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MÓDULO: ORGANIZAÇÃO MORFO-FUNCIONAL (OMF) – SISTEMA DIGESTÓRIO
Arlindo Ugulino Netto
Alanna Almeida Alves
Lívia Tafnes Almeida de Araújo
Raquel Torres Bezerra Dantas
Rebeca Isabel Rodrigues Abrantes Nassim Chattah
Tainá Rolim Machado Cornélio
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO
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EMBRIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO
No início da quarta semana de desenvolvimento, o intestino primitivo está fechado na sua extremidade cranial
pela membrana bucofaríngea e na sua extremidade caudal pela membrana cloacal. O intestino é formado quando as
pregas cefálica, caudal e laterais incorporam a porção dorsal do saco vitelino no embrião. O endoderma do intestino
primitivo origina a maior parte do epitélio e das glândulas do trato digestivo.
Para fins descritivos, o intestino primitivo é dividido em três partes: Intestino Anterior, Intestino Médio e Intestino
Posterior.
INTESTINO ANTERIOR
São derivados do intestino anterior:
 A faringe primitiva e seus derivados;
 O sistema respiratório inferior;
 O esôfago e o estômago;
 O duodeno, proximal à abertura do dueto biliar;
 O fígado, o aparelho biliar (ductos hepáticos, vesícula biliar e ducto biliar) e o pâncreas.
Todos esses derivados do intestino anterior, exceto a faringe, o trato respiratório e a maior parte do esôfago, são
vascularizados pelo Tronco Celíaco.
DESENVOLVIMENTO DO ESÔFAGO
O esôfago desenvolve-se imediatamente caudal à faringe. O septo traqueoesofágico gradualmente divide o
divertículo respiratório da parte dorsal da porção anterior do tubo digestório primitivo, originando o esôfago. Inicialmente,
o esôfago é curto, mas ele se alonga rapidamente devido ao crescimento e à descida do coração e dos pulmões. O
esôfago alcança seu comprimento final na 7ª semana de desenvolvimento.
Arlindo Ugulino Netto; Alanna Almeida Alves.
MÓDULO: ORGANIZAÇÃO MORFO-FUNCIONAL – RESPIRATÓRIO 2016
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Atresia esofágica: Resulta de um desvio do septo traqueoesofágico em
uma direção posterior, como resultado, há uma separação incompleta do
esôfago do tubo laringotraqueal. A atresia também pode ser gerada
através da falta de recanalização do esôfago durante a oitava semana do
desenvolvimento (causada por proliferação defeituosa de células
endodérmicas). Um feto com atresia esofágica é incapaz de deglutir
líquido amniótico, isso gera um quadro de poliidrâmnio (acúmulo de uma
quantidade demasiada de líquido). Baba excessiva pode ser notada logo
após o nascimento, sendo que o diagnóstico da atresia deve ser
considerado se o bebê não consegue se alimentar, apresentando
regurgitação imediata e tosse. O tratamento é cirúrgico.
Estenose esofágica: O estreitamento da luz do esôfago (estenose) pode existir em qualquer local, mas
comumente ocorre no seu terço terminal. Comumente resulta de uma recanalização incompleta do órgão, mas
pode originar-se da deficiência no desenvolvimento de vasos sanguíneos na área afetada.
DESENVOLVIMENTO DO ESTÔMAGO
A porção final do intestino anterior é inicialmente uma simples
estrutura tubular. Em torno da metade da 4ª semana, uma ligeira dilatação
fusiforme indica o local do primórdio do estômago. Durante as próximas
duas semanas, a face dorsal do estômago cresce mais rapidamente do que
a sua face ventral, isso demarca a grande curvatura do estômago.
Após adquirir sua forma final, o estômago roda, vagarosamente, 90º
no sentido horário em torno de seu eixo longitudinal. Os efeitos dessa
rotação são:
 A face ventral (pequena curvatura) se desloca para a direita, e a
dorsal (grande curvatura), para a esquerda;
 Antes da rotação, as extremidades cranial e caudal do estômago
estão no plano médio. Durante a rotação e o crescimento, sua
região cranial se move para a esquerda e ligeiramente para baixo,
enquanto sua região caudal vai para a direita e para cima;
 A rotação e o crescimento do órgão explicam por que o nervo vago esquerdo supre a sua parede anterior e o
nervo vago direito inerva a sua parede posterior.
Fendas isoladas (cavidades) desenvolvem-se no mesênquima, formando o espesso mesogástrio dorsal. As
fendas logo aglutinam-se e formam uma única cavidade, a Bolsa Omental. A rotação do estômago puxa o mesogástrio
dorsal para a esquerda, aumentando assim a bolsa, um grande recesso da cavidade peritoneal. A bolsa omental se
comunica com a parte principal da cavidade abdominal através de uma abertura, o forame omental. No adulto, este
forame está localizado posteriormente à borda livre do omento menor.
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Estenose Pilórica Hipertrófica Congênita: Bebês com essa anomalia
apresentam um expressivo espessamento do piloro, a região do esfíncter distal
do estômago (as fibras musculares estão hipertrofiadas). Isso resulta na
obstrução à passagem de alimento, tornando o estômago bastante distendido,
fazendo com que o bebê lance seu conteúdo gástrico com força considerável
(vômitos em jato). A sintomatologia típica, além de vômitos em jato sem bile,
inclui peristaltismo visível no epigástrio, no sentido da esquerda pra baixo à
direita. A prática cirúrgica resume-se em exteriorizar a oliva pilórica e fazer uma
incisão longitudinal que abrange o peritônio visceral e a musculatura do piloro.
Após essa incisão, afasta-se a musculatura pilórica para que ocorra a protrusão
da mucosa e o alívio imediato da obstrução.
DESENVOLVIMENTO DO DUODENO
No início da quarta semana, o duodeno começa a se desenvolver a partir da porção caudal do intestino anterior,
da porção cranial do intestino médio e do mesênquima esplâncnico associado ao endoderma dessas porções do
intestino primitivo.
 O duodeno cresce rapidamente, formando uma alça em
forma de C que se projeta ventralmente;
 A medida que o estômago roda, a alça duodenal gira
para a direita e vai se localizar retroperitonealmente;
 O duodeno é suprido por ramos das artérias celíaca e
mesentérica superior;
 Durante a quinta e a sexta semanas, a luz do duodeno
se torna progressivamente menor e é, temporariamente,
obliterada, devido à proliferação de suas células
epiteliais;
 No final do período embrionário, o duodeno é
recanalizado (vacuolização).
Estenose duodenal: É a oclusão parcial da luz do duodeno, geralmente resulta da recanalização incompleta,
em consequência de defeito na vacuolização. Por causa da oclusão, o vômito frequentemente contém bile.
Atresia duodenal: Ocorre a oclusão completa da luz do duodeno. O bloqueio quase sempre ocorre na junção
dos ductos biliar e pancreático (ampola hepatopancreática), mas ocasionalmente envolve a parte horizontal
(terça parte) do duodeno. Em bebês com atresia duodenal, os vômitos começam poucas horas após o
nascimento, e quase sempre contém bile. O poliidrânimo também pode ocorrer, pois há o impedimento da
absorção normal do líquido amniótico pelos intestinos. O diagnóstico é sugerido pela presença do "sinal da dupla
bolha" nos exames radiológicos e ultrassonográficos.
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DESENVOLVIMENTO DO FÍGADO E DO APARELHO BILIAR
O fígado, a vesícula biliar e as vias biliares originam-se de um brotamento ventral, divertículo hepático, da porção
caudal ou distal do intestino anterior, no início da 4ª semana. O divertículo hepático expande-se para o septo transverso,
uma massa de mesoderma esplâncnico situada entre o coração e o intestino médio (o septo transverso forma o
mesentério ventral nessa região).
O divertículo hepático cresce rapidamente e se divide em duas porções, à medida que penetra por entre as
camadas do mesentério ventral.
 A parte cranial, maior, é o primórdio do fígado;
 O fígado cresce rapidamente em direção ao septo transverso, ocupando grande parte da cavidade abdominal
superior;
 A quantidade de sangue oxigenado que flui da veia umbilical para o fígado determina o seu desenvolvimento e
sua segmentação funcional;
 A hematopoese se inicia durante a 6ª semana, dando ao fígado uma aparência vermelho-brilhante;
 A formação de bile pelas células hepáticas começa durante a 12ª semana;
 A pequena porção caudal do divertículo hepático origina a vesícula biliar, e o pedículo do divertículo forma o
ducto cístico.
OBS: O mesentério ventral origina:
 O omento menor, que vai do fígado à pequena curvatura do estômago (ligamento hepatogástrico) e do fígado ao
duodeno (ligamento hepatoduodenal);
 O ligamento falciforme, que se estende do fígado à parede abdominal ventral.
Atresia Biliar Extra-Hepática: é a obstrução dos ductos na porta do fígado ou superior a ela (uma fissura
transversal na face visceral). A atresia pode também resultar de uma infecção do fígado durante o período final
do desenvolvimento fetal. A icterícia ocorre logo após o nascimento e as fezes tem cor de terra. Quando a
atresia não pode ser corrigida cirurgicamente, a criança pode morrer se não for realizado um transplante de
fígado.
DESENVOLVIMENTO DO PÂNCREAS
O pâncreas se forma dos brotos pancreáticos ventral e dorsal originados de células endodérmicas da porção
caudal do intestino primitivo que crescem entre as camadas dos mesentérios.
 A maior parte do pâncreas é derivada do broto pancreático dorsal, ele é maior, aparece primeiro, e desenvolve-
se num local ligeiramente mais cranial do que o broto ventral;
 O broto pancreático ventral desenvolve-se próximo à entrada do ducto biliar no duodeno;
 O broto pancreático ventral forma o processo uncinado e parte da cabeça do pâncreas;
 O ducto pancreático principal se forma a partir do ducto do broto ventral e da parte distal do ducto do broto
dorsal.
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Pâncreas Anular: Consiste em uma fina faixa achatada de
tecido pancreático circundando a segunda porção do
duodeno, ou a porção descendente. Um pâncreas anular
poder estar associado a síndrome de Down, atresia intestinal,
ânus não perfurado, pancreatite e má rotação.
INTESTINO MÉDIO
Os derivados do intestino médio são:
 O intestino delgado;
 O ceco, o apêndice vermiforme e o colo ascendente;
 A metade direita até os dois terços do colo transverso.
Todos esses derivados do intestino médio são supridos pela Artéria Mesentérica Superior.
ALÇAS INTESTINAIS
Com o alongamento do intestino médio, forma-se uma alça intestinal ventral com a forma de U, a alça intestinal
média.
 Em torno do início da sexta semana, a alça do intestino médio se projeta para dentro da parte proximal do
cordão umbilical;
 No interior do cordão umbilical, a alça do intestino médio sofre uma rotação em sentido anti-horário, em torno do
eixo da artéria mesentérica superior. Isso leva o ramo cefálico (intestino delgado) da alça do intestino médio para
a direita e o ramo caudal (intestino grosso) para a esquerda;
 Durante a décima semana, os intestinos retornam ao abdome, processo denominado “redução da hérnia do
intestino médio”. Ao retornarem, os intestinos continuam em rotação;
 A diminuição do tamanho relativo do fígado e dos rins e o aumento da cavidade abdominal são provavelmente
fatores importantes relacionados com o retorno do intestino médio ao abdome;
 O intestino delgado (formado pelo ramo cranial) retorna primeiro, passando por trás da artéria mesentérica
superior, e ocupa a parte central do abdome. Quando o intestino grosso retorna, ele sofre uma rotação adicional
no sentido anti-horário de 180º;
 Ocorre ainda uma rotação adicional de 90º do intestino, para um total de 270º;
 Quando o cólon volta para a cavidade abdominal, sua extremidade cecal sofre uma rotação para a direita e entra
no quadrante inferior direito do abdome.
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CECO E APÊNDICE VERMIFORME
O primórdio do ceco e do apêndice vermiforme, o divertículo cecal, aparece, na 6ª
semana, como uma dilatação no limite antimesentérico do ramo caudal da alça intestinal
média.
 O ápice da tumefação não cresce tão rapidamente quanto o restante e desta forma o
apêndice é um pequeno divertículo do ceco;
 O apêndice aumenta rapidamente de tamanho. Ao nascimento, ele é um tubo
vermiforme que surge da extremidade distal do ceco.
Onfalocele congênita: Essa anomalia consiste na persistência dos componentes intestinais na porção inicial do
cordão umbilical. A cavidade abdominal é proporcionalmente pequena quando há uma onfalocele, já que faltou o
estímulo para o seu crescimento. É necessária uma correção cirúrgica e, em geral, isto é adiado se o defeito for
grande demais. Bebês com onfalocele grande geralmente sofrem de hipoplasia pulmonar ou torácica, e adiar o
fechamento é uma decisão clínica melhor.
Hérnia umbilical: Acontece quando os intestinos voltam à cavidade abdominal durante a 10ª semana e em
seguida se herniam através de um umbigo imperfeitamente fechado. Na hérnia umbilical, a massa protrusa
(geralmente o omento maior e parte do intestino delgado) é coberta por tecido subcutâneo e pele. A hérnia faz
proeminência durante o choro, esforço, ou tosse, e pode ser facilmente reduzida através do anel fibroso do
umbigo.
Gastrosquise: A gastrosquise resulta de um defeito lateral ao plano mediano da parede abdominal anterior. O
defeito linear permite a extrusão das vísceras abdominais, sem o envolvimento do cordão umbilical. As vísceras
saem para a vesícula amniótica e são banhadas pelo líquido amniótico.
Má ou não rotação intestinal: A não-rotação do intestino é
uma condição relativamente comum, geralmente é não-
assintomática, mas pode ocorrer torção dos intestinos. Ela
ocorre quando a alça do intestino médio não roda no seu
retorno para o abdome. O ramo caudal da alça retorna antes
para o abdome e o intestino delgado se localiza no lado
direito e todo o intestino grosso do lado esquerdo. Os
sintomas são: vômitos biliosos, diarreia, dor abdominal,
sangramento retal, isquemia de tecidos intestinais.
Rotação invertida: A alça intestinal média roda no sentido horário em vez de rodar no sentido anti-horário.
Como resultado, o duodeno fica localizado anteriormente à artéria mesentérica superior (AMS), e não
posteriormente a ela. Enquanto o colo transverso se localiza posterior em vez de anterior a AMS.
Estenose e Atresia Do Intestino: Essas anomalias são resultantes da falta de um número adequado de
vacúolos necessários para desenvolver a recanalização do intestino. Outra causa é a interrupção do suprimento
sanguíneo de uma alça do intestino fetal resultante de um AVF (acidente vascular fetal).
Divertículo Ileal: O divertículo ileal é remanescente da porção proximal do canal vitelínico. Tem significado
clínico porque ele às vezes se inflama e causa sintomas que simulam apendicite. O divertículo pode estar
conectado ao umbigo por um cordão fibroso (o que pode predispor uma obstrução intestinal já que o intestino
pode se enrolar em torno deste cordão).
Duplicação do intestino: Quase todas as duplicações são causadas pela falta da recanalização normal, como
resultado, são formadas duas luzes. O segmento duplicado localiza-se do lado mesentérico do intestino. A
duplicação do intestino normalmente contém mucosa gástrica ectópica, o que pode resultar em ulceração
péptica local e sangramento gastrointestinal.
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INTESTINO POSTERIOR
Os derivados do intestino posterior são:
 O terço esquerdo até metade do colo transverso; o colo descendente e o colo sigmoide;
 O reto e a parte superior do canal anal;
 O epitélio da bexiga urinária e a maior parte da uretra.
Todos os derivados do intestino posterior são supridos pela Artéria Mesentérica Inferior.
CLOACA
É a porção terminal do intestino posterior revestida pelo endoderma que está em contato com o ectoderma
superficial na Membrana Cloacal. Esta membrana é composta pelo endoderma da cloaca e pelo ectoderma do
proctodeu.
 A cloaca recebe o alantoide ventralmente, que é um divertículo digitiforme;
 A cloaca é dividida em uma parte dorsal e outra ventral por uma cunha de mesênquima: Septo Urorretal (entre o
alantoide e o intestino posterior);
 O septo cresce em direção a membrana cloacal, desenvolvendo extensões que produzem invaginações das
paredes laterais da cloaca;
 Estas pregas crescem uma em direção a outra e se fundem formando uma parede que divide a cloaca em duas
partes: O reto e o Seio Urogenital.
CANAL ANAL
É caracterizado pela junção do epitélio derivado do ectoderma do proctodeu com o epitélio derivado do
endoderma do intestino posterior. É indicado, grosseiramente, pela linha pectinada, localizada no limite inferior das
válvulas anais. Essa linha indica aproximadamente o local primitivo da membrana anal.
Megacólon Congênito: É definida como uma ausência de células ganglionares (aganglionose) em uma
extensão variável do intestino distal. Resulta da falta de migração das células da crista neural para a parede do
colo, durante o período entre a quinta e a sétima semanas. Uma parte do colo está dilatada em virtude da
ausência de células ganglionares autônomas, no plexo mioentérico distal àquele segmento. A dilatação resulta
da falta de peristaltismo do segmento aganglionar, o que impede a movimentação do conteúdo intestinal.
Anus Imperfurado: Causada pelo desenvolvimento anormal do septo urorretal, que resulta na separação
incompleta da cloaca nas partes urogenital e urorretal. O ânus imperfurado ocorre em cerca de um em cada
5.000 bebês recém-nascidos e é mais comum no sexo masculino.
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HISTOLOGIA: APARELHO DIGESTIVO
O aparelho digestivo é formado pelo tubo digestivo e as suas glândulas anexas.
Tem por função digerir os alimentos e retirar deles os metabólicos necessários para a
manutenção e desenvolvimento do organismo, ou seja, retirar das macromoléculas
ingeridas suas unidades fundamentais para oferecer energia e nutrientes necessários ao
corpo.
O trato digestivo é formado pela cavidade oral, a orofaringe (reservatório
compartilhado com o trato respiratório), o esôfago, o estômago, o duodeno, o jejuno, o
íleo, o cólon, o reto e o ânus. Podemos citar também as glândulas anexas (glândulas
salivares, pâncreas e fígado), cujas secreções são jogadas para dentro do trato.
TRATO DIGESTIVO
O trato digestivo é dividido em quatro camadas principais (túnicas): a mucosa, a
submucosa, a muscular e a serosa.
MUCOSA
A camada interna do tubo digestivo é a túnica mucosa, composta por um revestimento epitelial (lâmina epitelial)
com glândulas que dele derivam e uma camada subjacente de sustentação, constituída de tecido conjuntivo frouxo
(lâmina própria) muito vascularizado, apresentando nódulos e vasos linfáticos.
Além desses, há uma camada de musculatura lisa da mucosa
(sendo uma interna circular e outra, mais externa, longitudinal) que reveste
o canal alimentar do esôfago até o ânus: a camada muscular da mucosa.
SUBMUCOSA
A submucosa é um tecido conjuntivo fibroelástico denso não-
modelado que envolve a mucosa, sendo ele, geralmente, mais denso que
a lâmina própria.
OBS: essa camada não possui glândulas, exceto no esôfago e
duodeno, pois nestes, respectivamente, as glândulas facilitam a passagem
do alimento graças à sua secreção de muco e diminui o pH do quimo.
A submucosa contém vasos sanguíneos e linfáticos, além de um
componente do sistema nervoso entérico denominado plexo submucoso
de Meissner. Este plexo composto por células nervosas pós-ganglionares
do parassimpático controlam a motilidade da mucosa assim como a
atividade secretora de suas glândulas e é excitado logo com a presença de
alimento.
MUSCULAR EXTERNA
É constituída por duas túnicas de músculo liso: uma interna circular e outra externa longitudinal. Esta ultima é
responsável pela atividade peristáltica que movimenta o conteúdo da luz ao longo do trato alimentar. Além disso, nessa
camada, encontra-se o plexo mioentérico de Auerbach, situado entre essas duas camadas, desde o esôfago até a
ampola retal, sendo diretamente ligado com a dilatação do canal digestivo. Este plexo é extremamente sensível à
doença de Chagas (doença do megacólon), o que faz com que ele se dilate prejudicando a contração dos músculos
responsáveis pela peristalsia.
OBS: Presença de músculo esquelético na musculatura do esôfago e do canal retal.
OBS²: O estômago possui três camadas musculares, sendo de dentro para fora: oblíqua (paralela a parede do
estômago), circular e longitudinal, auxiliando na homogeneização do quimo com as secreções gástricas.
SEROSA OU ADVENTÍCIA
A muscular externa está envolvida por uma camada delgada de tecido conjuntivo, que pode ou não estar
circundada por epitélio pavimentoso simples do peritônio visceral (mesotélio). Quando a região do canal alimentar é
intraperitoneal, está envolvida pelo peritônio e é denominada serosa. Quando um órgão é retroperitoneal (aderido à
parede do corpo) é denominado adventícia. A camada serosa é totalmente substituída por adventícia no esôfago e reto.
A adventícia possui forma mais densa, de origem embrionária ectodérmica, e está em contato com outros órgãos.
Arlindo Ugulino Netto; Raquel Torres Bezerra Dantas.
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A camada serosa é revestida pelo mesotélio (delgada camada epitelial). Na cavidade abdominal esse epitélio
passa a ser chamado de peritônio visceral, sendo revestida também por um tecido conjuntivo subjacente, que é
ricamente inervado com inúmeras terminações sensoriais.
Esta camada é banhada pelo líquido peritoneal, formado a partir da superfície do fígado, sendo ela homóloga do
folheto parietal do peritônio, que reveste a cavidade abdominal.
A principal importância da serosa é o revestimento, realizando as seguintes funções:
 Prover uma barreira seletivamente permeável;
 Facilitar o transporte e a digestão dos alimentos;
 Produzir a absorção dos produtos dessa digestão;
 Produzir hormônios reguladores da atividade do sistema digestivo (CKK, secretina, gastrina).
CAVIDADE ORAL
É revestida por um epitélio pavimentoso estratificado, queratinizado ou não. Formado por lábios, bochechas,
gengivas, palatos e língua. Ela está subdividida em duas regiões: vestíbulo (região delimitada entre os lábios e os
dentes, onde há liberação da saliva) e cavidade oral propriamente dita (localizada após os dentes, que inclui língua,
palato duro e palato mole).
Diferentemente do resto do tubo digestivo, em certas estruturas da cavidade oral existe, uma camada de
queratina revestindo seu epitélio (apenas nas gengivas, língua e palato duro, revestindo parcialmente os lábios) para
proteger a mucosa de agressões físicas.
A mucosa oral pode ser dividida de acordo com a função desempenhada por cada região:
- mucosa mastigatória: com queratina, localizada na região onde há contato com o alimento, envolvido no
processo de mastigação. É constituído por TER estratificado pavimentoso queratinizado e TCDNM. EX: gengiva,
superfície dorsal da língua e palato duro.
- mucosa de revestimento: sem queratina, localizada na região onde não há contato grande com alimento. É
constituído por TER estratificado pavimentoso não queratinizado e TCDNM, sendo mais frouxo que o da mucosa
mastigatória. EX.: restante da cavidade oral.
- mucosa especializada: sem queratina, está envolvida com a identificação dos sabores devido a presença dos
botões gustativos. EX.: superfície dorsal da língua, mucosa da faringe, áreas do palato mole.
LÁBIOS
Possuem quatro tipos de tecidos:
 Face externa: é constituída pela pele que envolve os lábios. Apresenta tecido queratinizado, folículo piloso,
glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas.
 Zona de transição ou borda vermelha: é o lábio propriamente dito. Apresenta tecido com pouca queratina,
lâmina própria com vasos sanguíneos. Não apresenta folículo piloso nem de glândulas sebáceas.
 Face interna ou membrana mucosa: mucosa sem queratina, umidificada pelas glândulas salivares presentes
na cavidade bucal.
 Centro do lábio: é o preenchimento interno do lábio, constituído pelo músculo esquelético e tecido adiposo,
permitindo a movimentação e articulação da boca.
LÍNGUA
A língua é a maior estrutura da cavidade oral. Sua mobilidade é dada pelo seu principal constituinte: uma massa
de fibras musculares estriadas entrelaçadas que podem ser classificadas em dois grandes grupos: (1) os músculos
extrínsecos, que se originam de fora da língua e (2) intrínsecos, que se originam e se encerem nela.
Ela possui uma superfície dorsal, uma ventral e duas superfícies laterais. A superfície dorsal é constituída por
dois terços anteriores e pelo terço posterior. Essas duas regiões estão separadas por um sulco raso em forma de “V”, o
sulco terminal (região V). A superfície dorsal do terço posterior da língua apresenta as tonsilas linguais. Já as papilas
linguais cobrem os dois terços anteriores da superfície dorsal da língua.
PAPILAS LINGUAIS
Há quatro tipos de papilas linguais:
 Papila Filiforme: são estruturas delgadas cobertas por epitélio pavimentoso estratificado queratinizado.
Possuem formas de ondas voltadas para a extremidade posterior da língua e não possui botões gustativos.
 Papila Fungiforme: assemelha-se a um cogumelo cujo pedículo delgado liga um “chapéu largo” à superfície da
língua. É revestida por tecido epitelial pavimentoso estratificado não-queratinizado, por isso, o sangue que
circula por alças capilares subepiteliais são visíveis como pontos vermelhos entre as papilas filiformes.
Possuem botões gustativos.
 Papilas Caliciformes ou Circunvaladas: estão localizadas ao longo do aspecto pôstero-lateral da língua. Elas
aparecem como sulcos verticais. Possuem corpúsculos gustativos funcionais do recém-nascido, mas estes se
degeneram no segundo ou terceiro ano de vida. Essas papilas produzem a enzima lipase lingual, que evita a
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formação de camadas hidrofóbicas sobre as papilas, o que evitaria a percepção do gosto dos alimentos. Essa
lipase é produzida pelas glândulas salivares de von Ebner.
BOTÕES GUSTATIVOS
São órgãos sensoriais intra-epiteliais que agem na percepção do gosto. Estão presentes na superfície da língua
com aproximadamente 3000 corpúsculos. Cada um deles tem estrutura oval e na sua extremidade estreita há uma
abertura chamada poro gustativo, constituído por células epiteliais pavimentosas que o cobrem.
O corpúsculo gustativo é constituído por quatro tipos de células: células basais (acredita-se que funcionam
como células de reserva e regeneram o corpúsculo gustativo), células escuras, células claras e células
intermediárias. Acredita-se que essas células dão origem as células escuras, e estas, quando amadurecem, tornam-se
células claras, que se tornam células intermediárias e morrem.
O processo de percepção de gostos é causado mais pelo aparelho olfativo do que corpúsculos gustativos, como
é evidenciado pela diminuição da capacidade gustativa das pessoas com congestão nasal.
DENTES
Os seres humanos possuem dois tipos de dentição: decídua (dentes de leite – 20 dentes), que é substituída
pelos permanentes (compostos por 32 dentes). Na cavidade oral, os dentes se organizam de tal forma que cada grupo
desempenha uma função específica na mastigação.
O dente está fixado no alvéolo por meio do
ligamento periodental, constituído por tecido conjuntivo
denso não-modelado. A parte do dente visível na
cavidade oral é chamada de coroa, já a parte fixada é
chamada de raiz, e entre elas, está o colo. Toda raiz é
constituída por três substâncias calcificadas, que
envolvem a polpa. Esta, por sua vez, é um tecido
conjuntivo frouxo gelatinoso subdividido em duas regiões:
câmara polpar e canal da raiz, que em sua porção
terminal encontra-se o forame apical, por onde passam
nervos e vasos sanguíneos.
 Componentes Mineralizados
o Esmalte: recobre a dentina da coroa e é
constituída por 96% de cristais de
hidroxiapatita (a substância mais rígida
do organismo) e 4% de material
orgânico, como glicoproteínas
(enamelinas) e água. O esmalte é
formado por células ameloblásticas que
morrem antes da erupção dentária. Por
isso, o esmalte não é reposto pelo
organismo.
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o Dentina: É constituída de cerca de 70% de cristais de hidroxiapatita e está localizada abaixo do esmalte.
Ela contribui para a proteção do esmalte, pois seu tecido é elástico, e o protege contra impactos e
fraturas. A dentina é produzida por células chamadas odontoblastos, que permanecem durante toda a
vida. Na dentina, o material orgânico é composto por fibras de colágeno do tipo I.
o Cemento: o cemento recobre a dentina da raiz e é constituído por 50% de hidroxiapatita e o material
orgânico é composto por fibras colágenas tipo I. Em sua região apical, existem os cementócitos que
estão dentro de lacunas (espaços lenticulares). Os prolongamentos dos cementócitos se projetam das
lacunas dentro dos canalículos para o ligamento periodental vascular. Por isso que ele é chamado de
cemento celular. Sua região coronal não contém cementócitos, por isso é chamado de cemento acelular.
Contudo, ambos os cementos possuem cementoblastos, responsáveis pela formação desse tecido. Já
os cementoclastos absorvem o cemento na fase de substituição dos dentes decíduos pelos
permanentes.
 Polpa
É formada por tecido conjuntivo frouxo gelatinoso, proteoglicanos e glicosaminoglicanos. Ele faz comunicação
com o ligamento periodental, através do forame apical. A polpa é subdividida em três zonas:
o Zona odontoblastica: formada por células odontoblasticas.
o Zona isenta de células: não possui um tipo específico de células.
o Zona rica em células: envolve o núcleo da polpa e é rico em células mesenquimatosas e fibroblastos.
O núcleo da polpa possui células adiposas e fibras nervosas simpáticas, que controlam o tamanho dos vasos e
fibras sensitivas, que transmitem a sensação da dor. Na realização de um canal, o dentista retira a polpa através
do canal da radicular.
 Alvéolo
É um soqueto dentro da qual a raiz está fixada pelo ligamento periodental. É considerado uma continuação
óssea da mandíbula e da maxila. Um alvéolo está separado do outro pelo septo interaveolar. Ele está dividido
em três regiões: as placas corticais, que formam uma borda firme de sustentação de osso compacto revestido
por osso esponjoso. Este osso esponjoso envolve uma delgada camada de osso compacto: o osso alveolar
propriamente dito.
 Periodonto
O periodonto é o conjunto dos tecidos que revestem e envolvem o dente. É também chamado de aparato de
inserção, estabelecendo uma unidade funcional biológica e evolutiva que sofre modificações com o meio bucal e
também modificações decorrentes da idade. É graças ao ligamento periodontal que o uso de aparelhos
ortodônticos pode modificar e mover a sua estrutura.
ESÔFAGO
O esôfago é um tubo muscular que transporta o bolo alimentar da faringe oral para o estômago. Localiza-se na
cavidade torácica por trás da traqueia, estendendo-se da 6ª vértebra cervical à 11ª vértebra torácica (diafragma).
MUCOSA DO ESÔFAGO
É constituída por epitélio pavimentoso estratificado não-queratinizado, lamina própria fibroelástica e muscular da
mucosa. Neste epitélio, encontram-se as células de Langerhans, que fagocitam antígenos, reduzindo-os a pequenos
polipeptídeos denominados epítopos. A lamina própria contém as glândulas cardíacas-esofágicas situadas em duas
regiões do esôfago: próximo a faringe e perto da junção com o estômago. Essas glândulas produzem muco que cobrem
o revestimento do esôfago, lubrificando para proteger o epitélio quando ocorrer a passagem do bolo alimentar. A
muscular da mucosa é constituída por uma única camada longitudinal de músculo liso que se tornam mais espessos nas
proximidades do estômago.
SUBMUCOSA DO ESOFAGO
A submucosa é constituída por tecido conjuntivo denso fibroelástico, que contém glândulas esofágicas
propriamente ditas.
OBS
4
: O esôfago e duodeno são as únicas regiões do trato digestivo que contém glândulas na submucosa, pois no
primeiro, é necessária a produção de muco para a passagem do alimento, e no segundo por diminuir o pH do quimo.
A submucosa do esôfago é composta, basicamente, por dois tipos celulares:
 Células mucosas: possuem grânulos de secreção repletos de muco.
 Células serosas: secretam muco.
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MUSCULAR EXTERNA
É composta por células musculares esqueléticas e lisas. É
formada por duas camadas: uma circular interna e outra, longitudinal
externa. A muscular externa, que está no terço superior do esôfago, é
constituída de músculo esquelético; seu terço médio possui músculo
esquelético e liso; e o terço inferior, apresenta somente fibras
musculares lisas. O plexo Auerbach está localizado entre a camada
muscular circular interna e longitudinal externa.
OBS
5
: A musculatura do esôfago é tão desenvolvida que chega a criar
pregas, justamente para impulsionar o alimento com mais vigor.
Este órgão está coberto por uma adventícia até o ponto em
que perfura o diafragma. Depois que passa a ser coberto por uma
serosa.
HISTOFISIOLOGIA DO ESÔFAGO
O esôfago não possui esfíncter anatômico, mas possui dois
esfíncteres fisiológicos (o esfíncter faringoesofágico e gastresofágico)
que impedem o refluxo do esôfago para faringe e do estômago para o
esôfago, respectivamente.
ESTÔMAGO
É o órgão responsável pelo processamento do alimento ingerido, o transformado em fluido ácido e espesso
denominado quimo. É a porção mais dilatada do canal alimentar.
O estômago exerce função exócrina e endócrina. São digeridos no estômago lipídios e proteínas. A digestão dos
carboidratos será continuada apenas no duodeno.
O bolo alimentar passa pela junção gastresofágica e penetra no estômago transformando-se em quimo. Através
da válvula pilórica o estômago lança pequenas alíquotas de seu conteúdo no duodeno. O estômago liquefaz o alimento
através da produção de HCl e das enzimas pepsina, renina e lípase gástrica.
Este órgão possui uma curvatura maior convexa e uma menor côncava. Anatomicamente, ele está dividido em
quatro regiões:
 Cárdia: região estreita situada na junção gastresofágica.
 Fundo: região em forma de cúpula frequentemente cheia de gás.
 Corpo: a maior região, responsável pela formação do quimo.
 Piloro: porção estreitada afunilada dotada do espesso esfíncter pilórico, que controla a liberação do quimo para
o duodeno.
Histologicamente, o estômago está diferenciado em três regiões apenas: cárdia, fundo e corpo, piloro.
 Cárdia: contém glândulas tubulares (da cárdia) com algumas células mucosas (responsáveis pela secreção de
muco) e enteroendócrinas (liberação de hormônios polipeptídios na corrente sanguínea, que regulam a
motilidade intestinal e a função endócrina).
 Fundo e corpo (são histologicamente iguais): glândulas fúndicas divididas em três setores: istmo, colo e base.
Essas glândulas são invaginações na mucosa (epitélio e lâmina própria).
 Piloro: glândulas pilóricas com células enteroendócrinas.
FOSSETAS GÁSTRICAS
O revestimento epitelial do estômago se invagina na mucosa formando fossetas gástricas na região da cárdia e
mais profunda na região pilórica. Essas fossetas aumentam a área da superfície do revestimento gástrico dando origem
às glândulas gástricas (promovem produtos de secreção). Em cada uma delas desembocam cerca de 5 a 7 glândulas
gástricas.
REGIÃO CÁRDICA
A cárdia é uma banda circular estreita, com cerca de 1,5-3,0 cm de largura, na transição entre o esôfago e o
estômago. Sua mucosa contém glândulas tubulares simples ou ramificadas, denominadas glândulas da cárdia. As
porções terminais destas glândulas são frequentemente enoveladas, com lúmen amplo. Muitas das células secretoras
produzem muco e lisozima (enzima que destrói a parede de bactérias), mas podem-se encontrar algumas células
produtoras de ácido clorídrico. Difere da região fúndica por suas fossetas gástricas serem mais rasas e pela população
de células compostas por: células de revestimento epitelial, algumas células enteroendócrinas e células parietais.
Além disso, não possuem células principais.
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REGIÃO FÚNDICA
A mucosa fúndica do estômago é constituída por três componentes: epitélio (revestindo a luz), tecido
conjuntivo subjacente (lamina própria) e as camadas de músculo liso formando a muscular da mucosa.
 Epitélio: é o revestimento do estômago constituído por células colunares simples (células de revestimento
superficial) que produzem o muco visível, um gel que se adere ao revestimento do estômago protegendo-o
da autodigestão. Além disso, os íons bicarbonatos presos na camada de muco são capazes de manter um
pH relativamente neutro, a despeito do pH ácido do conteúdo da luz. Células regeneradoras estão
presentes na base das fossetas.
 Lamina própria: composto por tecido conjuntivo frouxo altamente vascularizado com abundância nas
seguintes células: plasmócitos, linfócitos, mastócitos, fibroblastos e células musculares lisas. Grande parte
da lamina própria está invadida por inúmeras glândulas gástricas, denominadas em seu conjunto,
glândulas fúndicas. Cada glândula fúndica estende-se da muscular da mucosa até a base da fosseta
gástrica e está subdividida em três setores: istmo, colo e base, sendo diferenciadas pelo tipo de células
que as compõe:
o Istmo: região mais apical. Apresenta células mucosas, células-tronco (células indiferenciadas –
produzem outras células do colo e base - produtoras de muco) e células parietais (células
produtoras do ácido clorídrico).
o Colo: Região central. Apresenta células-tronco, mucosas do colo, células parietais e células
enteroendócrinas.
o Base: células parietais, zimogênicas e enteroendócrinas.
 Muscular da Mucosa do Estômago: presença de células musculares lisas dispostas em três camadas:
circular interna, longitudinal externa e ocasionalmente, uma circular externa.
OBS
6
: Glândulas Fúndicas:
 Células mucosas do colo: são células colunares que produzem um muco solúvel (mucina) que se mistura e
lubrifica o quimo reduzindo o atrito quando este segue pelo trato digestivo.
 Células-tronco (regenerativa): são células colunares que estão dispersas entre as células mucosas do colo
das glândulas fúndicas sendo dotadas de uma alta atividade mitótica. Essas células proliferam-se a fim de
substituir todas as células especializadas que revestem as glândulas fundicas.
 Células parietais: são responsáveis pela produção de acido clorídrico (HCl) e o fator gástrico intrínseco,
que é uma glicoproteína necessária para absorção de vitamina B12 (faz parte do radical heme da hemoglobina)
no ílio do intestino delgado, cuja carência causa uma eritropoiese defeituosa com desenvolvimento de anemia
perninciosa. Durante a produção de HCl, o número de microvilosidades dessas células aumenta, portanto, as
membranas são usadas na formação das microvilosidades, aumentando a superfície da célula, preparando-a
para a produção de HCl. Além disso, as células parietais produzem histamina e gastrina.
 Células zimogênicas: produzem as enzimas pepsinogênio, renina e lípase gástrica.
 Células enteroendócrinas: são células que produzem hormônios endócrinos parácrinos e neurócrinos. Estas
células estão dispersas entre outras células epiteliais da mucosa gástrica. Secreta serotonina e
somatostatina.
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REGIÃO PILÓRICA
Contém o mesmos tipos celulares da região cárdica mas as células estão localizadas na porção pilórica. Além
disso, produzem muco e secretam lisozima, uma enzima bactericida.
SUBMUCOSA DO ESTÔMAGO
Constituída por tecido conjuntivo denso não-modelado e possui uma rica rede vascular e linfática que supre e
drena os vasos da lâmina própria. O plexo submucoso (Meissner) está localizado nas proximidades da musculatura
externa. É responsável por estimular a motilidade da mucosa e das secreções glandulares.
MUSCULAR EXTERNA DO ESTÔMAGO
Difere-se das demais camadas musculares por apresentar 3 camadas de músculo liso: a camada oblíqua
interna, a circular média (localizada na região pilórica, onde se forma o esfíncter pilórico) e a camada longitudinal
externa (localizada na região cárdica e no corpo do estômago). A presença dessa camada extra de músculo está
relacionada com a função gástrica de homogeneizar o bolo alimentar com as secreções gástricas.
O plexo mioentérico está localizado entre as camadas circular média e longitudinal externa.
HISTOFISIOLOGIA DO ESTÔMAGO
O revestimento interno e as glândulas do estômago produzem e liberam secreções compostas por água, HCl,
fator gástrico intrínseco, pepsinogênio, renina, lípase gástrica, muco visível e solúvel.
PRODUÇÃO DE HCL
O HCl é responsável pela desnaturação das proteínas além de ativar a proenzima pepsinogênio, tornando-a em
enzima ativa (pepsina). Esta enzima requer um pH baixo para sua atividade. Por isso a necessidade de um meio ácido
proporcionado pelo HCl. A sua secreção é feita em três fases: cefálica, gástrica e intestinal.
 Cefálica: secreções causadas por efeito psicológico. É induzida por impulsos parassimpáticos trazidos pelo
nervo vago, causando a liberação de acetilcolina.
 Gástrica: secreção resultante da presença do alimento no estômago. É induzida pelos hormônios gastrina e
histamina, produzidas pelas células enteroendócrinas.
 Intestinal: secreção causada pela presença do alimento no intestino delgado estimulado pelo hormônio gastrina.
MECANISMO DE PRODUÇÃO DO HCL
A produção de HCl inicia-se quando a gastrina, a histamina e a acetilcolina ligam-se a membrana plasmática
basal das células parietais. O processo da produção de HCl é dada da seguinte maneira:
1. A enzima anidrase carbônica facilita a ionização do H2CO3, ionização liberando íons H+ e bicarbonato (HCO3
-
)
no citoplasma da célula parietal.
2. Por meio do uso de ATP, a célula parietal bombeia o H+ intracelular para fora da célula e transfere o K+
extracelular para dentro da célula.
3. Proteínas carregadoras, utilizando o ATP, bombeiam o KCl (ionizam-se em H+ e Cl-) para fora da célula.
Desta maneira, Cl- e H+ chegam separadamente à luz no canalículo intracelular, onde se combinam em HCl.
4. O K+ é transportado ativamente para dentro da célula, aumentando o seu nível intracelular. Essa alta
concentração faz com que o K+ saia da
célula através de canais iônicos localizados
no plasmalema basal. Assim, o K+ é
constantemente recirculado para dentro e
para fora da célula.
5. A água proveniente do fluido
extracelular penetra na célula parietal e sai
do citoplasma e entra no canalículo
intracelular, graças às forças osmóticas.
Assim a solução do HCl passa do canalículo
para o estômago.
INTESTINO DELGADO
É o sítio terminal de digestão, absorção de nutrientes e secreção endócrina. Está dividido em três regiões:
duodeno (que recebe enzimas e tampão alcalino do pâncreas e bile do fígado), jejuno e ílio.
As três regiões do intestino apresentam algumas modificações em sua superfície, tais como: pregas circulares
(são pregas transversais da mucosa e submucosa que aumentam a área da superfície e diminui a velocidade do quimo,
facilitando absorção), vilosidades (protrusões digitiformes da lamina própria cobertas por epitélio; elas são numerosas no
jejuno e no ílio, e tem como função aumentar a superfície do intestino delgado).
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MUCOSA INTESTINAL
A mucosa intestinal é composta de três camadas: um epitélio colunar simples, lâmina própria e a camada
muscular da mucosa.
EPITÉLIO
O epitélio é composto por células absortivas superficiais, caliciformes, enteroendócrinas e células M.
 Células absortivas: São células colunares altas que participam da parte final da digestão e da absorção de
água e nutrientes. Além disso, elas reesterificam ácidos graxos em triglicerídeos, formam quilomícrons e
transportam a massa de nutrientes absorvidos para a lâmina própria de onde serão distribuídos para o resto do
corpo. Na sua porção apical, há presença de microvilosidades (borda estriada).
 Células caliciformes: são glândulas unicelulares que secretam mucinogênio, cuja forma hidratada constitui a
mucina, um componente do muco.
 Células enteroendócrinas: células endócrinas associadas ao tecido intestinal. São células que produzem
hormônios parácrinos e endócrinos. Secretam hormônios como secretina, colescistoquinina, peptídeo inibidor
gástrico.
 Células M: são células que fagocitam e transportam antígenos da luz para a lâmina própria. Elas fazem parte do
sistema mononuclear fagocitário. Localizam-se abaixo do tecido linfoide associado e possui aspecto semelhante
ao macrófago. Também estão presentes na lâmina própria, próximas as células de Paneth. Podem estar
presentes na submucosa agregadas as placas de Payer.
LÂMINA PRÓPRIA
Constituída por tecido conjuntivo frouxo. Possui numerosas glândulas tubulosas chamadas criptas (glândulas)
de Lieberkuhn, além disso, possui tecido linfoide o protege de invasões e microorganismos.
 Criptas (glândulas) de Lieberkuhn: essas criptas aumentam a área da superfície do revestimento intestinal.
Elas são constituídas por célula enteroendócrinas, células absortivas superficiais, células caliciformes, células
regeneradoras e células de Paneth.
 Células regeneradoras: são as células tronco do intestino delgado, que proliferam extensamente, repovoando o
epitélio das criptas da superfície mucosa e vilosidades.
 Células de Paneth: são células piramidais que ocupam a porção inferior das criptas de Lieberkuhn. Elas
secretam um antibacteriano chamado lisozina, fator de necrose tumoral α e proteínas de defesa (defensinas).
CAMADA MUSCULAR
É constituída por uma camada circular interna e longitudinal externa. As fibras musculares da camada circular
interna penetram nos vilos, estendendo-se até a membrana basal. Na digestão, essas fibras musculares se contraem,
encurtando o vilo várias vezes por minuto.
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SUBMUCOSA
Constituído por tecido conjuntivo fibroelástico, mais fibroso que o da lâmina própria. Ela possui uma rica rede de
vasos sanguíneos e linfáticos. Sua inervação provém do plexo de meissner. Especialmente no duodeno, são
encontradas as glândulas de Bruner, que produzem um fluido mucoso rico em bicarbonato, que são lançadas no lúmen
do duodeno. Além disso, elas secretam o hormônio urogastrona que inibe a produção de HCl e amplifica a atividade
mitótica das células epiteliais.
MUSCULAR
Possui uma camada circular interna e outra longitudinal externa. Além disso, há a presença do plexo mioentérico
(ou de Auerbach) localizado entre as duas camadas.
CAMADA SEROSA
Composta por mesotélio (tecido epitelial que reveste a serosa externamente) com subserosa subjacente.
INTESTINO GROSSO
O intestino grosso é subdivido em ceco, colo, reto e anus. Ele é responsável pela absorção da maior parte de
água e íons do quimo provenientes do intestino delgado. Além disso, compacta o quimo em fezes para a eliminação. Ele
tem como aspecto histológico uma mucosa sem vilosidades, glândulas intestinais longas com abundância de células
caliciformes e poucas absortivas.
A função primordial do intestinal grosso se resume a absorção de água, formação da massa fecal e produção de
muco. Há pouca absorção de nutrientes.
O cólon está corresponde a quase todo comprimento do intestino grosso. Ele recebe o quimo do ílio na valva ílio
cecal, um esfíncter que impede o refluxo do ceco para o íleo. O cólon não possui vilosidade, mas tem grande riqueza em
criptas de Lieberkhun. Especialmente, nessas criptas, não há as células de paneth.
A mucosa anal é constituída por um epitélio cuboide simples, do reto até a linha pectinada, pavimentoso
estratificado não queratinizado dessa linha até o orifício anal externo, e pavimentoso estratificado queratinizado no ânus.
Sua lâmina própria, constituída por tecido conjuntivo fibroelástico, contém as glândulas anais e perianais. Sua muscular
da mucosa é constituída por uma camada circular interna e longitudinal externa de músculo liso.
A submucosa anal é constituída de tecido conjuntivo fibroeslástico. Ela contém dois plexos nervosos: o plexo
hemorroidário interno e externo, situado na junção do canal anal com o orifício externo. Sua muscular externa é
constituída por uma camada circular interna e longitudinal externa de músculo liso. A camada circular interna, na região
da linha pectinada, forma o esfíncter anal interno e o músculo esquelético do assoalho da pelve forma o esfíncter anal
externo, que está sob controle voluntário.
CAMADA MUCOSA DO INTESTINO GROSSO
A sua superfície luminal é lisa, apresentando as mesmas criptas de Lieberkuhn, sendo mais longas e folículos
linfoides mais frequentes, ou seja, possui uma maior quantidade de GALT (tecido linfoide associado ao intestino). Na
porção superior do canal retal uma há mudança de epitélio: deixa de ser simples pavimentoso, passando a ser um
epitélio queratinizado, mudando de camada serosa para adventícia.
CAMADA SUBMUCOSA DO INTESTINO GROSSO
Há a presença do plexo de Meissner.
CAMADA MUSCULAR DO INTESTINO GROSSO
Circular interna, longitudinal externa com três faixas – tênias do colo.
CAMADA SEROSA DO INTESTINO GROSSO
Apêndices epiploicos. Na porção do reto, sob a forma de adventícia.
GLÂNDULAS ANEXAS
Estão situadas fora do sistema digestivo, estando incluídas as glândulas salivares (parótida, submandibular e
sublingual associadas à cavidade oral), pâncreas, fígado e vesícula biliar. Cada uma delas funciona auxiliando no
processo digestivo.
PÂNCREAS
Possui glândulas mistas: de natureza exócrina (enzimas): glândula acinosa composta; e de natureza endócrinas
(hormônios): ilhotas de Langerhans (insulina pelas células β, glucagon pelas células α). As glândulas exócrinas do
pâncreas possuem um formato acinoso, ou seja, formato de concha, com ductos intercalares. Apenas os acinos
pancreáticos possuem a penetração das porções iniciais dos ductos intercalares no lúmem dos ácinos.
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HISTOFISIOLOGIA DO PÂNCREAS EXÓCRINO
Suas células acinosas produzem e liberam enzimas digestivas, enquanto as células centro-acinosas e as células
dos ductos intercalares liberam uma solução tampão rica em bicarbonato que neutraliza o quimo ácido que chega ao
duodeno. Este fluido é pobre em enzimas e sua liberação é induzida pela secretina, hormônio produzido pelas células S.
A liberação de suas enzimas é induzida pelo hormônio colecistoquinina, produzido pelas células I do intestino
delgado. Com isso, há liberação de enzimas tais como: amilase e lípase pancreática, quimiotripsinogênio e
tripsinogênio (são pró-enzimas).
FÍGADO
O fígado exerce inúmeras funções. Ele é a maior glândula do corpo humano (2º maior órgão, depois da pele),
pesando aproximadamente 1500g. Ele está subdividido em quatro lobos: direito, esquerdo, quadrado e caudado, sendo
eles, divididos em inúmeros lóbulos, que
recebem nutrientes derivados de ramos
venosos da veia porta provenientes do
intestino.
Assim como o pâncreas, ele tem a
sua função endócrina e exócrina. O
hepatócito do fígado é responsável por sua
secreção exócrina, a bile, e por seus
produtos endócrinos.
O espaço de Disse está entre a placa
de hepatócitos e as células de revestimento
do sinusoides (são espaços entre as placas
de hepatócitos cujo revestimento endotelial é
composto por células de revestimento
sinusoidal). As microvilosidades dos
hepatócitos ocupam grande parte desse
espaço. Facilitando, assim, a troca de
material entre o sangue e os hepatócitos.
Além disso, o espaço de Disse (tecido
conjuntivo denso) contém fibras de colágeno
tipo III (reticulares), tendo como função a
sustentação aos sinusoides.
As células de Kupffer são macrófagos que estão associados às células de revestimento endotelial dos
sinusoides que realizam fagocitose de patogenos que possam entrar na circulação porta. As células de Ito são células
armazenadoras de gordura de capacidade imunitária, que estão situadas ocasionalmente no espaço de Disse. Acredita-
se que essas células armazenem vitamina A.
GLÂNDULAS SALIVARES
São glândulas túbulo-alveolares ramificadas de cuja cápsula de
tecido conjuntivo partem septos, que as subdividem em lobos e lóbulos. Os
elementos vasculares e nervosos das glândulas chegam às unidades
secretoras através de sua estrutura de tecido conjuntivo.
PARÓTIDA
É a maior das glândulas salivares. Produz uma saliva serosa que
constitui 30% do total de saliva. Essa saliva produzida contem altos níveis
de amilase salivar (ptialina) e de IgA secretora. A amilase participa da
digestão do amido até o estômago, local onde o HCl inativa a mesma. A
IgA inativa antígenos localizados na cavidade oral.
A parótida é uma glândula acinosa composta, formada por ácinos
serosos envolvidos por células mioepiteliais, cuja cápsula envia septos e
libera suas secreções em ductos intercalares.
SUBMANDIBULAR
É uma glândula túbulo acinosa composta formada por ácinos serosos e poucos
ácinos mucosos, associados a semi-luas serosas produzindo uma secreção mista. Os
ácinos são circundados por células mioepiteliais e o seu sistema de ductos é extenso. Ela
é responsável pro 60% do total da produção de saliva.
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SUBLINGUAL
É uma glândula túbulo-acinosa cuja cápsula não é bem definida. Produz uma secreção mista, pois possui
predominantemente ácinos mucosos associados a semiluas serosas e circundados por células mioepeteliais com ductos
não extensos.
VASOS DO TRATO ESOFAGOGASTRINTESTINAL
Tem como função nutrir todas as células do trato, inclusive o
intestino, e removendo os produtos de nutrição absorvidos a nível entérico.
Esses vasos partem da submucosa, perfuram as fibras da muscular da
mucosa para vascularizar com capilares a lâmina própria, podendo atingir
abaixo da membrana (lâmina) basal do epitélio na região apical da vilosidade,
retornando com a remoção dos produtos de digestão: carboidratos em forma
de monossacarídeos e proteínas em forma de amino ácidos.
O transporte dos lipídios (armazenados em quilomícrons) é feito por vasos linfáticos de fundo cego. Esses
vasos partem em direção à lâmina própria, acima da muscular da mucosa, formando depôs um plexo linfático na
submucosa, onde circundam os nódulos linfáticos (GALT).
Toda a drenagem dos produtos provenientes da digestão é encaminhada pelas veias mesentéricas até a veia
porta hepática.
SISTEMA PORTA
O fígado possui uma circulação peculiar, uma vez que é este órgão que recebe todos os produtos da
degradação dos alimentos: carboidratos e proteínas através da circulação sanguínea e lipídios da circulação linfática. A
artéria hepática é responsável por levar os produtos metabolizados no fígado para todo o restante do corpo.
INERVAÇÃO DO TRATO ESOFAGOGASTRINTESTINAL
O trato esofagogastrintestinal recebe fibras autônomas motoras e sensitivas,
sendo elas divididas em componentes extrínsecos. As fibras motoras são simpáticas e
parassimpáticas.
OBS
7
: A inervação da musculatura esquelética do esôfago e do esfíncter anal externo
é motora somática.
O componente extrínseco é característico da manifestação motora motoras,
sendo intermediado por fibras provenientes do exterior (sistema nervoso autônomo,
logo, de musculatura lisa), ou seja, fibras pós-ganglionares simpáticas e
parasimpáticas. É responsável pela manutenção da peristalse.
O componente intrínseco é feito por fibras nervosas da própria parede dos
tubos e pelos plexos mioentérico (Auerbach, responsável pela contração – fibras
simpáticas - e dilatação – fibras parassimpáticas - do tubo) e submucoso (Meissner).
OBS
8
: Nos dois plexos, as células ganglionares motoras fazem sinapse com fibras
simpáticas e pré-ganglionares parassimpáticas. A parte intrínseca é conhecida
também como sistema nervoso entérico, uma vez que além de neurônios motores,
tem neurônios sensitivos nos gânglios que, no plexo submucoso inervam o epitélio e
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO
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registram as ações que o afetam, causando os reflexos mioentéricos locais, que dirigem, por exemplo, os movimentos
peristálticos. Em geral, os axônios dos neurônios motores provenientes do plexo mioentérico inervam as camadas
musculares da túnica muscular, enquanto os neurônios motores do plexo submucoso inervam a muscular da mucosa e
as células glandulares da mucosa.
Além da acetilcolina, intervêm outros transmissores na função do sistema nervoso entérico. São exemplos de
peptídeos do sistema nervoso entérico: somatostatina (que inibe a secreção ácida no estômago e a motilidade
intestinal) e o hormônio liberador de gastrina (GRP, que estimula a secreção de gastrina).
OBS
9
: A contração e dilatação da musculatura do trato digestivo são mediadas, então, por mecanoreceptores e
quimiorecptores. O primeiro corresponde a presença do alimento no tubo e o segundo, mediada pelos hormônios
secretados pelas células endócrinas.
CÉLULAS ENTEROENDÓCRINAS
O tubo gastrointestinal contém um número pequeno de células endócrinas ou endocriniformes, denominadas
células enteroendócrinas ou argentafins, concentradas especialmente no estômago e no intestino delgado. Essas células
enteroendócrinas recebem nomes individuais de acordo com a substancia produzida. Em geral, um único tipo de célula
secreta somente um agente, apesar de tipos celulares ocasionais poderem secretar dois agentes diferentes. Há pelo
menos 13 tipo de células enteroendócrinas, das quais alguns estão localizados na própria mucosa gástrica.
São classificadas quanto a presença de microvilosidades ou não no seu ápice:
 Tipo aberto: ápice com microvilos (fariam a secreção exócrinas).
◦ Tipo fechado: ápice recoberto com células epiteliais (fariam à secreção endócrina) sendo elas a grande
maioria no TGI.
Órgão Célula Hormônio Ação do Hormonio
Estômago e
Intestino Delgado
A
Glucagon
(enteroglucagon)
Estimula a glicogenólise pelos hepatócitos, elevando
assim, os níveis de glicose do sangue
Estômago,
intestinos
delgado e grosso
Enterocromafim Serotonina
Aumenta os movimentos peristálticos
Estômago Semelhante à
Enterocromafim
Histamina
Estimulação e secreção de HCl
Estômago,
intestinos
delgado e grosso
D Somatostatina
Inibe a liberação de hormônios pelas células DNES
em sua vizinhança
Estômago e
Intestino delgado
Produtora de
gastrina
Gastrina
Estimula a secreção de HCl, a motilidade gástrica
(contração da região pilórica e relaxamento do
esfíncter pilórico, regulando o esvaziamento gástrico)
e proliferação das células regeneradoras do corpo do
estômago
Estômago,
intestinos
delgado e grosso
Produtora de
glicentina
Glicentina
Estimula a glicogenólise pelos hepatócitos, elevando
os níveis de glicose do sangue.
Estômago e
Intestino Grosso
Célula produtora de
polipeptídeo
pancreático
Polipeptídeo
pancreático
Estimula a liberação de enzimas para as células
principais. Diminui a liberação do HCl pelas células
parietais. Inibe a liberação do pâncreas exócrino.
Estômago,
intestinos
delgado e grosso
Produtora de
peptídeo intestinal
vasoativo
Peptídeo intestinal
vasoativo
Aumenta a ação peristáltica dos intestinos delgado e
grosso e estimula a eliminação de água e íons pelo
trato GI
Intestino delgado
I
Colecistoquinina
(CCK)
Estimula a liberação do hormônio pancreático e a
contração da vesícula biliar.
Intestino delgado
K
Peptídeo inibidor
da gastrina
Inibe a secreção de HCl
Intestino delgado Célula produtora de
motilina
Motilina
Aumenta o peristaltismo intestinal
Intestino delgado Célula produtora de
neurotensina
Neurotensina
Aumenta o fluxo sanguíneo para o íleo e diminui a
ação peristáltica dos intestinos delgado e grosso
Intestino delgado
S Secretina
Estimula a liberação de fluido rico em bicarbonato pelo
pâncreas
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO
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ANATOMIA SISTÊMICA: SISTEMA DIGESTÓRIO
Para todas as atividades desenvolvidas pelas células do nosso corpo, é necessário o consumo de substâncias
nutritivas (Ex: proteínas, vitaminas, gorduras, açúcares), as quais são obtidas no meio externo através dos alimentos que
fazem parte de nossa dieta diária.
Entretanto, os nutrientes da maneira em que são encontrados nos alimentos, não conseguem atravessar a
parede capilar em direção ao sangue, e assim ser distribuídos para os tecidos.
Ao conjunto de transformações físicas e químicas, responsáveis, por solubilizar os nutrientes, damos o nome de
Digestão. Os órgãos envolvidos na digestão constituem o Sistema Digestório.
DIVISÃO ANATÔMICA
 Canal alimentar: tubo apresentando 10 a 12m de comprimento, se estendendo da cabeça à pelve. Ao longo
deste tubo os alimentos vão sofrendo transformações visando reduzi-los até seus constituintes elementares.
Esse processo é denominado de digestão.
 Boca
 Faringe
 Esôfago
 Estômago
 Intestino Delgado
 Intestino Grosso
 Glândulas anexas: glândulas que apresentam atividade exócrina associada a alguns segmentos do canal
alimentar, responsáveis por produzir e secretar para estes compartimentos, um fluído contendo substâncias
denominadas enzimas. As Enzimas agem sobre os alimentos, produzindo uma digestão química.
 Glândulas Salivares: Parótidas, Submandibulares, Sublinguais
 Fígado
 Pâncreas
BOCA
A boca é a primeira porção do canal alimentar. Apresenta um aspecto cuboide, com 06 limites para estudo.
Através da boca os alimentos iniciam seu percurso ao longo do canal alimentar. Na boca ocorre digestão Física
e Química dos alimentos. A digestão dos alimentos verificada na boca, produz como resultado o bolo alimentar.
Seus limites são:
 Limite Anterior: Lábios
 Limite posterior: Istmo das Fauces
 Limite Superior: Palato Duro
 Limite Inferior: Assoalho da boca
 Limites Laterais: Bochechas
Anatomicamente, a boca pode ser dividida em vestíbulo, arcos alvéolo-dentais e cavidade da boca
propriamente dita.
Arlindo Ugulino Netto; Raquel Torres Bezerra Dantas; Prof. Roberto Guimarães Maia.
MÓDULO: ORGANIZAÇÃO MORFO-FUNCIONAL – RESPIRATÓRIO 2016
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO
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VESTÍBULO DA BOCA
A região do vestíbulo é um espaço limitado, por diante pelos Lábios,
lateralmente pelas bochechas, e posteriormente pelos arcos alvéolo-dentais. Na
região interna correspondente às bochechas (mucosa jugal), encontramos 02
estruturas associadas às Gls. Parótidas: a Papila Parotídea (lateralmente ao 2º
ou 3º molar superior) e o Ducto Parotídeo.
Nos Lábios, em nível do plano mediano, encontramos 02 pregas da
mucosa: o Frênulo do Lábio Superior e o Frênulo do Lábio Inferior.
CAVIDADE DA BOCA
Compartimento situado para trás dos arcos alvéolos-dentais. Na cavidade
da boca propriamente dita, fazem saliência:
 Dentes: órgãos rijos e esbranquiçados, implantados através das
Gonfoses Dento-alveolares, na maxila e mandíbula. São responsáveis
pela mastigação dos alimentos.
 Língua: órgão muscular envolvido na mastigação, fonação, e também
com o sentido especial da Gustação.
Os dentes apresentam uma camada mais externa (o esmalte), uma
intermediária (dentina) e uma mais interna (polpa dental). Durante a infância, a
dentição da decídua apresenta apenas três grupos de dentes (em um número
total de 20): incisivos, caninos e molares. Já na dentição permanente (em número
de 32), temos: incisivos, caninos, pré-molares e molares.
A língua é um órgão muscular de forma cônica, com a base voltada para Faringe, e o Ápice, de forma
arredondada, está voltada para o vestíbulo. Ela auxilia na condução dos alimentos para os dentes executarem a
digestão mecânica, através da mastigação. Está dividida para estudo anatômico em Corpo e Raiz:
 Raiz: a raiz é representada pelo bloco muscular que se situa posteriormente entre a mandíbula e osso hioide. A
raiz é representada pelo bloco muscular que se situa posteriormente entre a mandíbula e osso hioide.
 Corpo: é dividido em dorso e ventre, separados entre si pelas margens laterais.
o Dorso da língua: O Dorso da língua é dividido em duas partes através de um sulco em forma da letra “V”,
o Sulco Terminal. Na parte Oral da Língua encontramos os receptores da gustação, associados as
Papilas Linguais.
o Ventre da língua: em nível do plano mediano da Face Ventral da Língua, identificamos o Frênulo da
Língua. A cada lado do Frênulo Lingual, identificamos por transparência, as Veias Linguais.
As Veias Linguais costumam apresentarem-se varicosas em pacientes hipertensos.
FARINGE
Apenas as Partes Oral e Laríngea da Faringe participam da condução do bolo alimentar. Depois de passar pela
parte Laríngea da Faringe, o bolo alimentar é conduzido para o Esôfago.
A descrição de suas partes já foi realizada junto com o Sistema Respiratório. Neste momento iremos nos deter,
apenas em comentar sobre o Istmo das Fauces.
O istmo das fauces corresponde a um espaço estreitado, responsável por comunicar, a Cavidade da Boca com
a Faringe. Seus limites são:
 Superior: Úvula
 Inferior: Dorso da Língua
 Laterais: Arco Palatoglosso (mais anterior) e Arco Palatofaríngeo (mais posterior), que delimitam a fossa tonsilar
(onde está alojada a tonsila palatina).
ESÔFAGO
Trata-se de um tubo fibro-músculo-mucoso, estreitado, com cerca de 25cm, responsável por conduzir o bolo
alimentar, da Faringe para o Estômago. É dividido em três porões: cervical, torácica e abdominal (esta abaixo do
diafragma).
Ao cruzar do pescoço ao abdome, sua relação com outros elementos anatômicos, determinam estreitamentos
em seu calibre. São eles:
 Cricoideo: Produzido pelo M. Constrictor Inferior da Faringe.
 Aórtico: Resultante da compressão do Arco da Aorta.
 Bronquial: Decorrente da compressão do Brônquio Principal Esquerdo.
 Diafragmático: Ocorre quando da passagem do Esôfago através do M. Diafragma.
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OBS: Divisão topográfica do abdome. O abdome é dividido em nove regiões por quatro planos: 2 planos horizontais
(transversais): plano subcostal (atravessa a margem inferior da reborda costal que cruza com a linha hemiclavicular de
cada lado) e o plano transtubercular (que atravessa os tubérculos ilíacos, pontos mais elevados da crista ilíaca, ao nível
do corpo de L5); e 2 planos verticais (sagitais): geralmente são o planos medioclaviculares (que seguem do ponto
médio das clavículas até os pontos médio-inguinais, que são os pontos médios das linhas que unem a espinha ilíaca
ântero-superior e a margem superior da sínfise púbica).
As regiões delimitadas por esses planos são: Hipocondríaca direita, Hipocondríaca
esquerda, Flanco direito, Flanco esquerdo, Fossa ilíaca direita (região inguinal
direita), Fossa ilíaca esquerda (região inguinal esquerda), Região Epigástrica,
Umbilical e Hipogástrica. Posteriormente, o abdome é dividido, a partir de uma linha
mediana, em duas regiões: região Lombar Direita e região Lombar Esquerda.
1. Hipocôndrio Direito: fígado, vesícula biliar, rim direito, flexura hepática
do cólon.
2. Epigástrio: fígado (lobo esquerdo), piloro, duodeno, cólon transverso e
cabeça e corpo do pâncreas.
3. Hipocôndrio Esquerdo: baço, estômago, flexura esplênica do cólon,
pâncreas (cauda), rim esquerdo.
4. Flanco (lateral) Direito: cólon ascendente, jejuno e rim direito.
5. Mesogástrio ou umbilical: duodeno, jejuno, íleo, aorta abdominal,
mesentério, linfonodos.
6. Flanco (lateral) Esquerdo: cólon descendente, jejuno, íleo.
7. Fossa Ilíaca Direita: ceco, apêndice, ovário e tuba uterina direita.
8. Hipogástrio: bexiga, útero, ureter.
9. Fossa Ilíaca Esquerda: cólon sigmoide, ovário e tuba esquerda.
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PERITÔNIO
O peritônio consiste em uma vasta membrana serosa contínua, que reveste as paredes e vísceras do abdome.
Apresenta duas camadas:
 Peritônio Visceral: folheto do Peritônio responsável por revestir as Vísceras
 Peritônio Parietal: folheto peritoneal que reveste as paredes do Abdome.
Essas camadas delimitam, dentro do abdome, duas cavidades menores. São elas:
 Cavidade Peritoneal: espaço virtual, situado entre os folhetos Visceral e Parietal do Peritônio e preenchido por
Líquido Peritoneal.
 Retroperitoneal: Termo utilizado para referenciar vísceras fixas à parede posterior do Abdome através do folheto
Parietal do Peritônio. Tais vísceras só serão revestidas por peritônio em um de suas faces.
O Peritônio forma reflexões, as Pregas Peritoneais, que auxiliam a fixação dos órgãos no Abdome. Representam
pregas do peritônio: Omento, Meso e Ligamento.
 Omento: Prega do Peritônio acompanhada de vasos e nervos, responsável por unir duas vísceras entre si. Ex:
Omento Maior.
 Meso: Prega do Peritônio acompanhada de vasos e nervos, responsável por unir Uma Víscera à parede do
Abdome. Ex: Mesentério.
 Ligamento: Prega do Peritônio sem vasos ou nervos em sua constituição. Os ligamentos, tanto podem ligar
duas vísceras entre si, como pode ligar víscera à parede do Abdome. Ex: Ligamento Falciforme
ESTÔMAGO
O estômago é uma dilatação do Canal
Alimentar, onde os alimentos permanecem, até que
sejam convertidos em Quimo, através da ação do
suco gástrico, e dos movimentos de mistura
proporcionados por sua musculatura. Tem
comprimento de 25cm, com largura de 25cm,
apresentando uma capacidade média de
armazenamento de cerca de 1,5 litro.
Está situado na parte superior do Abdome,
abaixo do fígado, por cima do Colo Transverso do
Intestino Grosso. Ocupa o hipocôndrio esquerdo e o
parte da Região epigástrica.
 Paredes:
o Anterior: Voltada para o M. Diafragma e
para o Fígado
o Posterior: Voltada para o Pâncreas
 Margens:
o Curvatura Maior: inferior
o Curvatura Menor: superior
 Comunicações:
o Superior: Esôfago (através do óstio
cárdico)
o Inferior: Duodeno (através do óstio pilórico)
Além de sua continuação com Esôfago e Duodeno, e da Pressão Intra-Abdominal, Auxiliam na fixação do órgão,
as seguintes pregas peritoneais:
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 Omento Maior: Liga a curvatura maior do Estômago ao Colo Transverso do Intestino Grosso.
 Omento Menor: Liga a curvatura menor do Estômago à Face Visceral do Fígado.
 Omento Gastro-Esplênico: Liga a curvatura maior do Estômago ao Hilo do Baço.
INTESTINO DELGADO
O intestino delgado é longo órgão músculo-tubular que pode ser dividido, para estudo anatômico, em três partes:
Duodeno, Jejuno e Íleo.
DUODENO
O termo duodeno significa “12 dedos”, e faz alusão à sua extensão. Pode ser dividido nas seguintes partes:
 1ª porção (ampola): inicia após o piloro, com
5cm de extensão , dirige-se para trás, para cima
e para direita. Próximo ao Rim D. apresenta um
encurvamento, a flexura superior do duodeno, e
logo após muda de direção, sendo continuado
pela Parte Descendente.
 2ª porção (descendente): desce verticalmente
(7,5cm), por diante do rim D. até o seu Polo
Inferior, onde um novo encurvamento, a flexura
inferior do duodeno, muda novamente sua
direção, originando uma nova porção para o
órgão.
 3ª porção (horizontal): estende-se para
esquerda, apresentando trajeto transversal
(6cm), até a passagem dos Vasos Mesentérico
Superiores, quando então passa apresentar um
trajeto oblíquo, voltado para cima, originado a
ultima porção do órgão.
 4ª porção (ascendente): Mantém o trajeto
ascendente (6,5cm) até terminar por uma
brusca angulação, a flexura duodenojejunal.
Está Flexão é mantida através do M. suspensor
do duodeno.
O Duodeno ocupa as Regiões Epigástrica e
Umbilical. Está fixado à Parede Posterior do Abdome
através do Folheto Parietal do Peritônio. A Ampola do
Duodeno, situada na região Epigástrica, é uma região
suscetível ao aparecimento de Úlceras, em razão de ser
o primeiro segmento do órgão a entrar em contato com
o quimo. Em razão da suscetibilidade da Ampola, e de
sua situação, pacientes com dor na Região do
Epigástrio devem ser investigados em relação a
presença de Úlcera Duodenal.
A porção descendente do duodeno corresponde
a parte mais importante do Duodeno, pois em sua Face
Póstero-Medial encontramos os orifícios de
desembocadura para as secreções do fígado e do
pâncreas.
 Papila maior (ou principal) do duodeno:
orifício de desembocadura da ampola
hepatopancreática, a qual reúne os ductos
colédoco (bile) e pancreático principal (suco
pancreático).
 Papila menor do duodeno: orifício de
desembocadura do ducto pancreático acessório
(suco pancreático).
JEJUNO/ÍLEO
Corresponde a 2ª e a 3ª Porção do intestino delgado. Está envolvido diretamente com a Absorção dos Nutrientes
para o Sangue, em razão de sua mucosa apresentar projeções cônicas denominadas vilosidades intestinais. Estende-se
até o Óstio Íleo-cecal. Tem comprimento médio de 6 metros.
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O Jejuno/Íleo ocupa os 06 quadrantes
inferiores do Abdome. Seus Meios de Fixação são
representados pela pressão intra-abdominal, e por
uma prega do peritônio, o mesentério. A raiz de
implantação para o mesentério na parede posterior
do abdome apresenta 15cm de extensão, com
direção oblíqua de L2 (Processo Transverso) até a
Articulação Sacro-Ilíaca D. Sua margem livre,
aderida ao Jejuno/Íleo, acompanha a extensão do
Órgão.
Sua localização associada ao comprimento
longo, e sua grande mobilidade, faz com
que as alças do Jejuno/Íleo possam sofrer
alterações, como invaginações deu uma
valva na outra; torções; e herniações. Cada
uma dessas situações poderá proporcionar
oclusão intestinal, com consequências tão
graves que podem ocasionar até a morte do
paciente. A hérnia ocorre quando uma alça
intestinal ou parte do omento maior sofre
uma protrusão através de um ponto frágil da
parede anterior do Abdome, podendo ser
inguinal ou umbilicais.
INTESTINO GROSSO
O intestino grosso (IG) corresponde ao
último segmento do canal alimentar. Começa no
óstio ileocecal e termina no ânus. No IG é
confeccionado o bolo fecal. Nenhuma substância
nutritiva é absorvida em nível do IG, apenas Água
e Eletrólitos. Tem o comprimento de 1,5 metros.
Está subdividido, sequencialmente, em 06
porções:
 Ceco: corresponde à 1ª porção do IG,
apresenta forma de fundo de saco. Ocupa
a Região Inguinal Direita.
o Óstio ileocecal: orifício de
desembocadura do Jejuno/Íleo,
localizado na parede medial do
Ceco. Neste orifício encontramos
a valva ileocecal, responsável por
evitar o refluxo do conteúdo do
Ceco para o íleo.
o Apêndice Vermiforme: fino e
curto segmento tubular, que
representa uma expansão do
Ceco, localizado em sua parede
ínfero-medial. Apresenta natureza
linfoide.
 Colo ascendente: continua cranialmente o ceco, atravessando à região lombar d até alcançar o hipocôndrio
direito, onde toca o fígado, e logo após flete-se para direita, sendo continuado pelo colo transverso. O ponto de
transição entre os colos é denominado flexura direita do colo.
 Colo transverso: vai do hipocôndrio direito ao esquerdo, cruzando à região umbilical. Ao alcançar o hipocôndrio
esquerdo, flete-se para baixo, sendo continuado pelo colo transverso. No ponto de transição entre os colos
transverso e descendente, identificamos a flexura esquerda do colo.
 Colo descendente: vai do hipocôndrio esquerdo até a crista ilíaca, a partir da qual, é continuado pelo colo
sigmoide.
 Colo sigmoide: apresenta um aspecto sinuoso, se estendendo da região inguinal esquerda até a hipogástrica,
quando então será continuado pelo reto.
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 Reto: Assim denominado pelo aspecto quase retilíneo que apresenta ao longo de sua extensão. Inferiormente
apresenta uma porção mais dilatada denominada ampola do reto. O reto termina ao perfurar o diafragma
pélvico, sendo continuado até o meio externo, pelo canal anal.
A apendicite corresponde à inflamação no apêndice vermiforme. O paciente refere, normalmente, dor na região
inguinal direita à descompressão brusca do examinador. Pode cursar com febre e aumento dos leucóticos no
sangue. Configura uma urgência cirúrgica.
O canal anal corresponde ao segmento final do canal alimentar. Apesar do curto trajeto que apresenta (3cm),
algumas formações associadas a este segmento são de relevada importância funcional. O canal anal abre-se para o
meio externo através do ânus.
 Esfíncter Interno do Ânus: está situado profundamente, resultado do espessamento de fibras circulares lisas. É
de controle involuntário.
 Esfíncter Externo do Ânus: é constituído por fibras musculares estriadas. Dispõe-se externamente, em torno do
esfíncter interno do ânus.
 Colunas Anais: pregas longitudinais e paralelas identificadas na mucosa anal. Entre as colunas encontramos
depressões, os seios anais. Na base das colunas anais, em nível da camada Submucosa, identificamos o plexo
venoso retal (hemorroidas). A dilatação do plexo origina a doença hemorroidária.
No que diz respeito à configuração externa do IG, temos:
 Saculações: dilatações identificadas ao longo do IG, estas dilatações estão separadas entre si através de sulcos
transversais.
 Tênias do Colo: São 03 faixas de M. Liso, 1cm de Largura, que percorrem o IG longitudinalmente, em toda sua
extensão, reunindo-se em nível do Apêndice Vermiforme. As tênias recebem o nome de mesocólica; omental;
e livre.
 Apêndices Adiposos: Representam coleções de gordura envolta por Peritônio, pedunculados e apresentando
forma irregular, identificados ao longo do IG, principalmente em nível do colo sigmoide.
GLÂNDULAS SALIVARES
São Formações exócrinas, responsáveis pela produção e secreção da saliva para a cavidade da boca. A saliva,
além de ser um excelente lubrificante para a mucosa bucal, também participa do processo de digestão (enzima =
Amilase) dos alimentos. A ausência de saliva é conhecida como xerostomia (boca seca), enquanto que sua produção
excessiva e denominada sialorreia.
As Glândulas Salivares são divididas em Maiores e Menores. As Gls. Salivares Maiores são representadas por
03 pares:
 Menores: são representadas por pequenos corpúsculos espalhadas pelas paredes da boca. São elas: labiais,
palatinas, da bochecha, linguais e molares.
 Maiores: Parótidas, Submandibulares e Sublinguais.
PARÓTIDAS
A glândula parótida é a mais volumosa das glândulas
salivares. Está localizada na parte lateral da cabeça, em uma
escavação situada entre ao o ramo da mandíbula e o Processo
Mastoide do Osso Temporal. Este espaço é denominado de
compartimento parotídeo.
O ducto parotídeo emerge da margem anterior da
Glândula, dirigindo-se horizontalmente na face externa do M.
Masseter, logo após perfura o M. Bucinador e abre-se no
vestíbulo, em nível do segundo molar superior. A
desembocadura deste Ducto é marcada por uma prega de
mucosa, a papila parotídea.
A Parotidite Epidêmica corresponde a infecção viral
aguda da Gl. Parótida (também chamada de caxumba
ou “papeira”). O principal sintoma apresentado pelos
pacientes corresponde à dor durante a abertura bucal.
Os sialólitos são formações calcificadas que podem
obstruir o ducto da Glândula, impedindo a drenagem
da saliva para boca. A dor na região da glândula é
referida pelos pacientes como sintoma comum antes
das refeições.
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GLÂNDULAS SUBMANDIBULARES
Apresentam um volume bem inferior,
quando comparado às Parótidas. Estão localizados
na Face Medial do Corpo da Mandíbula, abaixo da
linha e do M. Milo-hioideo, em uma escavação
denominada fóvea submandibular.
O ducto submandibular emerge da face
medial da Glândula, dirigindo-se medialmente para
diante. Abre-se a cada lado do frênulo da língua, em
nível da carúncula sublingual.
As glândulas submandibulares representam
as Gls. salivares mais acometidas por
sialolitos, em razão da relação angulada
existente entre a glândula e seu ducto. a
dor na região submandibular, durante as
refeições, acompanhada de aumento de
volume do assoalho da boca, representam
forte indícios da presença de sialólitos
obstruindo o ducto da glândula, e impedindo
o fluxo da saliva para a boca.
GLÂNDULAS SUBLINGUAIS
São as Gls. de menor volume dentre as Salivares. Estão localizados na Face Medial do Corpo da Mandíbula,
acima da linha e do M. Milo-hióideo, em uma escavação denominada fóvea sublingual.
A saliva produzida pelas Sublinguais desemboca no assoalho da boca, através de múltiplos ductos (15 a 20)
sublinguais maiores e menores.
FÍGADO
Glândula mais volumosa do Corpo Humano tem função mista. Está situado no abdome, ocupando o hipocôndrio
direito e se estendendo pela região epigástrica e pelo hipocôndrio esquerdo. Uma de suas secreções endócrinas
corresponde a própria glicose, enquanto a exócrina é liberada no duodeno, sendo denominada bile (derivada do
metabolismo da hemoglobina), tendo a função de emulsificar a gordura proveniente da alimentação. No vivo, juntamente
com o sangue circulante, o Fígado pesa cerca de 2kg.
Os meios de fixação do fígado são: Lig. Falciforme, Lig. Redondo, Ligg. Triangulares e Lig. Coronário.
O Fígado está dividido para estudo anatômico em 02 Faces:
 Face Diafragmática: Lisa e convexa em toda sua extensão, ajusta-se à Cúpula do M. Diafragma. Esta Face é
subdividida pelo Lig. Falciforme em 02 Lobos: o direito e esquerdo.
 Face Visceral: irregularmente côncava, está voltada para as vísceras abdominais. Esta Face é subdividida por
03 sulcos, em 04 Lobos: direito; esquerdo; quadrado; e caudado.
Entre os lobos direito e quadrado, encontramos a vesícula biliar, ajustada em uma escavação a fossa da
vesícula biliar. Entre os lobos direito e caudado, encontramos a veia cava inferior, ajustada em um sulco, o sulco da veia
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cava inferior. Entre os lobos caudado e quadrado, encontramos a porta do fígado. Através da porta do fígado atravessam
os elementos que vão constituir o pedículo hepático.
Na face visceral (posterior), encontramos as seguintes impressões e fissuras: Fissura sagital esquerda e
direita; sulco para veia cava inferior; fossa da vesícula biliar; impressão esofágica; impressão gástrica;
impressão renal; impressão duodenal; impressão cólica; ligamento venoso.
OBS: Pedículo hepático: A. hepática própria; V. porta; e o ducto hepático comum.
A vesícula biliar corresponde a uma formação
sacular localizada na fossa da vesícula biliar do fígado,
tendo como função armazenar e concentrar a bile.
Esta dividida em: Fundo, Corpo e Colo. Dela, parte
do ducto cístico.
A inflamação da vesícula biliar é denominada
de colecistite, uma patologia comum.
Geralmente é decorrente de um processo de
formação de cálculos (colelitíase); mas
eventualmente, não ocorre a formação de
cálculos (colecistite alitiásica).
PÂNCREAS
O Pâncreas é uma glândula de função mista.
Elabora e secreta a insulina para o sangue (hormônio
hipoglicemiante), e o suco pancreático para o
duodeno. Os Ductos que conduzem o Suco
Pancreático para o Duodeno são: Ducto Pancreático
Principal e Ducto Pancreático Acessório.
Está fixo à parede posterior do Abdome pelo Folheto Visceral do Peritônio Parietal. Pode ser localizando nas
regiões do hipocôndrio esquerda; epigástrica e região umbilical.
Está dividido para estudo anatômico em:
 Cabeça: parte dilatada do órgão, alojada na concavidade do duodeno.
 Colo: representado por um estreitamento, que corresponde a região de transição entre a cabeça e o corpo.
 Corpo: corresponde a maior porção do órgão, disposta transversalmente, da direita para esquerda.
 Cauda: extremidade afilada. Estende-se até a face medial do baço.
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ROTEIRO PARA ESTUDO PRÁTICO
BOCA
 Vestíbulo da Boca:
 Lábios da boca
 Frênulo do lábio superior
 Frênulo do lábio Inferior
 Bochecha (Papila do Ducto Parotídeo)
 Cavidade Própria da Boca:
 Palato Duro
 Palato Mole
 Istmo das Fauces
 Úvula palatina
 Arco palatoglosso
 Arco palatofaríngeo
 Tonsila palatina
 Língua
 Gengivas
FARINGE
 Parte nasal da Faringe:
 Óstio Faríngeo da Tuba Auditiva;
 Toro Tubário;
 Tonsila faríngea
 Parte Oral da Faringe
 Parte Laríngea da Faringe:
 Cartilagem epiglótica;
 Adito da laringe;
 Recesso piriforme.
ESÔFAGO
 Parte Cervical
 Parte Torácica
 Parte Abdominal
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO
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ESTÔMAGO
 Parede Anterior
 Parede Posterior
 Curvatura Maior
 Curvatura Menor
 Omento maior
 Omento menor
 Cárdia: Óstio Cárdico
 Fundo Gástrico
 Corpo Gástrico
 Parte Pilórica: Piloro,
Óstio Pilórico
INTESTINO DELGADO
 Duodeno :
 Papila Maior do Duodeno
 Papila Menor do Duodeno
 Jejuno-íleo
INTESTINO GROSSO
 Ceco: Apêndice Vermiforme
 Colo Ascendente
 Colo Transverso
 Colo Descendente
 Colo Sigmóide
 Reto
 Canal Anal
FÍGADO
 Face Diafragmática
 Lobo Direito
 Ligamento Falciforme
 Lobo Esquerdo
 Face Visceral
 Lobo Direito
 Lobo Esquerdo
 Lobo Quadrado
 Porta do Fígado
 Veia Porta;
 A. Hepática;
 Ducto Hepático.
 Lobo Caudado
 Vesícula Biliar
 Veia Cava Inferior
 Ligamento Redondo do Fígado
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO
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VESÍCULA BILIAR
 Ducto Cistíco
 Ducto Colédoco
PÂNCREAS
 Cabeça do Pâncreas
 Corpo do Pâncreas
 Cauda do Pâncreas
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO
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FISIOLOGIA GASTROINTESTINAL
O trato alimentar fornece ao organismo suprimento contínuo de água, eletrólitos e nutrientes. Para o
desempenho dessa função, é necessário o movimento do alimento ao longo do tubo digestivo, a secreção de sucos
digestivos e a digestão do alimento.
BOCA
A boca representa a primeira porção do trato digestivo. A cavidade oral é revestida, internamente, pela mucosa
oral. É delimitada, anteriormente, pelos lábios; lateralmente, pelas mucosas jugais (bochechas); superiormente, pelo
palato; e inferiormente, pelos músculos do assoalho da boca. A avaliação da boca de um paciente é um procedimento
indispensável, avaliando o cuidado com a higiene e cuidado com esta estrutura.
A cavidade bucal encontra-se dividida em duas regiões: vestíbulo (espaço entre os lábios e as gengivas e
dentes) e cavidade oral propriamente dita.
LÍNGUA
A língua é a maior estrutura da cavidade oral. Órgão
muscular recoberto por mucosa, de participação ativa na
gustação, deglutição e na fala (articulação da palavra). Observa-
se no dorso da língua uma divisão – o sulco terminal – que
separa a língua em duas porções: corpo (parte anterior) e raiz
(posterior, fixada na parede).
Observam-se também as papilas linguais, onde se
localizam os receptores gustativos. É através desses
receptores que informações sobre o sabor dos alimentos são
repassadas aos nervos facial (via nervo lingual), glossofaríngeo e
vago (nervos cranianos relacionados com a gustação).
A análise da língua dos pacientes pode revelar o
desenvolvimento de certas doenças, como cânceres e infecções.
O paladar é uma função desses botões gustativos com
contribuição da olfação, uma vez que o centro do olfato e do
paladar no SNC são próximos e interligados (isto justifica o fato
de que nas gripes e resfriados ocorre uma diminuição da
apreciação do gosto dos alimentos).
O gosto é perceptível aos botões devido aos seus receptores químicos, ou seja, receptores de sódio, potássio,
cloro, adenosina e enosina. A percepção química é diferenciada em estímulos nervosos para as respectivas sensações:
doce, amargo, salgado e ácido.
As células gustatórias propriamente ditas estão divididas
nas seguintes partes: poro gustatório e fibras nervosas gustatórias,
que vão transmitir o impulso nervoso da gustação. Na superfície de
cada uma das células gustativas, observam-se prolongamentos
finos como pelos, projetando-se em direção da cavidade bucal; são
chamados microvilosidades.
Para que haja a propagação do impulso nervoso, as células
devem ser previamente despolarizadas e enviem o impulso nervoso
para as vias de transmissão até o tronco encefálico e, daí, ao tálamo
e córtex cerebral.
Inicialmente, os estímulos captados pelas papilas gustativas
passam, primeiramente, pelo nervo lingual, depois pela corda do
tímpano, e alcançam o nervo facial, para por fim, chegar ao núcleo do
trato solitário, localizado no bulbo (estrutura do tronco cerebral). Os
nervos glossofaríngeo e vago também participam da sensação do
paladar no terço posterior da língua. Em seguida, os estímulos são
transmitidos ao tálamo; do tálamo passam ao córtex gustativo
primário e, subsequentemente, às áreas associativas gustativas
circundantes e à região integrativa comum que é responsável pela
integração de todas as sensações.
Arlindo Ugulino Netto; Rebeca Isabel Rodrigues Abrantes.
MÓDULO: ORGANIZAÇÃO MORFO-FUNCIONAL – RESPIRATÓRIO 2016
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO
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OBS
1
: Qualquer lesão em nível das estruturas nervosas relacionadas com a gustação (nervos facial, glossofaríngeo e
vago; núcleo do trato solitário; tálamo; córtex gustativo), pode desencadear a diminuição na percepção dos gostos.
PAPILAS LINGUAIS
Com base em sua estrutura e função, as papilas linguais são divididas em quatro tipos: filiformes, fungiformes,
foliadas e circunvaladas. Todas elas estão localizadas anteriormente ao sulco terminal.
 Papilas filiformes: estruturas delgadas que dão aspecto aveludado à superfície dorsal. Não possuem botões
gustativos.
 Papila fungiforme: assemelha-se a um cogumelo. Possuem corpúsculos gustativos no aspecto dorsal de seu
chapéu.
 Papilas foliadas: apresentam sulcos verticais que lembram páginas de um livro. Possuem corpúsculos
gustativos apenas na infância.
 Papilas valadas: dispostas em V imediatamente anteriores ao sulco terminal. Possuem botões gustativos.
DENTIÇÃO
Os dentes são estruturas rígidas e esbranquiçadas implantadas na maxila e mandíbula responsáveis pela
mastigação e por dar forma à porção inferior da face. Estão divididos em três partes: coroa, raiz e colo.
No adulto, encontram-se 32 dentes, sendo eles
divididos em quatro tipos, de acordo com as suas formas e
funções:
 Incisivos: oito dentes, com margem cortante e raiz
única.
 Caninos: quatro dentes, com coroa cônica
terminando em ponta e raiz única.
 Pré-molares: oito dentes, com coroa apresentando
dois tubérculos e raiz única ou bífida.
 Molares: doze dentes, coroa com três a cinco
tubérculos e duas a três raízes.
SALIVAÇÃO
O volume diário de saliva produzida é cerca de 1000ml, com pH entre 6,0 a 7,0 (isto é: favorável a ação digestiva
da ptialina). A saliva contém dois tipos principais de secreção proteica:
 Secreção serosa: contém ptialina (α-amilase), uma enzima responsável pela digestão de amidos.
 Secreção mucosa: contém mucina para lubrificação e proteção de superfícies.
As glândulas parótidas secretam exclusivamente o tipo seroso, enquanto as glândulas submandibular e
sublingual secretam tanto seroso quanto mucoso.
ÍONS NA SALIVA
A saliva possui quantidade particularmente grande de íons potássio e de íons
bicarbonato. Por outro lado, a concentração de íons sódio e cloreto é
consideravelmente mais baixa do que no plasma. Isso acontece pois os íons sódio são
ativamente reabsorvidos a partir de todos os ductos salivares, que, por sua vez,
secretam íons potássio ativamente em troca do sódio. Com isso, a concentração de
Na+ na saliva fica reduzida, enquanto a de K+ aumenta. Porém, a reabsorção de sódio
é bastante excessiva em relação a saída de K+ dos ductos, o que cria uma grande
negatividade nesses ductos, fazendo com que haja absorção passiva de íons cloreto.
Por isso que a concentração de Na+ e Cl- nos ductos é baixa, e na saliva, é alta.
Já os íons bicarbonato são secretados pelo epitélio ductal para o lúmen do
ducto por um processo secretor ativo. Esses íons são, em parte, responsáveis por
manter o pH estável.
FUNÇÕES DA SALIVA
 O fluxo de saliva ajuda a remover as bactérias patogênicas, bem como partículas alimentares.
 Contém diversos fatores capazes de destruir bactérias: íons tiocianato, lisozinas e anticorpos (combatem,
inclusive, bactérias que causam cáries).
 Participa no processo conhecimento como clareamento do esôfago, que consiste na lubrificação e limpeza da
mucosa esofágica a partir da saliva deglutida.
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  • 1. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO 1 www.medresumos.com.br MÓDULO: ORGANIZAÇÃO MORFO-FUNCIONAL (OMF) – SISTEMA DIGESTÓRIO Arlindo Ugulino Netto Alanna Almeida Alves Lívia Tafnes Almeida de Araújo Raquel Torres Bezerra Dantas Rebeca Isabel Rodrigues Abrantes Nassim Chattah Tainá Rolim Machado Cornélio
  • 2. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO 2 www.medresumos.com.br EMBRIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO No início da quarta semana de desenvolvimento, o intestino primitivo está fechado na sua extremidade cranial pela membrana bucofaríngea e na sua extremidade caudal pela membrana cloacal. O intestino é formado quando as pregas cefálica, caudal e laterais incorporam a porção dorsal do saco vitelino no embrião. O endoderma do intestino primitivo origina a maior parte do epitélio e das glândulas do trato digestivo. Para fins descritivos, o intestino primitivo é dividido em três partes: Intestino Anterior, Intestino Médio e Intestino Posterior. INTESTINO ANTERIOR São derivados do intestino anterior:  A faringe primitiva e seus derivados;  O sistema respiratório inferior;  O esôfago e o estômago;  O duodeno, proximal à abertura do dueto biliar;  O fígado, o aparelho biliar (ductos hepáticos, vesícula biliar e ducto biliar) e o pâncreas. Todos esses derivados do intestino anterior, exceto a faringe, o trato respiratório e a maior parte do esôfago, são vascularizados pelo Tronco Celíaco. DESENVOLVIMENTO DO ESÔFAGO O esôfago desenvolve-se imediatamente caudal à faringe. O septo traqueoesofágico gradualmente divide o divertículo respiratório da parte dorsal da porção anterior do tubo digestório primitivo, originando o esôfago. Inicialmente, o esôfago é curto, mas ele se alonga rapidamente devido ao crescimento e à descida do coração e dos pulmões. O esôfago alcança seu comprimento final na 7ª semana de desenvolvimento. Arlindo Ugulino Netto; Alanna Almeida Alves. MÓDULO: ORGANIZAÇÃO MORFO-FUNCIONAL – RESPIRATÓRIO 2016
  • 3. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO 3 www.medresumos.com.br Atresia esofágica: Resulta de um desvio do septo traqueoesofágico em uma direção posterior, como resultado, há uma separação incompleta do esôfago do tubo laringotraqueal. A atresia também pode ser gerada através da falta de recanalização do esôfago durante a oitava semana do desenvolvimento (causada por proliferação defeituosa de células endodérmicas). Um feto com atresia esofágica é incapaz de deglutir líquido amniótico, isso gera um quadro de poliidrâmnio (acúmulo de uma quantidade demasiada de líquido). Baba excessiva pode ser notada logo após o nascimento, sendo que o diagnóstico da atresia deve ser considerado se o bebê não consegue se alimentar, apresentando regurgitação imediata e tosse. O tratamento é cirúrgico. Estenose esofágica: O estreitamento da luz do esôfago (estenose) pode existir em qualquer local, mas comumente ocorre no seu terço terminal. Comumente resulta de uma recanalização incompleta do órgão, mas pode originar-se da deficiência no desenvolvimento de vasos sanguíneos na área afetada. DESENVOLVIMENTO DO ESTÔMAGO A porção final do intestino anterior é inicialmente uma simples estrutura tubular. Em torno da metade da 4ª semana, uma ligeira dilatação fusiforme indica o local do primórdio do estômago. Durante as próximas duas semanas, a face dorsal do estômago cresce mais rapidamente do que a sua face ventral, isso demarca a grande curvatura do estômago. Após adquirir sua forma final, o estômago roda, vagarosamente, 90º no sentido horário em torno de seu eixo longitudinal. Os efeitos dessa rotação são:  A face ventral (pequena curvatura) se desloca para a direita, e a dorsal (grande curvatura), para a esquerda;  Antes da rotação, as extremidades cranial e caudal do estômago estão no plano médio. Durante a rotação e o crescimento, sua região cranial se move para a esquerda e ligeiramente para baixo, enquanto sua região caudal vai para a direita e para cima;  A rotação e o crescimento do órgão explicam por que o nervo vago esquerdo supre a sua parede anterior e o nervo vago direito inerva a sua parede posterior. Fendas isoladas (cavidades) desenvolvem-se no mesênquima, formando o espesso mesogástrio dorsal. As fendas logo aglutinam-se e formam uma única cavidade, a Bolsa Omental. A rotação do estômago puxa o mesogástrio dorsal para a esquerda, aumentando assim a bolsa, um grande recesso da cavidade peritoneal. A bolsa omental se comunica com a parte principal da cavidade abdominal através de uma abertura, o forame omental. No adulto, este forame está localizado posteriormente à borda livre do omento menor.
  • 4. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO 4 www.medresumos.com.br Estenose Pilórica Hipertrófica Congênita: Bebês com essa anomalia apresentam um expressivo espessamento do piloro, a região do esfíncter distal do estômago (as fibras musculares estão hipertrofiadas). Isso resulta na obstrução à passagem de alimento, tornando o estômago bastante distendido, fazendo com que o bebê lance seu conteúdo gástrico com força considerável (vômitos em jato). A sintomatologia típica, além de vômitos em jato sem bile, inclui peristaltismo visível no epigástrio, no sentido da esquerda pra baixo à direita. A prática cirúrgica resume-se em exteriorizar a oliva pilórica e fazer uma incisão longitudinal que abrange o peritônio visceral e a musculatura do piloro. Após essa incisão, afasta-se a musculatura pilórica para que ocorra a protrusão da mucosa e o alívio imediato da obstrução. DESENVOLVIMENTO DO DUODENO No início da quarta semana, o duodeno começa a se desenvolver a partir da porção caudal do intestino anterior, da porção cranial do intestino médio e do mesênquima esplâncnico associado ao endoderma dessas porções do intestino primitivo.  O duodeno cresce rapidamente, formando uma alça em forma de C que se projeta ventralmente;  A medida que o estômago roda, a alça duodenal gira para a direita e vai se localizar retroperitonealmente;  O duodeno é suprido por ramos das artérias celíaca e mesentérica superior;  Durante a quinta e a sexta semanas, a luz do duodeno se torna progressivamente menor e é, temporariamente, obliterada, devido à proliferação de suas células epiteliais;  No final do período embrionário, o duodeno é recanalizado (vacuolização). Estenose duodenal: É a oclusão parcial da luz do duodeno, geralmente resulta da recanalização incompleta, em consequência de defeito na vacuolização. Por causa da oclusão, o vômito frequentemente contém bile. Atresia duodenal: Ocorre a oclusão completa da luz do duodeno. O bloqueio quase sempre ocorre na junção dos ductos biliar e pancreático (ampola hepatopancreática), mas ocasionalmente envolve a parte horizontal (terça parte) do duodeno. Em bebês com atresia duodenal, os vômitos começam poucas horas após o nascimento, e quase sempre contém bile. O poliidrânimo também pode ocorrer, pois há o impedimento da absorção normal do líquido amniótico pelos intestinos. O diagnóstico é sugerido pela presença do "sinal da dupla bolha" nos exames radiológicos e ultrassonográficos.
  • 5. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO 5 www.medresumos.com.br DESENVOLVIMENTO DO FÍGADO E DO APARELHO BILIAR O fígado, a vesícula biliar e as vias biliares originam-se de um brotamento ventral, divertículo hepático, da porção caudal ou distal do intestino anterior, no início da 4ª semana. O divertículo hepático expande-se para o septo transverso, uma massa de mesoderma esplâncnico situada entre o coração e o intestino médio (o septo transverso forma o mesentério ventral nessa região). O divertículo hepático cresce rapidamente e se divide em duas porções, à medida que penetra por entre as camadas do mesentério ventral.  A parte cranial, maior, é o primórdio do fígado;  O fígado cresce rapidamente em direção ao septo transverso, ocupando grande parte da cavidade abdominal superior;  A quantidade de sangue oxigenado que flui da veia umbilical para o fígado determina o seu desenvolvimento e sua segmentação funcional;  A hematopoese se inicia durante a 6ª semana, dando ao fígado uma aparência vermelho-brilhante;  A formação de bile pelas células hepáticas começa durante a 12ª semana;  A pequena porção caudal do divertículo hepático origina a vesícula biliar, e o pedículo do divertículo forma o ducto cístico. OBS: O mesentério ventral origina:  O omento menor, que vai do fígado à pequena curvatura do estômago (ligamento hepatogástrico) e do fígado ao duodeno (ligamento hepatoduodenal);  O ligamento falciforme, que se estende do fígado à parede abdominal ventral. Atresia Biliar Extra-Hepática: é a obstrução dos ductos na porta do fígado ou superior a ela (uma fissura transversal na face visceral). A atresia pode também resultar de uma infecção do fígado durante o período final do desenvolvimento fetal. A icterícia ocorre logo após o nascimento e as fezes tem cor de terra. Quando a atresia não pode ser corrigida cirurgicamente, a criança pode morrer se não for realizado um transplante de fígado. DESENVOLVIMENTO DO PÂNCREAS O pâncreas se forma dos brotos pancreáticos ventral e dorsal originados de células endodérmicas da porção caudal do intestino primitivo que crescem entre as camadas dos mesentérios.  A maior parte do pâncreas é derivada do broto pancreático dorsal, ele é maior, aparece primeiro, e desenvolve- se num local ligeiramente mais cranial do que o broto ventral;  O broto pancreático ventral desenvolve-se próximo à entrada do ducto biliar no duodeno;  O broto pancreático ventral forma o processo uncinado e parte da cabeça do pâncreas;  O ducto pancreático principal se forma a partir do ducto do broto ventral e da parte distal do ducto do broto dorsal.
  • 6. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO 6 www.medresumos.com.br Pâncreas Anular: Consiste em uma fina faixa achatada de tecido pancreático circundando a segunda porção do duodeno, ou a porção descendente. Um pâncreas anular poder estar associado a síndrome de Down, atresia intestinal, ânus não perfurado, pancreatite e má rotação. INTESTINO MÉDIO Os derivados do intestino médio são:  O intestino delgado;  O ceco, o apêndice vermiforme e o colo ascendente;  A metade direita até os dois terços do colo transverso. Todos esses derivados do intestino médio são supridos pela Artéria Mesentérica Superior. ALÇAS INTESTINAIS Com o alongamento do intestino médio, forma-se uma alça intestinal ventral com a forma de U, a alça intestinal média.  Em torno do início da sexta semana, a alça do intestino médio se projeta para dentro da parte proximal do cordão umbilical;  No interior do cordão umbilical, a alça do intestino médio sofre uma rotação em sentido anti-horário, em torno do eixo da artéria mesentérica superior. Isso leva o ramo cefálico (intestino delgado) da alça do intestino médio para a direita e o ramo caudal (intestino grosso) para a esquerda;  Durante a décima semana, os intestinos retornam ao abdome, processo denominado “redução da hérnia do intestino médio”. Ao retornarem, os intestinos continuam em rotação;  A diminuição do tamanho relativo do fígado e dos rins e o aumento da cavidade abdominal são provavelmente fatores importantes relacionados com o retorno do intestino médio ao abdome;  O intestino delgado (formado pelo ramo cranial) retorna primeiro, passando por trás da artéria mesentérica superior, e ocupa a parte central do abdome. Quando o intestino grosso retorna, ele sofre uma rotação adicional no sentido anti-horário de 180º;  Ocorre ainda uma rotação adicional de 90º do intestino, para um total de 270º;  Quando o cólon volta para a cavidade abdominal, sua extremidade cecal sofre uma rotação para a direita e entra no quadrante inferior direito do abdome.
  • 7. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO 7 www.medresumos.com.br CECO E APÊNDICE VERMIFORME O primórdio do ceco e do apêndice vermiforme, o divertículo cecal, aparece, na 6ª semana, como uma dilatação no limite antimesentérico do ramo caudal da alça intestinal média.  O ápice da tumefação não cresce tão rapidamente quanto o restante e desta forma o apêndice é um pequeno divertículo do ceco;  O apêndice aumenta rapidamente de tamanho. Ao nascimento, ele é um tubo vermiforme que surge da extremidade distal do ceco. Onfalocele congênita: Essa anomalia consiste na persistência dos componentes intestinais na porção inicial do cordão umbilical. A cavidade abdominal é proporcionalmente pequena quando há uma onfalocele, já que faltou o estímulo para o seu crescimento. É necessária uma correção cirúrgica e, em geral, isto é adiado se o defeito for grande demais. Bebês com onfalocele grande geralmente sofrem de hipoplasia pulmonar ou torácica, e adiar o fechamento é uma decisão clínica melhor. Hérnia umbilical: Acontece quando os intestinos voltam à cavidade abdominal durante a 10ª semana e em seguida se herniam através de um umbigo imperfeitamente fechado. Na hérnia umbilical, a massa protrusa (geralmente o omento maior e parte do intestino delgado) é coberta por tecido subcutâneo e pele. A hérnia faz proeminência durante o choro, esforço, ou tosse, e pode ser facilmente reduzida através do anel fibroso do umbigo. Gastrosquise: A gastrosquise resulta de um defeito lateral ao plano mediano da parede abdominal anterior. O defeito linear permite a extrusão das vísceras abdominais, sem o envolvimento do cordão umbilical. As vísceras saem para a vesícula amniótica e são banhadas pelo líquido amniótico. Má ou não rotação intestinal: A não-rotação do intestino é uma condição relativamente comum, geralmente é não- assintomática, mas pode ocorrer torção dos intestinos. Ela ocorre quando a alça do intestino médio não roda no seu retorno para o abdome. O ramo caudal da alça retorna antes para o abdome e o intestino delgado se localiza no lado direito e todo o intestino grosso do lado esquerdo. Os sintomas são: vômitos biliosos, diarreia, dor abdominal, sangramento retal, isquemia de tecidos intestinais. Rotação invertida: A alça intestinal média roda no sentido horário em vez de rodar no sentido anti-horário. Como resultado, o duodeno fica localizado anteriormente à artéria mesentérica superior (AMS), e não posteriormente a ela. Enquanto o colo transverso se localiza posterior em vez de anterior a AMS. Estenose e Atresia Do Intestino: Essas anomalias são resultantes da falta de um número adequado de vacúolos necessários para desenvolver a recanalização do intestino. Outra causa é a interrupção do suprimento sanguíneo de uma alça do intestino fetal resultante de um AVF (acidente vascular fetal). Divertículo Ileal: O divertículo ileal é remanescente da porção proximal do canal vitelínico. Tem significado clínico porque ele às vezes se inflama e causa sintomas que simulam apendicite. O divertículo pode estar conectado ao umbigo por um cordão fibroso (o que pode predispor uma obstrução intestinal já que o intestino pode se enrolar em torno deste cordão). Duplicação do intestino: Quase todas as duplicações são causadas pela falta da recanalização normal, como resultado, são formadas duas luzes. O segmento duplicado localiza-se do lado mesentérico do intestino. A duplicação do intestino normalmente contém mucosa gástrica ectópica, o que pode resultar em ulceração péptica local e sangramento gastrointestinal.
  • 8. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO 8 www.medresumos.com.br INTESTINO POSTERIOR Os derivados do intestino posterior são:  O terço esquerdo até metade do colo transverso; o colo descendente e o colo sigmoide;  O reto e a parte superior do canal anal;  O epitélio da bexiga urinária e a maior parte da uretra. Todos os derivados do intestino posterior são supridos pela Artéria Mesentérica Inferior. CLOACA É a porção terminal do intestino posterior revestida pelo endoderma que está em contato com o ectoderma superficial na Membrana Cloacal. Esta membrana é composta pelo endoderma da cloaca e pelo ectoderma do proctodeu.  A cloaca recebe o alantoide ventralmente, que é um divertículo digitiforme;  A cloaca é dividida em uma parte dorsal e outra ventral por uma cunha de mesênquima: Septo Urorretal (entre o alantoide e o intestino posterior);  O septo cresce em direção a membrana cloacal, desenvolvendo extensões que produzem invaginações das paredes laterais da cloaca;  Estas pregas crescem uma em direção a outra e se fundem formando uma parede que divide a cloaca em duas partes: O reto e o Seio Urogenital. CANAL ANAL É caracterizado pela junção do epitélio derivado do ectoderma do proctodeu com o epitélio derivado do endoderma do intestino posterior. É indicado, grosseiramente, pela linha pectinada, localizada no limite inferior das válvulas anais. Essa linha indica aproximadamente o local primitivo da membrana anal. Megacólon Congênito: É definida como uma ausência de células ganglionares (aganglionose) em uma extensão variável do intestino distal. Resulta da falta de migração das células da crista neural para a parede do colo, durante o período entre a quinta e a sétima semanas. Uma parte do colo está dilatada em virtude da ausência de células ganglionares autônomas, no plexo mioentérico distal àquele segmento. A dilatação resulta da falta de peristaltismo do segmento aganglionar, o que impede a movimentação do conteúdo intestinal. Anus Imperfurado: Causada pelo desenvolvimento anormal do septo urorretal, que resulta na separação incompleta da cloaca nas partes urogenital e urorretal. O ânus imperfurado ocorre em cerca de um em cada 5.000 bebês recém-nascidos e é mais comum no sexo masculino.
  • 9. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO 9 www.medresumos.com.br HISTOLOGIA: APARELHO DIGESTIVO O aparelho digestivo é formado pelo tubo digestivo e as suas glândulas anexas. Tem por função digerir os alimentos e retirar deles os metabólicos necessários para a manutenção e desenvolvimento do organismo, ou seja, retirar das macromoléculas ingeridas suas unidades fundamentais para oferecer energia e nutrientes necessários ao corpo. O trato digestivo é formado pela cavidade oral, a orofaringe (reservatório compartilhado com o trato respiratório), o esôfago, o estômago, o duodeno, o jejuno, o íleo, o cólon, o reto e o ânus. Podemos citar também as glândulas anexas (glândulas salivares, pâncreas e fígado), cujas secreções são jogadas para dentro do trato. TRATO DIGESTIVO O trato digestivo é dividido em quatro camadas principais (túnicas): a mucosa, a submucosa, a muscular e a serosa. MUCOSA A camada interna do tubo digestivo é a túnica mucosa, composta por um revestimento epitelial (lâmina epitelial) com glândulas que dele derivam e uma camada subjacente de sustentação, constituída de tecido conjuntivo frouxo (lâmina própria) muito vascularizado, apresentando nódulos e vasos linfáticos. Além desses, há uma camada de musculatura lisa da mucosa (sendo uma interna circular e outra, mais externa, longitudinal) que reveste o canal alimentar do esôfago até o ânus: a camada muscular da mucosa. SUBMUCOSA A submucosa é um tecido conjuntivo fibroelástico denso não- modelado que envolve a mucosa, sendo ele, geralmente, mais denso que a lâmina própria. OBS: essa camada não possui glândulas, exceto no esôfago e duodeno, pois nestes, respectivamente, as glândulas facilitam a passagem do alimento graças à sua secreção de muco e diminui o pH do quimo. A submucosa contém vasos sanguíneos e linfáticos, além de um componente do sistema nervoso entérico denominado plexo submucoso de Meissner. Este plexo composto por células nervosas pós-ganglionares do parassimpático controlam a motilidade da mucosa assim como a atividade secretora de suas glândulas e é excitado logo com a presença de alimento. MUSCULAR EXTERNA É constituída por duas túnicas de músculo liso: uma interna circular e outra externa longitudinal. Esta ultima é responsável pela atividade peristáltica que movimenta o conteúdo da luz ao longo do trato alimentar. Além disso, nessa camada, encontra-se o plexo mioentérico de Auerbach, situado entre essas duas camadas, desde o esôfago até a ampola retal, sendo diretamente ligado com a dilatação do canal digestivo. Este plexo é extremamente sensível à doença de Chagas (doença do megacólon), o que faz com que ele se dilate prejudicando a contração dos músculos responsáveis pela peristalsia. OBS: Presença de músculo esquelético na musculatura do esôfago e do canal retal. OBS²: O estômago possui três camadas musculares, sendo de dentro para fora: oblíqua (paralela a parede do estômago), circular e longitudinal, auxiliando na homogeneização do quimo com as secreções gástricas. SEROSA OU ADVENTÍCIA A muscular externa está envolvida por uma camada delgada de tecido conjuntivo, que pode ou não estar circundada por epitélio pavimentoso simples do peritônio visceral (mesotélio). Quando a região do canal alimentar é intraperitoneal, está envolvida pelo peritônio e é denominada serosa. Quando um órgão é retroperitoneal (aderido à parede do corpo) é denominado adventícia. A camada serosa é totalmente substituída por adventícia no esôfago e reto. A adventícia possui forma mais densa, de origem embrionária ectodérmica, e está em contato com outros órgãos. Arlindo Ugulino Netto; Raquel Torres Bezerra Dantas. MÓDULO: ORGANIZAÇÃO MORFO-FUNCIONAL – RESPIRATÓRIO 2016
  • 10. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO 10 www.medresumos.com.br A camada serosa é revestida pelo mesotélio (delgada camada epitelial). Na cavidade abdominal esse epitélio passa a ser chamado de peritônio visceral, sendo revestida também por um tecido conjuntivo subjacente, que é ricamente inervado com inúmeras terminações sensoriais. Esta camada é banhada pelo líquido peritoneal, formado a partir da superfície do fígado, sendo ela homóloga do folheto parietal do peritônio, que reveste a cavidade abdominal. A principal importância da serosa é o revestimento, realizando as seguintes funções:  Prover uma barreira seletivamente permeável;  Facilitar o transporte e a digestão dos alimentos;  Produzir a absorção dos produtos dessa digestão;  Produzir hormônios reguladores da atividade do sistema digestivo (CKK, secretina, gastrina). CAVIDADE ORAL É revestida por um epitélio pavimentoso estratificado, queratinizado ou não. Formado por lábios, bochechas, gengivas, palatos e língua. Ela está subdividida em duas regiões: vestíbulo (região delimitada entre os lábios e os dentes, onde há liberação da saliva) e cavidade oral propriamente dita (localizada após os dentes, que inclui língua, palato duro e palato mole). Diferentemente do resto do tubo digestivo, em certas estruturas da cavidade oral existe, uma camada de queratina revestindo seu epitélio (apenas nas gengivas, língua e palato duro, revestindo parcialmente os lábios) para proteger a mucosa de agressões físicas. A mucosa oral pode ser dividida de acordo com a função desempenhada por cada região: - mucosa mastigatória: com queratina, localizada na região onde há contato com o alimento, envolvido no processo de mastigação. É constituído por TER estratificado pavimentoso queratinizado e TCDNM. EX: gengiva, superfície dorsal da língua e palato duro. - mucosa de revestimento: sem queratina, localizada na região onde não há contato grande com alimento. É constituído por TER estratificado pavimentoso não queratinizado e TCDNM, sendo mais frouxo que o da mucosa mastigatória. EX.: restante da cavidade oral. - mucosa especializada: sem queratina, está envolvida com a identificação dos sabores devido a presença dos botões gustativos. EX.: superfície dorsal da língua, mucosa da faringe, áreas do palato mole. LÁBIOS Possuem quatro tipos de tecidos:  Face externa: é constituída pela pele que envolve os lábios. Apresenta tecido queratinizado, folículo piloso, glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas.  Zona de transição ou borda vermelha: é o lábio propriamente dito. Apresenta tecido com pouca queratina, lâmina própria com vasos sanguíneos. Não apresenta folículo piloso nem de glândulas sebáceas.  Face interna ou membrana mucosa: mucosa sem queratina, umidificada pelas glândulas salivares presentes na cavidade bucal.  Centro do lábio: é o preenchimento interno do lábio, constituído pelo músculo esquelético e tecido adiposo, permitindo a movimentação e articulação da boca. LÍNGUA A língua é a maior estrutura da cavidade oral. Sua mobilidade é dada pelo seu principal constituinte: uma massa de fibras musculares estriadas entrelaçadas que podem ser classificadas em dois grandes grupos: (1) os músculos extrínsecos, que se originam de fora da língua e (2) intrínsecos, que se originam e se encerem nela. Ela possui uma superfície dorsal, uma ventral e duas superfícies laterais. A superfície dorsal é constituída por dois terços anteriores e pelo terço posterior. Essas duas regiões estão separadas por um sulco raso em forma de “V”, o sulco terminal (região V). A superfície dorsal do terço posterior da língua apresenta as tonsilas linguais. Já as papilas linguais cobrem os dois terços anteriores da superfície dorsal da língua. PAPILAS LINGUAIS Há quatro tipos de papilas linguais:  Papila Filiforme: são estruturas delgadas cobertas por epitélio pavimentoso estratificado queratinizado. Possuem formas de ondas voltadas para a extremidade posterior da língua e não possui botões gustativos.  Papila Fungiforme: assemelha-se a um cogumelo cujo pedículo delgado liga um “chapéu largo” à superfície da língua. É revestida por tecido epitelial pavimentoso estratificado não-queratinizado, por isso, o sangue que circula por alças capilares subepiteliais são visíveis como pontos vermelhos entre as papilas filiformes. Possuem botões gustativos.  Papilas Caliciformes ou Circunvaladas: estão localizadas ao longo do aspecto pôstero-lateral da língua. Elas aparecem como sulcos verticais. Possuem corpúsculos gustativos funcionais do recém-nascido, mas estes se degeneram no segundo ou terceiro ano de vida. Essas papilas produzem a enzima lipase lingual, que evita a
  • 11. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO 11 www.medresumos.com.br formação de camadas hidrofóbicas sobre as papilas, o que evitaria a percepção do gosto dos alimentos. Essa lipase é produzida pelas glândulas salivares de von Ebner. BOTÕES GUSTATIVOS São órgãos sensoriais intra-epiteliais que agem na percepção do gosto. Estão presentes na superfície da língua com aproximadamente 3000 corpúsculos. Cada um deles tem estrutura oval e na sua extremidade estreita há uma abertura chamada poro gustativo, constituído por células epiteliais pavimentosas que o cobrem. O corpúsculo gustativo é constituído por quatro tipos de células: células basais (acredita-se que funcionam como células de reserva e regeneram o corpúsculo gustativo), células escuras, células claras e células intermediárias. Acredita-se que essas células dão origem as células escuras, e estas, quando amadurecem, tornam-se células claras, que se tornam células intermediárias e morrem. O processo de percepção de gostos é causado mais pelo aparelho olfativo do que corpúsculos gustativos, como é evidenciado pela diminuição da capacidade gustativa das pessoas com congestão nasal. DENTES Os seres humanos possuem dois tipos de dentição: decídua (dentes de leite – 20 dentes), que é substituída pelos permanentes (compostos por 32 dentes). Na cavidade oral, os dentes se organizam de tal forma que cada grupo desempenha uma função específica na mastigação. O dente está fixado no alvéolo por meio do ligamento periodental, constituído por tecido conjuntivo denso não-modelado. A parte do dente visível na cavidade oral é chamada de coroa, já a parte fixada é chamada de raiz, e entre elas, está o colo. Toda raiz é constituída por três substâncias calcificadas, que envolvem a polpa. Esta, por sua vez, é um tecido conjuntivo frouxo gelatinoso subdividido em duas regiões: câmara polpar e canal da raiz, que em sua porção terminal encontra-se o forame apical, por onde passam nervos e vasos sanguíneos.  Componentes Mineralizados o Esmalte: recobre a dentina da coroa e é constituída por 96% de cristais de hidroxiapatita (a substância mais rígida do organismo) e 4% de material orgânico, como glicoproteínas (enamelinas) e água. O esmalte é formado por células ameloblásticas que morrem antes da erupção dentária. Por isso, o esmalte não é reposto pelo organismo.
  • 12. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO 12 www.medresumos.com.br o Dentina: É constituída de cerca de 70% de cristais de hidroxiapatita e está localizada abaixo do esmalte. Ela contribui para a proteção do esmalte, pois seu tecido é elástico, e o protege contra impactos e fraturas. A dentina é produzida por células chamadas odontoblastos, que permanecem durante toda a vida. Na dentina, o material orgânico é composto por fibras de colágeno do tipo I. o Cemento: o cemento recobre a dentina da raiz e é constituído por 50% de hidroxiapatita e o material orgânico é composto por fibras colágenas tipo I. Em sua região apical, existem os cementócitos que estão dentro de lacunas (espaços lenticulares). Os prolongamentos dos cementócitos se projetam das lacunas dentro dos canalículos para o ligamento periodental vascular. Por isso que ele é chamado de cemento celular. Sua região coronal não contém cementócitos, por isso é chamado de cemento acelular. Contudo, ambos os cementos possuem cementoblastos, responsáveis pela formação desse tecido. Já os cementoclastos absorvem o cemento na fase de substituição dos dentes decíduos pelos permanentes.  Polpa É formada por tecido conjuntivo frouxo gelatinoso, proteoglicanos e glicosaminoglicanos. Ele faz comunicação com o ligamento periodental, através do forame apical. A polpa é subdividida em três zonas: o Zona odontoblastica: formada por células odontoblasticas. o Zona isenta de células: não possui um tipo específico de células. o Zona rica em células: envolve o núcleo da polpa e é rico em células mesenquimatosas e fibroblastos. O núcleo da polpa possui células adiposas e fibras nervosas simpáticas, que controlam o tamanho dos vasos e fibras sensitivas, que transmitem a sensação da dor. Na realização de um canal, o dentista retira a polpa através do canal da radicular.  Alvéolo É um soqueto dentro da qual a raiz está fixada pelo ligamento periodental. É considerado uma continuação óssea da mandíbula e da maxila. Um alvéolo está separado do outro pelo septo interaveolar. Ele está dividido em três regiões: as placas corticais, que formam uma borda firme de sustentação de osso compacto revestido por osso esponjoso. Este osso esponjoso envolve uma delgada camada de osso compacto: o osso alveolar propriamente dito.  Periodonto O periodonto é o conjunto dos tecidos que revestem e envolvem o dente. É também chamado de aparato de inserção, estabelecendo uma unidade funcional biológica e evolutiva que sofre modificações com o meio bucal e também modificações decorrentes da idade. É graças ao ligamento periodontal que o uso de aparelhos ortodônticos pode modificar e mover a sua estrutura. ESÔFAGO O esôfago é um tubo muscular que transporta o bolo alimentar da faringe oral para o estômago. Localiza-se na cavidade torácica por trás da traqueia, estendendo-se da 6ª vértebra cervical à 11ª vértebra torácica (diafragma). MUCOSA DO ESÔFAGO É constituída por epitélio pavimentoso estratificado não-queratinizado, lamina própria fibroelástica e muscular da mucosa. Neste epitélio, encontram-se as células de Langerhans, que fagocitam antígenos, reduzindo-os a pequenos polipeptídeos denominados epítopos. A lamina própria contém as glândulas cardíacas-esofágicas situadas em duas regiões do esôfago: próximo a faringe e perto da junção com o estômago. Essas glândulas produzem muco que cobrem o revestimento do esôfago, lubrificando para proteger o epitélio quando ocorrer a passagem do bolo alimentar. A muscular da mucosa é constituída por uma única camada longitudinal de músculo liso que se tornam mais espessos nas proximidades do estômago. SUBMUCOSA DO ESOFAGO A submucosa é constituída por tecido conjuntivo denso fibroelástico, que contém glândulas esofágicas propriamente ditas. OBS 4 : O esôfago e duodeno são as únicas regiões do trato digestivo que contém glândulas na submucosa, pois no primeiro, é necessária a produção de muco para a passagem do alimento, e no segundo por diminuir o pH do quimo. A submucosa do esôfago é composta, basicamente, por dois tipos celulares:  Células mucosas: possuem grânulos de secreção repletos de muco.  Células serosas: secretam muco.
  • 13. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO 13 www.medresumos.com.br MUSCULAR EXTERNA É composta por células musculares esqueléticas e lisas. É formada por duas camadas: uma circular interna e outra, longitudinal externa. A muscular externa, que está no terço superior do esôfago, é constituída de músculo esquelético; seu terço médio possui músculo esquelético e liso; e o terço inferior, apresenta somente fibras musculares lisas. O plexo Auerbach está localizado entre a camada muscular circular interna e longitudinal externa. OBS 5 : A musculatura do esôfago é tão desenvolvida que chega a criar pregas, justamente para impulsionar o alimento com mais vigor. Este órgão está coberto por uma adventícia até o ponto em que perfura o diafragma. Depois que passa a ser coberto por uma serosa. HISTOFISIOLOGIA DO ESÔFAGO O esôfago não possui esfíncter anatômico, mas possui dois esfíncteres fisiológicos (o esfíncter faringoesofágico e gastresofágico) que impedem o refluxo do esôfago para faringe e do estômago para o esôfago, respectivamente. ESTÔMAGO É o órgão responsável pelo processamento do alimento ingerido, o transformado em fluido ácido e espesso denominado quimo. É a porção mais dilatada do canal alimentar. O estômago exerce função exócrina e endócrina. São digeridos no estômago lipídios e proteínas. A digestão dos carboidratos será continuada apenas no duodeno. O bolo alimentar passa pela junção gastresofágica e penetra no estômago transformando-se em quimo. Através da válvula pilórica o estômago lança pequenas alíquotas de seu conteúdo no duodeno. O estômago liquefaz o alimento através da produção de HCl e das enzimas pepsina, renina e lípase gástrica. Este órgão possui uma curvatura maior convexa e uma menor côncava. Anatomicamente, ele está dividido em quatro regiões:  Cárdia: região estreita situada na junção gastresofágica.  Fundo: região em forma de cúpula frequentemente cheia de gás.  Corpo: a maior região, responsável pela formação do quimo.  Piloro: porção estreitada afunilada dotada do espesso esfíncter pilórico, que controla a liberação do quimo para o duodeno. Histologicamente, o estômago está diferenciado em três regiões apenas: cárdia, fundo e corpo, piloro.  Cárdia: contém glândulas tubulares (da cárdia) com algumas células mucosas (responsáveis pela secreção de muco) e enteroendócrinas (liberação de hormônios polipeptídios na corrente sanguínea, que regulam a motilidade intestinal e a função endócrina).  Fundo e corpo (são histologicamente iguais): glândulas fúndicas divididas em três setores: istmo, colo e base. Essas glândulas são invaginações na mucosa (epitélio e lâmina própria).  Piloro: glândulas pilóricas com células enteroendócrinas. FOSSETAS GÁSTRICAS O revestimento epitelial do estômago se invagina na mucosa formando fossetas gástricas na região da cárdia e mais profunda na região pilórica. Essas fossetas aumentam a área da superfície do revestimento gástrico dando origem às glândulas gástricas (promovem produtos de secreção). Em cada uma delas desembocam cerca de 5 a 7 glândulas gástricas. REGIÃO CÁRDICA A cárdia é uma banda circular estreita, com cerca de 1,5-3,0 cm de largura, na transição entre o esôfago e o estômago. Sua mucosa contém glândulas tubulares simples ou ramificadas, denominadas glândulas da cárdia. As porções terminais destas glândulas são frequentemente enoveladas, com lúmen amplo. Muitas das células secretoras produzem muco e lisozima (enzima que destrói a parede de bactérias), mas podem-se encontrar algumas células produtoras de ácido clorídrico. Difere da região fúndica por suas fossetas gástricas serem mais rasas e pela população de células compostas por: células de revestimento epitelial, algumas células enteroendócrinas e células parietais. Além disso, não possuem células principais.
  • 14. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO 14 www.medresumos.com.br REGIÃO FÚNDICA A mucosa fúndica do estômago é constituída por três componentes: epitélio (revestindo a luz), tecido conjuntivo subjacente (lamina própria) e as camadas de músculo liso formando a muscular da mucosa.  Epitélio: é o revestimento do estômago constituído por células colunares simples (células de revestimento superficial) que produzem o muco visível, um gel que se adere ao revestimento do estômago protegendo-o da autodigestão. Além disso, os íons bicarbonatos presos na camada de muco são capazes de manter um pH relativamente neutro, a despeito do pH ácido do conteúdo da luz. Células regeneradoras estão presentes na base das fossetas.  Lamina própria: composto por tecido conjuntivo frouxo altamente vascularizado com abundância nas seguintes células: plasmócitos, linfócitos, mastócitos, fibroblastos e células musculares lisas. Grande parte da lamina própria está invadida por inúmeras glândulas gástricas, denominadas em seu conjunto, glândulas fúndicas. Cada glândula fúndica estende-se da muscular da mucosa até a base da fosseta gástrica e está subdividida em três setores: istmo, colo e base, sendo diferenciadas pelo tipo de células que as compõe: o Istmo: região mais apical. Apresenta células mucosas, células-tronco (células indiferenciadas – produzem outras células do colo e base - produtoras de muco) e células parietais (células produtoras do ácido clorídrico). o Colo: Região central. Apresenta células-tronco, mucosas do colo, células parietais e células enteroendócrinas. o Base: células parietais, zimogênicas e enteroendócrinas.  Muscular da Mucosa do Estômago: presença de células musculares lisas dispostas em três camadas: circular interna, longitudinal externa e ocasionalmente, uma circular externa. OBS 6 : Glândulas Fúndicas:  Células mucosas do colo: são células colunares que produzem um muco solúvel (mucina) que se mistura e lubrifica o quimo reduzindo o atrito quando este segue pelo trato digestivo.  Células-tronco (regenerativa): são células colunares que estão dispersas entre as células mucosas do colo das glândulas fúndicas sendo dotadas de uma alta atividade mitótica. Essas células proliferam-se a fim de substituir todas as células especializadas que revestem as glândulas fundicas.  Células parietais: são responsáveis pela produção de acido clorídrico (HCl) e o fator gástrico intrínseco, que é uma glicoproteína necessária para absorção de vitamina B12 (faz parte do radical heme da hemoglobina) no ílio do intestino delgado, cuja carência causa uma eritropoiese defeituosa com desenvolvimento de anemia perninciosa. Durante a produção de HCl, o número de microvilosidades dessas células aumenta, portanto, as membranas são usadas na formação das microvilosidades, aumentando a superfície da célula, preparando-a para a produção de HCl. Além disso, as células parietais produzem histamina e gastrina.  Células zimogênicas: produzem as enzimas pepsinogênio, renina e lípase gástrica.  Células enteroendócrinas: são células que produzem hormônios endócrinos parácrinos e neurócrinos. Estas células estão dispersas entre outras células epiteliais da mucosa gástrica. Secreta serotonina e somatostatina.
  • 15. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO 15 www.medresumos.com.br REGIÃO PILÓRICA Contém o mesmos tipos celulares da região cárdica mas as células estão localizadas na porção pilórica. Além disso, produzem muco e secretam lisozima, uma enzima bactericida. SUBMUCOSA DO ESTÔMAGO Constituída por tecido conjuntivo denso não-modelado e possui uma rica rede vascular e linfática que supre e drena os vasos da lâmina própria. O plexo submucoso (Meissner) está localizado nas proximidades da musculatura externa. É responsável por estimular a motilidade da mucosa e das secreções glandulares. MUSCULAR EXTERNA DO ESTÔMAGO Difere-se das demais camadas musculares por apresentar 3 camadas de músculo liso: a camada oblíqua interna, a circular média (localizada na região pilórica, onde se forma o esfíncter pilórico) e a camada longitudinal externa (localizada na região cárdica e no corpo do estômago). A presença dessa camada extra de músculo está relacionada com a função gástrica de homogeneizar o bolo alimentar com as secreções gástricas. O plexo mioentérico está localizado entre as camadas circular média e longitudinal externa. HISTOFISIOLOGIA DO ESTÔMAGO O revestimento interno e as glândulas do estômago produzem e liberam secreções compostas por água, HCl, fator gástrico intrínseco, pepsinogênio, renina, lípase gástrica, muco visível e solúvel. PRODUÇÃO DE HCL O HCl é responsável pela desnaturação das proteínas além de ativar a proenzima pepsinogênio, tornando-a em enzima ativa (pepsina). Esta enzima requer um pH baixo para sua atividade. Por isso a necessidade de um meio ácido proporcionado pelo HCl. A sua secreção é feita em três fases: cefálica, gástrica e intestinal.  Cefálica: secreções causadas por efeito psicológico. É induzida por impulsos parassimpáticos trazidos pelo nervo vago, causando a liberação de acetilcolina.  Gástrica: secreção resultante da presença do alimento no estômago. É induzida pelos hormônios gastrina e histamina, produzidas pelas células enteroendócrinas.  Intestinal: secreção causada pela presença do alimento no intestino delgado estimulado pelo hormônio gastrina. MECANISMO DE PRODUÇÃO DO HCL A produção de HCl inicia-se quando a gastrina, a histamina e a acetilcolina ligam-se a membrana plasmática basal das células parietais. O processo da produção de HCl é dada da seguinte maneira: 1. A enzima anidrase carbônica facilita a ionização do H2CO3, ionização liberando íons H+ e bicarbonato (HCO3 - ) no citoplasma da célula parietal. 2. Por meio do uso de ATP, a célula parietal bombeia o H+ intracelular para fora da célula e transfere o K+ extracelular para dentro da célula. 3. Proteínas carregadoras, utilizando o ATP, bombeiam o KCl (ionizam-se em H+ e Cl-) para fora da célula. Desta maneira, Cl- e H+ chegam separadamente à luz no canalículo intracelular, onde se combinam em HCl. 4. O K+ é transportado ativamente para dentro da célula, aumentando o seu nível intracelular. Essa alta concentração faz com que o K+ saia da célula através de canais iônicos localizados no plasmalema basal. Assim, o K+ é constantemente recirculado para dentro e para fora da célula. 5. A água proveniente do fluido extracelular penetra na célula parietal e sai do citoplasma e entra no canalículo intracelular, graças às forças osmóticas. Assim a solução do HCl passa do canalículo para o estômago. INTESTINO DELGADO É o sítio terminal de digestão, absorção de nutrientes e secreção endócrina. Está dividido em três regiões: duodeno (que recebe enzimas e tampão alcalino do pâncreas e bile do fígado), jejuno e ílio. As três regiões do intestino apresentam algumas modificações em sua superfície, tais como: pregas circulares (são pregas transversais da mucosa e submucosa que aumentam a área da superfície e diminui a velocidade do quimo, facilitando absorção), vilosidades (protrusões digitiformes da lamina própria cobertas por epitélio; elas são numerosas no jejuno e no ílio, e tem como função aumentar a superfície do intestino delgado).
  • 16. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO 16 www.medresumos.com.br MUCOSA INTESTINAL A mucosa intestinal é composta de três camadas: um epitélio colunar simples, lâmina própria e a camada muscular da mucosa. EPITÉLIO O epitélio é composto por células absortivas superficiais, caliciformes, enteroendócrinas e células M.  Células absortivas: São células colunares altas que participam da parte final da digestão e da absorção de água e nutrientes. Além disso, elas reesterificam ácidos graxos em triglicerídeos, formam quilomícrons e transportam a massa de nutrientes absorvidos para a lâmina própria de onde serão distribuídos para o resto do corpo. Na sua porção apical, há presença de microvilosidades (borda estriada).  Células caliciformes: são glândulas unicelulares que secretam mucinogênio, cuja forma hidratada constitui a mucina, um componente do muco.  Células enteroendócrinas: células endócrinas associadas ao tecido intestinal. São células que produzem hormônios parácrinos e endócrinos. Secretam hormônios como secretina, colescistoquinina, peptídeo inibidor gástrico.  Células M: são células que fagocitam e transportam antígenos da luz para a lâmina própria. Elas fazem parte do sistema mononuclear fagocitário. Localizam-se abaixo do tecido linfoide associado e possui aspecto semelhante ao macrófago. Também estão presentes na lâmina própria, próximas as células de Paneth. Podem estar presentes na submucosa agregadas as placas de Payer. LÂMINA PRÓPRIA Constituída por tecido conjuntivo frouxo. Possui numerosas glândulas tubulosas chamadas criptas (glândulas) de Lieberkuhn, além disso, possui tecido linfoide o protege de invasões e microorganismos.  Criptas (glândulas) de Lieberkuhn: essas criptas aumentam a área da superfície do revestimento intestinal. Elas são constituídas por célula enteroendócrinas, células absortivas superficiais, células caliciformes, células regeneradoras e células de Paneth.  Células regeneradoras: são as células tronco do intestino delgado, que proliferam extensamente, repovoando o epitélio das criptas da superfície mucosa e vilosidades.  Células de Paneth: são células piramidais que ocupam a porção inferior das criptas de Lieberkuhn. Elas secretam um antibacteriano chamado lisozina, fator de necrose tumoral α e proteínas de defesa (defensinas). CAMADA MUSCULAR É constituída por uma camada circular interna e longitudinal externa. As fibras musculares da camada circular interna penetram nos vilos, estendendo-se até a membrana basal. Na digestão, essas fibras musculares se contraem, encurtando o vilo várias vezes por minuto.
  • 17. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO 17 www.medresumos.com.br SUBMUCOSA Constituído por tecido conjuntivo fibroelástico, mais fibroso que o da lâmina própria. Ela possui uma rica rede de vasos sanguíneos e linfáticos. Sua inervação provém do plexo de meissner. Especialmente no duodeno, são encontradas as glândulas de Bruner, que produzem um fluido mucoso rico em bicarbonato, que são lançadas no lúmen do duodeno. Além disso, elas secretam o hormônio urogastrona que inibe a produção de HCl e amplifica a atividade mitótica das células epiteliais. MUSCULAR Possui uma camada circular interna e outra longitudinal externa. Além disso, há a presença do plexo mioentérico (ou de Auerbach) localizado entre as duas camadas. CAMADA SEROSA Composta por mesotélio (tecido epitelial que reveste a serosa externamente) com subserosa subjacente. INTESTINO GROSSO O intestino grosso é subdivido em ceco, colo, reto e anus. Ele é responsável pela absorção da maior parte de água e íons do quimo provenientes do intestino delgado. Além disso, compacta o quimo em fezes para a eliminação. Ele tem como aspecto histológico uma mucosa sem vilosidades, glândulas intestinais longas com abundância de células caliciformes e poucas absortivas. A função primordial do intestinal grosso se resume a absorção de água, formação da massa fecal e produção de muco. Há pouca absorção de nutrientes. O cólon está corresponde a quase todo comprimento do intestino grosso. Ele recebe o quimo do ílio na valva ílio cecal, um esfíncter que impede o refluxo do ceco para o íleo. O cólon não possui vilosidade, mas tem grande riqueza em criptas de Lieberkhun. Especialmente, nessas criptas, não há as células de paneth. A mucosa anal é constituída por um epitélio cuboide simples, do reto até a linha pectinada, pavimentoso estratificado não queratinizado dessa linha até o orifício anal externo, e pavimentoso estratificado queratinizado no ânus. Sua lâmina própria, constituída por tecido conjuntivo fibroelástico, contém as glândulas anais e perianais. Sua muscular da mucosa é constituída por uma camada circular interna e longitudinal externa de músculo liso. A submucosa anal é constituída de tecido conjuntivo fibroeslástico. Ela contém dois plexos nervosos: o plexo hemorroidário interno e externo, situado na junção do canal anal com o orifício externo. Sua muscular externa é constituída por uma camada circular interna e longitudinal externa de músculo liso. A camada circular interna, na região da linha pectinada, forma o esfíncter anal interno e o músculo esquelético do assoalho da pelve forma o esfíncter anal externo, que está sob controle voluntário. CAMADA MUCOSA DO INTESTINO GROSSO A sua superfície luminal é lisa, apresentando as mesmas criptas de Lieberkuhn, sendo mais longas e folículos linfoides mais frequentes, ou seja, possui uma maior quantidade de GALT (tecido linfoide associado ao intestino). Na porção superior do canal retal uma há mudança de epitélio: deixa de ser simples pavimentoso, passando a ser um epitélio queratinizado, mudando de camada serosa para adventícia. CAMADA SUBMUCOSA DO INTESTINO GROSSO Há a presença do plexo de Meissner. CAMADA MUSCULAR DO INTESTINO GROSSO Circular interna, longitudinal externa com três faixas – tênias do colo. CAMADA SEROSA DO INTESTINO GROSSO Apêndices epiploicos. Na porção do reto, sob a forma de adventícia. GLÂNDULAS ANEXAS Estão situadas fora do sistema digestivo, estando incluídas as glândulas salivares (parótida, submandibular e sublingual associadas à cavidade oral), pâncreas, fígado e vesícula biliar. Cada uma delas funciona auxiliando no processo digestivo. PÂNCREAS Possui glândulas mistas: de natureza exócrina (enzimas): glândula acinosa composta; e de natureza endócrinas (hormônios): ilhotas de Langerhans (insulina pelas células β, glucagon pelas células α). As glândulas exócrinas do pâncreas possuem um formato acinoso, ou seja, formato de concha, com ductos intercalares. Apenas os acinos pancreáticos possuem a penetração das porções iniciais dos ductos intercalares no lúmem dos ácinos.
  • 18. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO 18 www.medresumos.com.br HISTOFISIOLOGIA DO PÂNCREAS EXÓCRINO Suas células acinosas produzem e liberam enzimas digestivas, enquanto as células centro-acinosas e as células dos ductos intercalares liberam uma solução tampão rica em bicarbonato que neutraliza o quimo ácido que chega ao duodeno. Este fluido é pobre em enzimas e sua liberação é induzida pela secretina, hormônio produzido pelas células S. A liberação de suas enzimas é induzida pelo hormônio colecistoquinina, produzido pelas células I do intestino delgado. Com isso, há liberação de enzimas tais como: amilase e lípase pancreática, quimiotripsinogênio e tripsinogênio (são pró-enzimas). FÍGADO O fígado exerce inúmeras funções. Ele é a maior glândula do corpo humano (2º maior órgão, depois da pele), pesando aproximadamente 1500g. Ele está subdividido em quatro lobos: direito, esquerdo, quadrado e caudado, sendo eles, divididos em inúmeros lóbulos, que recebem nutrientes derivados de ramos venosos da veia porta provenientes do intestino. Assim como o pâncreas, ele tem a sua função endócrina e exócrina. O hepatócito do fígado é responsável por sua secreção exócrina, a bile, e por seus produtos endócrinos. O espaço de Disse está entre a placa de hepatócitos e as células de revestimento do sinusoides (são espaços entre as placas de hepatócitos cujo revestimento endotelial é composto por células de revestimento sinusoidal). As microvilosidades dos hepatócitos ocupam grande parte desse espaço. Facilitando, assim, a troca de material entre o sangue e os hepatócitos. Além disso, o espaço de Disse (tecido conjuntivo denso) contém fibras de colágeno tipo III (reticulares), tendo como função a sustentação aos sinusoides. As células de Kupffer são macrófagos que estão associados às células de revestimento endotelial dos sinusoides que realizam fagocitose de patogenos que possam entrar na circulação porta. As células de Ito são células armazenadoras de gordura de capacidade imunitária, que estão situadas ocasionalmente no espaço de Disse. Acredita- se que essas células armazenem vitamina A. GLÂNDULAS SALIVARES São glândulas túbulo-alveolares ramificadas de cuja cápsula de tecido conjuntivo partem septos, que as subdividem em lobos e lóbulos. Os elementos vasculares e nervosos das glândulas chegam às unidades secretoras através de sua estrutura de tecido conjuntivo. PARÓTIDA É a maior das glândulas salivares. Produz uma saliva serosa que constitui 30% do total de saliva. Essa saliva produzida contem altos níveis de amilase salivar (ptialina) e de IgA secretora. A amilase participa da digestão do amido até o estômago, local onde o HCl inativa a mesma. A IgA inativa antígenos localizados na cavidade oral. A parótida é uma glândula acinosa composta, formada por ácinos serosos envolvidos por células mioepiteliais, cuja cápsula envia septos e libera suas secreções em ductos intercalares. SUBMANDIBULAR É uma glândula túbulo acinosa composta formada por ácinos serosos e poucos ácinos mucosos, associados a semi-luas serosas produzindo uma secreção mista. Os ácinos são circundados por células mioepiteliais e o seu sistema de ductos é extenso. Ela é responsável pro 60% do total da produção de saliva.
  • 19. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO 19 www.medresumos.com.br SUBLINGUAL É uma glândula túbulo-acinosa cuja cápsula não é bem definida. Produz uma secreção mista, pois possui predominantemente ácinos mucosos associados a semiluas serosas e circundados por células mioepeteliais com ductos não extensos. VASOS DO TRATO ESOFAGOGASTRINTESTINAL Tem como função nutrir todas as células do trato, inclusive o intestino, e removendo os produtos de nutrição absorvidos a nível entérico. Esses vasos partem da submucosa, perfuram as fibras da muscular da mucosa para vascularizar com capilares a lâmina própria, podendo atingir abaixo da membrana (lâmina) basal do epitélio na região apical da vilosidade, retornando com a remoção dos produtos de digestão: carboidratos em forma de monossacarídeos e proteínas em forma de amino ácidos. O transporte dos lipídios (armazenados em quilomícrons) é feito por vasos linfáticos de fundo cego. Esses vasos partem em direção à lâmina própria, acima da muscular da mucosa, formando depôs um plexo linfático na submucosa, onde circundam os nódulos linfáticos (GALT). Toda a drenagem dos produtos provenientes da digestão é encaminhada pelas veias mesentéricas até a veia porta hepática. SISTEMA PORTA O fígado possui uma circulação peculiar, uma vez que é este órgão que recebe todos os produtos da degradação dos alimentos: carboidratos e proteínas através da circulação sanguínea e lipídios da circulação linfática. A artéria hepática é responsável por levar os produtos metabolizados no fígado para todo o restante do corpo. INERVAÇÃO DO TRATO ESOFAGOGASTRINTESTINAL O trato esofagogastrintestinal recebe fibras autônomas motoras e sensitivas, sendo elas divididas em componentes extrínsecos. As fibras motoras são simpáticas e parassimpáticas. OBS 7 : A inervação da musculatura esquelética do esôfago e do esfíncter anal externo é motora somática. O componente extrínseco é característico da manifestação motora motoras, sendo intermediado por fibras provenientes do exterior (sistema nervoso autônomo, logo, de musculatura lisa), ou seja, fibras pós-ganglionares simpáticas e parasimpáticas. É responsável pela manutenção da peristalse. O componente intrínseco é feito por fibras nervosas da própria parede dos tubos e pelos plexos mioentérico (Auerbach, responsável pela contração – fibras simpáticas - e dilatação – fibras parassimpáticas - do tubo) e submucoso (Meissner). OBS 8 : Nos dois plexos, as células ganglionares motoras fazem sinapse com fibras simpáticas e pré-ganglionares parassimpáticas. A parte intrínseca é conhecida também como sistema nervoso entérico, uma vez que além de neurônios motores, tem neurônios sensitivos nos gânglios que, no plexo submucoso inervam o epitélio e
  • 20. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO 20 www.medresumos.com.br registram as ações que o afetam, causando os reflexos mioentéricos locais, que dirigem, por exemplo, os movimentos peristálticos. Em geral, os axônios dos neurônios motores provenientes do plexo mioentérico inervam as camadas musculares da túnica muscular, enquanto os neurônios motores do plexo submucoso inervam a muscular da mucosa e as células glandulares da mucosa. Além da acetilcolina, intervêm outros transmissores na função do sistema nervoso entérico. São exemplos de peptídeos do sistema nervoso entérico: somatostatina (que inibe a secreção ácida no estômago e a motilidade intestinal) e o hormônio liberador de gastrina (GRP, que estimula a secreção de gastrina). OBS 9 : A contração e dilatação da musculatura do trato digestivo são mediadas, então, por mecanoreceptores e quimiorecptores. O primeiro corresponde a presença do alimento no tubo e o segundo, mediada pelos hormônios secretados pelas células endócrinas. CÉLULAS ENTEROENDÓCRINAS O tubo gastrointestinal contém um número pequeno de células endócrinas ou endocriniformes, denominadas células enteroendócrinas ou argentafins, concentradas especialmente no estômago e no intestino delgado. Essas células enteroendócrinas recebem nomes individuais de acordo com a substancia produzida. Em geral, um único tipo de célula secreta somente um agente, apesar de tipos celulares ocasionais poderem secretar dois agentes diferentes. Há pelo menos 13 tipo de células enteroendócrinas, das quais alguns estão localizados na própria mucosa gástrica. São classificadas quanto a presença de microvilosidades ou não no seu ápice:  Tipo aberto: ápice com microvilos (fariam a secreção exócrinas). ◦ Tipo fechado: ápice recoberto com células epiteliais (fariam à secreção endócrina) sendo elas a grande maioria no TGI. Órgão Célula Hormônio Ação do Hormonio Estômago e Intestino Delgado A Glucagon (enteroglucagon) Estimula a glicogenólise pelos hepatócitos, elevando assim, os níveis de glicose do sangue Estômago, intestinos delgado e grosso Enterocromafim Serotonina Aumenta os movimentos peristálticos Estômago Semelhante à Enterocromafim Histamina Estimulação e secreção de HCl Estômago, intestinos delgado e grosso D Somatostatina Inibe a liberação de hormônios pelas células DNES em sua vizinhança Estômago e Intestino delgado Produtora de gastrina Gastrina Estimula a secreção de HCl, a motilidade gástrica (contração da região pilórica e relaxamento do esfíncter pilórico, regulando o esvaziamento gástrico) e proliferação das células regeneradoras do corpo do estômago Estômago, intestinos delgado e grosso Produtora de glicentina Glicentina Estimula a glicogenólise pelos hepatócitos, elevando os níveis de glicose do sangue. Estômago e Intestino Grosso Célula produtora de polipeptídeo pancreático Polipeptídeo pancreático Estimula a liberação de enzimas para as células principais. Diminui a liberação do HCl pelas células parietais. Inibe a liberação do pâncreas exócrino. Estômago, intestinos delgado e grosso Produtora de peptídeo intestinal vasoativo Peptídeo intestinal vasoativo Aumenta a ação peristáltica dos intestinos delgado e grosso e estimula a eliminação de água e íons pelo trato GI Intestino delgado I Colecistoquinina (CCK) Estimula a liberação do hormônio pancreático e a contração da vesícula biliar. Intestino delgado K Peptídeo inibidor da gastrina Inibe a secreção de HCl Intestino delgado Célula produtora de motilina Motilina Aumenta o peristaltismo intestinal Intestino delgado Célula produtora de neurotensina Neurotensina Aumenta o fluxo sanguíneo para o íleo e diminui a ação peristáltica dos intestinos delgado e grosso Intestino delgado S Secretina Estimula a liberação de fluido rico em bicarbonato pelo pâncreas
  • 21. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO 21 www.medresumos.com.br ANATOMIA SISTÊMICA: SISTEMA DIGESTÓRIO Para todas as atividades desenvolvidas pelas células do nosso corpo, é necessário o consumo de substâncias nutritivas (Ex: proteínas, vitaminas, gorduras, açúcares), as quais são obtidas no meio externo através dos alimentos que fazem parte de nossa dieta diária. Entretanto, os nutrientes da maneira em que são encontrados nos alimentos, não conseguem atravessar a parede capilar em direção ao sangue, e assim ser distribuídos para os tecidos. Ao conjunto de transformações físicas e químicas, responsáveis, por solubilizar os nutrientes, damos o nome de Digestão. Os órgãos envolvidos na digestão constituem o Sistema Digestório. DIVISÃO ANATÔMICA  Canal alimentar: tubo apresentando 10 a 12m de comprimento, se estendendo da cabeça à pelve. Ao longo deste tubo os alimentos vão sofrendo transformações visando reduzi-los até seus constituintes elementares. Esse processo é denominado de digestão.  Boca  Faringe  Esôfago  Estômago  Intestino Delgado  Intestino Grosso  Glândulas anexas: glândulas que apresentam atividade exócrina associada a alguns segmentos do canal alimentar, responsáveis por produzir e secretar para estes compartimentos, um fluído contendo substâncias denominadas enzimas. As Enzimas agem sobre os alimentos, produzindo uma digestão química.  Glândulas Salivares: Parótidas, Submandibulares, Sublinguais  Fígado  Pâncreas BOCA A boca é a primeira porção do canal alimentar. Apresenta um aspecto cuboide, com 06 limites para estudo. Através da boca os alimentos iniciam seu percurso ao longo do canal alimentar. Na boca ocorre digestão Física e Química dos alimentos. A digestão dos alimentos verificada na boca, produz como resultado o bolo alimentar. Seus limites são:  Limite Anterior: Lábios  Limite posterior: Istmo das Fauces  Limite Superior: Palato Duro  Limite Inferior: Assoalho da boca  Limites Laterais: Bochechas Anatomicamente, a boca pode ser dividida em vestíbulo, arcos alvéolo-dentais e cavidade da boca propriamente dita. Arlindo Ugulino Netto; Raquel Torres Bezerra Dantas; Prof. Roberto Guimarães Maia. MÓDULO: ORGANIZAÇÃO MORFO-FUNCIONAL – RESPIRATÓRIO 2016
  • 22. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO 22 www.medresumos.com.br VESTÍBULO DA BOCA A região do vestíbulo é um espaço limitado, por diante pelos Lábios, lateralmente pelas bochechas, e posteriormente pelos arcos alvéolo-dentais. Na região interna correspondente às bochechas (mucosa jugal), encontramos 02 estruturas associadas às Gls. Parótidas: a Papila Parotídea (lateralmente ao 2º ou 3º molar superior) e o Ducto Parotídeo. Nos Lábios, em nível do plano mediano, encontramos 02 pregas da mucosa: o Frênulo do Lábio Superior e o Frênulo do Lábio Inferior. CAVIDADE DA BOCA Compartimento situado para trás dos arcos alvéolos-dentais. Na cavidade da boca propriamente dita, fazem saliência:  Dentes: órgãos rijos e esbranquiçados, implantados através das Gonfoses Dento-alveolares, na maxila e mandíbula. São responsáveis pela mastigação dos alimentos.  Língua: órgão muscular envolvido na mastigação, fonação, e também com o sentido especial da Gustação. Os dentes apresentam uma camada mais externa (o esmalte), uma intermediária (dentina) e uma mais interna (polpa dental). Durante a infância, a dentição da decídua apresenta apenas três grupos de dentes (em um número total de 20): incisivos, caninos e molares. Já na dentição permanente (em número de 32), temos: incisivos, caninos, pré-molares e molares. A língua é um órgão muscular de forma cônica, com a base voltada para Faringe, e o Ápice, de forma arredondada, está voltada para o vestíbulo. Ela auxilia na condução dos alimentos para os dentes executarem a digestão mecânica, através da mastigação. Está dividida para estudo anatômico em Corpo e Raiz:  Raiz: a raiz é representada pelo bloco muscular que se situa posteriormente entre a mandíbula e osso hioide. A raiz é representada pelo bloco muscular que se situa posteriormente entre a mandíbula e osso hioide.  Corpo: é dividido em dorso e ventre, separados entre si pelas margens laterais. o Dorso da língua: O Dorso da língua é dividido em duas partes através de um sulco em forma da letra “V”, o Sulco Terminal. Na parte Oral da Língua encontramos os receptores da gustação, associados as Papilas Linguais. o Ventre da língua: em nível do plano mediano da Face Ventral da Língua, identificamos o Frênulo da Língua. A cada lado do Frênulo Lingual, identificamos por transparência, as Veias Linguais. As Veias Linguais costumam apresentarem-se varicosas em pacientes hipertensos. FARINGE Apenas as Partes Oral e Laríngea da Faringe participam da condução do bolo alimentar. Depois de passar pela parte Laríngea da Faringe, o bolo alimentar é conduzido para o Esôfago. A descrição de suas partes já foi realizada junto com o Sistema Respiratório. Neste momento iremos nos deter, apenas em comentar sobre o Istmo das Fauces. O istmo das fauces corresponde a um espaço estreitado, responsável por comunicar, a Cavidade da Boca com a Faringe. Seus limites são:  Superior: Úvula  Inferior: Dorso da Língua  Laterais: Arco Palatoglosso (mais anterior) e Arco Palatofaríngeo (mais posterior), que delimitam a fossa tonsilar (onde está alojada a tonsila palatina). ESÔFAGO Trata-se de um tubo fibro-músculo-mucoso, estreitado, com cerca de 25cm, responsável por conduzir o bolo alimentar, da Faringe para o Estômago. É dividido em três porões: cervical, torácica e abdominal (esta abaixo do diafragma). Ao cruzar do pescoço ao abdome, sua relação com outros elementos anatômicos, determinam estreitamentos em seu calibre. São eles:  Cricoideo: Produzido pelo M. Constrictor Inferior da Faringe.  Aórtico: Resultante da compressão do Arco da Aorta.  Bronquial: Decorrente da compressão do Brônquio Principal Esquerdo.  Diafragmático: Ocorre quando da passagem do Esôfago através do M. Diafragma.
  • 23. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO 23 www.medresumos.com.br OBS: Divisão topográfica do abdome. O abdome é dividido em nove regiões por quatro planos: 2 planos horizontais (transversais): plano subcostal (atravessa a margem inferior da reborda costal que cruza com a linha hemiclavicular de cada lado) e o plano transtubercular (que atravessa os tubérculos ilíacos, pontos mais elevados da crista ilíaca, ao nível do corpo de L5); e 2 planos verticais (sagitais): geralmente são o planos medioclaviculares (que seguem do ponto médio das clavículas até os pontos médio-inguinais, que são os pontos médios das linhas que unem a espinha ilíaca ântero-superior e a margem superior da sínfise púbica). As regiões delimitadas por esses planos são: Hipocondríaca direita, Hipocondríaca esquerda, Flanco direito, Flanco esquerdo, Fossa ilíaca direita (região inguinal direita), Fossa ilíaca esquerda (região inguinal esquerda), Região Epigástrica, Umbilical e Hipogástrica. Posteriormente, o abdome é dividido, a partir de uma linha mediana, em duas regiões: região Lombar Direita e região Lombar Esquerda. 1. Hipocôndrio Direito: fígado, vesícula biliar, rim direito, flexura hepática do cólon. 2. Epigástrio: fígado (lobo esquerdo), piloro, duodeno, cólon transverso e cabeça e corpo do pâncreas. 3. Hipocôndrio Esquerdo: baço, estômago, flexura esplênica do cólon, pâncreas (cauda), rim esquerdo. 4. Flanco (lateral) Direito: cólon ascendente, jejuno e rim direito. 5. Mesogástrio ou umbilical: duodeno, jejuno, íleo, aorta abdominal, mesentério, linfonodos. 6. Flanco (lateral) Esquerdo: cólon descendente, jejuno, íleo. 7. Fossa Ilíaca Direita: ceco, apêndice, ovário e tuba uterina direita. 8. Hipogástrio: bexiga, útero, ureter. 9. Fossa Ilíaca Esquerda: cólon sigmoide, ovário e tuba esquerda.
  • 24. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO 24 www.medresumos.com.br PERITÔNIO O peritônio consiste em uma vasta membrana serosa contínua, que reveste as paredes e vísceras do abdome. Apresenta duas camadas:  Peritônio Visceral: folheto do Peritônio responsável por revestir as Vísceras  Peritônio Parietal: folheto peritoneal que reveste as paredes do Abdome. Essas camadas delimitam, dentro do abdome, duas cavidades menores. São elas:  Cavidade Peritoneal: espaço virtual, situado entre os folhetos Visceral e Parietal do Peritônio e preenchido por Líquido Peritoneal.  Retroperitoneal: Termo utilizado para referenciar vísceras fixas à parede posterior do Abdome através do folheto Parietal do Peritônio. Tais vísceras só serão revestidas por peritônio em um de suas faces. O Peritônio forma reflexões, as Pregas Peritoneais, que auxiliam a fixação dos órgãos no Abdome. Representam pregas do peritônio: Omento, Meso e Ligamento.  Omento: Prega do Peritônio acompanhada de vasos e nervos, responsável por unir duas vísceras entre si. Ex: Omento Maior.  Meso: Prega do Peritônio acompanhada de vasos e nervos, responsável por unir Uma Víscera à parede do Abdome. Ex: Mesentério.  Ligamento: Prega do Peritônio sem vasos ou nervos em sua constituição. Os ligamentos, tanto podem ligar duas vísceras entre si, como pode ligar víscera à parede do Abdome. Ex: Ligamento Falciforme ESTÔMAGO O estômago é uma dilatação do Canal Alimentar, onde os alimentos permanecem, até que sejam convertidos em Quimo, através da ação do suco gástrico, e dos movimentos de mistura proporcionados por sua musculatura. Tem comprimento de 25cm, com largura de 25cm, apresentando uma capacidade média de armazenamento de cerca de 1,5 litro. Está situado na parte superior do Abdome, abaixo do fígado, por cima do Colo Transverso do Intestino Grosso. Ocupa o hipocôndrio esquerdo e o parte da Região epigástrica.  Paredes: o Anterior: Voltada para o M. Diafragma e para o Fígado o Posterior: Voltada para o Pâncreas  Margens: o Curvatura Maior: inferior o Curvatura Menor: superior  Comunicações: o Superior: Esôfago (através do óstio cárdico) o Inferior: Duodeno (através do óstio pilórico) Além de sua continuação com Esôfago e Duodeno, e da Pressão Intra-Abdominal, Auxiliam na fixação do órgão, as seguintes pregas peritoneais:
  • 25. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO 25 www.medresumos.com.br  Omento Maior: Liga a curvatura maior do Estômago ao Colo Transverso do Intestino Grosso.  Omento Menor: Liga a curvatura menor do Estômago à Face Visceral do Fígado.  Omento Gastro-Esplênico: Liga a curvatura maior do Estômago ao Hilo do Baço. INTESTINO DELGADO O intestino delgado é longo órgão músculo-tubular que pode ser dividido, para estudo anatômico, em três partes: Duodeno, Jejuno e Íleo. DUODENO O termo duodeno significa “12 dedos”, e faz alusão à sua extensão. Pode ser dividido nas seguintes partes:  1ª porção (ampola): inicia após o piloro, com 5cm de extensão , dirige-se para trás, para cima e para direita. Próximo ao Rim D. apresenta um encurvamento, a flexura superior do duodeno, e logo após muda de direção, sendo continuado pela Parte Descendente.  2ª porção (descendente): desce verticalmente (7,5cm), por diante do rim D. até o seu Polo Inferior, onde um novo encurvamento, a flexura inferior do duodeno, muda novamente sua direção, originando uma nova porção para o órgão.  3ª porção (horizontal): estende-se para esquerda, apresentando trajeto transversal (6cm), até a passagem dos Vasos Mesentérico Superiores, quando então passa apresentar um trajeto oblíquo, voltado para cima, originado a ultima porção do órgão.  4ª porção (ascendente): Mantém o trajeto ascendente (6,5cm) até terminar por uma brusca angulação, a flexura duodenojejunal. Está Flexão é mantida através do M. suspensor do duodeno. O Duodeno ocupa as Regiões Epigástrica e Umbilical. Está fixado à Parede Posterior do Abdome através do Folheto Parietal do Peritônio. A Ampola do Duodeno, situada na região Epigástrica, é uma região suscetível ao aparecimento de Úlceras, em razão de ser o primeiro segmento do órgão a entrar em contato com o quimo. Em razão da suscetibilidade da Ampola, e de sua situação, pacientes com dor na Região do Epigástrio devem ser investigados em relação a presença de Úlcera Duodenal. A porção descendente do duodeno corresponde a parte mais importante do Duodeno, pois em sua Face Póstero-Medial encontramos os orifícios de desembocadura para as secreções do fígado e do pâncreas.  Papila maior (ou principal) do duodeno: orifício de desembocadura da ampola hepatopancreática, a qual reúne os ductos colédoco (bile) e pancreático principal (suco pancreático).  Papila menor do duodeno: orifício de desembocadura do ducto pancreático acessório (suco pancreático). JEJUNO/ÍLEO Corresponde a 2ª e a 3ª Porção do intestino delgado. Está envolvido diretamente com a Absorção dos Nutrientes para o Sangue, em razão de sua mucosa apresentar projeções cônicas denominadas vilosidades intestinais. Estende-se até o Óstio Íleo-cecal. Tem comprimento médio de 6 metros.
  • 26. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO 26 www.medresumos.com.br O Jejuno/Íleo ocupa os 06 quadrantes inferiores do Abdome. Seus Meios de Fixação são representados pela pressão intra-abdominal, e por uma prega do peritônio, o mesentério. A raiz de implantação para o mesentério na parede posterior do abdome apresenta 15cm de extensão, com direção oblíqua de L2 (Processo Transverso) até a Articulação Sacro-Ilíaca D. Sua margem livre, aderida ao Jejuno/Íleo, acompanha a extensão do Órgão. Sua localização associada ao comprimento longo, e sua grande mobilidade, faz com que as alças do Jejuno/Íleo possam sofrer alterações, como invaginações deu uma valva na outra; torções; e herniações. Cada uma dessas situações poderá proporcionar oclusão intestinal, com consequências tão graves que podem ocasionar até a morte do paciente. A hérnia ocorre quando uma alça intestinal ou parte do omento maior sofre uma protrusão através de um ponto frágil da parede anterior do Abdome, podendo ser inguinal ou umbilicais. INTESTINO GROSSO O intestino grosso (IG) corresponde ao último segmento do canal alimentar. Começa no óstio ileocecal e termina no ânus. No IG é confeccionado o bolo fecal. Nenhuma substância nutritiva é absorvida em nível do IG, apenas Água e Eletrólitos. Tem o comprimento de 1,5 metros. Está subdividido, sequencialmente, em 06 porções:  Ceco: corresponde à 1ª porção do IG, apresenta forma de fundo de saco. Ocupa a Região Inguinal Direita. o Óstio ileocecal: orifício de desembocadura do Jejuno/Íleo, localizado na parede medial do Ceco. Neste orifício encontramos a valva ileocecal, responsável por evitar o refluxo do conteúdo do Ceco para o íleo. o Apêndice Vermiforme: fino e curto segmento tubular, que representa uma expansão do Ceco, localizado em sua parede ínfero-medial. Apresenta natureza linfoide.  Colo ascendente: continua cranialmente o ceco, atravessando à região lombar d até alcançar o hipocôndrio direito, onde toca o fígado, e logo após flete-se para direita, sendo continuado pelo colo transverso. O ponto de transição entre os colos é denominado flexura direita do colo.  Colo transverso: vai do hipocôndrio direito ao esquerdo, cruzando à região umbilical. Ao alcançar o hipocôndrio esquerdo, flete-se para baixo, sendo continuado pelo colo transverso. No ponto de transição entre os colos transverso e descendente, identificamos a flexura esquerda do colo.  Colo descendente: vai do hipocôndrio esquerdo até a crista ilíaca, a partir da qual, é continuado pelo colo sigmoide.  Colo sigmoide: apresenta um aspecto sinuoso, se estendendo da região inguinal esquerda até a hipogástrica, quando então será continuado pelo reto.
  • 27. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO 27 www.medresumos.com.br  Reto: Assim denominado pelo aspecto quase retilíneo que apresenta ao longo de sua extensão. Inferiormente apresenta uma porção mais dilatada denominada ampola do reto. O reto termina ao perfurar o diafragma pélvico, sendo continuado até o meio externo, pelo canal anal. A apendicite corresponde à inflamação no apêndice vermiforme. O paciente refere, normalmente, dor na região inguinal direita à descompressão brusca do examinador. Pode cursar com febre e aumento dos leucóticos no sangue. Configura uma urgência cirúrgica. O canal anal corresponde ao segmento final do canal alimentar. Apesar do curto trajeto que apresenta (3cm), algumas formações associadas a este segmento são de relevada importância funcional. O canal anal abre-se para o meio externo através do ânus.  Esfíncter Interno do Ânus: está situado profundamente, resultado do espessamento de fibras circulares lisas. É de controle involuntário.  Esfíncter Externo do Ânus: é constituído por fibras musculares estriadas. Dispõe-se externamente, em torno do esfíncter interno do ânus.  Colunas Anais: pregas longitudinais e paralelas identificadas na mucosa anal. Entre as colunas encontramos depressões, os seios anais. Na base das colunas anais, em nível da camada Submucosa, identificamos o plexo venoso retal (hemorroidas). A dilatação do plexo origina a doença hemorroidária. No que diz respeito à configuração externa do IG, temos:  Saculações: dilatações identificadas ao longo do IG, estas dilatações estão separadas entre si através de sulcos transversais.  Tênias do Colo: São 03 faixas de M. Liso, 1cm de Largura, que percorrem o IG longitudinalmente, em toda sua extensão, reunindo-se em nível do Apêndice Vermiforme. As tênias recebem o nome de mesocólica; omental; e livre.  Apêndices Adiposos: Representam coleções de gordura envolta por Peritônio, pedunculados e apresentando forma irregular, identificados ao longo do IG, principalmente em nível do colo sigmoide. GLÂNDULAS SALIVARES São Formações exócrinas, responsáveis pela produção e secreção da saliva para a cavidade da boca. A saliva, além de ser um excelente lubrificante para a mucosa bucal, também participa do processo de digestão (enzima = Amilase) dos alimentos. A ausência de saliva é conhecida como xerostomia (boca seca), enquanto que sua produção excessiva e denominada sialorreia. As Glândulas Salivares são divididas em Maiores e Menores. As Gls. Salivares Maiores são representadas por 03 pares:  Menores: são representadas por pequenos corpúsculos espalhadas pelas paredes da boca. São elas: labiais, palatinas, da bochecha, linguais e molares.  Maiores: Parótidas, Submandibulares e Sublinguais. PARÓTIDAS A glândula parótida é a mais volumosa das glândulas salivares. Está localizada na parte lateral da cabeça, em uma escavação situada entre ao o ramo da mandíbula e o Processo Mastoide do Osso Temporal. Este espaço é denominado de compartimento parotídeo. O ducto parotídeo emerge da margem anterior da Glândula, dirigindo-se horizontalmente na face externa do M. Masseter, logo após perfura o M. Bucinador e abre-se no vestíbulo, em nível do segundo molar superior. A desembocadura deste Ducto é marcada por uma prega de mucosa, a papila parotídea. A Parotidite Epidêmica corresponde a infecção viral aguda da Gl. Parótida (também chamada de caxumba ou “papeira”). O principal sintoma apresentado pelos pacientes corresponde à dor durante a abertura bucal. Os sialólitos são formações calcificadas que podem obstruir o ducto da Glândula, impedindo a drenagem da saliva para boca. A dor na região da glândula é referida pelos pacientes como sintoma comum antes das refeições.
  • 28. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO 28 www.medresumos.com.br GLÂNDULAS SUBMANDIBULARES Apresentam um volume bem inferior, quando comparado às Parótidas. Estão localizados na Face Medial do Corpo da Mandíbula, abaixo da linha e do M. Milo-hioideo, em uma escavação denominada fóvea submandibular. O ducto submandibular emerge da face medial da Glândula, dirigindo-se medialmente para diante. Abre-se a cada lado do frênulo da língua, em nível da carúncula sublingual. As glândulas submandibulares representam as Gls. salivares mais acometidas por sialolitos, em razão da relação angulada existente entre a glândula e seu ducto. a dor na região submandibular, durante as refeições, acompanhada de aumento de volume do assoalho da boca, representam forte indícios da presença de sialólitos obstruindo o ducto da glândula, e impedindo o fluxo da saliva para a boca. GLÂNDULAS SUBLINGUAIS São as Gls. de menor volume dentre as Salivares. Estão localizados na Face Medial do Corpo da Mandíbula, acima da linha e do M. Milo-hióideo, em uma escavação denominada fóvea sublingual. A saliva produzida pelas Sublinguais desemboca no assoalho da boca, através de múltiplos ductos (15 a 20) sublinguais maiores e menores. FÍGADO Glândula mais volumosa do Corpo Humano tem função mista. Está situado no abdome, ocupando o hipocôndrio direito e se estendendo pela região epigástrica e pelo hipocôndrio esquerdo. Uma de suas secreções endócrinas corresponde a própria glicose, enquanto a exócrina é liberada no duodeno, sendo denominada bile (derivada do metabolismo da hemoglobina), tendo a função de emulsificar a gordura proveniente da alimentação. No vivo, juntamente com o sangue circulante, o Fígado pesa cerca de 2kg. Os meios de fixação do fígado são: Lig. Falciforme, Lig. Redondo, Ligg. Triangulares e Lig. Coronário. O Fígado está dividido para estudo anatômico em 02 Faces:  Face Diafragmática: Lisa e convexa em toda sua extensão, ajusta-se à Cúpula do M. Diafragma. Esta Face é subdividida pelo Lig. Falciforme em 02 Lobos: o direito e esquerdo.  Face Visceral: irregularmente côncava, está voltada para as vísceras abdominais. Esta Face é subdividida por 03 sulcos, em 04 Lobos: direito; esquerdo; quadrado; e caudado. Entre os lobos direito e quadrado, encontramos a vesícula biliar, ajustada em uma escavação a fossa da vesícula biliar. Entre os lobos direito e caudado, encontramos a veia cava inferior, ajustada em um sulco, o sulco da veia
  • 29. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO 29 www.medresumos.com.br cava inferior. Entre os lobos caudado e quadrado, encontramos a porta do fígado. Através da porta do fígado atravessam os elementos que vão constituir o pedículo hepático. Na face visceral (posterior), encontramos as seguintes impressões e fissuras: Fissura sagital esquerda e direita; sulco para veia cava inferior; fossa da vesícula biliar; impressão esofágica; impressão gástrica; impressão renal; impressão duodenal; impressão cólica; ligamento venoso. OBS: Pedículo hepático: A. hepática própria; V. porta; e o ducto hepático comum. A vesícula biliar corresponde a uma formação sacular localizada na fossa da vesícula biliar do fígado, tendo como função armazenar e concentrar a bile. Esta dividida em: Fundo, Corpo e Colo. Dela, parte do ducto cístico. A inflamação da vesícula biliar é denominada de colecistite, uma patologia comum. Geralmente é decorrente de um processo de formação de cálculos (colelitíase); mas eventualmente, não ocorre a formação de cálculos (colecistite alitiásica). PÂNCREAS O Pâncreas é uma glândula de função mista. Elabora e secreta a insulina para o sangue (hormônio hipoglicemiante), e o suco pancreático para o duodeno. Os Ductos que conduzem o Suco Pancreático para o Duodeno são: Ducto Pancreático Principal e Ducto Pancreático Acessório. Está fixo à parede posterior do Abdome pelo Folheto Visceral do Peritônio Parietal. Pode ser localizando nas regiões do hipocôndrio esquerda; epigástrica e região umbilical. Está dividido para estudo anatômico em:  Cabeça: parte dilatada do órgão, alojada na concavidade do duodeno.  Colo: representado por um estreitamento, que corresponde a região de transição entre a cabeça e o corpo.  Corpo: corresponde a maior porção do órgão, disposta transversalmente, da direita para esquerda.  Cauda: extremidade afilada. Estende-se até a face medial do baço.
  • 30. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO 30 www.medresumos.com.br ROTEIRO PARA ESTUDO PRÁTICO BOCA  Vestíbulo da Boca:  Lábios da boca  Frênulo do lábio superior  Frênulo do lábio Inferior  Bochecha (Papila do Ducto Parotídeo)  Cavidade Própria da Boca:  Palato Duro  Palato Mole  Istmo das Fauces  Úvula palatina  Arco palatoglosso  Arco palatofaríngeo  Tonsila palatina  Língua  Gengivas FARINGE  Parte nasal da Faringe:  Óstio Faríngeo da Tuba Auditiva;  Toro Tubário;  Tonsila faríngea  Parte Oral da Faringe  Parte Laríngea da Faringe:  Cartilagem epiglótica;  Adito da laringe;  Recesso piriforme. ESÔFAGO  Parte Cervical  Parte Torácica  Parte Abdominal
  • 31. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO 31 www.medresumos.com.br ESTÔMAGO  Parede Anterior  Parede Posterior  Curvatura Maior  Curvatura Menor  Omento maior  Omento menor  Cárdia: Óstio Cárdico  Fundo Gástrico  Corpo Gástrico  Parte Pilórica: Piloro, Óstio Pilórico INTESTINO DELGADO  Duodeno :  Papila Maior do Duodeno  Papila Menor do Duodeno  Jejuno-íleo INTESTINO GROSSO  Ceco: Apêndice Vermiforme  Colo Ascendente  Colo Transverso  Colo Descendente  Colo Sigmóide  Reto  Canal Anal FÍGADO  Face Diafragmática  Lobo Direito  Ligamento Falciforme  Lobo Esquerdo  Face Visceral  Lobo Direito  Lobo Esquerdo  Lobo Quadrado  Porta do Fígado  Veia Porta;  A. Hepática;  Ducto Hepático.  Lobo Caudado  Vesícula Biliar  Veia Cava Inferior  Ligamento Redondo do Fígado
  • 32. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO 32 www.medresumos.com.br VESÍCULA BILIAR  Ducto Cistíco  Ducto Colédoco PÂNCREAS  Cabeça do Pâncreas  Corpo do Pâncreas  Cauda do Pâncreas
  • 33. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO 33 www.medresumos.com.br FISIOLOGIA GASTROINTESTINAL O trato alimentar fornece ao organismo suprimento contínuo de água, eletrólitos e nutrientes. Para o desempenho dessa função, é necessário o movimento do alimento ao longo do tubo digestivo, a secreção de sucos digestivos e a digestão do alimento. BOCA A boca representa a primeira porção do trato digestivo. A cavidade oral é revestida, internamente, pela mucosa oral. É delimitada, anteriormente, pelos lábios; lateralmente, pelas mucosas jugais (bochechas); superiormente, pelo palato; e inferiormente, pelos músculos do assoalho da boca. A avaliação da boca de um paciente é um procedimento indispensável, avaliando o cuidado com a higiene e cuidado com esta estrutura. A cavidade bucal encontra-se dividida em duas regiões: vestíbulo (espaço entre os lábios e as gengivas e dentes) e cavidade oral propriamente dita. LÍNGUA A língua é a maior estrutura da cavidade oral. Órgão muscular recoberto por mucosa, de participação ativa na gustação, deglutição e na fala (articulação da palavra). Observa- se no dorso da língua uma divisão – o sulco terminal – que separa a língua em duas porções: corpo (parte anterior) e raiz (posterior, fixada na parede). Observam-se também as papilas linguais, onde se localizam os receptores gustativos. É através desses receptores que informações sobre o sabor dos alimentos são repassadas aos nervos facial (via nervo lingual), glossofaríngeo e vago (nervos cranianos relacionados com a gustação). A análise da língua dos pacientes pode revelar o desenvolvimento de certas doenças, como cânceres e infecções. O paladar é uma função desses botões gustativos com contribuição da olfação, uma vez que o centro do olfato e do paladar no SNC são próximos e interligados (isto justifica o fato de que nas gripes e resfriados ocorre uma diminuição da apreciação do gosto dos alimentos). O gosto é perceptível aos botões devido aos seus receptores químicos, ou seja, receptores de sódio, potássio, cloro, adenosina e enosina. A percepção química é diferenciada em estímulos nervosos para as respectivas sensações: doce, amargo, salgado e ácido. As células gustatórias propriamente ditas estão divididas nas seguintes partes: poro gustatório e fibras nervosas gustatórias, que vão transmitir o impulso nervoso da gustação. Na superfície de cada uma das células gustativas, observam-se prolongamentos finos como pelos, projetando-se em direção da cavidade bucal; são chamados microvilosidades. Para que haja a propagação do impulso nervoso, as células devem ser previamente despolarizadas e enviem o impulso nervoso para as vias de transmissão até o tronco encefálico e, daí, ao tálamo e córtex cerebral. Inicialmente, os estímulos captados pelas papilas gustativas passam, primeiramente, pelo nervo lingual, depois pela corda do tímpano, e alcançam o nervo facial, para por fim, chegar ao núcleo do trato solitário, localizado no bulbo (estrutura do tronco cerebral). Os nervos glossofaríngeo e vago também participam da sensação do paladar no terço posterior da língua. Em seguida, os estímulos são transmitidos ao tálamo; do tálamo passam ao córtex gustativo primário e, subsequentemente, às áreas associativas gustativas circundantes e à região integrativa comum que é responsável pela integração de todas as sensações. Arlindo Ugulino Netto; Rebeca Isabel Rodrigues Abrantes. MÓDULO: ORGANIZAÇÃO MORFO-FUNCIONAL – RESPIRATÓRIO 2016
  • 34. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● OMF – SISTEMA DIGESTÓRIO 34 www.medresumos.com.br OBS 1 : Qualquer lesão em nível das estruturas nervosas relacionadas com a gustação (nervos facial, glossofaríngeo e vago; núcleo do trato solitário; tálamo; córtex gustativo), pode desencadear a diminuição na percepção dos gostos. PAPILAS LINGUAIS Com base em sua estrutura e função, as papilas linguais são divididas em quatro tipos: filiformes, fungiformes, foliadas e circunvaladas. Todas elas estão localizadas anteriormente ao sulco terminal.  Papilas filiformes: estruturas delgadas que dão aspecto aveludado à superfície dorsal. Não possuem botões gustativos.  Papila fungiforme: assemelha-se a um cogumelo. Possuem corpúsculos gustativos no aspecto dorsal de seu chapéu.  Papilas foliadas: apresentam sulcos verticais que lembram páginas de um livro. Possuem corpúsculos gustativos apenas na infância.  Papilas valadas: dispostas em V imediatamente anteriores ao sulco terminal. Possuem botões gustativos. DENTIÇÃO Os dentes são estruturas rígidas e esbranquiçadas implantadas na maxila e mandíbula responsáveis pela mastigação e por dar forma à porção inferior da face. Estão divididos em três partes: coroa, raiz e colo. No adulto, encontram-se 32 dentes, sendo eles divididos em quatro tipos, de acordo com as suas formas e funções:  Incisivos: oito dentes, com margem cortante e raiz única.  Caninos: quatro dentes, com coroa cônica terminando em ponta e raiz única.  Pré-molares: oito dentes, com coroa apresentando dois tubérculos e raiz única ou bífida.  Molares: doze dentes, coroa com três a cinco tubérculos e duas a três raízes. SALIVAÇÃO O volume diário de saliva produzida é cerca de 1000ml, com pH entre 6,0 a 7,0 (isto é: favorável a ação digestiva da ptialina). A saliva contém dois tipos principais de secreção proteica:  Secreção serosa: contém ptialina (α-amilase), uma enzima responsável pela digestão de amidos.  Secreção mucosa: contém mucina para lubrificação e proteção de superfícies. As glândulas parótidas secretam exclusivamente o tipo seroso, enquanto as glândulas submandibular e sublingual secretam tanto seroso quanto mucoso. ÍONS NA SALIVA A saliva possui quantidade particularmente grande de íons potássio e de íons bicarbonato. Por outro lado, a concentração de íons sódio e cloreto é consideravelmente mais baixa do que no plasma. Isso acontece pois os íons sódio são ativamente reabsorvidos a partir de todos os ductos salivares, que, por sua vez, secretam íons potássio ativamente em troca do sódio. Com isso, a concentração de Na+ na saliva fica reduzida, enquanto a de K+ aumenta. Porém, a reabsorção de sódio é bastante excessiva em relação a saída de K+ dos ductos, o que cria uma grande negatividade nesses ductos, fazendo com que haja absorção passiva de íons cloreto. Por isso que a concentração de Na+ e Cl- nos ductos é baixa, e na saliva, é alta. Já os íons bicarbonato são secretados pelo epitélio ductal para o lúmen do ducto por um processo secretor ativo. Esses íons são, em parte, responsáveis por manter o pH estável. FUNÇÕES DA SALIVA  O fluxo de saliva ajuda a remover as bactérias patogênicas, bem como partículas alimentares.  Contém diversos fatores capazes de destruir bactérias: íons tiocianato, lisozinas e anticorpos (combatem, inclusive, bactérias que causam cáries).  Participa no processo conhecimento como clareamento do esôfago, que consiste na lubrificação e limpeza da mucosa esofágica a partir da saliva deglutida.