causando um acidente vascular cerebral) poder prejudicar diretamente a funcionalidade de uma determinada
região: o CK tende a parar devido a carência de O2 para restaurar as coenzimas. A única maneira que a célula teria de
renovar as coenzimas nessa situação seria transformar piruvato em ácido láctico, realizando, assim, glicólise anaeróbica,
o que é uma situação de risco para o SNC.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

apostila-anatomia-sistema-nervoso
apostila-anatomia-sistema-nervosoapostila-anatomia-sistema-nervoso
apostila-anatomia-sistema-nervosoAna Clara
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 21 - grandes vias eferentes
Medresumos 2016   neuroanatomia 21 - grandes vias eferentesMedresumos 2016   neuroanatomia 21 - grandes vias eferentes
Medresumos 2016 neuroanatomia 21 - grandes vias eferentesJucie Vasconcelos
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 04 - macroscopia do tronco encefálico
Medresumos 2016   neuroanatomia 04 - macroscopia do tronco encefálicoMedresumos 2016   neuroanatomia 04 - macroscopia do tronco encefálico
Medresumos 2016 neuroanatomia 04 - macroscopia do tronco encefálicoJucie Vasconcelos
 
Medula e Nervos Espinhais
Medula e Nervos EspinhaisMedula e Nervos Espinhais
Medula e Nervos EspinhaisVânia Caldeira
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 17 - formação reticular
Medresumos 2016   neuroanatomia 17 - formação reticularMedresumos 2016   neuroanatomia 17 - formação reticular
Medresumos 2016 neuroanatomia 17 - formação reticularJucie Vasconcelos
 
Sistema Nervoso - fisiopatologia do neurônio motor superior e periférico - A...
Sistema Nervoso -  fisiopatologia do neurônio motor superior e periférico - A...Sistema Nervoso -  fisiopatologia do neurônio motor superior e periférico - A...
Sistema Nervoso - fisiopatologia do neurônio motor superior e periférico - A...Cleanto Santos Vieira
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 15 - núcleos da base e centro branco medular
Medresumos 2016   neuroanatomia 15 - núcleos da base e centro branco medularMedresumos 2016   neuroanatomia 15 - núcleos da base e centro branco medular
Medresumos 2016 neuroanatomia 15 - núcleos da base e centro branco medularJucie Vasconcelos
 
Introdução à neuroanatomia
Introdução à neuroanatomiaIntrodução à neuroanatomia
Introdução à neuroanatomiaCaio Maximino
 
Revisão neuroanatomia
Revisão neuroanatomiaRevisão neuroanatomia
Revisão neuroanatomiapauloalambert
 
Anatomia do sistema nervoso periférico
Anatomia do sistema nervoso periféricoAnatomia do sistema nervoso periférico
Anatomia do sistema nervoso periféricoCaio Maximino
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 03 - microscopia da medula espinhal
Medresumos 2016   neuroanatomia 03 - microscopia da medula espinhalMedresumos 2016   neuroanatomia 03 - microscopia da medula espinhal
Medresumos 2016 neuroanatomia 03 - microscopia da medula espinhalJucie Vasconcelos
 
Sistema nervoso periférico
Sistema nervoso periféricoSistema nervoso periférico
Sistema nervoso periféricoEwerton Marinho
 
Vascularização do encéfalo
Vascularização do encéfaloVascularização do encéfalo
Vascularização do encéfaloAls Motta
 

Mais procurados (20)

apostila-anatomia-sistema-nervoso
apostila-anatomia-sistema-nervosoapostila-anatomia-sistema-nervoso
apostila-anatomia-sistema-nervoso
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 21 - grandes vias eferentes
Medresumos 2016   neuroanatomia 21 - grandes vias eferentesMedresumos 2016   neuroanatomia 21 - grandes vias eferentes
Medresumos 2016 neuroanatomia 21 - grandes vias eferentes
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 04 - macroscopia do tronco encefálico
Medresumos 2016   neuroanatomia 04 - macroscopia do tronco encefálicoMedresumos 2016   neuroanatomia 04 - macroscopia do tronco encefálico
Medresumos 2016 neuroanatomia 04 - macroscopia do tronco encefálico
 
Tronco cerebral
Tronco cerebralTronco cerebral
Tronco cerebral
 
Medula e Nervos Espinhais
Medula e Nervos EspinhaisMedula e Nervos Espinhais
Medula e Nervos Espinhais
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 17 - formação reticular
Medresumos 2016   neuroanatomia 17 - formação reticularMedresumos 2016   neuroanatomia 17 - formação reticular
Medresumos 2016 neuroanatomia 17 - formação reticular
 
Sistema Nervoso - fisiopatologia do neurônio motor superior e periférico - A...
Sistema Nervoso -  fisiopatologia do neurônio motor superior e periférico - A...Sistema Nervoso -  fisiopatologia do neurônio motor superior e periférico - A...
Sistema Nervoso - fisiopatologia do neurônio motor superior e periférico - A...
 
Nucleos da base
Nucleos da baseNucleos da base
Nucleos da base
 
Funções corticais
Funções corticais Funções corticais
Funções corticais
 
7. Funções sensoriais
7. Funções sensoriais7. Funções sensoriais
7. Funções sensoriais
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 15 - núcleos da base e centro branco medular
Medresumos 2016   neuroanatomia 15 - núcleos da base e centro branco medularMedresumos 2016   neuroanatomia 15 - núcleos da base e centro branco medular
Medresumos 2016 neuroanatomia 15 - núcleos da base e centro branco medular
 
Introdução à neuroanatomia
Introdução à neuroanatomiaIntrodução à neuroanatomia
Introdução à neuroanatomia
 
Revisão neuroanatomia
Revisão neuroanatomiaRevisão neuroanatomia
Revisão neuroanatomia
 
Anatomia do sistema nervoso periférico
Anatomia do sistema nervoso periféricoAnatomia do sistema nervoso periférico
Anatomia do sistema nervoso periférico
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 03 - microscopia da medula espinhal
Medresumos 2016   neuroanatomia 03 - microscopia da medula espinhalMedresumos 2016   neuroanatomia 03 - microscopia da medula espinhal
Medresumos 2016 neuroanatomia 03 - microscopia da medula espinhal
 
Sistema nervoso periférico
Sistema nervoso periféricoSistema nervoso periférico
Sistema nervoso periférico
 
SISTEMA NERVOSO
SISTEMA NERVOSOSISTEMA NERVOSO
SISTEMA NERVOSO
 
Tônus Muscular
Tônus MuscularTônus Muscular
Tônus Muscular
 
Sistema nervoso
Sistema nervoso Sistema nervoso
Sistema nervoso
 
Vascularização do encéfalo
Vascularização do encéfaloVascularização do encéfalo
Vascularização do encéfalo
 

Destaque

Medresumos 2016 neuroanatomia 07 - microscopia do mesencéfalo
Medresumos 2016   neuroanatomia 07 - microscopia do mesencéfaloMedresumos 2016   neuroanatomia 07 - microscopia do mesencéfalo
Medresumos 2016 neuroanatomia 07 - microscopia do mesencéfaloJucie Vasconcelos
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 06 - microscopia da ponte
Medresumos 2016   neuroanatomia 06 - microscopia da ponteMedresumos 2016   neuroanatomia 06 - microscopia da ponte
Medresumos 2016 neuroanatomia 06 - microscopia da ponteJucie Vasconcelos
 
Medresumos 2016 anatomia topográfica - membro inferior
Medresumos 2016   anatomia topográfica - membro inferiorMedresumos 2016   anatomia topográfica - membro inferior
Medresumos 2016 anatomia topográfica - membro inferiorJucie Vasconcelos
 
Medresumos 2016 anatomia topográfica - abdome
Medresumos 2016   anatomia topográfica - abdomeMedresumos 2016   anatomia topográfica - abdome
Medresumos 2016 anatomia topográfica - abdomeJucie Vasconcelos
 
Medresumos 2016 anatomia topográfica - dorso
Medresumos 2016   anatomia topográfica - dorsoMedresumos 2016   anatomia topográfica - dorso
Medresumos 2016 anatomia topográfica - dorsoJucie Vasconcelos
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 02 - macroscopia da medula espinhal
Medresumos 2016   neuroanatomia 02 - macroscopia da medula espinhalMedresumos 2016   neuroanatomia 02 - macroscopia da medula espinhal
Medresumos 2016 neuroanatomia 02 - macroscopia da medula espinhalJucie Vasconcelos
 
Medresumos 2016 anatomia topográfica - pescoço
Medresumos 2016   anatomia topográfica - pescoçoMedresumos 2016   anatomia topográfica - pescoço
Medresumos 2016 anatomia topográfica - pescoçoJucie Vasconcelos
 
Medresumos 2016 anatomia topográfica - tórax
Medresumos 2016   anatomia topográfica - tóraxMedresumos 2016   anatomia topográfica - tórax
Medresumos 2016 anatomia topográfica - tóraxJucie Vasconcelos
 
Medresumos 2016 anatomia topográfica - membro superior
Medresumos 2016   anatomia topográfica - membro superiorMedresumos 2016   anatomia topográfica - membro superior
Medresumos 2016 anatomia topográfica - membro superiorJucie Vasconcelos
 

Destaque (9)

Medresumos 2016 neuroanatomia 07 - microscopia do mesencéfalo
Medresumos 2016   neuroanatomia 07 - microscopia do mesencéfaloMedresumos 2016   neuroanatomia 07 - microscopia do mesencéfalo
Medresumos 2016 neuroanatomia 07 - microscopia do mesencéfalo
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 06 - microscopia da ponte
Medresumos 2016   neuroanatomia 06 - microscopia da ponteMedresumos 2016   neuroanatomia 06 - microscopia da ponte
Medresumos 2016 neuroanatomia 06 - microscopia da ponte
 
Medresumos 2016 anatomia topográfica - membro inferior
Medresumos 2016   anatomia topográfica - membro inferiorMedresumos 2016   anatomia topográfica - membro inferior
Medresumos 2016 anatomia topográfica - membro inferior
 
Medresumos 2016 anatomia topográfica - abdome
Medresumos 2016   anatomia topográfica - abdomeMedresumos 2016   anatomia topográfica - abdome
Medresumos 2016 anatomia topográfica - abdome
 
Medresumos 2016 anatomia topográfica - dorso
Medresumos 2016   anatomia topográfica - dorsoMedresumos 2016   anatomia topográfica - dorso
Medresumos 2016 anatomia topográfica - dorso
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 02 - macroscopia da medula espinhal
Medresumos 2016   neuroanatomia 02 - macroscopia da medula espinhalMedresumos 2016   neuroanatomia 02 - macroscopia da medula espinhal
Medresumos 2016 neuroanatomia 02 - macroscopia da medula espinhal
 
Medresumos 2016 anatomia topográfica - pescoço
Medresumos 2016   anatomia topográfica - pescoçoMedresumos 2016   anatomia topográfica - pescoço
Medresumos 2016 anatomia topográfica - pescoço
 
Medresumos 2016 anatomia topográfica - tórax
Medresumos 2016   anatomia topográfica - tóraxMedresumos 2016   anatomia topográfica - tórax
Medresumos 2016 anatomia topográfica - tórax
 
Medresumos 2016 anatomia topográfica - membro superior
Medresumos 2016   anatomia topográfica - membro superiorMedresumos 2016   anatomia topográfica - membro superior
Medresumos 2016 anatomia topográfica - membro superior
 

Semelhante a Introdução à neuroanatomia e neurofisiologia

Neuroanatomia 01 introdução à neuroanatomia e neurofisiologia (2012)
Neuroanatomia 01   introdução à neuroanatomia e neurofisiologia (2012)Neuroanatomia 01   introdução à neuroanatomia e neurofisiologia (2012)
Neuroanatomia 01 introdução à neuroanatomia e neurofisiologia (2012)Pilar Pires
 
O sistema nervoso
O sistema nervoso O sistema nervoso
O sistema nervoso Nubia Karla
 
Sistema Nervoso Central
Sistema Nervoso CentralSistema Nervoso Central
Sistema Nervoso CentralMutantDread
 
Trabalho de neuronatomia funcional
Trabalho de neuronatomia funcionalTrabalho de neuronatomia funcional
Trabalho de neuronatomia funcionalPatricia Costa
 
3.Aula_Transmisssão Nervosa-Potencial de Ação e SENSÓRIO-MOTORA.pptx
3.Aula_Transmisssão Nervosa-Potencial de Ação e SENSÓRIO-MOTORA.pptx3.Aula_Transmisssão Nervosa-Potencial de Ação e SENSÓRIO-MOTORA.pptx
3.Aula_Transmisssão Nervosa-Potencial de Ação e SENSÓRIO-MOTORA.pptxAlciosantos1
 
Sistema neuro hormonal
Sistema neuro hormonalSistema neuro hormonal
Sistema neuro hormonalLeonardo Alves
 
Neurociências 2prova
Neurociências 2provaNeurociências 2prova
Neurociências 2provaandreaflima
 
Sist Neurohormonal
Sist NeurohormonalSist Neurohormonal
Sist Neurohormonalmarco :)
 
Trabalho sistema nervoso
Trabalho sistema nervosoTrabalho sistema nervoso
Trabalho sistema nervosopaulaluiza
 
Sistema nervoso biologia 1 ano texto.pdf
Sistema nervoso biologia 1  ano texto.pdfSistema nervoso biologia 1  ano texto.pdf
Sistema nervoso biologia 1 ano texto.pdfitamirvieira1
 
Sistema Neuro Hormonal
Sistema Neuro HormonalSistema Neuro Hormonal
Sistema Neuro Hormonalleonorsm
 
Aula 20 sistema nervoso
Aula 20   sistema nervosoAula 20   sistema nervoso
Aula 20 sistema nervosoJonatas Carlos
 
Gab humaita sistnervcentralperiferico2015
Gab humaita sistnervcentralperiferico2015Gab humaita sistnervcentralperiferico2015
Gab humaita sistnervcentralperiferico2015alecar13
 

Semelhante a Introdução à neuroanatomia e neurofisiologia (20)

Neuroanatomia 01 introdução à neuroanatomia e neurofisiologia (2012)
Neuroanatomia 01   introdução à neuroanatomia e neurofisiologia (2012)Neuroanatomia 01   introdução à neuroanatomia e neurofisiologia (2012)
Neuroanatomia 01 introdução à neuroanatomia e neurofisiologia (2012)
 
Sistema Nervoso
Sistema NervosoSistema Nervoso
Sistema Nervoso
 
Sistemanervoso1 (2)
Sistemanervoso1 (2)Sistemanervoso1 (2)
Sistemanervoso1 (2)
 
O sistema nervoso
O sistema nervoso O sistema nervoso
O sistema nervoso
 
Sistema nervoso
Sistema nervosoSistema nervoso
Sistema nervoso
 
Sistema Nervoso Central
Sistema Nervoso CentralSistema Nervoso Central
Sistema Nervoso Central
 
Trabalho de neuronatomia funcional
Trabalho de neuronatomia funcionalTrabalho de neuronatomia funcional
Trabalho de neuronatomia funcional
 
Sistema nervoso
Sistema nervosoSistema nervoso
Sistema nervoso
 
Sistema Nervoso Humano
Sistema Nervoso HumanoSistema Nervoso Humano
Sistema Nervoso Humano
 
3.Aula_Transmisssão Nervosa-Potencial de Ação e SENSÓRIO-MOTORA.pptx
3.Aula_Transmisssão Nervosa-Potencial de Ação e SENSÓRIO-MOTORA.pptx3.Aula_Transmisssão Nervosa-Potencial de Ação e SENSÓRIO-MOTORA.pptx
3.Aula_Transmisssão Nervosa-Potencial de Ação e SENSÓRIO-MOTORA.pptx
 
Sistema neuro hormonal
Sistema neuro hormonalSistema neuro hormonal
Sistema neuro hormonal
 
Neurociências 2prova
Neurociências 2provaNeurociências 2prova
Neurociências 2prova
 
Sist Neurohormonal
Sist NeurohormonalSist Neurohormonal
Sist Neurohormonal
 
Trabalho sistema nervoso
Trabalho sistema nervosoTrabalho sistema nervoso
Trabalho sistema nervoso
 
Sistema nervoso biologia 1 ano texto.pdf
Sistema nervoso biologia 1  ano texto.pdfSistema nervoso biologia 1  ano texto.pdf
Sistema nervoso biologia 1 ano texto.pdf
 
Sistema Neuro Hormonal
Sistema Neuro HormonalSistema Neuro Hormonal
Sistema Neuro Hormonal
 
Sistema nervoso
Sistema nervosoSistema nervoso
Sistema nervoso
 
Aula 20 sistema nervoso
Aula 20   sistema nervosoAula 20   sistema nervoso
Aula 20 sistema nervoso
 
Gab humaita sistnervcentralperiferico2015
Gab humaita sistnervcentralperiferico2015Gab humaita sistnervcentralperiferico2015
Gab humaita sistnervcentralperiferico2015
 
Sistema nervoso
Sistema nervosoSistema nervoso
Sistema nervoso
 

Mais de Jucie Vasconcelos

Medresumos 2016 omf - digestório
Medresumos 2016   omf - digestórioMedresumos 2016   omf - digestório
Medresumos 2016 omf - digestórioJucie Vasconcelos
 
Medresumos 2016 omf - cardiovascular
Medresumos 2016   omf - cardiovascularMedresumos 2016   omf - cardiovascular
Medresumos 2016 omf - cardiovascularJucie Vasconcelos
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 22 - ossos do crânio
Medresumos 2016   neuroanatomia 22 - ossos do crânioMedresumos 2016   neuroanatomia 22 - ossos do crânio
Medresumos 2016 neuroanatomia 22 - ossos do crânioJucie Vasconcelos
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 16 - vascularização do sistema nervoso centra...
Medresumos 2016   neuroanatomia 16 - vascularização do sistema nervoso centra...Medresumos 2016   neuroanatomia 16 - vascularização do sistema nervoso centra...
Medresumos 2016 neuroanatomia 16 - vascularização do sistema nervoso centra...Jucie Vasconcelos
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 14 - aspectos funcionais do córtex cerebral
Medresumos 2016   neuroanatomia 14 - aspectos funcionais do córtex cerebralMedresumos 2016   neuroanatomia 14 - aspectos funcionais do córtex cerebral
Medresumos 2016 neuroanatomia 14 - aspectos funcionais do córtex cerebralJucie Vasconcelos
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 13 - anatomia macroscópia do telencéfalo
Medresumos 2016   neuroanatomia 13 - anatomia macroscópia do telencéfaloMedresumos 2016   neuroanatomia 13 - anatomia macroscópia do telencéfalo
Medresumos 2016 neuroanatomia 13 - anatomia macroscópia do telencéfaloJucie Vasconcelos
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 12 - hipotálamo
Medresumos 2016   neuroanatomia 12 - hipotálamoMedresumos 2016   neuroanatomia 12 - hipotálamo
Medresumos 2016 neuroanatomia 12 - hipotálamoJucie Vasconcelos
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 11 - subtálamo, epitálamo e tálamo
Medresumos 2016   neuroanatomia 11 - subtálamo, epitálamo e tálamoMedresumos 2016   neuroanatomia 11 - subtálamo, epitálamo e tálamo
Medresumos 2016 neuroanatomia 11 - subtálamo, epitálamo e tálamoJucie Vasconcelos
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 10 - macroscopia do diencéfalo
Medresumos 2016   neuroanatomia 10 - macroscopia do diencéfaloMedresumos 2016   neuroanatomia 10 - macroscopia do diencéfalo
Medresumos 2016 neuroanatomia 10 - macroscopia do diencéfaloJucie Vasconcelos
 

Mais de Jucie Vasconcelos (12)

Medresumos 2016 omf - digestório
Medresumos 2016   omf - digestórioMedresumos 2016   omf - digestório
Medresumos 2016 omf - digestório
 
Medresumos 2016 omf - cardiovascular
Medresumos 2016   omf - cardiovascularMedresumos 2016   omf - cardiovascular
Medresumos 2016 omf - cardiovascular
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 22 - ossos do crânio
Medresumos 2016   neuroanatomia 22 - ossos do crânioMedresumos 2016   neuroanatomia 22 - ossos do crânio
Medresumos 2016 neuroanatomia 22 - ossos do crânio
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 16 - vascularização do sistema nervoso centra...
Medresumos 2016   neuroanatomia 16 - vascularização do sistema nervoso centra...Medresumos 2016   neuroanatomia 16 - vascularização do sistema nervoso centra...
Medresumos 2016 neuroanatomia 16 - vascularização do sistema nervoso centra...
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 14 - aspectos funcionais do córtex cerebral
Medresumos 2016   neuroanatomia 14 - aspectos funcionais do córtex cerebralMedresumos 2016   neuroanatomia 14 - aspectos funcionais do córtex cerebral
Medresumos 2016 neuroanatomia 14 - aspectos funcionais do córtex cerebral
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 13 - anatomia macroscópia do telencéfalo
Medresumos 2016   neuroanatomia 13 - anatomia macroscópia do telencéfaloMedresumos 2016   neuroanatomia 13 - anatomia macroscópia do telencéfalo
Medresumos 2016 neuroanatomia 13 - anatomia macroscópia do telencéfalo
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 12 - hipotálamo
Medresumos 2016   neuroanatomia 12 - hipotálamoMedresumos 2016   neuroanatomia 12 - hipotálamo
Medresumos 2016 neuroanatomia 12 - hipotálamo
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 11 - subtálamo, epitálamo e tálamo
Medresumos 2016   neuroanatomia 11 - subtálamo, epitálamo e tálamoMedresumos 2016   neuroanatomia 11 - subtálamo, epitálamo e tálamo
Medresumos 2016 neuroanatomia 11 - subtálamo, epitálamo e tálamo
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 10 - macroscopia do diencéfalo
Medresumos 2016   neuroanatomia 10 - macroscopia do diencéfaloMedresumos 2016   neuroanatomia 10 - macroscopia do diencéfalo
Medresumos 2016 neuroanatomia 10 - macroscopia do diencéfalo
 
Medresumos 2016 mad ii
Medresumos 2016   mad iiMedresumos 2016   mad ii
Medresumos 2016 mad ii
 
Medresumos 2016 mad i
Medresumos 2016   mad iMedresumos 2016   mad i
Medresumos 2016 mad i
 
Medresumos 2016 cef
Medresumos 2016   cefMedresumos 2016   cef
Medresumos 2016 cef
 

Último

REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...Universidade Federal de Sergipe - UFS
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...Universidade Federal de Sergipe - UFS
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...Universidade Federal de Sergipe - UFS
 
Geologia Marinha - Variação do Nível do Mar
Geologia Marinha - Variação do Nível do MarGeologia Marinha - Variação do Nível do Mar
Geologia Marinha - Variação do Nível do MarGabbyCarvalhoAlves
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...Universidade Federal de Sergipe - UFS
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...Universidade Federal de Sergipe - UFS
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...Universidade Federal de Sergipe - UFS
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...Universidade Federal de Sergipe - UFS
 
O Modelo Atômico de Dalton - Carlos Vinicius
O Modelo Atômico de Dalton - Carlos ViniciusO Modelo Atômico de Dalton - Carlos Vinicius
O Modelo Atômico de Dalton - Carlos ViniciusVini Master
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...Universidade Federal de Sergipe - UFS
 
Slide As células: unidade da vida, e organelas celulares.pdf
Slide As células: unidade da vida, e organelas celulares.pdfSlide As células: unidade da vida, e organelas celulares.pdf
Slide As células: unidade da vida, e organelas celulares.pdfeupedrodecostas
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...Universidade Federal de Sergipe - UFS
 
Teorias da Evolução e slides sobre darwnismo e evoulao
Teorias da Evolução e slides sobre darwnismo e evoulaoTeorias da Evolução e slides sobre darwnismo e evoulao
Teorias da Evolução e slides sobre darwnismo e evoulaoEduardoBarreto262551
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...Universidade Federal de Sergipe - UFS
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...Universidade Federal de Sergipe - UFS
 
Aula 1 Psico Social ensino superior xxxx
Aula 1 Psico Social ensino superior xxxxAula 1 Psico Social ensino superior xxxx
Aula 1 Psico Social ensino superior xxxxAnglica330270
 
Revisão ENEM ensino médio 2024 para o terceiro ano
Revisão ENEM ensino médio 2024 para o terceiro anoRevisão ENEM ensino médio 2024 para o terceiro ano
Revisão ENEM ensino médio 2024 para o terceiro anoAlessandraRaiolDasNe
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...Universidade Federal de Sergipe - UFS
 

Último (18)

REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
 
Geologia Marinha - Variação do Nível do Mar
Geologia Marinha - Variação do Nível do MarGeologia Marinha - Variação do Nível do Mar
Geologia Marinha - Variação do Nível do Mar
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
 
O Modelo Atômico de Dalton - Carlos Vinicius
O Modelo Atômico de Dalton - Carlos ViniciusO Modelo Atômico de Dalton - Carlos Vinicius
O Modelo Atômico de Dalton - Carlos Vinicius
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
 
Slide As células: unidade da vida, e organelas celulares.pdf
Slide As células: unidade da vida, e organelas celulares.pdfSlide As células: unidade da vida, e organelas celulares.pdf
Slide As células: unidade da vida, e organelas celulares.pdf
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
 
Teorias da Evolução e slides sobre darwnismo e evoulao
Teorias da Evolução e slides sobre darwnismo e evoulaoTeorias da Evolução e slides sobre darwnismo e evoulao
Teorias da Evolução e slides sobre darwnismo e evoulao
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
 
Aula 1 Psico Social ensino superior xxxx
Aula 1 Psico Social ensino superior xxxxAula 1 Psico Social ensino superior xxxx
Aula 1 Psico Social ensino superior xxxx
 
Revisão ENEM ensino médio 2024 para o terceiro ano
Revisão ENEM ensino médio 2024 para o terceiro anoRevisão ENEM ensino médio 2024 para o terceiro ano
Revisão ENEM ensino médio 2024 para o terceiro ano
 
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
 

Introdução à neuroanatomia e neurofisiologia

  • 1. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● NEUROANATOMIA 1 www.medresumos.com.br INTRODUÇÃO À NEUROANATOMIA E NEUROFISIOLOGIA O sistema nervoso (SN) é um aparelho único do ponto de vista funcional: ele, em conjunto com o sistema endócrino, controla as funções do corpo praticamente sozinho. Além das funções comportamentais e motoras, o sistema nervoso recebe milhões de estímulos a partir dos diferentes órgãos sensoriais e, então, integra-os, para determinar respostas a serem dadas pelo corpo, permitindo ao indivíduo a percepção e interação com o mundo externo e com o próprio organismo. De fato, o sistema nervoso é basicamente composto por células especializadas, cuja função é receber os estímulos sensoriais e transmiti-los para os órgãos efetores, tanto musculares como glandulares. Os estímulos sensoriais que se originam no exterior ou no interior do corpo são correlacionados dentro do sistema nervoso, e os impulsos eferentes são coordenados, de modo que os órgãos efetores atuam harmoniosamente em conjunto para o bem estar do indivíduo. Ainda mais, o sistema nervoso das espécies superiores tem a capacidade de armazenar as informações sensoriais recebidas durante as experiências anteriores. Em resumo, dentre as principais funções do sistema nervoso, podemos destacar:  Receber informações do meio interno e externo (função sensorial)  Associar e interpretar informações diversas (função cognitiva)  Ordenar ações e respostas (função motora)  Controle do meio interno (devido a sua relação com o sistema endócrino)  Memória e aprendizado (função cognitiva avançada) DIVISÕES DO SISTEMA NERVOSO Do ponto de vista anatômico, podemos dividir o sistema nervoso em duas grandes partes: o sistema nervoso central (S.N.C.) e o sistema nervoso periférico (S.N.P.). O primeiro reúne as estruturas situadas dentro do crânio (encéfalo) e da coluna vertebral (medula espinal), enquanto o segundo reúne as estruturas distribuídas pelo organismo (nervos, plexos e gânglios periféricos). Já do ponto de vista funcional, o sistema nervoso deve ser dividido em sistema nervoso somático (S.N.S.) e sistema nervoso autonômico (S.N.A.), de modo que o primeiro está relacionado com funções submetidas a comandos conscientes (sejam motores ou sensitivos, estando relacionado com receptores sensitivos e com músculos estriados esqueléticos) e o segundo, por sua vez, está relacionado com a inervação inconsciente de glândulas, músculo cardíaco e músculo liso. Arlindo Ugulino Netto. NEUROANATOMIA 2016
  • 2. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● NEUROANATOMIA 2 www.medresumos.com.br DIVISÃO ANATÔMICA DO SISTEMA NERVOSO 1. Sistema nervoso central (SNC). Anatomicamente, denomina-se sistema nervoso central ou neuroeixo o conjunto representado pelo encéfalo e pela medula espinhal dos vertebrados. Forma, junto ao sistema nervoso periférico, o sistema nervoso como um todo, e tem papel fundamental no controle dos sistemas do corpo. Denomina-se encéfalo a parte do SNC contida no interior da caixa craniana, e medula espinhal a parte que continua a partir do encéfalo no interior do canal vertebral. 1.1.Encéfalo: corresponde ao conjunto de cérebro, tronco encefálico e cerebelo (ou seja, todas as estruturas do SN localizadas dentro da caixa craniana). 1.1.1. Cérebro (telencéfalo + diencéfalo) 1.1.1.1. Telencéfalo: o telencéfalo é dividido em dois hemisférios cerebrais bastante desenvolvidos e constituídos por giros e sulcos que abrigam os centros motores, sensitivos e cognitivos. Estruturalmente, o telencéfalo é formado pelo córtex cerebral, sistema límbico e núcleos de base.  Núcleos da base: conjuntos de corpos de neurônios localizados na base do telencéfalo responsáveis por mediar sinais estimuladores oriundos do córtex e que pra ele se dirige de volta, principalmente do ponto de vista motor.  Sistema Límbico: conjunto de estruturas telencefálicas relacionadas com emoções, memória e controle do sistema nervoso autonômico.  Córtex cerebral: consiste no manto de corpos de neurônios que reveste todo o telencéfalo perifericamente, distribuindo-se ao longo dos dois hemisférios: direito (não verbal) e esquerdo (verbal). Tais neurônios corticais estão dispostos em camadas e, a depender de sua localização no telencéfalo, são responsáveis pela motricidade, sensibilidade, linguagem (parte motora e compreensão), memória, etc. Cada hemisfério é constituído de cinco lobos: Frontal, Parietal, Temporal, Occipital e Lobo da ínsula (esta divisão não se faz do ponto de vista funcional; é meramente anatômica, sendo atribuída de acordo com a relação da respectiva região do telencéfalo com os ossos do crânio). OBS 1 : O corpo caloso é formado por um conjunto de fibras (comissura) que estabelece a comunicação entre os hemisférios, conectando estruturas comparáveis de cada lado. Permite que estímulos recebidos em um lado sejam processados em ambos os hemisférios ou exclusivamente no hemisfério oposto. Além disso, auxilia na coordenação e harmonia entre os comandos motores oriundos dos dois hemisférios. OBS²: A informação sensorial é enviada para hemisférios opostos. O princípio básico é a organização contralateral, de modo que a maioria dos estímulos sensoriais chega ao córtex contralateral cruzando ao longo das vias ascendentes que os conduziu. Como na visão, ocorre o crossover visual: o campo de visão esquerdo é projetado no lobo occipital direito; o campo visual direito é projetado para o lobo esquerdo. Outros sentidos funcionam semelhantemente. Bem como ocorre no que diz respeito às áreas motoras: o hemisfério direito controla o lado esquerdo do corpo e o hemisfério esquerdo controla o direito, uma vez que as fibras motoras oriundas do córtex motor de um lado cruzam para o lado oposto ao nível do bulbo na chamada decussação das pirâmides.
  • 3. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● NEUROANATOMIA 3 www.medresumos.com.br 1.1.1.2. Diencéfalo: área localizada na transição entre o tronco encefálico e o telencéfalo, sendo subdividido em hipotálamo, tálamo, epitálamo e subtálamo. Todas as mensagens sensoriais, com exceção das provenientes dos receptores do olfato, passam pelo tálamo (e metatálamo) antes de atingir o córtex cerebral.  Tálamo: é uma massa ovoide predominantemente composta por substância cinzenta localizada no diencéfalo e que corresponde à maior parte das paredes laterais do terceiro ventrículo encefálico. O tálamo atua como estação retransmissora de impulsos nervosos para o córtex cerebral.  Hipotálamo: também constituído por substância cinzenta, é o principal centro integrador das atividades dos órgãos viscerais (sistema nervoso autônomo), sendo um dos principais responsáveis pela homeostase corporal. Ele faz ligação entre o sistema nervoso/límbico e o sistema endócrino/visceral, atuando na ativação de diversas glândulas endócrinas.  Epitálamo: constitui a parede posterior do terceiro ventrículo e nele, está localizada a glândula pineal. 1.1.2. Cerebelo: situado posteriormente ao tronco encefálico e inferiormente ao lobo occipital, o cerebelo é, primariamente, um centro responsável pelo controle e aprimoramento (coordenação) dos movimentos planejados e iniciados pelo córtex motor (o cerebelo estabelece inúmeras conexões com o córtex motor e com a medula espinhal). Assim, o cerebelo relaciona-se com os ajustes dos movimentos, equilíbrio, postura, tônus muscular e, sobretudo, coordenação motora. O cerebelo, fundamentalmente, apresenta as seguintes estruturas fundamentais: núcleos cerebelares profundos e córtex cerebelar. 1.1.3. Tronco encefálico: o tronco encefálico interpõe-se entre a medula e o diencéfalo, situando-se ventralmente ao cerebelo. Possui três funções gerais: (1) recebe informações sensitivas de estruturas cranianas e controla a maioria das funções motoras e viscerais referentes a estruturas da cabeça; (2) contém circuitos nervosos que transmitem informações da medula espinhal até outras regiões encefálicas e, em direção contrária, do encéfalo para a medula espinhal (lado esquerdo do cérebro controla os movimentos do lado direito do corpo e vice-versa); (3) regula a atenção, função esta que é mediada pela formação reticular (agregação mais ou menos difusa de neurônios de tamanhos e tipos diferentes, separados por uma rede de fibras nervosas que ocupa a parte central do tronco encefálico). Além destas três funções gerais, as várias divisões do tronco encefálico desempenham funções motoras e sensitivas específicas. O tronco encefálico é subdividido em bulbo, ponte e mesencéfalo. 1.2.Medula Espinal: corresponde à porção alongada do sistema nervoso central, estabelecendo as maiores ligações entre o SNC e o SNP. Está alojada no interior da coluna vertebral, ao longo do canal vertebral, dispondo-se no eixo crânio-caudal. Ela se inicia ao nível do forame magno e termina na altura entre a primeira e segunda vértebra lombar no adulto, atingindo entre 44 e 46 cm de comprimento, possuindo duas intumescências, uma cervical e outra lombar (que marcam a localização dos grandes plexos nervosos: braquial e lombossacral).
  • 4. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● NEUROANATOMIA 4 www.medresumos.com.br 2. Sistema nervoso periférico (SNP) O sistema nervoso periférico é constituído por estruturas localizadas fora do neuroeixo, sendo representado pelos nervos (e plexos formados por eles) e gânglios nervosos (consiste no conjunto de corpos de neurônios fora do SNC). No SNP, os nervos cranianos e espinhais, que consistem em feixes de fibras nervosas ou axônios, conduzem informações para e do sistema nervoso central. Embora estejam revestidos por capas fibrosas à medida que cursam para diferentes partes do corpo, eles são relativamente desprotegidos e são comumente lesados por traumatismos, trazendo déficits motores/sensitivos para grupos musculares/porções de pele específicos. OBS 3 : Um nervo corresponde a um cordão formado por conglomerados de axônios que, ao longo de seu trajeto, pode projetar diversos axônios que chegarão às estruturas a serem inverdadas (placa motora ou terminal sensitivo). 2.1. Gânglios nervosos. Dá-se o nome de gânglio nervoso para qualquer aglomerado de corpos celulares de neurônios encontrado fora do sistema nervoso central (quando um aglomerado está dentro do sistema nervoso central, é conhecido como núcleo). Os gânglios podem ser divididos em sensoriais dos nervos espinhais e dos nervos cranianos (V, VII, VIII, IX e X) e em gânglios autonômicos (situados ao longo do curso das fibras nervosas eferentes do SN autônomo). 2.2. Nervos espinhais. Nos sulcos lateral anterior e lateral posterior, existem as conexões de pequenos filamentos radiculares, que se unem para formar, respectivamente, as raízes ventral e dorsal dos nervos espinhais. As duas, por sua vez, se unem para formar os nervos espinhais propriamente ditos. É a partir dessa conexão com os nervos espinhais que a medula pode ser dividida em segmentos. Estes nervos são importantes por conectar o SNC à periferia do corpo. Os nervos espinhais são assim chamados por se relacionarem com a medula espinhal, estabelecendo uma ponte de conexão SNC-SNP. Existem 31 pares de nervos espinhais aos quais correspondem 31 segmentos medulares assim distribuídos: 8 cervicais (existe oito nervos cervicais mas apenas sete vértebras pois o primeiro par cervical se origina entre a 1ª vértebra cervical e o osso occipital), 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo.
  • 5. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● NEUROANATOMIA 5 www.medresumos.com.br OBS4 : Na realidade, são 33 pares de Nn. Espinhais se forem considerados os dois pares de nervos coccígeos vestigiais, justapostos ao filamento terminal da medula. 2.3. Nervos cranianos Os 12 nervos cranianos, também constituintes importantes do sistema nervoso periférico, apresentam funções neurológicas diversificadas. Em resumo, temos: I. Nervo Olfatório: se origina no teto da cavidade nasal e traz estímulos olfatórios para o bulbo olfatório e trato olfatório. II. Nervo Óptico: seus axônios se originam de prolongamentos das células ganglionares da camada mais interna da retina e partem para a parte posterior do globo ocular, levando impulsos relacionados com a visão até o corpo geniculado lateral e, daí, até o lobo occipital. III. Nervo Oculomotor: inerva a maioria dos músculos extrínsecos do olho (Mm. oblíquo inferior, reto medial, reto superior, reto inferior e levantador da pálpebra) e intrínsecos do olho (M. ciliar e esfíncter da pupila). Indivíduos com paralisia no III par não movem a pálpebra, que cai sobre o olho, além de apresentar outros sintomas relacionados com a motricidade do olho, como estrabismo divergente (olho voltado lateralmente). IV. Nervo Troclear: inerva o músculo oblíquo superior, que põe os olhos pra baixo e para dentro (ao mesmo tempo), como no olhar feito ao se descer uma escada. Suas fibras, ao se originarem no seu núcleo (ao nível do colículo inferior do mesencéfalo), cruzam o plano mediano (ainda no mesencéfalo) e partem para inervar os Mm. oblíquos superiores do olho, sendo do lado oposto em relação à sua origem. Além disso, é o único par de nervos cranianos que se origina na parte dorsal do tronco encefálico (logo abaixo dos colículos inferiores). V. Nervo Trigêmeo: apresenta uma grande função sensitiva (por meio de seus componentes oftálmico, maxilar e mandibular) e função motora (inervação dos músculos da mastigação por ação do nervo mandibular). É responsável ainda pela inervação exteroceptiva da língua (térmica e dolorosa) e proprioceptiva. VI. Nervo Abducente: Inerva o músculo reto lateral do olho, capaz de abduzir o olho (olhar para o lado), como o próprio nome do nervo sugere. Lesões do nervo abducente podem gerar estrabismo convergente (olho voltado medialmente).
  • 6. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● NEUROANATOMIA 6 www.medresumos.com.br VII. Nervo Facial: toda inervação dos músculos da mímica da face. Paralisia de um nervo facial trará paralisia dos músculos da face do mesmo lado (inclusive, incapacidade de fechar o olho), predominando a ação dos músculos com inervação normal, puxando-os anormalmente. O nervo intermédio, componente do próprio nervo facial, é responsável por inervar as glândulas submandibular, sublingual e lacrimal, além de inervar a sensibilidade gustativa dos 2/3 anteriores da língua. VIII. Nervo Vestíbulo-coclear: sua porção coclear traz impulsos gerados na cóclea (relacionados com a audição) e sua porção vestibular traz impulsos gerados nos canais semicirculares do órgão vestibular (relacionados com o equilíbrio). IX. Nervo Glossofaríngeo: responsável por inervar a glândula parótida, além de fornecer sensibilidade gustativa para o 1/3 posterior da língua. Realiza, também, a motricidade dos músculos da deglutição. X. Nervo Vago: maior nervo do corpo, que se origina no sulco lateral posterior do bulbo e se estende até o abdome. Está relacionado com a inervação de quase todos os órgãos torácicos e abdominais. Traz fibras aferentes do pavilhão e do canal auditivo externo. XI. Nervo Acessório: inerva os Mm. esternocleidomastoideo e trapézio, sendo importante também devido as suas conexões com núcleos dos nervos oculomotor e vestíbulo-coclear, por meio do fascículo longitudinal medial, o que garante um equilíbrio do movimento dos olhos com relação à cabeça. Na verdade, a parte do nervo acessório que inerva esses músculos é apenas o seu componente espinhal (5 primeiros segmentos medulares). O componente bulbar do acessório pega apenas uma “carona” para se unir com o vago, formando em seguida o nervo laríngeo recorrente. XII. Nervo Hipoglosso: inerva os músculos da língua. DIVISÃO FUNCIONAL DO SISTEMA NERVOSO Do ponto de vista funcional, podemos dividir o sistema nervoso em somático e autonômico. Basicamente, o SN Somático depende da vontade do indivíduo (voluntário) e o SN Autônomo independe da vontade do indivíduo (involuntário). Para isso, o SNP conecta o SNC às diversas partes do corpo, sendo mediado por neurônios motores (eferentes) e neurônios sensitivos (aferentes), além de nervos mistos. 1. Sistema nervoso somático (SNS). O SN Somático (“soma” = parede corporal) é constituido por estruturas controlam ações voluntárias, como a contração de um músculo estriado esquelético, ou modalidades sensitivas elementares e facilmente interpretadas (conduzidas por fibras aferentes somáticas, levando estímulos relacionados com tato, pressão, dor, temperatura, etc.). Dentre estruturas relacionadas com esta parte da divisão funcional do sistema nervoso, podemos destacar estruturas centrais (córtex motor primário, córtex motor secundário, núcleos da base, cerebelo, córtex somatossensorial primário e secundário, tálamo, etc.) e estruturas periféricas (parte motora e sensitiva dos principais nervos do corpo, principalmente daqueles que se destacam dos plexos braquial e lombossacral, além dos nervos cranianos que conduzem fibras eferentes somáticas). 2. Sistema nervoso autonômico (SNA). O sistema nervoso autonômico é a parte do sistema nervoso relacionada à inervação das estruturas involuntárias, tais como o coração, o músculo liso e as glândulas localizadas ao longo do corpo. Está, portanto, relacionado com o controle da vida vegetativa, controlando funções como a respiração, circulação do sangue, controle de temperatura e digestão, etc. É distribuído por toda parte nos sistemas nervosos central (hipotálamo, sistema límbico, formação reticular, núcleos viscerais dos nervos cranianos) e periférico (nervos cranianos com fibras eferentes e aferentes viscerais e nervos distribuídos ao longo do corpo e vísceras, principalmente aqueles oriundos de plexos viscerais).
  • 7. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● NEUROANATOMIA 7 www.medresumos.com.br O SNA pode ser subdividido em duas partes: o SNA simpático e o SNA parassimpático, e em ambas existem fibras nervosas aferentes e eferentes. As atividades da parte simpática do SNA preparam o corpo para as emergências (luta e fuga). As atividades da parte parassimpática do SNA são voltadas para a conservação e a restauração das energias (repouso e digestão). 2.1 Sistema Nervoso Autonômico Simpático: prepara o corpo para respostas de “lutar ou fugir” por meio da liberação de neurotransmissores como a adrenalina e noradrenalina. É responsável, por exemplo, pelo aumento da pressão arterial, do trabalho e da potencia do músculo cardíaco. Desta forma, o fluxo sanguíneo aumenta para os músculos esqueléticos e ocorre inibição das funções digestivas. Anatomicamente, sua fibra pré-ganglionar é curta, enquanto que a pós-ganglionar é longa. 2.2 Sistema Nervoso Autonômico Parassimpático: prepara o corpo, de uma maneira geral, para o repouso e digestão, acomodando o corpo para manter e conservar energia metabólica: diminui o trabalho cardíaco, a respiração e a pressão sanguínea. Sua fibra pré-ganglionar é longa, enquanto que a pós-ganglionar é curta, de modo que o gânglio parassimpático localiza-se próximo ou dentro da víscera que ele inerva (como no trato digestivo, existem os plexos de Meissner e Auerbach). EMBRIOGÊNESE DO SISTEMA NERVOSO O sistema nervoso origina- se do ectoderma embrionário e se localiza na região dorsal. Durante o desenvolvimento embrionário, o ectoderma sofre uma invaginação, dando origem à goteira neural, que se fecha posteriormente, formando o tubo neural. Este possui uma cavidade interna cheia de líquido, o canal neural. Em sua região anterior (ou superior), o tubo neural sofre dilatação, dando origem ao encéfalo primitivo. Em sua região posterior (ou inferior), o tubo neural dá origem à medula espinhal. O canal neural persiste nos adultos, correspondendo aos ventrículos cerebrais, no interior do encéfalo, e ao canal central da medula, no interior da medula. Durante o desenvolvimento embrionário, verifica-se que, a partir da vesícula única que constitui o encéfalo primitivo, são formadas três outras vesículas: (1) prosencéfalo (encéfalo anterior); (2) mesencéfalo (encéfalo médio); (3) rombencéfalo (encéfalo posterior). O prosencéfalo e o rombencéfalo sofrem estrangulamento, dando origem, cada um deles, a duas outras vesículas. O mesencéfalo não se divide. Desse modo, o encéfalo do embrião é constituído por cinco vesículas em linha reta. O prosencéfalo divide-se em telencéfalo (hemisférios cerebrais) e diencéfalo (tálamo e hipotálamo); o mesencéfalo não sofre divisão e o rombencéfalo divide-se em metencéfalo (ponte e cerebelo) e mielencéfalo (bulbo). Todas as divisões do SNC se definem já na 6ª semana de vida fetal. CÉLULAS DO SISTEMA NERVOSO O neurônio é a unidade sinalizadora do sistema nervoso, correspondendo à principal célula deste sistema. É uma célula especializada e dotada de vários prolongamentos para a recepção de sinais e um único para a emissão de sinais. São basicamente divididos em três regiões: o corpo celular (ou soma), os dendritos (canal de entrada para os estímulos) e o axônio (canal de saída). Existem outros tipos de células que estão ligadas diretamente ao suporte e proteção dos neurônios, que em grupo, são designadas como neuroglia ou células da Glia. OBS 5 : Todo o SN é organizado em substância cinzenta e branca. A substância cinzenta consiste em corpos de células nervosas infiltradas na neuroglia; tem cor cinzenta. A substância branca consiste em fibras nervosas (axônios) também infiltradas na neuróglia; tem cor branca, devido à presença do material lipídico que compõe a bainha de mielina de muitas das fibras nervosas. Além disso, quando falarmos de núcleo do SN, estaremos nos referindo a um grande conjunto de corpos de neurônios isolados e circundados por substância branca.
  • 8. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● NEUROANATOMIA 8 www.medresumos.com.br NEURÔNIOS Os neurônios são as células responsáveis pela recepção e retransmissão dos estímulos do meio (interno e externo), possibilitando ao organismo a execução de respostas adequadas para a manutenção da homeostase. Seu funcionamento depende, exclusivamente, da glicólise (metabolismo aeróbio; ver OBS 9 ). Para exercerem tais funções, contam com duas propriedades fundamentais: a irritabilidade (também denominada excitabilidade ou responsividade) e a condutibilidade. Irritabilidade é a capacidade que permite a uma célula responder a estímulos, seja eles internos ou externos. Portanto, irritabilidade não é uma resposta, mas a propriedade que torna a célula apta a responder. Essa propriedade é inerente aos vários tipos celulares do organismo. No entanto, as respostas emitidas pelos tipos celulares distintos também diferem umas das outras. A resposta emitida pelos neurônios assemelha-se a uma corrente elétrica transmitida ao longo de um fio condutor: uma vez excitados pelos estímulos, os neurônios transmitem essa onda de excitação - chamada de impulso nervoso - por toda a sua extensão em grande velocidade e em um curto espaço de tempo. Este fenômeno deve-se à propriedade de condutibilidade. Partindo de uma classificação funcional, têm-se três tipos de neurônios:  Sensorial ou aferente: propaga o potencial de ação para o SNC  Motor ou eferente: prapaga o potencial de ação a partir do SNC  Interneurônios ou neurônios de associação: funcionam dentro do SNC, conectanto um neurônio a outro. CÉLULAS DA GLIA ASTRÓCITOS Os astrócitos são as celulas da neuróglia que possuem as maiores dimensões. Existem dois tipos de astrócitos: os protoplasmasticos (predominantes na substância cinzenta) e os fibrosos (predominantes na substância branca). Estas células desempenham funções muito importantes, como a sustentação e a nutrição dos neurônios. Outras funções que desempenham são:  Preenchimento dos espaços entre os neurônios.  Regulação da concentração de diversas substâncias com potencial para interferir nas funções neuronais normais (ex.: concentrações extracelulares de potássio).  Regulação dos neurotransmissores (restringem a difusão de neurotransmissores liberados e possuem proteínas especiais em suas membranas que removem os neurotransmissores da fenda sináptica)  Regulam a composição extracelular do fluído cerebral  Promovem tight junctions para formar a barreira hemato-encefálica (BHE): sua membrana emite pseudópodes que revestem o capilar sanguíneo, associando as membranas das células endoteliais e dos astrócitos, determinando a BHE, criando uma resistência para penetração de substâncias tóxicas através do parênquima cerebral. Quanto mais hidrofóbica (mais lipídica e menos polar) for a substância que alcançar a circulação cerebral, mais fácil será sua difusão através da BHE.
  • 9. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● NEUROANATOMIA 9 www.medresumos.com.br CÉLULAS EPIDERMOIDES (EPENDIMÁRIAS) Recebem esse nome por lembrarem o formato de células epiteliais. Margeiam os ventrículos cerebrais e o canal central da medula espinhal e ajudam formar o plexo coroide, estrutura responsável por secretar e produzir o líquor (LCR). MICRÓGLIA Os microgliócitos ou micróglia são as menores células da neuróglia, mas sendo muito ramificadas. Possuem poder fagocitário e desenvolvem, no tecido nervoso, um papel semelhante ao dos macrófagos. OLIGODENDRÓCITOS Os oligodendrócitos (ou oligodendróglia) são as células da neuróglia responsáveis pela formação e manutenção das bainhas de mielina dos axônios dentro do SNC, função executada pelas células de Schwann no SNP (só que apenas um oligodendrócito contribui para formação de mielina em varios neurônios, ao contrario da célula de Schwann, que mieliniza apenas parte de um axônio). CÉLULAS DE SCHWANN Células semelhantes aos oligodendrócitos, mas que se envolvem em torno de uma porção de um axônio de neurônios do SNP, formando a bainha de mielina nesta divisão do SN (ver OBS 7 ). CÉLULAS SATÉLITES Encontradas eventualmente no SNP envolvendo o corpo celular de neurônios nos gânglios, para fornecer suporte estrutural e nutricional. OBS 7 : Os axônios atuam como condutores dos impulsos nervosos. Em toda sua extensão de alguns neurônios, o axônio é envolvido por um tipo celular denominado célula de Schwann. Em muitos axônios, as células de Schwann determinam a formação da bainha de mielina - invólucro lipídico que atua como isolante elétrico e facilita a transmissão do impulso nervoso. Entre uma célula de Schwann e outra, existe uma região de descontinuidade da bainha de mielina, que acarreta a existência de uma constrição (estrangulamento) denominada nódulo de Ranvier. A parte celular da bainha de mielina, onde estão o citoplasma e o núcleo da célula de Schwann, constitui o neurilema. Por tanto, os axônios podem ser mielinizados (a mielina protege e isola os axônios) e amielinizados. OBS 8 : Por vezes, o axônio sofre degeneração, mas pode realizar regeneração. O crescimento do neurônio se dá de forma caudal: na extremidade axônica, existe uma secreção de fatores de crescimento (hormônios como o NCAM) que estimulam a diferenciação dessa região, partindo então do soma (corpo) em direção à extremidade do axônio. Os axônios periféricos têm capacidade regenerativa relativamente maior que os corticais. A neuroexcitotoxicidade é um caso de excitação exacerbada no crescimento do axônio, havendo então uma destruição dessa extremidade axônica. Isso acontece porque, nestes casos, há uma diminuição do pH na extremidade do axônio. OBS 9 : Como o SNC depende exclusivamente do metabolismo aeróbico, quando o neurônio realiza glicólise por metabolismo anaeróbico, produz grandes concentrações de ácido láctico. Por esta razão, ocorre degeneração ácida das células nervosas, diminuindo a capacidade de regeneração do axônio. Isso exemplifica os quadros de sequelas por falta de oxigenação cerebral. OBS 10 : Caso a degeneração seja em nível de gânglios, a regeneração passa a ser mais precária, uma vez que se trata de uma região com alta concentração de corpos neuronais, região de maior complexidade da célula. OBS 11 : A oximetria é um parâmetro fundamental para o SNC, uma vez que suas células principais realizam quase que exclusivamente o metabolismo aeróbico da glicose, ou seja, via Ciclo de Krebs. Essa é a explicação do fato de os neurônios possuírem grandes quantidades de mitocôndrias. Para que o Ciclo de Krebs (CK) funcione adequadamente e o SNC produza ATP em quantidade ideal, é necessária uma grande quantidade de O2, uma vez que o CK produz uma grande quantidade de coenzimas reduzidas que necessitam do oxigênio para aceptar seus elétrons e, só assim, oxidarem novamente para participarem de um novo CK. Isso explica o fato de um êmbolo na corrente sanguínea cerebral (causando um acidente vascular cerebral) poder prejudicar diretamente a funcionalidade de uma determinada região: o CK tende a parar devido a carência de O2 para restaurar as coenzimas. A única maneira que a célula teria de renovar as coenzimas nessa situação seria transformar piruvato em ácido láctico, realizando, assim, glicólise anaeróbica, o que é uma situação de risco para o SNC.