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CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ
ARQUITETURA E URBANISMO
IZIS PAIXÃO
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RESENHA
Vila Operária da Gamboa – Lúcio Costa e Gregori Warchavchic
Santo André – SP
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CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ
ARQUITETURA E URBANISMO
Disciplina: História e Teoria da Arquitetura e Urbanismo
Prof.: Enrique Staschower
Alunos: Izis Ferreira Paixão RA: 718682
Kaique Santos de Oliveira RA: 720720
Mireli Alexandre RA: 749604
Núbia Corletto dos Anjos RA: 719725
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RESENHA
Vila Operária da Gamboa – Lúcio Costa e Gregori Warchavchic
Santo André – SP
2017
RESENHA
Vila Operária da Gamboa, Lúcio Costa e Gregori Warchavchik
Por Izis Ferreira Paixão, Kaique Santos de Oliveira, Mireli Alexandre, Núbia Corletto
dos Anjos e Thamires Corrêa, estudantes do curso de Arquitetura e Urbanismo do
Centro Universitário Fundação Santo André.
Após a saída de Lucio Costa e Warchavchik da Escola Nacional de Belas
Artes – ENBA -, os arquitetos resolveram formar sociedade com o objetivo de dar
continuidade às novas propostas de arquitetura. Além dos dois, o escritório contava
com a colaboração de Carlos Leão e posteriormente, com a participação de um
jovem estudante de arquitetura, atraído pela proposta moderna do escritório,
chamado Oscar Niemeyer.
A iniciativa da associação de ambos partiu de Lucio Costa, no período que
atuava como Diretor da Escola Nacional de Belas Artes, contatou Warchavchik –
que ainda trabalhava na cidade de São Paulo -, para convidá-lo a ministrar as aulas
de projeto do curso de Arquitetura. Seu interesse pelo trabalho do arquiteto surgiu
do seu conhecimento, através da publicação da casa modernista projetado por
Warchavchik, na capital paulista. Nessa mesma ocasião, convidou também Celso
Antunes para lecionar no Curso de Escultura, apontando assim, novos caminhos
para a Escola. (PESSOA, José; ARAÚJO, Maria; p. 52, 1989).
Essa sociedade, denominada “Construções Warchavchik – Lúcio Costa”,
formada em junho de 1931, originaram algumas contribuições à corrente racionalista
que se iniciava na Arquitetura Brasileira, que juntamente com o escritório de Marcelo
Robertos, eram os únicos produtores do modernismo no Rio de Janeiro, localizando-
se no edifico “A Noite”, na Praça Mauá, onde permaneceu por três anos, quando
houve a dissolução da sociedade (SANTOS, Roberto; p. 141, 2008).
O primeiro projeto do escritório foram duas casas pequenas e geminadas
para Dona Maria Gallo, na rua Rainha Elizabeth, através de quem os arquitetos
conheceram Fábio Carneiro de Mendonça, médico proprietário de um terreno de
pequena dimensão e difícil aproveitamento na Gamboa - bairro tipicamente operário,
formado por outras casas de locação, construídas para atender a demanda dessa
área industrial-, para quem fizeram a Vila Operária: única obra existente ainda hoje
dessa formação – mais precisamente, na rua Da Gamboa, nº 160; intersecção da
Rua Cardoso Marinho - destacando-se das demais devido a singularidade de seu
programa e, segundo Cavalcanti (p. 14, 2006) marcar o início da atuação do
movimento moderno em relação à habitação destinada a baixa renda.
“Esta realização vem mostrar como se pode construir
habitações para operários, isto é, casa para pequeno capital
de renda, dotadas de conforto relativamente grande, com boa
aeração e iluminação naturais. Isso só se obtém com o
aproveitamento racional do espaço e, consequentemente, do
material. ” (PESSOA, José; ARAÚJO, Maria aput In “Base”
Revista de Arte, Technica e Pensamento. Ano I, Num. 1,
agosto de 1933).
Segundo Soares e Moreira (p.106, 2007), o bairro da Gamboa é caracterizado
pela sua proximidade com a zona portuária, de ocupação consolidada no final do
século XIX, com diversos sobrados, galpões, marcadamente de estilo eclético e vilas
operarias do período industrial, edificações art decó e modernistas mescladas a
conjuntos habitacionais populares e favelas.
De acordo com Santos (p. 142, 2008), os arquitetos visaram o aproveitamento
integral do terreno, com a circulação externa comum a todos os apartamentos na
testada do lote, acessos aos pavimentos superiores escadas nas duas extremidades
do terreno e a circulação superior era vazada, possibilitando a iluminação dos
apartamentos do térreo. O projeto, utilizando elementos comum ao vocábulo da
arquitetura de Warchavchik – como os volumes puros, lajes em balanço sobre as
portas, esquadrias basculantes em ferro – acrescentava a curva da passarela,
dando novo movimento ao prédio, somado também a utilização de cores, no caso o
havana e o verde (verde-jornal).
“[...] A pureza geométrica, a predominância das linhas retas e
ausência de ornamentos, soluções típicas dos projetos de
Warchavchik, estabeleciam uma conexão entre os conceitos
do Movimento Moderno e soluções espaciais e construtivas
consagradas em projetos semelhantes desde o século
anterior” (MEIRA, Ricardo; p. 44, 2013).
Conforme Pessoa e Araújo (p. 52-53, 1989), a utilização de cores diferentes
nas paredes das fachadas foi inspirada em Le Corbusier, que usou deste artificio na
Vila Pessac, em Fledéus. Os arquitetos já haviam utilizado esse recurso
anteriormente, aplicando rosa e havana em uma casa construída na rua Raul
Pompéia e na Casa Modernista de Warchavchik em exposição na rua Itápolis, em
São Paulo, em 1929.
O projeto arquitetônico da Vila Operaria da Gamboa foi elaborado por Lucio
Costa e a execução por Warchavchik, que seguiu as mesmas especificações
aplicadas nas casas que construía ou estava construindo em São Paulo e no Rio de
Janeiro. O sistema construtivo da Vila foi tradicional à época, com vistas ao
barateamento utilizou-se pisos em couçoeira, com esquadrias de ferro para os vãos
externos, e sucupira encerada nas portas internas, método inovador que
Warchavchik realizava em suas construções em São Paulo; com estrutura de
concreto armado e paredes de tijolo1
. Lucio Costa comenta sobre o trabalho
cuidadoso de Warchavchik no projeto:
“[...] Gregório (Warchavchik) fez a Vila Operaria com todos os
cuidados. Usou o sistema que aplicava em São Paulo: couçoeira à
moda antiga; taboado em cima e metal deploye embaixo para fazer o
forro e o terraço. A cobertura era também de couçoeiras; elas
apoiavam-se na parede, deixando uma folga de 2 cm em relação à
mureta, porque a parede fazia um dente. A folga para a madeira
mexer sem trincar ficava cheia de jornal amassado e depois levava o
metal deploye. A impermeabilização era no sistema John Mansvill,
uma companhia americana que tinha representatividade aqui. Essa
impermeabilização era muito bem-feita, utilizava bobinas de amianto
embebidas em betume e iam sobrepondo as várias camadas para
uma impermeabilização do tipo comum, finalizando com uma
cobertura de predisco úmido” (PESSOA, José; ARAUJO, Maria; p. 54,
1989).
A planta mantinha as características das vilas operarias do final do século
XIX; quadrada e dividida em quatro cômodos de idêntica dimensão, eliminava a
circulação interna e dispunha contíguos banheiro e cozinha para maior economia na
construção, representando também racionalidade moderna (CAVALCANTI, Lauro; p.
133, 2006).
Embora influenciados pelas diretrizes da vanguarda europeia, nota-se ainda
uma dependência das técnicas e materiais tradicionais nesse projeto, ainda que
1
Segundo Cavalcanti (2001), a tecnologia moderna de construção era ainda muito incipiente, e por
isso foi preciso que Warchavchik trouxesse alguns operários que já haviam trabalhado com ele em
São Paulo para ajudar na construção dos apartamentos proletários.
utilizando uma abordagem racional. Essa mesma tese é sustentada por Brito (p.
273-274, 2014), ao mencionar os aspectos de construção convencionais na obra.
O conjunto da Vila Operária da Gamboa é composto por quatorze unidades:
doze são apartamentos de 30 m² com dois quartos, sala, banheiro e cozinha, e dois
apartamentos nos fundos, com um quarto e banheiro, de 10 m², cujo acesso é feito
por uma escada independente, destinados a zeladoria (LINO, Sulamita; p. 147,
2005).
Segundo Pessoa e Araújo (p. 55, 1989), nas palavras de Lucio Costa, o
projeto na época não houve muita repercussão: “[...] não havia meio de
comunicação, embora Gregório (Warchavchik) tivesse obsessão de propaganda. Eu
e o Carlos Leão ficávamos muito constrangidos quando inaugurávamos aquelas
casas pois ele queria nos forçar a levar pessoas [...]”.
Segundo LINO (p. 147, 2005), a Vila Operária exemplifica como foi possível
criar uma habitação mínima, de acordo com as determinações do CIAM de 1929 -
juntamente com as devidas condições de ventilação e iluminação, fundamentais
para o conforto e higiene das moradias – acrescentando inovações em uma planta
que seguia as tradições das casas operarias brasileiras.
Marcelo Carlucci (p. 47,2005), apoia a mesma tese defendida por Lino, onde
destaca a presença dos arrimos de pedra, das venezianas corridas e de “[...] uma
elegante e sensual acomodação dos planos edificados à topografia[...]”,
evidenciando uma abordagem voltada às especificações locais da arquitetura
moderna.
O grupo concorda com a afirmação de ambos os autores acima, pois nos
anos iniciais da Arquitetura Moderna em solo brasileiro, os arquitetos ainda estavam
fortemente influenciados pelas diretrizes internacionais, mas o projeto da Vila
Operária já demonstra certa originalidade, mesclando as teorias internacionais com
a realidade local. Referente ao programa, verifica-se no modernismo a racionalidade
necessária para enfrentar as problemáticas das construções que não eram bem
resolvidas com os estilos passadistas, que se mostravam ineficazes. Cita-se abaixo
Brito (p. 275, 2004), com visão similar:
“ [...] também vale ressaltar que nesse projeto, o primeiro de
arquitetura moderna que se ocupa da habitação popular no
Rio, há implícito um discurso relacionado à capacidade da
arquitetura nova de resolver problemas próprios deste
programa, como higiene, economia e produção em série. Se
fortalecia o discurso maquinista apoiado na máxima
corbusiana de que uma casa é uma máquina, e, portanto,
alvo de uma solução pura e tecnológica, sem lugar para
preocupações de estilos passadistas” (BRITO, Samuel; p.
275, 2004).
Referente as condições físicas do projeto, entre os anos de 1980-1989, o
mesmo já havia sofrido algumas alterações significativas, como sua cor, a cobertura
substituída por telhas de barro com beiral, os acessos as casas do pavimento térreo
foram individualizadas com portões, mas ainda mantendo as esquadrias de ferro
(PESSOA, José; ARAÚJO, Maria; p. 55, 1989).
Mesmo sendo um bem tombado da cidade do Rio de Janeiro, através do
Decreto nº 6.057 de 23 de agosto de 1986, juntamente com outros bens do bairro
Gamboa, Saúde, Santo Cristo e Centro, como por exemplo, o Moinho Fluminense e
a Ladeira do Livramento, a Vila encontra-se atualmente descaracterizada. Segundo
Ganz (2016), identificava-se a quase total ausência de processos colaborativos entre
os próprios moradores, entre esses e o poder público e os órgãos do patrimônio,
sendo as decisões individualizadas, cada qual em seu apartamento, tomando suas
decisões.
Atualmente, percebe-se a substituição novamente das telhas de barro para
telhas de cimento, as esquadrias de dois apartamentos do pavimento superior foram
trocadas para esquadrias contemporâneas metálicas, azulejos cerâmicos aparecem
em algumas paredes externa, o guarda-corpo resume-se em alguns apartamentos a
uma tela metálica, por fim, externamente a Vila encontra-se em péssimas condições
de qualidade arquitetônica.
O projeto da Vila Operária da Gamboa representa um grande marco da
Arquitetura Moderna Brasileira, pois, além de ser uma obra fruto da breve sociedade
de dois grandes arquitetos percussores do Movimento Moderno no Brasil, Lúcio
Costa e Gregori Warchavchik, é a primeira construção voltada para a classe
proletária, influenciada por projetos de habitação mínima europeus e ideias
discutidas no CIAM de 1929, considerando também as peculiaridades das tradições
nacionais.
REFERÊNCIAS
BRITO, Samuel Silva de. Lúcio Costa, O Processo de uma Modernidade.
Arquitetura e projetos na primeira metade do séc. XX. Barcelona, 2004. Disponível
em: < http://dspace.uniritter.edu.br/xmlui/handle/123456789/39>. Acesso em 20 de
agosto de 2017.
CARLUCCI, Marcelo. As Casas de Lúcio Costa. São Carlos – SP, 2005. Disponível
em: < www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18131/tde.../As_casas_de_Lucio_
Costa.pdf>. Acesso em 22 de agosto de 2017.
CAVALCANTI, Lauro. Moderno e Brasileiro. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor,
2006.
CAVALCANTI, Lauro. Quando o Brasil era moderno: guia de Arquitetura 1928-
1960. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2001
GANZ, Louise. Instruções domésticas: Gamboa. Escritório Ambulante: Workshop,
intervenção em edificação e exposição durante o 8º Seminário Docomomo Nacional
2009, com o tema Cidade Moderna e Contemporânea: Síntese e Paradoxo das
Artes, no Rio de Janeiro, 2009. Disponível em: <https://lganz.wordpress.com
/2016/03/24/intrusoes-domesticas-vila-operaria-da-gamboa/>. Acesso em 21 de
agosto de 2017.
LINO, Sulamita Fonseca. O Modernismo “com sabor local”: Uma Arquitetura
Antropofágica? Dissertação de Mestrado, Pós-Graduação em Arquitetura e
Urbanismo UFMG. Belo Horizonte – MG, dez. 2005. Disponível em: <
http://portal.pucminas.br/imagedb/documento/DOC_DSC_NOME_ARQUI200705140
91011.pdf>. Acesso em 21 de agosto de 2017.
MEIRA, Ricardo Reis. Frente ou Fundo? A inserção da casa unifamiliar na escala
residencial do Plano Piloto de Brasília. Dissertação apresentada ao Programa de
Pesquisa e Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo – PPG-FAU. Dez, 2013.
Disponível em: < http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/16427/1/2013_
RicardoReisMeira.pdf>. Acesso em 21 de agosto de 2017.
PESSOA, José Simões de Belmont; ARAÚJO, Maria Silvia Muylaert de. Vila
Operárua da Gamboa, Rio de Janeiro, 1933/83. Instituto Antônio Carlos Jobim,
1980-1989. Disponível em: < http://www.jobim.org/lucio/handle/2010.3/1453>.
Acesso em 20 de agosto de 2017.
SANTOS, Roberto Eustáquio. A Armação do Concreto no Brasil – História da
difusão da tecnologia do concreto armado e da construção de sua hegemonia. Tese
apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação: “Conhecimento e
Inclusão Social”, da Faculdade de Educação da UFMG, Belo Horizonte – MG, 2008.
Disponível em: < http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/handle
/1843/FAEC-84KQ4X/2000000140.pdf?sequence=1>. Acesso em 20 de agosto de
2017.
SOARES, Eliana Miranda Araújo da Silva; MOREIRA, Fernando Diniz. Preservação
do Patrimônio Cultural e Reabilitação Urbana: O Caso da Zona Portuária da
Cidade do Rio de Janeiro. Disponível em: < http://www.up.edu.br/davinci
/4/06%20Preserva%C3%A7%C3%A3o%20do%20patrim%C3%B4nio%20cultural%2
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Resenha: Vila Operaria Gamboa

  • 1. CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ ARQUITETURA E URBANISMO IZIS PAIXÃO KAIQUE OLIVEIRA MIRELI ALEXANDRE NÚBIA CORLETTO THAMIRES CORRÊA RESENHA Vila Operária da Gamboa – Lúcio Costa e Gregori Warchavchic Santo André – SP 2017
  • 2. CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ ARQUITETURA E URBANISMO Disciplina: História e Teoria da Arquitetura e Urbanismo Prof.: Enrique Staschower Alunos: Izis Ferreira Paixão RA: 718682 Kaique Santos de Oliveira RA: 720720 Mireli Alexandre RA: 749604 Núbia Corletto dos Anjos RA: 719725 Thamires Corrêa RA: 718641 RESENHA Vila Operária da Gamboa – Lúcio Costa e Gregori Warchavchic Santo André – SP 2017
  • 3. RESENHA Vila Operária da Gamboa, Lúcio Costa e Gregori Warchavchik Por Izis Ferreira Paixão, Kaique Santos de Oliveira, Mireli Alexandre, Núbia Corletto dos Anjos e Thamires Corrêa, estudantes do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Fundação Santo André. Após a saída de Lucio Costa e Warchavchik da Escola Nacional de Belas Artes – ENBA -, os arquitetos resolveram formar sociedade com o objetivo de dar continuidade às novas propostas de arquitetura. Além dos dois, o escritório contava com a colaboração de Carlos Leão e posteriormente, com a participação de um jovem estudante de arquitetura, atraído pela proposta moderna do escritório, chamado Oscar Niemeyer. A iniciativa da associação de ambos partiu de Lucio Costa, no período que atuava como Diretor da Escola Nacional de Belas Artes, contatou Warchavchik – que ainda trabalhava na cidade de São Paulo -, para convidá-lo a ministrar as aulas de projeto do curso de Arquitetura. Seu interesse pelo trabalho do arquiteto surgiu do seu conhecimento, através da publicação da casa modernista projetado por Warchavchik, na capital paulista. Nessa mesma ocasião, convidou também Celso Antunes para lecionar no Curso de Escultura, apontando assim, novos caminhos para a Escola. (PESSOA, José; ARAÚJO, Maria; p. 52, 1989). Essa sociedade, denominada “Construções Warchavchik – Lúcio Costa”, formada em junho de 1931, originaram algumas contribuições à corrente racionalista que se iniciava na Arquitetura Brasileira, que juntamente com o escritório de Marcelo Robertos, eram os únicos produtores do modernismo no Rio de Janeiro, localizando- se no edifico “A Noite”, na Praça Mauá, onde permaneceu por três anos, quando houve a dissolução da sociedade (SANTOS, Roberto; p. 141, 2008). O primeiro projeto do escritório foram duas casas pequenas e geminadas para Dona Maria Gallo, na rua Rainha Elizabeth, através de quem os arquitetos conheceram Fábio Carneiro de Mendonça, médico proprietário de um terreno de
  • 4. pequena dimensão e difícil aproveitamento na Gamboa - bairro tipicamente operário, formado por outras casas de locação, construídas para atender a demanda dessa área industrial-, para quem fizeram a Vila Operária: única obra existente ainda hoje dessa formação – mais precisamente, na rua Da Gamboa, nº 160; intersecção da Rua Cardoso Marinho - destacando-se das demais devido a singularidade de seu programa e, segundo Cavalcanti (p. 14, 2006) marcar o início da atuação do movimento moderno em relação à habitação destinada a baixa renda. “Esta realização vem mostrar como se pode construir habitações para operários, isto é, casa para pequeno capital de renda, dotadas de conforto relativamente grande, com boa aeração e iluminação naturais. Isso só se obtém com o aproveitamento racional do espaço e, consequentemente, do material. ” (PESSOA, José; ARAÚJO, Maria aput In “Base” Revista de Arte, Technica e Pensamento. Ano I, Num. 1, agosto de 1933). Segundo Soares e Moreira (p.106, 2007), o bairro da Gamboa é caracterizado pela sua proximidade com a zona portuária, de ocupação consolidada no final do século XIX, com diversos sobrados, galpões, marcadamente de estilo eclético e vilas operarias do período industrial, edificações art decó e modernistas mescladas a conjuntos habitacionais populares e favelas. De acordo com Santos (p. 142, 2008), os arquitetos visaram o aproveitamento integral do terreno, com a circulação externa comum a todos os apartamentos na testada do lote, acessos aos pavimentos superiores escadas nas duas extremidades do terreno e a circulação superior era vazada, possibilitando a iluminação dos apartamentos do térreo. O projeto, utilizando elementos comum ao vocábulo da arquitetura de Warchavchik – como os volumes puros, lajes em balanço sobre as portas, esquadrias basculantes em ferro – acrescentava a curva da passarela, dando novo movimento ao prédio, somado também a utilização de cores, no caso o havana e o verde (verde-jornal). “[...] A pureza geométrica, a predominância das linhas retas e ausência de ornamentos, soluções típicas dos projetos de Warchavchik, estabeleciam uma conexão entre os conceitos do Movimento Moderno e soluções espaciais e construtivas consagradas em projetos semelhantes desde o século anterior” (MEIRA, Ricardo; p. 44, 2013). Conforme Pessoa e Araújo (p. 52-53, 1989), a utilização de cores diferentes nas paredes das fachadas foi inspirada em Le Corbusier, que usou deste artificio na
  • 5. Vila Pessac, em Fledéus. Os arquitetos já haviam utilizado esse recurso anteriormente, aplicando rosa e havana em uma casa construída na rua Raul Pompéia e na Casa Modernista de Warchavchik em exposição na rua Itápolis, em São Paulo, em 1929. O projeto arquitetônico da Vila Operaria da Gamboa foi elaborado por Lucio Costa e a execução por Warchavchik, que seguiu as mesmas especificações aplicadas nas casas que construía ou estava construindo em São Paulo e no Rio de Janeiro. O sistema construtivo da Vila foi tradicional à época, com vistas ao barateamento utilizou-se pisos em couçoeira, com esquadrias de ferro para os vãos externos, e sucupira encerada nas portas internas, método inovador que Warchavchik realizava em suas construções em São Paulo; com estrutura de concreto armado e paredes de tijolo1 . Lucio Costa comenta sobre o trabalho cuidadoso de Warchavchik no projeto: “[...] Gregório (Warchavchik) fez a Vila Operaria com todos os cuidados. Usou o sistema que aplicava em São Paulo: couçoeira à moda antiga; taboado em cima e metal deploye embaixo para fazer o forro e o terraço. A cobertura era também de couçoeiras; elas apoiavam-se na parede, deixando uma folga de 2 cm em relação à mureta, porque a parede fazia um dente. A folga para a madeira mexer sem trincar ficava cheia de jornal amassado e depois levava o metal deploye. A impermeabilização era no sistema John Mansvill, uma companhia americana que tinha representatividade aqui. Essa impermeabilização era muito bem-feita, utilizava bobinas de amianto embebidas em betume e iam sobrepondo as várias camadas para uma impermeabilização do tipo comum, finalizando com uma cobertura de predisco úmido” (PESSOA, José; ARAUJO, Maria; p. 54, 1989). A planta mantinha as características das vilas operarias do final do século XIX; quadrada e dividida em quatro cômodos de idêntica dimensão, eliminava a circulação interna e dispunha contíguos banheiro e cozinha para maior economia na construção, representando também racionalidade moderna (CAVALCANTI, Lauro; p. 133, 2006). Embora influenciados pelas diretrizes da vanguarda europeia, nota-se ainda uma dependência das técnicas e materiais tradicionais nesse projeto, ainda que 1 Segundo Cavalcanti (2001), a tecnologia moderna de construção era ainda muito incipiente, e por isso foi preciso que Warchavchik trouxesse alguns operários que já haviam trabalhado com ele em São Paulo para ajudar na construção dos apartamentos proletários.
  • 6. utilizando uma abordagem racional. Essa mesma tese é sustentada por Brito (p. 273-274, 2014), ao mencionar os aspectos de construção convencionais na obra. O conjunto da Vila Operária da Gamboa é composto por quatorze unidades: doze são apartamentos de 30 m² com dois quartos, sala, banheiro e cozinha, e dois apartamentos nos fundos, com um quarto e banheiro, de 10 m², cujo acesso é feito por uma escada independente, destinados a zeladoria (LINO, Sulamita; p. 147, 2005). Segundo Pessoa e Araújo (p. 55, 1989), nas palavras de Lucio Costa, o projeto na época não houve muita repercussão: “[...] não havia meio de comunicação, embora Gregório (Warchavchik) tivesse obsessão de propaganda. Eu e o Carlos Leão ficávamos muito constrangidos quando inaugurávamos aquelas casas pois ele queria nos forçar a levar pessoas [...]”. Segundo LINO (p. 147, 2005), a Vila Operária exemplifica como foi possível criar uma habitação mínima, de acordo com as determinações do CIAM de 1929 - juntamente com as devidas condições de ventilação e iluminação, fundamentais para o conforto e higiene das moradias – acrescentando inovações em uma planta que seguia as tradições das casas operarias brasileiras. Marcelo Carlucci (p. 47,2005), apoia a mesma tese defendida por Lino, onde destaca a presença dos arrimos de pedra, das venezianas corridas e de “[...] uma elegante e sensual acomodação dos planos edificados à topografia[...]”, evidenciando uma abordagem voltada às especificações locais da arquitetura moderna. O grupo concorda com a afirmação de ambos os autores acima, pois nos anos iniciais da Arquitetura Moderna em solo brasileiro, os arquitetos ainda estavam fortemente influenciados pelas diretrizes internacionais, mas o projeto da Vila Operária já demonstra certa originalidade, mesclando as teorias internacionais com a realidade local. Referente ao programa, verifica-se no modernismo a racionalidade necessária para enfrentar as problemáticas das construções que não eram bem resolvidas com os estilos passadistas, que se mostravam ineficazes. Cita-se abaixo Brito (p. 275, 2004), com visão similar: “ [...] também vale ressaltar que nesse projeto, o primeiro de arquitetura moderna que se ocupa da habitação popular no
  • 7. Rio, há implícito um discurso relacionado à capacidade da arquitetura nova de resolver problemas próprios deste programa, como higiene, economia e produção em série. Se fortalecia o discurso maquinista apoiado na máxima corbusiana de que uma casa é uma máquina, e, portanto, alvo de uma solução pura e tecnológica, sem lugar para preocupações de estilos passadistas” (BRITO, Samuel; p. 275, 2004). Referente as condições físicas do projeto, entre os anos de 1980-1989, o mesmo já havia sofrido algumas alterações significativas, como sua cor, a cobertura substituída por telhas de barro com beiral, os acessos as casas do pavimento térreo foram individualizadas com portões, mas ainda mantendo as esquadrias de ferro (PESSOA, José; ARAÚJO, Maria; p. 55, 1989). Mesmo sendo um bem tombado da cidade do Rio de Janeiro, através do Decreto nº 6.057 de 23 de agosto de 1986, juntamente com outros bens do bairro Gamboa, Saúde, Santo Cristo e Centro, como por exemplo, o Moinho Fluminense e a Ladeira do Livramento, a Vila encontra-se atualmente descaracterizada. Segundo Ganz (2016), identificava-se a quase total ausência de processos colaborativos entre os próprios moradores, entre esses e o poder público e os órgãos do patrimônio, sendo as decisões individualizadas, cada qual em seu apartamento, tomando suas decisões. Atualmente, percebe-se a substituição novamente das telhas de barro para telhas de cimento, as esquadrias de dois apartamentos do pavimento superior foram trocadas para esquadrias contemporâneas metálicas, azulejos cerâmicos aparecem em algumas paredes externa, o guarda-corpo resume-se em alguns apartamentos a uma tela metálica, por fim, externamente a Vila encontra-se em péssimas condições de qualidade arquitetônica. O projeto da Vila Operária da Gamboa representa um grande marco da Arquitetura Moderna Brasileira, pois, além de ser uma obra fruto da breve sociedade de dois grandes arquitetos percussores do Movimento Moderno no Brasil, Lúcio Costa e Gregori Warchavchik, é a primeira construção voltada para a classe proletária, influenciada por projetos de habitação mínima europeus e ideias discutidas no CIAM de 1929, considerando também as peculiaridades das tradições nacionais.
  • 8.
  • 9. REFERÊNCIAS BRITO, Samuel Silva de. Lúcio Costa, O Processo de uma Modernidade. Arquitetura e projetos na primeira metade do séc. XX. Barcelona, 2004. Disponível em: < http://dspace.uniritter.edu.br/xmlui/handle/123456789/39>. Acesso em 20 de agosto de 2017. CARLUCCI, Marcelo. As Casas de Lúcio Costa. São Carlos – SP, 2005. Disponível em: < www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18131/tde.../As_casas_de_Lucio_ Costa.pdf>. Acesso em 22 de agosto de 2017. CAVALCANTI, Lauro. Moderno e Brasileiro. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2006. CAVALCANTI, Lauro. Quando o Brasil era moderno: guia de Arquitetura 1928- 1960. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2001 GANZ, Louise. Instruções domésticas: Gamboa. Escritório Ambulante: Workshop, intervenção em edificação e exposição durante o 8º Seminário Docomomo Nacional 2009, com o tema Cidade Moderna e Contemporânea: Síntese e Paradoxo das Artes, no Rio de Janeiro, 2009. Disponível em: <https://lganz.wordpress.com /2016/03/24/intrusoes-domesticas-vila-operaria-da-gamboa/>. Acesso em 21 de agosto de 2017. LINO, Sulamita Fonseca. O Modernismo “com sabor local”: Uma Arquitetura Antropofágica? Dissertação de Mestrado, Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo UFMG. Belo Horizonte – MG, dez. 2005. Disponível em: < http://portal.pucminas.br/imagedb/documento/DOC_DSC_NOME_ARQUI200705140 91011.pdf>. Acesso em 21 de agosto de 2017. MEIRA, Ricardo Reis. Frente ou Fundo? A inserção da casa unifamiliar na escala residencial do Plano Piloto de Brasília. Dissertação apresentada ao Programa de Pesquisa e Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo – PPG-FAU. Dez, 2013. Disponível em: < http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/16427/1/2013_ RicardoReisMeira.pdf>. Acesso em 21 de agosto de 2017.
  • 10. PESSOA, José Simões de Belmont; ARAÚJO, Maria Silvia Muylaert de. Vila Operárua da Gamboa, Rio de Janeiro, 1933/83. Instituto Antônio Carlos Jobim, 1980-1989. Disponível em: < http://www.jobim.org/lucio/handle/2010.3/1453>. Acesso em 20 de agosto de 2017. SANTOS, Roberto Eustáquio. A Armação do Concreto no Brasil – História da difusão da tecnologia do concreto armado e da construção de sua hegemonia. Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação: “Conhecimento e Inclusão Social”, da Faculdade de Educação da UFMG, Belo Horizonte – MG, 2008. Disponível em: < http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/handle /1843/FAEC-84KQ4X/2000000140.pdf?sequence=1>. Acesso em 20 de agosto de 2017. SOARES, Eliana Miranda Araújo da Silva; MOREIRA, Fernando Diniz. Preservação do Patrimônio Cultural e Reabilitação Urbana: O Caso da Zona Portuária da Cidade do Rio de Janeiro. Disponível em: < http://www.up.edu.br/davinci /4/06%20Preserva%C3%A7%C3%A3o%20do%20patrim%C3%B4nio%20cultural%2 0e%20reabilita%C3%A7%C3%A3o%20urbana%20o%20caso%20da%20zona%20p ortu%C3%A1ria%20da%20cidade%20do%20Rio%20de%20Janeiro.pdf>. Acesso em 21 de agosto de 2017.