SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 4
Baixar para ler offline
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● NEUROANATOMIA
1
www.medresumos.com.br
ANATOMIA MACROSCÓPICA DA MEDULA ESPINHAL E SEUS ENVOLTÓRIOS
Etimologicamente, o termo medula significa “miolo”, indicando “o
que está dentro”. Da mesma forma, temos a medula óssea dentro dos
ossos; medula suprarrenal, dentro da glândula do mesmo nome; e medula
espinhal dentro do canal vertebral, canal formado entre o corpo e a lâmina
das vértebras quando uma está posta sobre a outra. A medula espinhal,
juntamente ao encéfalo (conjunto do telencéfalo, diencéfalo, tronco
encefálico e cerebelo), forma o sistema nervoso central ou neuroeixo.
A medula espinhal é uma massa cilíndrica de tecido nervoso e que
está situada dentro do canal vertebral sem, entretanto, ocupá-lo
completamente. No homem adulto, ela mede aproximadamente 45
centímetros, sendo um pouco menor na mulher.
Cranialmente, a medula limita-se com o bulbo, aproximadamente
em nível do forame magno do osso occipital. O limite caudal da medula tem
uma grande importância clínica e, no adulto, situa-se ao geralmente ao
nível da 2ª vértebra lombar (L2). Nesse nível, a medula termina afunilando-
se para formar um cone, o cone medular, que continua com um delgado
filamento meníngeo, o filamento terminal. Depois desse cone medular, há
apenas nervos espinhais de grande comprimento formando a cauda
equina.
OBS
1
: O limite superior da medula pode ser encontrado a partir do primeiro filamento radicular do primeiro nervo cervical (C1): acima
desse filamento, tem-se o bulbo e abaixo, medula espinhal.
Embriologicamente, a medula é formada a partir da porção mais caudal do tubo neural, porção esta que não sofre as
dilatações que formam as vesículas prosencefálicas, primórdios do encéfalo. O tubo neural pode não se fechar completamente no
desenvolvimento fetal (geralmente, por carência de ácido fólico durante a gestação) e, uma vez que a ultima porção a se fechar é a de
baixo, gera o quadro conhecido como mielomeningocele, que discutiremos mais adiante.
FORMA E ESTRUTURA GERAL DA MEDULA
A medula apresenta forma aproximadamente cilíndrica, sendo ligeiramente achatada no
sentido ântero-posterior. Seu calibre não é uniforme, pois apresenta duas dilatações
denominadas intumescência cervical e intumescência lombar, situadas em nível cervical e
lombar, respectivamente. Essas intumescências correspondem às áreas em que as raízes
nervosas que formam os plexos braquial e lombossacral, destinadas a inervação dos membros
superiores e inferiores, fazem conexão com a medula. A formação dessas intumescências se
deve à maior quantidade de neurônios e, portanto, de fibras nervosas que entram ou saem destas
áreas e que são necessárias para a inervação dos membros superiores e inferiores.
OBS
2
: Esta interpretação encontra apoio da anatomia comparada: o estudo dos canais vertebrais
de dinossauros mostrou que estes animais, dotados de membros anteriores diminutos e membros
posteriores gigantescos, praticamente não possuíam intumescência cervical, enquanto a
intumescência lombar competia com o tamanho do próprio encéfalo. Já um animal gigantesco
como a baleia, mas com massas musculares igualmente distribuídas ao longo do corpo, possui
medula larga, mas sem dilatações locais.
A superfície da medula apresenta os seguintes sulcos longitudinais: sulco mediano
posterior, fissura mediana anterior, sulco lateral anterior e sulco lateral posterior. Na medula
cervical existe ainda o sulco intermédio posterior, localizado entre o sulco mediano posterior e o
lateral posterior e que continua em um septo intermédio posterior no interior do funículo posterior
(porção posterior da medula). Nos sulcos lateral anterior e lateral posterior fazem conexão,
respectivamente, as raízes ventrais e dorsais dos nervos espinhais.
MORFOLOGIA MEDULAR EM SECÇÃO TRANSVERSAL
Na medula, a substância cinzenta localiza-se por dentro da branca e apresenta a forma de uma borboleta (mais semelhante
com as da família Papilionidae) ou de um H. Nela, distinguimos de cada lado três colunas que aparecem nos cortes como cornos e
que são as colunas anterior, posterior e lateral (esta existente apenas na medula torácica e parte da alta da medula lombar, por
estar relacionada com inervação visceral simpática).
Arlindo Ugulino Netto.
NEUROANATOMIA 2016
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● NEUROANATOMIA
2
www.medresumos.com.br
A substância branca é formada por fibras, a maioria mielinizada, que sobem e descem na medula e que podem ser
agrupadas de cada lado em três funículos ou cordões medulares:
 Funículo anterior: situado entre a fissura mediana anterior e o sulco lateral anterior.
 Funículo lateral: situado entre os sulcos lateral anterior e lateral posterior.
 Funículo posterior: situado entre o sulco lateral posterior e o sulco mediano posterior, este ultimo ligado à substância cinzenta
pelo septo mediano posterior. Apenas na parte cervical da medula, o funículo posterior é dividido pelo sulco intermédio
posterior em dois fascículos: o fascículo grácil e fascículo cuneiforme, regiões por onde passarão tratos de mesmo nome
que carregam estímulos nervosos (relacionados à propriocepção consciente, tato discriminativo ou epicrítico, sensibilidade
vibratória e estereognosia) a núcleos no bulbo (núcleos grácil e cuneiforme) e destes, ao tálamo, onde serão interpretados.
CONEXÕES COM OS NERVOS ESPINHAIS (SEGMENTOS MEDULARES)
Nos sulcos lateral anterior e lateral posterior,
existem as conexões de pequenos filamentos
radiculares, que se unem para formar,
respectivamente, as raízes ventral e dorsal dos
nervos espinhais. As duas, por sua vez, se unem para
formar os nervos espinhais propriamente ditos. É a
partir dessa conexão com os nervos espinhais que a
medula é dividida em segmentos. Portanto, esses
nervos são importantes por conectar o SNC à periferia
do corpo.
Os nervos espinhais são assim chamados por
se relacionarem com a medula espinhal, estabelecendo
uma ponte de conexão SNC-SNP.
Existem 31 pares de nervos espinhais aos
quais correspondem 31 segmentos medulares assim
distribuídos: 8 cervicais (existem oito nervos cervicais,
mas apenas sete vértebras, pois o primeiro par cervical
se origina entre a 1ª vértebra cervical e o osso occipital),
12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo.
OBS
3
: Na realidade, são 33 pares de Nn. Espinhais se
forem considerados os dois pares de nervos coccígeos
vestigiais, justapostos ao filamento terminal da medula.
A medula de um adulto tem aproximadamente 45 cm de comprimento. Sabe-se que, pela topografia vertebromedular, a
medula não ocupa toda a extensão do canal vertebral, sendo explicada pelo desenvolvimento embrionário das vértebras em relação à
medula. Até o 4º mês de vida embrionária, o crescimento medular se faz concomitantemente com o crescimento vertebral. Porém, ao
avançar dos meses, pode-se perceber que o crescimento das vértebras é mais avançado do que a medula, explicando o porquê dela
não ocupar toda a extensão do canal vertebral. Anatomicamente, sabe-se que os nervos espinhais são formados entre os forames
intervertebrais das vértebras. Como consequência deste crescimento desproporcional entre medula e vértebra, ocorre a formação da
cauda equina, em que filamentos nervosos formados em segmentos mais caudais da medula descem para alcançar os seus
respectivos forames intervertebrais e, assim, formar os nervos espinhais baixos.
A formação da cauda equina se dá no momento em que as últimas grossas raízes dos nervos espinhais lombossacrais são
arrastadas pelo rápido desenvolvimento longitudinal das vértebras e da coluna como um todo. Devido aos diferentes comprimentos do
canal vertebral e da medula, os únicos segmentos medulares que são adjacentes aos respectivos corpos vertebrais são os da região
cervical. Abaixo desse nível, as vértebras deixam da manter uma relação exata com seus respectivos segmentos medulares e suas
raízes nervosas espinhais, que seguem cursos descendentes, progressivamente oblíquo, até atingir seus respectivos forames
intervertebrais. Este fato é mais acentuado na porção caudal da medula (na qual há a formação da cauda equina). Exemplificando tal
desproporção: uma fratura na vértebra T12 poderia levar a um comprometimento da medula lombar, e não de segmentos torácicos,
como era de se imaginar.
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● NEUROANATOMIA
3
www.medresumos.com.br
Devido a esta discrepância entre vértebra e segmento medular, devemos tomar nota da seguinte regra: entre os níveis das
vértebras C2 e T10, adiciona-se 2 ao número do processo espinhoso da vértebra e tem-se o segmento medular subjacente (assim, o
processo espinhoso da vértebra C2 está sobre o segmento medular C4 e o da vértebra T10 está sobre T12). Os processos
espinhosos de T11 e T12 correspondem aos cinco segmentos lombares, e o processo espinhoso de L1 corresponde aos cinco
segmentos sacrais. Desta forma, em resumo, temos:
 Processo espinhoso de C2 a T10 – Segmentos C4 a T12
 Processos espinhosos de T11 e T12 – Segmentos L1 a L5
 Processo espinhoso de L1 – Segmentos S1 a S5
 Vértebras L2 a L5 – Cauda equina.
Cortes transversais de determinadas regiões da medula
apresentarão características diferentes. Ao nível cervical, a
substância branca circundante da cinzenta é mais escura, além do
fato de que o corno anterior e posterior da substância cinzenta é bem
mais proeminente que em outras regiões (exceto a lombar), devido
ao fato da presença do plexo braquial. O mesmo vale para a região
lombar, em que os cornos anterior e posterior são mais robustos,
mas a substância branca aparece em menor quantidade do que em
níveis mais altos. Na coluna torácica, além do afinamento do corno
posterior e corno anterior, há o aparecimento marcante do corno
lateral (relacionado com o sistema nervoso autônomo simpático:
inervação de vísceras torácicas e abdominais).
Além disso, nota-se um aumento gradativo da substância
branca medular com relação à cinzenta na medida em que
observamos cortes cada vez mais altos da medula. Isso acontece
devido à maior presença de fibras brancas na porção mais alta da
medula.
Considerando que, no primeiro segmento cervical, por exemplo, todas as fibras nervosas que vão para o encéfalo ou que
descem para seus órgãos-alvo, justifica o fato de haver mais substância branca do que cinzenta em tal corte. De modo contrário, em
cortes lombares mais baixos, observamos mais substância cinzenta do que branca, uma vez que quase todas as fibras descendentes
já tomaram seu rumo e as fibras ascendentes ainda nem entraram na medula.
ENVOLTÓRIOS DA MEDULA
Assim como todo o SNC, a medula é envolvida por membranas fibrosas conhecidas como meninges. Sendo três, os
envoltórios da medula, de fora para dentro, são: dura-máter (que corresponde à paquimeninge, sendo ela a mais espessa e a mais
externa), aracnoide e pia-máter (essas duas últimas denominadas, em conjunto, de leptomeninge).
A dura-máter tem uma rigidez característica devido à espessura que lhe é
conferida pela abundância de fibras colágenas encontradas quando realizada cortes
histológicos. Uma particularidade da paquimeninge é que esta termina em nível de
S2, de modo que envolve a medula espinhal como se fosse um dedo na luva, o que
leva à formação do chamado saco dural.
OBS
4
: Os prolongamentos laterais da própria dura-máter formam o epineuro dos
nervos espinhais.
A aracnoide-máter se dispõe entre a dura-máter e a pia-máter. Compreende
um folheto justaposto à dura-máter e um emaranhado de trabéculas, as trabéculas
aracnóideas, que une este folheto à pia-máter. Já a pia-máter é a meninge mais
delicada e mais interna. Ela adere intimamente ao tecido nervoso da superfície da
membrana e penetra na fissura mediana anterior. Quando a medula termina no cone
medular, a pia-máter continua caudalmente, formando um filamento esbranquiçado
denominado filamento terminal, que perfura o fundo do saco dural e continua até o
hiato sacral. Ao atravessar o saco dural, o filamento terminal recebe vários
prolongamentos da dura-máter e o conjunto passa a ser denominado filamento
terminal da dura-máter espinhal. Este, ao inserir-se no periósteo da superfície
dorsal do cóccix, constitui o ligamento coccígeo.
Da pia-máter surgem processos triangulares que, em conjunto, formam duas pregas longitudinais denominadas ligamentos
denticulados, que se dispõem bilateralmente em um plano frontal ao longo de toda a medula. Desta forma, o ligamento coccígeo e os
ligamentos denticulados constituem os meios de fixação da medula, que têm a finalidade de limitar o deslocamento dessa estrutura no
seu repouso subaracnóideo.
Com relação às meninges que envolvem a medula, existem três cavidades ou espaços: epidural (ou extradural, entre a dura-
máter e o periósteo do canal vertebral), subdural (espaço praticamente virtual entre a dura-máter e a aracnoide, onde corre uma
pequena quantidade de líquor) e subaracnóideo (espaço maior entre a aracnoide e a pia-máter, onde escorre uma quantidade
razoavelmente grande de líquido cérebro-espinhal ou líquor). Este último espaço está comunicado com o 4º ventrículo (no tronco
encefálico) por meio da abertura mediana e de duas aberturas laterais do 4º ventrículo.
OBS
5
: A exploração clínica do espaço subaracnóideo em nível da medula é facilitada por certas particularidades anatômicas da dura-
máter e da aracnóide na região lombar da coluna vertebral. Sabe-se que o saco dural e a aracnóide que o acompanha termina em S2,
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● NEUROANATOMIA
4
www.medresumos.com.br
enquanto a medula termina mais acima, em L2. Entre estes dois níveis, o espaço subaracnóideo é maior, contém maior quantidade de
líquor e nele se encontram apenas o filamento terminal e as raízes que formam a cauda equina. Não havendo perigo de lesão da
medula, esta área é ideal para a introdução de uma agulha no espaço subaracnóideo, o que é feito nas seguintes finalidades:
 Retirada de líquor para fins terapêuticos ou diagnósticos de punções lombares (ou raquidianas)
 Medida da pressão do líquor
 Introdução de substâncias que aumentam o contraste das radiografias, como ar, hélio e sais de iodo
 Introdução de anestésicos nas chamadas anestesias raquidianas
OBS
6
: A introdução de anestésicos no espaço meníngeo da medula de modo a bloquear as raízes nervosas que os atravessam
constitui um procedimento de rotina na pratica medica, especialmente em cirurgias das extremidades inferiores, da cavidade pélvica e
em algumas cirurgias abdominais.
 Anestesias raquidianas: o anestésico é introduzido no espaço subaracnóideo por meio de uma agulha que penetra no
espaço entre as vértebras L2-L3, L3-L4 ou L4-L5. No seu trajeto, a agulha perfura sucessivamente a pele e a tela celular
subcutânea, o ligamento interespinhal, o ligamento amarelo (primeira resistência), a dura-máter e a aracnóide (segunda
resistência). Certifica-se de que a agulha realmente atingiu o espaço subaracnóideo pela presença de líquor que goteja de
sua extremidade. É comum o paciente relatar dores de cabeça (cefaléia) no pós-operatório com raquianestesia. Esta é
explicada pelo fato de que, ao perfurar a dura-máter, cria-se um canal de saída que leva a formação de um gradiente de
pressão, que por sua vez leva à saída do líquor (mesmo que seja em mínima quantidade). Isto desencadeia a dor de cabeça
no momento em que o líquor puxa junto de si estruturas superiores a favor da gravidade, no momento em que tende a sair
pelo canal de acesso da anestesia. O paciente relata o desaparecimento da dor quando se deita, diminuindo o efeito da
gravidade sobre as estruturas cranianas.
 Anestesias epidurais (ou peridurais): são feitas geralmente na região lombar, introduzindo-se o anestésico no espaço
epidural, onde ele se difunde e atinge os forames intervertebrais, pelos quais passam as raízes dos nervos espinhais.
Certifica-se de que a ponta da agulha atingiu o espaço epidural quando se observa uma súbita baixa de resistência,
indicando que ela acabou de perfurar o ligamento amarelo.
CORRELAÇÕES CLÍNICAS
Mielomeningocele: é uma das lesões congênitas mais comuns da
medula espinhal. É causada pelo fechamento incompleto do canal
vertebral. Quando isso acontece, o tecido nervoso é induzido a sair por
este orifício, formando uma protuberância mole, na qual a medula
espinhal fica sem proteção (espinha bífida). Embora possa ocorrer em
qualquer nível da coluna vertebral, é mais comum na região
lombossacral. A exposição da medula espinhal causada pela espinha
bífida resulta em deficiências neurológicas, com distúrbios sensitivos e
ortopédicos (malformações ósseas), geralmente nos membros inferiores.
A falta de controle das funções intestinal e urinária e a hidrocefalia estão
presentes em 80% dos casos de mielomeningocele.
A criança com mielomeningocele pode apresentar graus variáveis de paralisia e ausência de sensibilidade abaixo do nível da
lesão medular, com preservação da parte superior do abdome, tórax e membros superiores. Torna-se importante a
assistência precoce em reabilitação para prevenção das deformidades ortopédicas: pé torto, deslocamento do quadril,
diminuição das amplitudes articulares, deformidades no tronco (cifoscoliose), etc.
O tratamento da hidrocefalia é uma emergência neurocirúrgica e inclui a monitorização das cavidades cerebrais (ventrículos)
através de ultrassom, tomografia ou ressonância magnética e a derivação ventricular. Uma das condutas iniciais para um
recém-nascido com mielomeningocele é o fechamento cirúrgico da lesão com pele. A avaliação da hidrocefalia é uma
emergência na assistência ao recém-nascido.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados (20)

Medresumos 2016 neuroanatomia 10 - macroscopia do diencéfalo
Medresumos 2016   neuroanatomia 10 - macroscopia do diencéfaloMedresumos 2016   neuroanatomia 10 - macroscopia do diencéfalo
Medresumos 2016 neuroanatomia 10 - macroscopia do diencéfalo
 
MEDULA ESPINHAL JANDERSON SOARES
MEDULA ESPINHAL  JANDERSON SOARESMEDULA ESPINHAL  JANDERSON SOARES
MEDULA ESPINHAL JANDERSON SOARES
 
Sistema nervoso
Sistema nervosoSistema nervoso
Sistema nervoso
 
Sistema nervoso slides
Sistema nervoso slidesSistema nervoso slides
Sistema nervoso slides
 
Sistema nervoso
Sistema nervosoSistema nervoso
Sistema nervoso
 
Aula de Revisão - Neuroanatomia
Aula de Revisão - NeuroanatomiaAula de Revisão - Neuroanatomia
Aula de Revisão - Neuroanatomia
 
Aula sistema nervoso
Aula sistema nervosoAula sistema nervoso
Aula sistema nervoso
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 03 - microscopia da medula espinhal
Medresumos 2016   neuroanatomia 03 - microscopia da medula espinhalMedresumos 2016   neuroanatomia 03 - microscopia da medula espinhal
Medresumos 2016 neuroanatomia 03 - microscopia da medula espinhal
 
14 o sistema nervoso
14   o sistema nervoso14   o sistema nervoso
14 o sistema nervoso
 
Sistema nervoso periférico
Sistema nervoso periféricoSistema nervoso periférico
Sistema nervoso periférico
 
Medula espinhal
Medula espinhalMedula espinhal
Medula espinhal
 
Anatomia do Sistema Nervoso
Anatomia do Sistema NervosoAnatomia do Sistema Nervoso
Anatomia do Sistema Nervoso
 
Anatomia Coluna Vertebral
Anatomia Coluna VertebralAnatomia Coluna Vertebral
Anatomia Coluna Vertebral
 
SISTEMA NERVOSO
SISTEMA NERVOSOSISTEMA NERVOSO
SISTEMA NERVOSO
 
medula espinhal
 medula espinhal  medula espinhal
medula espinhal
 
Telencéfalo
Telencéfalo Telencéfalo
Telencéfalo
 
033 nervos-cranianos
033 nervos-cranianos033 nervos-cranianos
033 nervos-cranianos
 
Siatema muscular
Siatema muscularSiatema muscular
Siatema muscular
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 08 - nervos cranianos
Medresumos 2016   neuroanatomia 08 - nervos cranianosMedresumos 2016   neuroanatomia 08 - nervos cranianos
Medresumos 2016 neuroanatomia 08 - nervos cranianos
 
Tronco cerebral
Tronco cerebralTronco cerebral
Tronco cerebral
 

Destaque

Medresumos 2016 anatomia topográfica - dorso
Medresumos 2016   anatomia topográfica - dorsoMedresumos 2016   anatomia topográfica - dorso
Medresumos 2016 anatomia topográfica - dorsoJucie Vasconcelos
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 07 - microscopia do mesencéfalo
Medresumos 2016   neuroanatomia 07 - microscopia do mesencéfaloMedresumos 2016   neuroanatomia 07 - microscopia do mesencéfalo
Medresumos 2016 neuroanatomia 07 - microscopia do mesencéfaloJucie Vasconcelos
 
Medresumos 2016 anatomia topográfica - membro inferior
Medresumos 2016   anatomia topográfica - membro inferiorMedresumos 2016   anatomia topográfica - membro inferior
Medresumos 2016 anatomia topográfica - membro inferiorJucie Vasconcelos
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 01 - introdução à neuroanatomia
Medresumos 2016   neuroanatomia 01 - introdução à neuroanatomiaMedresumos 2016   neuroanatomia 01 - introdução à neuroanatomia
Medresumos 2016 neuroanatomia 01 - introdução à neuroanatomiaJucie Vasconcelos
 
Medresumos 2016 anatomia topográfica - pescoço
Medresumos 2016   anatomia topográfica - pescoçoMedresumos 2016   anatomia topográfica - pescoço
Medresumos 2016 anatomia topográfica - pescoçoJucie Vasconcelos
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 04 - macroscopia do tronco encefálico
Medresumos 2016   neuroanatomia 04 - macroscopia do tronco encefálicoMedresumos 2016   neuroanatomia 04 - macroscopia do tronco encefálico
Medresumos 2016 neuroanatomia 04 - macroscopia do tronco encefálicoJucie Vasconcelos
 
Medresumos 2016 anatomia topográfica - abdome
Medresumos 2016   anatomia topográfica - abdomeMedresumos 2016   anatomia topográfica - abdome
Medresumos 2016 anatomia topográfica - abdomeJucie Vasconcelos
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 06 - microscopia da ponte
Medresumos 2016   neuroanatomia 06 - microscopia da ponteMedresumos 2016   neuroanatomia 06 - microscopia da ponte
Medresumos 2016 neuroanatomia 06 - microscopia da ponteJucie Vasconcelos
 
Medresumos 2016 anatomia topográfica - membro superior
Medresumos 2016   anatomia topográfica - membro superiorMedresumos 2016   anatomia topográfica - membro superior
Medresumos 2016 anatomia topográfica - membro superiorJucie Vasconcelos
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 05 - microscopia do bulbo
Medresumos 2016   neuroanatomia 05 - microscopia do bulboMedresumos 2016   neuroanatomia 05 - microscopia do bulbo
Medresumos 2016 neuroanatomia 05 - microscopia do bulboJucie Vasconcelos
 
Medresumos 2016 anatomia topográfica - tórax
Medresumos 2016   anatomia topográfica - tóraxMedresumos 2016   anatomia topográfica - tórax
Medresumos 2016 anatomia topográfica - tóraxJucie Vasconcelos
 

Destaque (11)

Medresumos 2016 anatomia topográfica - dorso
Medresumos 2016   anatomia topográfica - dorsoMedresumos 2016   anatomia topográfica - dorso
Medresumos 2016 anatomia topográfica - dorso
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 07 - microscopia do mesencéfalo
Medresumos 2016   neuroanatomia 07 - microscopia do mesencéfaloMedresumos 2016   neuroanatomia 07 - microscopia do mesencéfalo
Medresumos 2016 neuroanatomia 07 - microscopia do mesencéfalo
 
Medresumos 2016 anatomia topográfica - membro inferior
Medresumos 2016   anatomia topográfica - membro inferiorMedresumos 2016   anatomia topográfica - membro inferior
Medresumos 2016 anatomia topográfica - membro inferior
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 01 - introdução à neuroanatomia
Medresumos 2016   neuroanatomia 01 - introdução à neuroanatomiaMedresumos 2016   neuroanatomia 01 - introdução à neuroanatomia
Medresumos 2016 neuroanatomia 01 - introdução à neuroanatomia
 
Medresumos 2016 anatomia topográfica - pescoço
Medresumos 2016   anatomia topográfica - pescoçoMedresumos 2016   anatomia topográfica - pescoço
Medresumos 2016 anatomia topográfica - pescoço
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 04 - macroscopia do tronco encefálico
Medresumos 2016   neuroanatomia 04 - macroscopia do tronco encefálicoMedresumos 2016   neuroanatomia 04 - macroscopia do tronco encefálico
Medresumos 2016 neuroanatomia 04 - macroscopia do tronco encefálico
 
Medresumos 2016 anatomia topográfica - abdome
Medresumos 2016   anatomia topográfica - abdomeMedresumos 2016   anatomia topográfica - abdome
Medresumos 2016 anatomia topográfica - abdome
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 06 - microscopia da ponte
Medresumos 2016   neuroanatomia 06 - microscopia da ponteMedresumos 2016   neuroanatomia 06 - microscopia da ponte
Medresumos 2016 neuroanatomia 06 - microscopia da ponte
 
Medresumos 2016 anatomia topográfica - membro superior
Medresumos 2016   anatomia topográfica - membro superiorMedresumos 2016   anatomia topográfica - membro superior
Medresumos 2016 anatomia topográfica - membro superior
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 05 - microscopia do bulbo
Medresumos 2016   neuroanatomia 05 - microscopia do bulboMedresumos 2016   neuroanatomia 05 - microscopia do bulbo
Medresumos 2016 neuroanatomia 05 - microscopia do bulbo
 
Medresumos 2016 anatomia topográfica - tórax
Medresumos 2016   anatomia topográfica - tóraxMedresumos 2016   anatomia topográfica - tórax
Medresumos 2016 anatomia topográfica - tórax
 

Semelhante a Anatomia da medula espinhal e nervos espinhais

Resumo Medula Espinhal
Resumo Medula EspinhalResumo Medula Espinhal
Resumo Medula Espinhalguest96d46e1
 
aulasnc-131229090727-phpapp01.pdf
aulasnc-131229090727-phpapp01.pdfaulasnc-131229090727-phpapp01.pdf
aulasnc-131229090727-phpapp01.pdfAyrttonAnacleto2
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 09 - estrutura e funções do cerebelo
Medresumos 2016   neuroanatomia 09 - estrutura e funções do cerebeloMedresumos 2016   neuroanatomia 09 - estrutura e funções do cerebelo
Medresumos 2016 neuroanatomia 09 - estrutura e funções do cerebeloJucie Vasconcelos
 
introd a neuro, filogenese, embriologia e divisão do Sistema Nervosos
 introd a neuro, filogenese, embriologia e divisão do Sistema Nervosos introd a neuro, filogenese, embriologia e divisão do Sistema Nervosos
introd a neuro, filogenese, embriologia e divisão do Sistema NervososMarliaSousa8
 
Sistema nervoso2
Sistema nervoso2Sistema nervoso2
Sistema nervoso2mariabraz
 
Anatomia E Protocolo Tomografia Computadorizada de Crânio
Anatomia E Protocolo Tomografia Computadorizada de  CrânioAnatomia E Protocolo Tomografia Computadorizada de  Crânio
Anatomia E Protocolo Tomografia Computadorizada de CrânioAlex Eduardo Ribeiro
 
Documento trabalho de Neuroanatomia
Documento trabalho de NeuroanatomiaDocumento trabalho de Neuroanatomia
Documento trabalho de NeuroanatomiaAnderson Santana
 
Aula Microscopia Da Ponte E MesencéFalo
Aula Microscopia Da Ponte E MesencéFaloAula Microscopia Da Ponte E MesencéFalo
Aula Microscopia Da Ponte E MesencéFalokazumialexandre
 

Semelhante a Anatomia da medula espinhal e nervos espinhais (20)

Medula Espinhal
Medula EspinhalMedula Espinhal
Medula Espinhal
 
Neuroanatomia medula espinhal
Neuroanatomia   medula espinhalNeuroanatomia   medula espinhal
Neuroanatomia medula espinhal
 
Resumo Medula Espinhal
Resumo Medula EspinhalResumo Medula Espinhal
Resumo Medula Espinhal
 
aulasnc-131229090727-phpapp01.pdf
aulasnc-131229090727-phpapp01.pdfaulasnc-131229090727-phpapp01.pdf
aulasnc-131229090727-phpapp01.pdf
 
Tronco encefálico
Tronco encefálicoTronco encefálico
Tronco encefálico
 
Medula Espinhal - Macroscopia
Medula Espinhal - MacroscopiaMedula Espinhal - Macroscopia
Medula Espinhal - Macroscopia
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 09 - estrutura e funções do cerebelo
Medresumos 2016   neuroanatomia 09 - estrutura e funções do cerebeloMedresumos 2016   neuroanatomia 09 - estrutura e funções do cerebelo
Medresumos 2016 neuroanatomia 09 - estrutura e funções do cerebelo
 
Macroscopia do snc
Macroscopia do sncMacroscopia do snc
Macroscopia do snc
 
04 EMBRIOLOGIA SN.ppt
04 EMBRIOLOGIA SN.ppt04 EMBRIOLOGIA SN.ppt
04 EMBRIOLOGIA SN.ppt
 
Macroscopia do snc
Macroscopia do sncMacroscopia do snc
Macroscopia do snc
 
introd a neuro, filogenese, embriologia e divisão do Sistema Nervosos
 introd a neuro, filogenese, embriologia e divisão do Sistema Nervosos introd a neuro, filogenese, embriologia e divisão do Sistema Nervosos
introd a neuro, filogenese, embriologia e divisão do Sistema Nervosos
 
aula-02.pdf
aula-02.pdfaula-02.pdf
aula-02.pdf
 
Sistema nervoso2
Sistema nervoso2Sistema nervoso2
Sistema nervoso2
 
NEUROANATOMIA - FAMECA - MEDULA ESPINHAL - 2016
NEUROANATOMIA - FAMECA - MEDULA ESPINHAL - 2016 NEUROANATOMIA - FAMECA - MEDULA ESPINHAL - 2016
NEUROANATOMIA - FAMECA - MEDULA ESPINHAL - 2016
 
3 medula espinhal
3 medula espinhal3 medula espinhal
3 medula espinhal
 
Anatomia E Protocolo Tomografia Computadorizada de Crânio
Anatomia E Protocolo Tomografia Computadorizada de  CrânioAnatomia E Protocolo Tomografia Computadorizada de  Crânio
Anatomia E Protocolo Tomografia Computadorizada de Crânio
 
Documento trabalho de Neuroanatomia
Documento trabalho de NeuroanatomiaDocumento trabalho de Neuroanatomia
Documento trabalho de Neuroanatomia
 
Tronco Cerebral
Tronco CerebralTronco Cerebral
Tronco Cerebral
 
Anatomia do forame magno
Anatomia do forame magnoAnatomia do forame magno
Anatomia do forame magno
 
Aula Microscopia Da Ponte E MesencéFalo
Aula Microscopia Da Ponte E MesencéFaloAula Microscopia Da Ponte E MesencéFalo
Aula Microscopia Da Ponte E MesencéFalo
 

Mais de Jucie Vasconcelos

Medresumos 2016 omf - digestório
Medresumos 2016   omf - digestórioMedresumos 2016   omf - digestório
Medresumos 2016 omf - digestórioJucie Vasconcelos
 
Medresumos 2016 omf - cardiovascular
Medresumos 2016   omf - cardiovascularMedresumos 2016   omf - cardiovascular
Medresumos 2016 omf - cardiovascularJucie Vasconcelos
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 22 - ossos do crânio
Medresumos 2016   neuroanatomia 22 - ossos do crânioMedresumos 2016   neuroanatomia 22 - ossos do crânio
Medresumos 2016 neuroanatomia 22 - ossos do crânioJucie Vasconcelos
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 21 - grandes vias eferentes
Medresumos 2016   neuroanatomia 21 - grandes vias eferentesMedresumos 2016   neuroanatomia 21 - grandes vias eferentes
Medresumos 2016 neuroanatomia 21 - grandes vias eferentesJucie Vasconcelos
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 20 - grandes vias aferentes
Medresumos 2016   neuroanatomia 20 - grandes vias aferentesMedresumos 2016   neuroanatomia 20 - grandes vias aferentes
Medresumos 2016 neuroanatomia 20 - grandes vias aferentesJucie Vasconcelos
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 19 - sistema nervoso autônomo
Medresumos 2016   neuroanatomia 19 - sistema nervoso autônomoMedresumos 2016   neuroanatomia 19 - sistema nervoso autônomo
Medresumos 2016 neuroanatomia 19 - sistema nervoso autônomoJucie Vasconcelos
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 17 - formação reticular
Medresumos 2016   neuroanatomia 17 - formação reticularMedresumos 2016   neuroanatomia 17 - formação reticular
Medresumos 2016 neuroanatomia 17 - formação reticularJucie Vasconcelos
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 16 - vascularização do sistema nervoso centra...
Medresumos 2016   neuroanatomia 16 - vascularização do sistema nervoso centra...Medresumos 2016   neuroanatomia 16 - vascularização do sistema nervoso centra...
Medresumos 2016 neuroanatomia 16 - vascularização do sistema nervoso centra...Jucie Vasconcelos
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 15 - núcleos da base e centro branco medular
Medresumos 2016   neuroanatomia 15 - núcleos da base e centro branco medularMedresumos 2016   neuroanatomia 15 - núcleos da base e centro branco medular
Medresumos 2016 neuroanatomia 15 - núcleos da base e centro branco medularJucie Vasconcelos
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 14 - aspectos funcionais do córtex cerebral
Medresumos 2016   neuroanatomia 14 - aspectos funcionais do córtex cerebralMedresumos 2016   neuroanatomia 14 - aspectos funcionais do córtex cerebral
Medresumos 2016 neuroanatomia 14 - aspectos funcionais do córtex cerebralJucie Vasconcelos
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 13 - anatomia macroscópia do telencéfalo
Medresumos 2016   neuroanatomia 13 - anatomia macroscópia do telencéfaloMedresumos 2016   neuroanatomia 13 - anatomia macroscópia do telencéfalo
Medresumos 2016 neuroanatomia 13 - anatomia macroscópia do telencéfaloJucie Vasconcelos
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 12 - hipotálamo
Medresumos 2016   neuroanatomia 12 - hipotálamoMedresumos 2016   neuroanatomia 12 - hipotálamo
Medresumos 2016 neuroanatomia 12 - hipotálamoJucie Vasconcelos
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 11 - subtálamo, epitálamo e tálamo
Medresumos 2016   neuroanatomia 11 - subtálamo, epitálamo e tálamoMedresumos 2016   neuroanatomia 11 - subtálamo, epitálamo e tálamo
Medresumos 2016 neuroanatomia 11 - subtálamo, epitálamo e tálamoJucie Vasconcelos
 

Mais de Jucie Vasconcelos (16)

Medresumos 2016 omf - digestório
Medresumos 2016   omf - digestórioMedresumos 2016   omf - digestório
Medresumos 2016 omf - digestório
 
Medresumos 2016 omf - cardiovascular
Medresumos 2016   omf - cardiovascularMedresumos 2016   omf - cardiovascular
Medresumos 2016 omf - cardiovascular
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 22 - ossos do crânio
Medresumos 2016   neuroanatomia 22 - ossos do crânioMedresumos 2016   neuroanatomia 22 - ossos do crânio
Medresumos 2016 neuroanatomia 22 - ossos do crânio
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 21 - grandes vias eferentes
Medresumos 2016   neuroanatomia 21 - grandes vias eferentesMedresumos 2016   neuroanatomia 21 - grandes vias eferentes
Medresumos 2016 neuroanatomia 21 - grandes vias eferentes
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 20 - grandes vias aferentes
Medresumos 2016   neuroanatomia 20 - grandes vias aferentesMedresumos 2016   neuroanatomia 20 - grandes vias aferentes
Medresumos 2016 neuroanatomia 20 - grandes vias aferentes
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 19 - sistema nervoso autônomo
Medresumos 2016   neuroanatomia 19 - sistema nervoso autônomoMedresumos 2016   neuroanatomia 19 - sistema nervoso autônomo
Medresumos 2016 neuroanatomia 19 - sistema nervoso autônomo
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 17 - formação reticular
Medresumos 2016   neuroanatomia 17 - formação reticularMedresumos 2016   neuroanatomia 17 - formação reticular
Medresumos 2016 neuroanatomia 17 - formação reticular
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 16 - vascularização do sistema nervoso centra...
Medresumos 2016   neuroanatomia 16 - vascularização do sistema nervoso centra...Medresumos 2016   neuroanatomia 16 - vascularização do sistema nervoso centra...
Medresumos 2016 neuroanatomia 16 - vascularização do sistema nervoso centra...
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 15 - núcleos da base e centro branco medular
Medresumos 2016   neuroanatomia 15 - núcleos da base e centro branco medularMedresumos 2016   neuroanatomia 15 - núcleos da base e centro branco medular
Medresumos 2016 neuroanatomia 15 - núcleos da base e centro branco medular
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 14 - aspectos funcionais do córtex cerebral
Medresumos 2016   neuroanatomia 14 - aspectos funcionais do córtex cerebralMedresumos 2016   neuroanatomia 14 - aspectos funcionais do córtex cerebral
Medresumos 2016 neuroanatomia 14 - aspectos funcionais do córtex cerebral
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 13 - anatomia macroscópia do telencéfalo
Medresumos 2016   neuroanatomia 13 - anatomia macroscópia do telencéfaloMedresumos 2016   neuroanatomia 13 - anatomia macroscópia do telencéfalo
Medresumos 2016 neuroanatomia 13 - anatomia macroscópia do telencéfalo
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 12 - hipotálamo
Medresumos 2016   neuroanatomia 12 - hipotálamoMedresumos 2016   neuroanatomia 12 - hipotálamo
Medresumos 2016 neuroanatomia 12 - hipotálamo
 
Medresumos 2016 neuroanatomia 11 - subtálamo, epitálamo e tálamo
Medresumos 2016   neuroanatomia 11 - subtálamo, epitálamo e tálamoMedresumos 2016   neuroanatomia 11 - subtálamo, epitálamo e tálamo
Medresumos 2016 neuroanatomia 11 - subtálamo, epitálamo e tálamo
 
Medresumos 2016 mad ii
Medresumos 2016   mad iiMedresumos 2016   mad ii
Medresumos 2016 mad ii
 
Medresumos 2016 mad i
Medresumos 2016   mad iMedresumos 2016   mad i
Medresumos 2016 mad i
 
Medresumos 2016 cef
Medresumos 2016   cefMedresumos 2016   cef
Medresumos 2016 cef
 

Anatomia da medula espinhal e nervos espinhais

  • 1. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● NEUROANATOMIA 1 www.medresumos.com.br ANATOMIA MACROSCÓPICA DA MEDULA ESPINHAL E SEUS ENVOLTÓRIOS Etimologicamente, o termo medula significa “miolo”, indicando “o que está dentro”. Da mesma forma, temos a medula óssea dentro dos ossos; medula suprarrenal, dentro da glândula do mesmo nome; e medula espinhal dentro do canal vertebral, canal formado entre o corpo e a lâmina das vértebras quando uma está posta sobre a outra. A medula espinhal, juntamente ao encéfalo (conjunto do telencéfalo, diencéfalo, tronco encefálico e cerebelo), forma o sistema nervoso central ou neuroeixo. A medula espinhal é uma massa cilíndrica de tecido nervoso e que está situada dentro do canal vertebral sem, entretanto, ocupá-lo completamente. No homem adulto, ela mede aproximadamente 45 centímetros, sendo um pouco menor na mulher. Cranialmente, a medula limita-se com o bulbo, aproximadamente em nível do forame magno do osso occipital. O limite caudal da medula tem uma grande importância clínica e, no adulto, situa-se ao geralmente ao nível da 2ª vértebra lombar (L2). Nesse nível, a medula termina afunilando- se para formar um cone, o cone medular, que continua com um delgado filamento meníngeo, o filamento terminal. Depois desse cone medular, há apenas nervos espinhais de grande comprimento formando a cauda equina. OBS 1 : O limite superior da medula pode ser encontrado a partir do primeiro filamento radicular do primeiro nervo cervical (C1): acima desse filamento, tem-se o bulbo e abaixo, medula espinhal. Embriologicamente, a medula é formada a partir da porção mais caudal do tubo neural, porção esta que não sofre as dilatações que formam as vesículas prosencefálicas, primórdios do encéfalo. O tubo neural pode não se fechar completamente no desenvolvimento fetal (geralmente, por carência de ácido fólico durante a gestação) e, uma vez que a ultima porção a se fechar é a de baixo, gera o quadro conhecido como mielomeningocele, que discutiremos mais adiante. FORMA E ESTRUTURA GERAL DA MEDULA A medula apresenta forma aproximadamente cilíndrica, sendo ligeiramente achatada no sentido ântero-posterior. Seu calibre não é uniforme, pois apresenta duas dilatações denominadas intumescência cervical e intumescência lombar, situadas em nível cervical e lombar, respectivamente. Essas intumescências correspondem às áreas em que as raízes nervosas que formam os plexos braquial e lombossacral, destinadas a inervação dos membros superiores e inferiores, fazem conexão com a medula. A formação dessas intumescências se deve à maior quantidade de neurônios e, portanto, de fibras nervosas que entram ou saem destas áreas e que são necessárias para a inervação dos membros superiores e inferiores. OBS 2 : Esta interpretação encontra apoio da anatomia comparada: o estudo dos canais vertebrais de dinossauros mostrou que estes animais, dotados de membros anteriores diminutos e membros posteriores gigantescos, praticamente não possuíam intumescência cervical, enquanto a intumescência lombar competia com o tamanho do próprio encéfalo. Já um animal gigantesco como a baleia, mas com massas musculares igualmente distribuídas ao longo do corpo, possui medula larga, mas sem dilatações locais. A superfície da medula apresenta os seguintes sulcos longitudinais: sulco mediano posterior, fissura mediana anterior, sulco lateral anterior e sulco lateral posterior. Na medula cervical existe ainda o sulco intermédio posterior, localizado entre o sulco mediano posterior e o lateral posterior e que continua em um septo intermédio posterior no interior do funículo posterior (porção posterior da medula). Nos sulcos lateral anterior e lateral posterior fazem conexão, respectivamente, as raízes ventrais e dorsais dos nervos espinhais. MORFOLOGIA MEDULAR EM SECÇÃO TRANSVERSAL Na medula, a substância cinzenta localiza-se por dentro da branca e apresenta a forma de uma borboleta (mais semelhante com as da família Papilionidae) ou de um H. Nela, distinguimos de cada lado três colunas que aparecem nos cortes como cornos e que são as colunas anterior, posterior e lateral (esta existente apenas na medula torácica e parte da alta da medula lombar, por estar relacionada com inervação visceral simpática). Arlindo Ugulino Netto. NEUROANATOMIA 2016
  • 2. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● NEUROANATOMIA 2 www.medresumos.com.br A substância branca é formada por fibras, a maioria mielinizada, que sobem e descem na medula e que podem ser agrupadas de cada lado em três funículos ou cordões medulares:  Funículo anterior: situado entre a fissura mediana anterior e o sulco lateral anterior.  Funículo lateral: situado entre os sulcos lateral anterior e lateral posterior.  Funículo posterior: situado entre o sulco lateral posterior e o sulco mediano posterior, este ultimo ligado à substância cinzenta pelo septo mediano posterior. Apenas na parte cervical da medula, o funículo posterior é dividido pelo sulco intermédio posterior em dois fascículos: o fascículo grácil e fascículo cuneiforme, regiões por onde passarão tratos de mesmo nome que carregam estímulos nervosos (relacionados à propriocepção consciente, tato discriminativo ou epicrítico, sensibilidade vibratória e estereognosia) a núcleos no bulbo (núcleos grácil e cuneiforme) e destes, ao tálamo, onde serão interpretados. CONEXÕES COM OS NERVOS ESPINHAIS (SEGMENTOS MEDULARES) Nos sulcos lateral anterior e lateral posterior, existem as conexões de pequenos filamentos radiculares, que se unem para formar, respectivamente, as raízes ventral e dorsal dos nervos espinhais. As duas, por sua vez, se unem para formar os nervos espinhais propriamente ditos. É a partir dessa conexão com os nervos espinhais que a medula é dividida em segmentos. Portanto, esses nervos são importantes por conectar o SNC à periferia do corpo. Os nervos espinhais são assim chamados por se relacionarem com a medula espinhal, estabelecendo uma ponte de conexão SNC-SNP. Existem 31 pares de nervos espinhais aos quais correspondem 31 segmentos medulares assim distribuídos: 8 cervicais (existem oito nervos cervicais, mas apenas sete vértebras, pois o primeiro par cervical se origina entre a 1ª vértebra cervical e o osso occipital), 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo. OBS 3 : Na realidade, são 33 pares de Nn. Espinhais se forem considerados os dois pares de nervos coccígeos vestigiais, justapostos ao filamento terminal da medula. A medula de um adulto tem aproximadamente 45 cm de comprimento. Sabe-se que, pela topografia vertebromedular, a medula não ocupa toda a extensão do canal vertebral, sendo explicada pelo desenvolvimento embrionário das vértebras em relação à medula. Até o 4º mês de vida embrionária, o crescimento medular se faz concomitantemente com o crescimento vertebral. Porém, ao avançar dos meses, pode-se perceber que o crescimento das vértebras é mais avançado do que a medula, explicando o porquê dela não ocupar toda a extensão do canal vertebral. Anatomicamente, sabe-se que os nervos espinhais são formados entre os forames intervertebrais das vértebras. Como consequência deste crescimento desproporcional entre medula e vértebra, ocorre a formação da cauda equina, em que filamentos nervosos formados em segmentos mais caudais da medula descem para alcançar os seus respectivos forames intervertebrais e, assim, formar os nervos espinhais baixos. A formação da cauda equina se dá no momento em que as últimas grossas raízes dos nervos espinhais lombossacrais são arrastadas pelo rápido desenvolvimento longitudinal das vértebras e da coluna como um todo. Devido aos diferentes comprimentos do canal vertebral e da medula, os únicos segmentos medulares que são adjacentes aos respectivos corpos vertebrais são os da região cervical. Abaixo desse nível, as vértebras deixam da manter uma relação exata com seus respectivos segmentos medulares e suas raízes nervosas espinhais, que seguem cursos descendentes, progressivamente oblíquo, até atingir seus respectivos forames intervertebrais. Este fato é mais acentuado na porção caudal da medula (na qual há a formação da cauda equina). Exemplificando tal desproporção: uma fratura na vértebra T12 poderia levar a um comprometimento da medula lombar, e não de segmentos torácicos, como era de se imaginar.
  • 3. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● NEUROANATOMIA 3 www.medresumos.com.br Devido a esta discrepância entre vértebra e segmento medular, devemos tomar nota da seguinte regra: entre os níveis das vértebras C2 e T10, adiciona-se 2 ao número do processo espinhoso da vértebra e tem-se o segmento medular subjacente (assim, o processo espinhoso da vértebra C2 está sobre o segmento medular C4 e o da vértebra T10 está sobre T12). Os processos espinhosos de T11 e T12 correspondem aos cinco segmentos lombares, e o processo espinhoso de L1 corresponde aos cinco segmentos sacrais. Desta forma, em resumo, temos:  Processo espinhoso de C2 a T10 – Segmentos C4 a T12  Processos espinhosos de T11 e T12 – Segmentos L1 a L5  Processo espinhoso de L1 – Segmentos S1 a S5  Vértebras L2 a L5 – Cauda equina. Cortes transversais de determinadas regiões da medula apresentarão características diferentes. Ao nível cervical, a substância branca circundante da cinzenta é mais escura, além do fato de que o corno anterior e posterior da substância cinzenta é bem mais proeminente que em outras regiões (exceto a lombar), devido ao fato da presença do plexo braquial. O mesmo vale para a região lombar, em que os cornos anterior e posterior são mais robustos, mas a substância branca aparece em menor quantidade do que em níveis mais altos. Na coluna torácica, além do afinamento do corno posterior e corno anterior, há o aparecimento marcante do corno lateral (relacionado com o sistema nervoso autônomo simpático: inervação de vísceras torácicas e abdominais). Além disso, nota-se um aumento gradativo da substância branca medular com relação à cinzenta na medida em que observamos cortes cada vez mais altos da medula. Isso acontece devido à maior presença de fibras brancas na porção mais alta da medula. Considerando que, no primeiro segmento cervical, por exemplo, todas as fibras nervosas que vão para o encéfalo ou que descem para seus órgãos-alvo, justifica o fato de haver mais substância branca do que cinzenta em tal corte. De modo contrário, em cortes lombares mais baixos, observamos mais substância cinzenta do que branca, uma vez que quase todas as fibras descendentes já tomaram seu rumo e as fibras ascendentes ainda nem entraram na medula. ENVOLTÓRIOS DA MEDULA Assim como todo o SNC, a medula é envolvida por membranas fibrosas conhecidas como meninges. Sendo três, os envoltórios da medula, de fora para dentro, são: dura-máter (que corresponde à paquimeninge, sendo ela a mais espessa e a mais externa), aracnoide e pia-máter (essas duas últimas denominadas, em conjunto, de leptomeninge). A dura-máter tem uma rigidez característica devido à espessura que lhe é conferida pela abundância de fibras colágenas encontradas quando realizada cortes histológicos. Uma particularidade da paquimeninge é que esta termina em nível de S2, de modo que envolve a medula espinhal como se fosse um dedo na luva, o que leva à formação do chamado saco dural. OBS 4 : Os prolongamentos laterais da própria dura-máter formam o epineuro dos nervos espinhais. A aracnoide-máter se dispõe entre a dura-máter e a pia-máter. Compreende um folheto justaposto à dura-máter e um emaranhado de trabéculas, as trabéculas aracnóideas, que une este folheto à pia-máter. Já a pia-máter é a meninge mais delicada e mais interna. Ela adere intimamente ao tecido nervoso da superfície da membrana e penetra na fissura mediana anterior. Quando a medula termina no cone medular, a pia-máter continua caudalmente, formando um filamento esbranquiçado denominado filamento terminal, que perfura o fundo do saco dural e continua até o hiato sacral. Ao atravessar o saco dural, o filamento terminal recebe vários prolongamentos da dura-máter e o conjunto passa a ser denominado filamento terminal da dura-máter espinhal. Este, ao inserir-se no periósteo da superfície dorsal do cóccix, constitui o ligamento coccígeo. Da pia-máter surgem processos triangulares que, em conjunto, formam duas pregas longitudinais denominadas ligamentos denticulados, que se dispõem bilateralmente em um plano frontal ao longo de toda a medula. Desta forma, o ligamento coccígeo e os ligamentos denticulados constituem os meios de fixação da medula, que têm a finalidade de limitar o deslocamento dessa estrutura no seu repouso subaracnóideo. Com relação às meninges que envolvem a medula, existem três cavidades ou espaços: epidural (ou extradural, entre a dura- máter e o periósteo do canal vertebral), subdural (espaço praticamente virtual entre a dura-máter e a aracnoide, onde corre uma pequena quantidade de líquor) e subaracnóideo (espaço maior entre a aracnoide e a pia-máter, onde escorre uma quantidade razoavelmente grande de líquido cérebro-espinhal ou líquor). Este último espaço está comunicado com o 4º ventrículo (no tronco encefálico) por meio da abertura mediana e de duas aberturas laterais do 4º ventrículo. OBS 5 : A exploração clínica do espaço subaracnóideo em nível da medula é facilitada por certas particularidades anatômicas da dura- máter e da aracnóide na região lombar da coluna vertebral. Sabe-se que o saco dural e a aracnóide que o acompanha termina em S2,
  • 4. Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● NEUROANATOMIA 4 www.medresumos.com.br enquanto a medula termina mais acima, em L2. Entre estes dois níveis, o espaço subaracnóideo é maior, contém maior quantidade de líquor e nele se encontram apenas o filamento terminal e as raízes que formam a cauda equina. Não havendo perigo de lesão da medula, esta área é ideal para a introdução de uma agulha no espaço subaracnóideo, o que é feito nas seguintes finalidades:  Retirada de líquor para fins terapêuticos ou diagnósticos de punções lombares (ou raquidianas)  Medida da pressão do líquor  Introdução de substâncias que aumentam o contraste das radiografias, como ar, hélio e sais de iodo  Introdução de anestésicos nas chamadas anestesias raquidianas OBS 6 : A introdução de anestésicos no espaço meníngeo da medula de modo a bloquear as raízes nervosas que os atravessam constitui um procedimento de rotina na pratica medica, especialmente em cirurgias das extremidades inferiores, da cavidade pélvica e em algumas cirurgias abdominais.  Anestesias raquidianas: o anestésico é introduzido no espaço subaracnóideo por meio de uma agulha que penetra no espaço entre as vértebras L2-L3, L3-L4 ou L4-L5. No seu trajeto, a agulha perfura sucessivamente a pele e a tela celular subcutânea, o ligamento interespinhal, o ligamento amarelo (primeira resistência), a dura-máter e a aracnóide (segunda resistência). Certifica-se de que a agulha realmente atingiu o espaço subaracnóideo pela presença de líquor que goteja de sua extremidade. É comum o paciente relatar dores de cabeça (cefaléia) no pós-operatório com raquianestesia. Esta é explicada pelo fato de que, ao perfurar a dura-máter, cria-se um canal de saída que leva a formação de um gradiente de pressão, que por sua vez leva à saída do líquor (mesmo que seja em mínima quantidade). Isto desencadeia a dor de cabeça no momento em que o líquor puxa junto de si estruturas superiores a favor da gravidade, no momento em que tende a sair pelo canal de acesso da anestesia. O paciente relata o desaparecimento da dor quando se deita, diminuindo o efeito da gravidade sobre as estruturas cranianas.  Anestesias epidurais (ou peridurais): são feitas geralmente na região lombar, introduzindo-se o anestésico no espaço epidural, onde ele se difunde e atinge os forames intervertebrais, pelos quais passam as raízes dos nervos espinhais. Certifica-se de que a ponta da agulha atingiu o espaço epidural quando se observa uma súbita baixa de resistência, indicando que ela acabou de perfurar o ligamento amarelo. CORRELAÇÕES CLÍNICAS Mielomeningocele: é uma das lesões congênitas mais comuns da medula espinhal. É causada pelo fechamento incompleto do canal vertebral. Quando isso acontece, o tecido nervoso é induzido a sair por este orifício, formando uma protuberância mole, na qual a medula espinhal fica sem proteção (espinha bífida). Embora possa ocorrer em qualquer nível da coluna vertebral, é mais comum na região lombossacral. A exposição da medula espinhal causada pela espinha bífida resulta em deficiências neurológicas, com distúrbios sensitivos e ortopédicos (malformações ósseas), geralmente nos membros inferiores. A falta de controle das funções intestinal e urinária e a hidrocefalia estão presentes em 80% dos casos de mielomeningocele. A criança com mielomeningocele pode apresentar graus variáveis de paralisia e ausência de sensibilidade abaixo do nível da lesão medular, com preservação da parte superior do abdome, tórax e membros superiores. Torna-se importante a assistência precoce em reabilitação para prevenção das deformidades ortopédicas: pé torto, deslocamento do quadril, diminuição das amplitudes articulares, deformidades no tronco (cifoscoliose), etc. O tratamento da hidrocefalia é uma emergência neurocirúrgica e inclui a monitorização das cavidades cerebrais (ventrículos) através de ultrassom, tomografia ou ressonância magnética e a derivação ventricular. Uma das condutas iniciais para um recém-nascido com mielomeningocele é o fechamento cirúrgico da lesão com pele. A avaliação da hidrocefalia é uma emergência na assistência ao recém-nascido.